Capítulo 1
Eu confiei em você. Eu te amei Luiza por que fez isso?
_ Era o meu trabalho assim como era o seu. — ela aponta a arma em minha direção, mas antes que possa atirar em mim, um tiro acerta sua mão fazendo a arma dela cair no chão, e eu pego a minha, de forma rápida e aponto em sua direção, aquela era a mulher que dizia me amar, que estava comigo a mais de seis meses, e que eu pediria em casamento, hoje na casa dos meus pais.
_ Nunca mais uma mulher vai entrar em meu coração Luiza. — atiro duas vezes em seu peito e ela cai já sem vida no chão, olho para o lado e vejo meu chefe, o corvo, ele caminha devagar olhando meus pais no chão da sala, ela os matou, tão rápido que não pude fazer nada. Como pude ser tão i****a e confiar nela eu sou treinado para não confiar e confiei, entreguei meu coração e ela apenas me usou.
_ Vá a minha sala amanhã agente 86. — ele disse assim que confirmou a morte dos meus pais, tão frio como se meu pai não fosse seu amigo e braço direito a anos.
_ Sim, senhor.
Após os preparativos para o enterro de meus pais sigo para o escritório do chefe, assim que entro ele me manda sentar apenas com um aceno de mão, estou dentro dessa organização desde o dia que nasci, assim como meus pais.
_ Sinto muito pelo, o que aconteceu agente 86. — apenas concordo _ Mas não é sobre isso a nossa conversa. — ele se levanta e vai até o bar colocando uma dose de uísque e me trazendo o copo. _ Chegou a hora de me aposentar. — diz me entregando o copo.
_ Mas o chefe ainda está novo. — ele sorri e bebe a dose.
_ Estou doente agente 86. Vou morrer em no máximo dois anos e até lá eu vou te treinar para assumir o meu lugar. — olho sem reação durante alguns minutos.
_ Como assim assumir o seu lugar?
_ A partir de agora você é o novo chefe da organização de Torino. Você é o corvo de hoje em diante. — ele tira a máscara de ferro que esconde o seu rosto me revelando pela primeira vez sua identidade e me entrega a máscara. _ Parabéns, agente 86 você é o meu escolhido. A partir de hoje o seu passado não existe mais. O que existe é apenas o corvo e o seu legado. — pego a máscara e olho dentro dos seus olhos.
_ Não sei se vou conseguir.
_ Eu vou te ajudar. E vou te ensinar tudo o que precisa saber sobre os acordos e as punições.
_ Eu nunca vou firmar um acordo com outra organização em forma de casamento chefe. Não depois de Luiza.
_ Você sabe que os acordos são formados em casamentos arranjados, agente 86.
_ Eu não vou me casar chefe. — ele se vira e passa a mão no cabelo.
_ Tem um jeito de formar acordo que beneficia a organização agente 86. Mas são poucos que as aceita.
_ Que forma?
_ Acordo de submissão. — ele se vira e me olha firme.
_ Como seria?
_ A organização que vier até você oferecendo um acordo você vai, disser que não aceita o casamento e ele vai intender, apenas o chefe sabe como funciona esses acordos. O prazo para o acordo de submissão é um ano e depois disso a moça que o pai te oferecer será devolvida e o acordo é firmado. Mas em hipótese alguma você poderá a machucar, essa é uma regra, apenas ofereça prazer, e ela o mesmo a você.
_ Entendo, mas como é?
_ Eu vou te ensinar agente 86 e sei que você vai gostar. Mas agora venha aqui e sente na sua cadeira. — me levanto e vou até aonde ele manda, me sento devagar e ele se senta na minha frente.
_ Coloque a máscara e não a tire mais. Apenas a sua mulher pode saber sua identidade.
_ Então ninguém nunca saberá quem é o corvo. — digo colocando a máscara e assumindo o meu lugar de chefe na organização de Torino.
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° 20 anos depois °
* Emma Giordano *
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Caminhando devagar me aproximei do escritório do meu pai, eu sabia que para ser chamada assim com certa urgência não era coisa boa.
Parando diante da porta respirei fundo e arrumei os meus cabelos, eu era uma assassina exemplar, mas diante do meu pai eu era apenas uma menina obediente assim como fui ensinada a ser.
Com as dobras dos meus dedos bati três vezes na madeira da porta fazendo ecoar o som das batidas, não demorou para que eu escutasse "Entre" quase abafado pelo som da madeira então abri a porta vendo meu pai sentado em sua cadeira olhando alguns papéis.
_ Papa. — chamei assim que entrei e ele levantou a cabeça me fitando nos olhos antes de se levantar e vir me abraçar.
_ Bella figlia. — diz beijando meu rosto três vezes.
_ Pediu para me chamar?
_ Tenho negócios a tratar com você tesoro. — respirei fundo soltando um suspiro eu sabia que não seria bom para mim, a última vez que ele falou que tinha negócios a tratar com minha irmã Pietra foi para informar o seu noivado.
_ Diga papa com quem vou me casar? — ele me olha e bate em meu ombro duas vezes antes de voltar para a sua cadeira.
_ Não é um casamento bambina. É apenas um acordo.
_ Que tipo de acordo papa?
_ Você sabe bambina nossa organização é a melhor do ramo e temos o apoio da máfia de Roma. A maior de toda Itália.
_ Sim, papa. Por isso que Pietra irá se casar com Lorenzo Spozito.
_ Sim, tesoro sim. Mas você sabe que precisamos de alianças fortes para nos manter firmes. Precisamos de raízes para nossa organização se manter em pé.
_ Diga papa eu estou pronta para ouvir. — por mais que eu não esteja nada pronta.
_ Quero fazer um acordo com a organização de Torino e o chefe de lá me fez uma proposta muito boa. Ele quer uma de minhas filhas por um ano e depois o negócio está feito. — era a primeira vez que ouvia aquilo, geralmente os acordos eram firmados em casamento.
_ Um ano papa?
_ Apenas um ano. Você é a mais velha então tem de ser você. Pietra vai se casar amanhã, e Alice ainda é nova.
_ Eu sei papa, entendo minha situação. Mas quem é o homem que vai ser meu companheiro durante esse ano.
_ O corvo. — meu coração gelou naquele momento, mesmo morando em Roma eu já tinha ouvido falar do corvo, ele não tinha rosto ninguém nunca o tinha visto sem a máscara de ferro que usava para esconder a sua identidade. Eu sabia que ele era mais velho que eu alguns anos, ou muitos, pois quando eu era pequena com meus quatorze anos já ouvia falar de suas mortes e até para mim que fui criada dentro de uma organização de assassinatos por aluguel eram terríveis.