28. Lua Depois que a operação terminou e a adrenalina finalmente baixou, eu e o Lucas sentamos à mesa pra almoçar. O silêncio tava carregado de uma paz esquisita, algo que eu não sentia faz tempo. Era raro poder passar um tempo assim com ele, sem os barulhos de tiro, sem o peso da guerra nas costas. O Lucas já tava mais calmo, mas dava pra ver que o susto ainda não tinha passado totalmente. Ele comia devagar, cabeça baixa, mas pelo menos o choro tinha parado. — Tá gostoso, mãe — ele disse, com a boca meio cheia. — Você fez mesmo? Eu ri, balançando a cabeça. — Fiz nada. O rango é da Tia Sônia, lá da esquina. Eu só esquentei. Ele deu um sorriso tímido e voltou a comer. Ficar com ele ali, naquela tranquilidade, era quase um luxo. Eu queria que durasse mais, mas o morro não para, e logo m