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1103 Words
Hilary Dean O táxi está me levando para o endereço do mini apartamento que aluguei pela internet e dou uma boa olhada na cidade. Tem muita coisa grande, bonita e bem diferente de onde eu venho. A cidade é muito movimentada, tem vários pontos de comércio de fácil acesso e não tiro os meus olhos da janela. Sinto um frio na barriga pela emoção de estar aqui e queria muito que a Nicole estivesse comigo. Por lembrar dela, eu pego o meu celular e já começo a digitar uma mensagem para ela. “Cheguei e está tudo bem!” A mensagem é acompanhada de uma foto da cidade e já envio para ela. O carro para no caminho pelo sinal vermelho e aproveito para uma outra foto. Nessa, eu já me incluo e mostro um pouco da janela. “Linda! Estou aliviada de ter chegado bem e vou mostrar aos nossos pais!” Já disse que amo essa garota como minha irmã? Eu amo! Ela me incluiu verdadeiramente na sua família e foi a melhor coisa que já me aconteceu. Por causa deles, eu me sinto aceita e já sei que mais tarde terá chamada de vídeo com todos eles. O carro volta ao caminho e apesar do nervoso, eu sei que o lugar que escolhemos foi certo. Eu e Nicole, fizemos uma pesquisa aprofundada sobre o local e é o que posso pagar por uns meses iniciais. Isso me lembra que eu preciso de um emprego o quanto antes e até conseguir, eu tenho que decidir qual refeição do dia eu vou pular. É, não é fácil mudar assim por completo e com dinheiro contado! — Chegamos! — O carro estaciona bem em frente ao prédio da foto que vi. — Aqui está e muito obrigada! — Pago pela viagem e ele acena. — Disponha! — Abro a porta do carro e vou pegando as minhas coisas. Assim que piso na calçada, eu respiro fundo e ouço o som do carro saindo. O prédio é bem alto e tem vários andares. Eu escolhi aqui embaixo mesmo por ser mais barato. Quanto mais alto é o quarto, mais caro é. Fora que, fica mais fácil de sair e claro, os quartos de baixo são mais simples. Ando em direção à entrada e aperto o botão de chamada. Ouço o som de destranca do portão e passo por ele para subir uns cinco degraus. A recepção é a primeira coisa que eu vejo e fora a mulher no balcão, tem um homem na portaria. — Posso ajudar? — A voz pesada da mulher do balcão me assusta. A cara dela não é nada boa! A mulher da recepção é uma jovem de cara bem fechada que mostra impaciência. Ela tem cabelos longos e pretos, usa um batom vermelho quase laranja e a expressão de raiva é visível. Não sei se raiva é o adequado, pode ser de estresse e mäu humor. — Oi, é..., eu aluguei pela internet. — Falo me aproximando do balcão. — Documento... — Chego mais perto e pego a minha carteira na bolsa. Ela dá uma olhada, eu espero um pouco e depois ela me devolve. — O seu quarto fica aqui embaixo e o aluguel do mês tem que ser pago agora. — Ok! — Enquanto eu pego o dinheiro, ela faz mais alguma coisa no computador. O lugar não é rüim, mas o atendimento é. A mulher me olha como se eu devesse algo a ela e fico apenas observando o local. É limpo, simples, tem cheiro de limpeza e noto que tem um elevador e escadas de emergência. Assim que faço o pagamento, eu recebo um recibo e ela me dá as chaves e me pede para lhe acompanhar. O quarto fica no corredor ao lado e bem no meio dele. Ela vai abrindo a porta e entra primeiro. — Não perca a sua chave que só temos uma reserva... — Ela começa assim que passo da porta. — O aquecedor está com defeito e só funciona até certo ponto. Não tem água quente no chuveiro e quando for cozinhar, dê uma boa olhada no gás. — Fico curiosa quanto isso. — Vou te mostrar. — E assim, eu a sigo até a cozinha. — Essa é a válvula. Depois que usar, desça para ficar fechada. Nós já tivemos problemas com vazamento de gás e não queremos outro. — Aceno entendendo bem. — Tudo bem. Tem algo mais? — Pergunto sendo encarada por ela. — Nada de som alto depois das nove da noite, as entregas de qualquer tipo são feitas na recepção e se chegar algo, nós avisamos. O interfone fica aqui na cozinha e nada pode ser mudado nos móveis. — Ok! Muito obrigada pela ajuda e se eu tiver dúvidas, eu lhe procuro. — Falo da forma mais amigável possível. — Espero que não precise. — Ele me dá as chaves e se afasta. — Seja bem-vinda! — Ela sai fechando a porta com tudo e o susto vem. — Credo! — Fico chocada com o jeito dela. — Que escrotä... Dou uma boa olhada no local e não é rüim. É pequeno e simples, mas parece bom. Eu coloco a chave na porta e a tranco. Então, começo a andar pelo local. Tudo é bem pequeno contendo uma mini cozinha que já se junta com a sala. Não há nada que separe o quarto também, mas o banheiro fica do lado da cozinha. É como se fosse apenas um cômodo e o que separa as coisas são os móveis! Falando em móveis, tem muita coisa e por sorte, tudo tem cheiro de que foi limpo recentemente. Não vejo poeira, nada de sujeira e o sofá e a cama são bem apresentáveis. A geladeira funciona bem, também tem lava louças e há uma porta nos fundos. Ao abrir, ela dá acesso a um pequeno espaço para lavar roupas e tem um varal também pequeno. É bem diferente da casa que eu alugava no Canadá, mas poderia ser pior. As duas coisas que a mulher falou que não funciona bem é o aquecedor e o chuveiro não tem água quente. Pensando bem, ela apenas informou isso e não falou se vão consertar. Fora que, ela também não falou nem o nome dela. — É uma escrotä mesmo... — Falo comigo mesmo. Aqui não tem um guarda-roupas, mas tem uma cômoda e começo a olhar tudo para saber onde eu vou colocar as minhas coisas. Bom, eu vou ter que me acostumar com o pouco espaço e tentar deixar esse lugar a minha cara. Espero conseguir!
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