27. Lua Narrando Acordei com os fogos, aquele barulho inconfundível que só quem vive no morro sabe o que significa. A operação tava rolando solta e o som dos rojões era o nosso aviso. Inferno! O coração já acelerou, e eu nem tinha levantado ainda. O rádio, jogado ali no canto, começou a chiar com as vozes dos moleques. — Coé patroa, cadê você? Os homens tão subindo pesado! — a voz rouca do Gambé gritou no rádio, nervoso. Eu levantei no pulo, já com a cabeça a mil. p***a, eu sabia que isso ia acontecer cedo ou tarde, só não esperava que fosse hoje. Fiquei um segundo parada, ainda processando, mas logo fui correndo pro armário, puxando a roupa de guerra. Quando virei pra porta, ela escancarou de uma vez. Lucas entrou correndo, o choro dele já me derrubando antes mesmo de abrir a boca. El