Hilary Dean
Eu ajudei no que podia com o pequeno Michael. Eu e o pai dele que descobri se chamar Mark, fomos ao banheiro do local e ele ficou na porta observando tudo. A sorte, é que a bolsa tinha realmente tudo. Talco, pomada, colônia, roupa limpa e depois de ficar sequinho, limpo e cheiroso, o choro dele parou. Nem parecia mais o bebê que estava chorando histericamente.
Na bolsa, tinha uma mamadeira reserva e demos um jeitinho para dar a ele. Depois disso, o bebê ficou sonolento e dormiu sem dificuldade. Aquele bebê é lindo e agora, ele está no banco da frente. Mark, está literalmente esgotado pelo cansaço e eu o vejo dormir daqui.
As palavras que trocamos foram arrastadas, pesadas e ele forçava os olhos a ficarem abertos. Não perguntei o que houve por causa do jeito dele, mas confesso que fiquei com o coração apertado. Eu nunca vi um homem desse jeito e fico me perguntando como será depois desse voo.
Bom, pela roupa dele e relógio, pelos sapatos sociais e até a viagem de primeira classe, eu quero acreditar que ele tenha recursos para ter uma babá. Claro, isso se ele não tiver esposa para lhe ajudar. Eu vi bem o relógio em seu pulso e parece muito, mas muito caro. Fora o terno que, por mais desajeitado que estivesse se mostrava bem caro.
Quando fiquei com Michael em meus braços, eu vi melhor a semelhança deles. Fiquei e ainda estou curiosa sobre esse homem.
Ele deveria estar acompanhado por alguém!
Será mesmo que ele não tem esposa? Irmãos, pais ou algo assim? Essa parte que é estranha para mim. Tenho uma visão bem pequena dele, mas consigo lhe ver bem apagado mesmo pelo sono. Nisso, eu tomo um chá calmante que a aeromoça me deu e me sinto um pouco melhor. Deixo tudo ao lado e me levanto para ver Michael. Ele está na cadeirinha, todo seguro e tem um paninho lhe cobrindo um pouco.
Ele está bem!
Volto ao meu assento e me ajeito toda. fecho a janela e encosto a minha cabeça. Sinto um pouco de cansaço, porque não dormi nada essa noite. Fiquei horas e mais horas separando as minhas coisas para essa viagem e tive que correr nos detalhes da casa. Fora que, o nervosismo não me deixou quieta.
Eu preciso dormir um pouco e assim, eu vou me permitindo.
{ . . . }
Abro os meus olhos num susto e olho ao redor já assustada. Eu apaguei aqui! Sim, apaguei e digo isso, porque vejo muita gente já saindo e não percebi que o avião parou. Caramba, o cansaço estava maior do que pensei. Eu me levanto rapidamente e a primeira coisa que faço, é olhar para o banco da frente.
Mark, já não está no banco e já deve ter ido embora. Isso só mostra que eu realmente apaguei no que pensei que seria apenas um cochilo pequeno e leve.
— Caramba..., o que foi isso? — Falo comigo mesma e começo a pegar as minhas coisas.
Apenas a minha mala ficou ali com a mochila em cima e eu fiquei com a bolsa aqui. Eu literalmente dou um tapinha na minha cara para me acordar e praticamente não tem mais ninguém aqui. Só vejo o grupo de aeromoças lá trás mexendo umas coisas e uma delas começa a olhar os assentos vazios.
Assim que pego tudo, eu ouço um som que me faz parar.
Não, isso não pode estar acontecendo!
— Ah, eu não acredito nisso... — Falo completamente chocada.
Pode parecer a maior loucura dessa vida, mas é real. Michael, o bebê que eu ajudei está aqui sozinho no banco todo enrolado na cadeirinha. Sim, está aqui sozinho e está acordando agora. O meu corpo inteiro começa a gelar em susto e fico alguns segundos sem saber o que fazer.
Caramba, e agora? O que eu faço? Como vou dizer isso para aquelas mulheres? O que elas vão fazer?
Alguém me ajuda?
— Oi, meu amor..., vem com a titia aqui. — Falo com ele enquanto lhe solto. — Está tudo bem e, é..., é... — Estou toda nervosa. — O seu papai volta já! — Vou falando com ele e retiro a cadeirinha. — Vamos procurar por ele? Vem que eu te ajudo! — Falo com o bebê como se ele entendesse, mas estou quase me borrando aqui.
Nisso, eu fico aqui numa luta. Estou com uma mala grande, uma bolsa e mochila. E claro, com uma cadeirinha de um bebê e não faço ideia de como sair daqui. A loucura se torna maior, ao ver que Mark saiu com tudo dele. Inclusive, com a bolsa do bebê.
Como pode isso?
“Deus, me ajuda aqui. Por favor!” Peço mentalmente.
— Olá, precisa de ajuda? — Uma das aeromoças me chama. — Não lembro de você ter entrado com um bebê. — Ela me olha toda confusa e em alerta. — Moça?
Ah, caramba! Agora ferrou tudo e não faço ideia do que dizer. É meu fim, vou ser presa acusada de roubar um bebê.
— Bom, é..., ele é..., ele é meu... — Não consigo falar. — Na verdade, é..., ele ... — As palavras somem da minha boca agora. — E-eu posso explicar...
— Michael!!! — Mark, aparece na porta do avião e vem com tudo na minha direção. — Ah, que susto! E-eu..., eu não sei o que me deu e... — Eu não o deixo terminar de falar.
— Oi, primo! — Falo sem pensar duas vezes. — Eu é..., você o deixou comigo, lembra?
— Ela é sua prima, senhor? — Eu olho para Mark e suplico usando o olhar. — O senhor deixou o bebê com ela?
Eu estou literalmente pedindo para que ele concorde comigo aqui e a tensão é grande. Ele fica me olhando em silêncio e esse silêncio só me deixa apavorada. Se ele negär eu estou ferrada e sinto até uma falta de ar agora.
Por favor, diz alguma coisa e confirma o que falei..., por favor...