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Amores Furtados - Dono do Morro

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intro-logo
Blurb

Ao conquistar a bolsa dos sonhos, Isabela deixa a família no interior de Minas Gerais para morar com os tios na capital carioca, levando consigo apenas a perspectiva e o sonho de um futuro melhor para ela e seus pais. Porém, a jovem não contava com o fato de que encontrar uma oportunidade de emprego seria tão complicado. Sem condições financeiras para apoiar os familiares com as despesas de casa, Isabela passa a ser vista como um grande incômodo e motivo de sucessivas implicâncias da tia e de seu então marido.

No auge dos seus 25 anos de idade, Rafael, vulgo Marreta, é dono de uma das maiores e mais lucrativas bocas do CV, tal poder desperta inveja em grandes rivais, e até mesmo em alguns aliados. Mas, apesar das turbulências com seu legado, ele mantém os pés firmes, não teme a morte e sempre está disposto a bater de frente com o perigo. Cobiçado e rodeado por lindas mulheres o tempo todo, ele dispensa qualquer forma de relacionamento sério, que não seja com sua querida família.

Numa tentativa frustrada de assalto, o destino trama para cruzar o coração quebrado e orgulhoso da jovem sonhadora, com a mente liberal e cafajeste de um maquiavélico dono do morro.

O que esperar de dois opostos?

O que fazer quando o perigo é o maior obstáculo para dois corpos transbordando de desejo?

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Prólogo
Marreta Três anos antes  Seria apenas mais uma tarde ensolarada como qualquer outra por aqui no morro do Chapadão, se não estivéssemos em meio ao fogo cruzado planejado pelo BOPE e mais centenas de homens do exército carregados até os dentes com altas munições.  O helicóptero que sobrevoava a área fazia com que as rajadas de bala caíssem mais do que chuva sobre nós. O bagulho era f**a. Os tiros. Os gritos. Junto à dor e o desespero de ver os parceiros e moradores inocentes caindo diante dos seus olhos, e você ali parado, se escondendo com uma presa, sem poder mover um único dedo.   Eu era um nada.  Entre os becos, vielas, e estreitas escadarias marcadas por pichações com a sigla do Comando Vermelho, vagabundo corria enquanto seus fuzis – alguns com o pente de balas esgotado – chacoalhavam nas costas suadas.  — p***a Marreta, onde tu tá?! Vaza daí c*****o, os vermes tá subindo que nem trem bala! Mete o pé! – segurei firme o rádio enquanto ouvia os suplícios de um fechamento meu, Bira.  — Não fode, c*****o! Meu tio tá lá embaixo cumprindo a missão dele cuzão! E você tá aí cagando pros vermes… – Bira me interrompeu angustiado, com a voz ofegante ecoando através da linha.  — Larga mão de ser o****o! Como é que nós vai bater de frente com caveirão, helicóptero, a p***a toda querendo f***r com nós, e tu acha mermo que uma .40 vai virar Jesus Cristo e fazer um milagre? – o grito eufórico abalou meus sentidos.  Na moral: ele tinha razão. Mas minha ideia nunca foi bater de frente com aqueles desgraçados, muito menos dar uma de suicida. Meu único objetivo era saber onde estava meu tio. O rádio dele não fazia contato a mais de meia hora, os pensamentos batiam como martelo no meu crânio, não conseguia pensar em nada, senão no pior.  Ignorei as chamadas daquele m***a e, mesmo exausto, permaneci saltando os degraus da escada de cimento coberto por resto de lodo, ocasionado pelas chuvas cotidianas, até alcançar a entrada de uma viela que fazia ligação com a rua 16. O peso do cano que manuseava em meus braços, fazia com que eles sofressem arduamente pela fadiga, ainda mais quando empunhava o fuzil para cima como uma forma de prevenção para qualquer cilada que os vermes ou até mesmo essa d***a de destino bolasse para me f***r.  Enquanto corria contra o temor e o desespero, uma bala passou raspando, assoprando por detrás da minha nuca, atingindo em cheio uma parede sem reboco. Os pelos, banhados pelo suor da minha pele se arrepiaram por todo meu corpo. Se eu não fosse preto, podia jurar que cheguei a ficar branco de tanto medo.  Deus me livrou, mais uma vez ele me livrou.  O impacto das rajadas aéreas atingia, fazia estrago por cada canto da favela. Naquele momento o único barulho que podia se ouvir era o dos tiros dos vermes botando o terror, provocando choros e clamores ao mesmo tempo em que tiravam a vida de inocentes e a esperança de um futuro para quaisquer sobreviventes.  O medo de uma desgraça ter acontecido com meu tio assombrava, causava um devaneio tremendo em meus pensamentos. O alvo ali era ele, sua cabeça valia mais de 50 conto na lista n***a dos canas. Com certeza os vermes não iriam descansar até estourar seus miolos na bala, disso ele estava ciente, é o preço a se pagar quando se é dono de um morro como este.  Não vou negar que eu também temia morrer ali e deixar minha família desamparada. Elas só tinham a mim e ao meu tio, se um de nós rodasse como é que minha mãe e irmã iriam continuar?  Meus olhos buscavam uma brecha em cada ponto estreito da viela. Em meio à correria vi alguns soldados da boca, que assim como eu buscavam por alguém, ou tinham esperança de recuperar uma parte da p*****a de d***a que estava distribuída pelos vários barracos – que serviam como esconderijos e local de trabalho – meu coração foi apunhalado quando vi dois canas com o cano empunhado para um dos seguranças.  Quando assenti a toda adrenalina, notei que um dos caras que estava sob a mira de um verme, não se tratava apenas de um dos soldadinhos de meu tio, e sim do meu mano Taquara, o homem que cresceu e sempre fechou desde moleque comigo. Ele e outros quatro estavam escorados embaixo de uma escadinha que dava acesso à laje de um barraco. Não, eles não conseguiam ver que estavam sob a marcação daqueles filhos da p**a, e se caso eu passasse o rádio os vermes iriam perceber. Ou seja, se eu não botasse pra f***r naquela p***a todos iriam rodar, levar rajada até morrer naquele canto.  Entre a encruzilhada do beco, mirei e disparei na direção de um deles. O corpo trêmulo e compulsivo caiu drasticamente sobre meus parceiros.  Eu gritei passando a visão.  Meus parceiros se ligaram na atividade. Taquara não esperou, direcionou para cima o fuzil e disparou incessantemente sobre a laje, os caras ao lado, assim como eu, fizeram o mesmo. Claro que a p***a dos vermes responderam à mesma altura, dispararam contra nós, iniciando um troca-troca neurótico, fazendo com que dois dos que colavam com a gente fossem arrebentados de bala.  Saí correndo dominado pela adrenalina, lutando pela vida enquanto me via como um alvo fácil dos desgraçados que brotavam mais do que mato às minhas costas. Taquara também corria com o fuzil erguido entre os braços.  — c*****o Marreta, vamo meter o pé daqui. Sá p***a tá lombrada! – gritou com a voz cansada.  — A intenção é essa mermão. Mas primeiro, eu tenho que tá ciente de onde o Chocolate se enfiou. Aquela p***a não responde, não passa a visão de nada!  — Ele que não é bobo e nem nada. Deve ter feito que nem os outros donos: vazado daqui a muito tempo! Só tá sobrando nós de bobeira!  O suor quente escorria através da minha pele, meus batimentos cardíacos aceleravam não só pela adrenalina e cansaço, mas também pela pressão de estar na mira do exército, de helicópteros metendo bala, de caveirões nos caçando como um gato à procura de um rato. Eles sempre tinham a vantagem.  Minhas pernas vez ou outra erravam a troca de passos, a tonteira também rodava pela minha cabeça quando novamente ouvi meu rádio apitar.  — Fala!  — Teu tio tá na boca da 26 desesperado. Os caras já fizeram de tudo pra tentar tirar ele de lá, mas o cara parece que tá pirado!  — Valeu. Tô colando lá! – respirei fundo contendo toda minha ansiedade. Se não fôssemos acertados por uma rajada até lá, no ritmo em que estávamos, chegaríamos em uns 10 minutos.  A cada passo sentia calabrear minhas pernas, no lugar das palavras só saíam ofegos acompanhados pelo estufar e murchar de meu peito. A casa de dois andares entregava a humildade pela exposição dos tijolos e pichações escrotas espalhadas pela porta da entrada, assim como as janelas de madeira com rachaduras, algumas faltando pedaços.  Os tiros continuavam ecoando por toda área, aquele quarteirão parecia um deserto em ruínas, e dentro da casa não havia ninguém, exceto meu tio. Não foi difícil arrombar a porta escorada por um sofá podre de velho. Assim que adentrei ergui o fuzil, engatilhei e mirei buscando alguma vacilação.  — Chocolate? – perguntei cansado.  —Tá fazendo o quê aqui moleque?! – sua voz ecoou de um cômodo próximo.  Incrível que por mais que os anos se passassem ele continuava me tratando da mesma maneira: como moleque.  Taquara e eu atravessamos a sala suja, com móveis caindo aos pedaços – parecia ter passado um furacão por ali – e seguimos para um cômodo estreito repleto de sacos transparentes, armas de pequeno porte largada pelo chão e uma pequena balança de precisão.  Meu tio estava eufórico, desconcertado, ensacando feito louco os vários tabletes de pasta base. Ele estava de costas e sem camisa, a pele escura deixava as tatuagens quase imperceptíveis.  — p***a Chocolate! Tu tá maluco c*****o? Tem verme pra todo lado e tu tá aqui ensacando esses bagulho?! Larga disso vamo sumir na área!  — Não – afirmou rude enquanto virava a cabeça de maneira brusca.  —Tu vai vim agora! Se não vier…  — Se não vier o quê moleque? – o grito ecoou por cada cômodo.  — Eu vou meter bala! Que palhaçada é essa?! Se tu for pego, tu não vai pro xadrez, tu morre, p***a!  Tio Chocolate abriu um sorriso sarcástico.  — Se eu não morrer pelos vermes eu rodo na mão do Coroa! Tu sabe que ele não perdoa quem deve, imagina só o que o velho vai dizer quando descobrir que eu perdi mais de uma tonelada de pasta base praqueles filho da p**a?! Não garra comigo não moleque, minha morte é certeira!  — Cala a boca, o****o! – gritei como um desabafo, eu queria discordar, dizer que ele estava errado, mas não fui capaz porque estava ciente de que tudo que ele disse era verdade.  Chocolate era um pai, o homem que me ensinou tudo, foi ele me que ensinou a viver no inferno sem me iludir com o d***o.  — Marreta, Chocolate tá certo c*****o. Já era!  — Não! – me impus. Os olhos do meu tio vieram de encontro aos meus.   Fomos surpreendidos quando estalos e arranque de fuzis se alastraram em volta do barraco.  — p***a! Agora tu vai rodar porque deu essa bobeira de vir atrás de mim. Foge c*****o, mete o pé, vaza daqui moleque!  — Tu também p***a! Bora meter o pé! – dei um grito ensurdecedor.  Meu tio respirou fundo franzindo a testa suada. Ele apanhou o fuzil ali jogado com má vontade. Chocolate se culpava por não ter pago a p***a do arrego para os vermes, ele já estava cheio disso, cansado dessa vida medíocre de viver rodeado pelos b***s, e pelos canas perseguindo-o. Para ele morrer seria mais conveniente do que aturar Coroa enchendo o saco, olho grande dos alemão e os vermes com aporrinhação.  Ele me deu ouvidos ao se dar conta de que o bagulho havia lombrado de vez.  Com as respirações fadigadas eu, ele e meu parceiro corremos desesperados, saltitando os degraus enquanto os vermes miravam com astúcia em nossas canelas. Alcançamos o segundo andar persistindo firmes, enquanto meu tio nos guiava para a escada exposta e sem corrimões fora do barraco que nos dava acesso à laje. Os vermes não cessavam, as balas cruzavam, o fogo estalava por todas as direções.  Era três de nós, contra dez dos vermes.  Eu tentava transmitir todo meu medo para o fuzil que carregava, com ele me sentia seguro, protegido. E sem ele eu me sentia apenas como mais um preto fodido.  Na laje cheguei com o coração palpitando, meus batimentos cardíacos eram fortes, eu tinha a sensação de que a qualquer instante meu coração seria dolorosamente arrancado do meu peito. Encarei meu tio e Taquara, ambos estavam no mesmo estado que eu: exaustos. Nossos corpos encharcados pelo suor ardente foram refrescados pelos movimentos contínuos das hélices do helicóptero que se reclinava a nós. A nave acima da minha cabeça me deixou ainda mais atordoado. Mirei o fuzil com os braços tremendo enquanto o pente era descarregado na direção dos merdas.  — Mano, nós cumpriu nossa missão… acabou pra nós… – Taquara gritou competindo sua voz rouca com o ranger das hélices.  Não dava para bater de frente com aqueles desgraçados daqueles vermes. Nos separamos desfocando a mira da nave que botava pressão. Os tiros vindos de cima disparavam com fúria tentando atingir nossas cabeças a todo custo.  Um rugido de dor sobressaiu.  Era meu tio… dobrando os joelhos, indo de encontro ao chão com as mãos cobertas de sangue pressionando o abdômen. — Chocolate! Não…  Meu grito saiu fraco, rouco. Minhas pálpebras brigava com minha dor para que eu não deixasse escapar uma lágrima… meu mundo estava caindo, meu peito ficou vago, o corpo todo bambeou quando vi diante dos meus olhos o homem que considerei como pai agonizando, morrendo ao meu lado…  Vermes desgraçados! Filhos da p**a! Arrombados! — Na cozinha do barraco ali na frente… tem um bueiro… – ofegou com dor – que liga até o esgoto do morro… dali tu segue… agora é tua vez, vê se faz direito m o l e q u e… – as pernas finas vacilaram fazendo os joelhos dobrarem, e consequentemente arremessando seu corpo no piso áspero da laje. Veio uma vontade doida de correr contra o tempo, pela vida, por cada segundo perdido só para poder ter a chance de dar o papo do quanto ele foi importante, mas fomos cercados. Taquara correu até mim, desesperado jogou o corpo pesado sobre o meu. Ainda estava aéreo, a imagem do meu tio vagava, mexia com meus neurônios até doer, só caí em mim quando senti o telhado partindo, cravando na pele a ponto de arrancar sangue, dor. Meu corpo tremeu dolorosamente quando tocou o chão, a pele ardia como brasa.  — Tu pegou a visão p***a?! O bueiro c*****o! O bueiro!  Levantamos jogando a p***a dos cacos pro lado. Meu parça estava no mesmo estado que eu: Fodido. As pernas do cara fraquejavam assim como minha cabeça girava, mas não nos deixamos levar por aquilo, seguimos mancando, escorando nas paredes até encontrar o bueiro na cozinha.    O buraco daquela p***a era estreito e fedia a m***a, para caber tinha que se enfiar um. E foi isso que fizemos.  O bueiro era nossa segunda chance.  Que seja o que Deus quiser. Ele com nós sempre.     

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