Dois

3076 Words
Já era segunda pela manhã e eu tinha que ir para o escritório. Parecia que naquele dia nada seria fácil, cheguei quase meia hora atrasada. A secretária dessa vez era uma moça loira muito gentil, fiquei imaginando o que tinha acontecido com a anterior. Vendo meu nervosismo, ela me disse para ficar tranquila que o chefe ainda não havia chegado, o que me deixou mais aliviada. Mais meia hora e ele chegou. Parecia estar de péssimo humor, recebi um “bom dia” curto e o pedido para aguardar apenas com o gesto da mão. Aguardei. Uma hora e meia depois fui chamada à sua sala. - Como já deve ter percebido, analisei melhor seu currículo e mesmo sem experiência acredito que você vai se desenvolver muito bem. Agora preciso que você preencha algumas fichas que não são eliminatórias, o cargo na verdade já é seu, mas é norma da empresa e não posso ser contrário a isso. Senti-me muito feliz, embora o tom rápido e seco de sua voz não me deixasse muito confortável. - Pretendia chamar antes, mas com a saída da outra secretária foi necessário um tempo para acompanhar Mirian no novo cargo e deixar que ela conhecesse um pouco da empresa. Percebi o tom ficar mais carregado quando ele pronunciou o termo secretária. E mais estranho: qual o motivo para uma mudança tão rápida? O habitual era que a outra moça treinasse a funcionária atual e cumprisse o aviso prévio. Antes que eu terminasse de concluir o raciocínio ele já estava falando de novo. - Espero que você não seja distraída assim normalmente. Fui pega de surpresa. - Me desculpe. Fiquei meio sem jeito. - Vou pedir a Mirian para lhe apresentar o escritório e sua sala, assim que tiver preenchido os formulários. Depois do almoço ficará aqui na sala comigo para conhecer um pouco da empresa e tudo aquilo que vou precisar de você. O homem me desconcertou com uma crítica, depois me disse que ficaria toda a tarde a sós com ele, no fim me olhou com um meio sorriso um pouco mais que sugestivo após pronunciar as últimas palavras! Tive que respirar fundo algumas vezes para poder processar aquele momento embaraçoso. Mirian era realmente muito simpática, nossa amizade foi quase instantânea. Tinha minha idade, era loira e menos exuberante que a secretária anterior. Com menos de um metro e sessenta dava para perceber que foi preciso uns ajustes em seu uniforme. Naquela tarde, soube que ela tinha um filho de seis anos e que vinha do nordeste do país com sua mãe para tentar uma vida melhor. Estava muito feliz de começar a trabalhar numa empresa, pois antes vivia de pequenos trabalhos informais e estava mais feliz ainda porque estávamos começando quase juntas. -Você conheceu a outra secretária? Perguntei enquanto ela me guiava pelo escritório. -Só no dia em que vim fazer a entrevista, quando cheguei parecia que ela e o chefe tinham discutido. Ela não sabia que ia ser substituída. Ouvi de alguns que era muito antipática e só tratava bem os superiores... Uma boa puxa saco! Ela chegou mais perto para cochichar. - Dizem que ela era um caso antigo dele. Completou. - O clichê patrão e secretária... Comentei revirando os olhos. - Não, depois de contratada eles não tiveram mais nada, ao menos assim me contaram. Ela levantou e abaixou os ombros, me levando até a sala que eu ocuparia. A ambiente era espaçoso, porém parecia desconectada do resto do escritório, isso por que estava vazia. Exceto por uma mesa de vidro parecida com a do chefe e uma cadeira estofada, não havia decoração e as paredes contavam com uma cor branca como se o escritório tivesse sido comprado recentemente. Depois do almoço fui novamente para sua companhia do meu novo chefe. Comecei a perceber que não ia ser fácil trabalhar ali. Quando ele estava presente eu não conseguia pensar direito, minha atenção girava em torno dele, seu perfume, jeito de andar, de falar. Eu esperava que aquilo fosse só por estar no início, com certeza as outras mulheres também ficavam balançadas em sua presença, não? Durante a tarde meu ele estava mais calmo, cheio de carisma, e mais sensual ainda. - Então Liliana, conheceu o escritório? Mirian tem pouco tempo aqui mas, se mostra uma ótima profissional. Já conhece muita coisa da empresa. Falou animado. - Sim, conheci. Ela foi bastante cordial comigo. Gostei muito daqui, também. Respondi, sorrindo nervosa, por não conseguir sossegar na presença dele. - Muito bem. Assim que possível vou levar você a uma de nossas lojas para que conheça os móveis que fabricamos. - Será ótimo. Respondi meio sem jeito. Por mais que percebesse que eu estava pouco à vontade, o homem tomava todo o espaço, ficava tão próximo que eu conseguia sentir cada aroma que fluía dele, e era uma mistura tentadora. Comecei a desejar que o fim do dia chegasse o mais rápido possível. Passamos ali as horas da tarde, ele me mostrando documentos e detalhes do funcionamento da empresa e eu tentando me acostumar com cada um dos seus movimentos ao meu redor. Em alguns momentos ele me tocava. Era um contato querido e desagradável, ao mesmo tempo. Fiquei perdida em meio àquelas sensações. - Esqueci de perguntar. Conheceu sua sala? Me perguntou em certo momento da tarde. Engraçado que o tempo que passei em sua presença, me fez esquecer completamente a estranheza do ambiente. - Mirian me levou lá. Mas achei estranho um detalhe... - Sim, qual? Nada em seu rosto dizia que já não imaginava do que eu estava falando. - É diferente das outras, não possui decoração, as paredes são brancas. Não tem nada além de uma mesa e uma cadeira. Falei com minhas sobrancelhas franzidas. - Isso. Quero que você se sinta bem aqui, então decidi deixar que escolhesse como queria sua sala. Como já percebeu, minha sala tem um toque a mais que a destaca das outras. Será que ele tinha algum problema? No mínimo era peculiar, para não dizer estranho, que eu mesma fosse escolher a decoração da minha sala! - Isso percebi. Mas quanto à minha pode ser conforme o senhor desejar. - Bom, de qualquer forma não tenho tempo, então esse trabalho agora é seu. Breve poderá falar com nosso decorador e optar pelo que mais lhe agradar. Pode escolher também seu computador e qualquer outro móvel, caso ache que precise. Será entregue o mais rápido possível. - Ele fez uma pausa e depois voltou a falar. - E por favor, não precisa usar o tratamento de senhor comigo. No fim daquele dia me senti esgotada, mesmo sendo apenas o primeiro. Ricardo… 1 Aquela sexta-feira foi marcante. Não, não foi uma festa ou um jantar. Não foi uma mulher quente, na verdade foi, mas infelizmente ela não estava na minha cama me fazendo ter a melhor das noites. Não. Ela estava ali no meu escritório, na segunda hora da tarde, para fazer uma entrevista que a admitiria para ser minha auxiliar administrativo. Esse horário só me lembrava que era sexta e ela deveria ficar linda a noite, sem tantas peças de roupa... O dia estava sendo cansativo. Tive uma manhã movimentada resolvendo problemas com o gerente de uma loja local. Amo o que faço e o esforço que empreguei para torná-lo rentável em um curto período de tempo faz com que eu seja grato por qualquer coisa a respeito da minha empresa. Poucos acreditaram em mim e eu mesmo duvidei que meu projeto modesto chegaria a nível nacional. Com trinta e dois anos muitos que não tivessem assumido uma empresa familiar ainda estariam lutando para manter um pequeno ou médio negócio. Mas aquele dia estava exigindo muita energia. Para completar, ainda tinha que lidar com Karen mostrando todos os seus "dotes" para mim. Deixei claro que no dia que pisasse na minha empresa nossa relação seria unicamente profissional, mas ao que parecia a mulher tinha dificuldade em entender. Ela era deliciosa. Ainda me lembrava a sensação daquelas curvas sob minhas mãos, coisa que no início era perfeito. Uma relação casual intensa. Eu contava as horas para ter suas coxas em volta da minha cintura e não economizava para as melhores noites em sua cama, ou no chão, no sofá, em meu carro… enfim. Eu a ajudava financeiramente. Não é que fosse um tipo de p********a, mas Karen era amante de pequenos luxos, ainda que não fosse sua realidade financeira. Já eu, não via problemas em lhe agradar. No entanto, ela começou a flertar com meus amigos. Entenda, mesmo sem um relacionamento assumido, não me agradava compartilhar sua atenção com alguém que eu conhecesse. Quando terminei nosso caso ela disse que não estava conseguindo emprego e não poderia se manter, então lhe ofereci o posto de secretária na Móveis do Sul. No início era minha tentação de todos os dias. Ela sabia, e não pensava duas vezes antes de se debruçar sobre a mesa em frente ao espelho da minha sala, assim eu conseguia ver seus p****s e uma b***a muito redonda para meu autocontrole. Era uma tortura não poder sentir aquela parte tão bem feita em minhas mãos. Mas me controlei, mantendo minha posição. Ali era minha empresa, vida pessoal era uma coisa e profissional era outra. No dia em questão ela já havia feito aquele jogo logo pela manhã, infelizmente para minha secretária isso já não me atraía mais. Agora havia se tornado um problema, ela flertava com cada funcionário de cargo mais alto e todos sabiam, até mesmo com possíveis clientes onde via potencial para suas ambições. Além disso, tratava m*l os outros funcionários, cheguei a receber queixas tanto por uma situação quanto por outra. Aquilo poderia prejudicar a imagem da empresa e estava afetando outros setores aos poucos, por isso decidi que era hora de retirá-la de vez da minha empresa. Pela tarde, Karen veio anunciar a chegada dela. Tudo que eu não queria naquele dia era ter que entrevistar alguém e estive a ponto de desmarcar, mas estava precisando de auxílio, havia um administrador regional para cada estado e eu mantinha contato frequente com todos, porém no escritório eu precisava de alguém para me auxiliar em minhas funções. Organizei minha mesa, que não estava tão arrumada quanto deveria, pois minha secretária acrescentou isso a suas falhas. E então pedi que a candidata entrasse. Ela escorregou na porta de entrada e acreditou que eu não tinha visto. Por pouco não ri daquela situação, mas a pobre já estava nervosa, não queria piorar seu estado. Quando vi foto no currículo admirei sua beleza, achei quase perfeita, mas não chamaria minha atenção. No entanto quando entrou totalmente composta senti a garganta seca. Era muito sensual, nada forçado como Karen, mas parecia fazer parte dela. Seu corpo tinha proporções perfeitas, tinha cerca de um metro e sessenta e cinco, pele bronzeada, olhos de cor castanho médio que deveriam ser simples, entretanto eu poderia me perder neles. A boca era carnuda e remetia a suaves mordidas e beijos fortes, usava um leve batom rosado e ainda assim era impossível não se sentir atraído. O rosto em formato de coração e os cabelos encaracolados de um castanho natural brilhante chegavam ao meio das costas. Dava vontade de cheirar e enrolar as mãos, perder os dedos naqueles caracóis e ao mesmo tempo puxá-los para um beijo longo. Estava bem arrumada, a roupa escondia um pouco o corpo mas tinha s***s na medida certa mesmo com os sutiãs de enchimento. Senti uma imensa curiosidade de verificar se eram rendados ou simplesmente lisos. Seus quadris eram arredondados e havia um par de pernas perfeitas, por fim, seu bumbum como pude comprovar pelo espelho era perfeitamente empinado. Como era bom ter aquele espelho ali. Se não bastasse, tinha um cheiro delicioso, o odor que vinha da sua pele me fazia ficar ainda mais atraído. Ela entrou e me saudou com um suave “bom dia”. Pedi que sentasse e iniciei a entrevista. Dava para perceber o nervosismo no tremor de suas mãos. - Por que decidiu pela Administração? - Como? Desculpe, não entendi o sentido da pergunta. Me olhou parecendo pouco à vontade com a pergunta, na verdade parecia sem jeito com toda a situação. Em alguns momentos seus olhos avaliavam tudo ao redor e em outros ela olhava diretamente nos meus. Tive medo de esquecer que aquela era a minha sala, que a moça poderia ser minha futura funcionária e agarrá-la ali mesmo. A curiosidade de saber sua reação era enorme. Será que fugiria? Ou corresponderia na mesma intensidade? Será que eu conseguiria atiçá-la? Com esse pensamento tive que me ajustar na cadeira pois meu corpo já estava em alerta. Afinal, não precisava que ela pensasse estar com um t****o. - Vi sua foto no currículo e agora pessoalmente comprovei que poderia ter escolhido uma carreira que exigisse menos esforço e trabalho mental. Você é muito bonita, poderia muito bem ter escolhido uma carreira artística ou visual. Aqui vai ficar em uma sala fechada grande parte do tempo. Percebi uma pontada de desagrado naquele rosto lindo e um certo pânico no olhar, quase me arrependi do que falei, mas com Karen como exemplo, entendi que muitas mulheres usam ou tentam usar sua beleza para conseguir o que querem. - Nem todas as mulheres bonitas desejam expor sua imagem. Gosto de organizar coisas, contribuir para o crescimento e a continuação de algo. Gosto de números também e processos. Não conseguiria falar duas palavras em público sem gaguejar. Não mostrou falsa modéstia nem tentou conseguir mais elogios, simplesmente respondeu. Isso de certa forma me agradou e eu já estava mais que atraído. Senti uma enorme curiosidade em conhecer aquela mulher, usei mais tempo que o necessário na entrevista e sempre me pegava perdido quando a olhava. Mas infelizmente o tempo acabou. A informei que iria analisar novamente seu currículo, embora não cabia dúvida que a chamaria. Sempre gostei de ajudar pessoas esforçadas e ali estava uma que demonstrava isso, alguém que estava no início da carreira, apenas buscando uma oportunidade. Eu só esperava não estragar tudo antes... Karen entrou logo após sua saída. Me dando mais uma amostra da carne aveludada perfeita de seus s***s fartos. Só tudo o que eu queria ver naquele momento, tinha acabado de sair da minha sala. - Essa menina veio para ocupar meu lugar, Ric? Ela perguntou encostando na mesa, esperando um indício de aprovação para escorregar em meu colo. - Não, veio para o cargo de auxiliar administrativo. - Sério? Achei que eu fosse ser promovida. E não que viria uma novata, ainda mais com essa aparência. Nunca percebi um mínimo de preconceito em Karen, principalmente quando ela se jogava em cima de meus colegas independente de suas características físicas. - Gosto de dar oportunidades. Não dei uma a você? - Mas eu sou muito experiente, e minha aparência agrega valor a sua empresa. Você agora faz caridade? Me perguntou contrariada, talvez tivesse esquecido o quanto chorou por ajuda quando acabei com nosso caso. - Mas em comportamento Karen, você tem deixado a desejar. E ela é uma bela imagem, não vi nada que a deixasse em desvantagem com você. - Ela vai te dar outras coisas? Se for assim, eu ainda tenho muita disposição para isso... Disse sentando em meu colo, se esfregando, só consegui tirá-la de cima e me afastar enojado. - Estou indo. Por favor, encerre meu atendimento hoje e programe todas as chamadas para a próxima semana. Percebendo que não encontraria nada ,ela saiu da sala com um olhar ressentido. Meia hora depois, quando enfim ia para casa depois de um dia exaustivo, ainda fui obrigado a assistir uma cena desagradável. Ela acabava de sair do banheiro coletivo com o administrador de uma das empresas que mantinha escritório em outro andar, alisando a saia enquanto o homem terminava de abotoar as calças. Aquilo foi a gota d’água, e fez minha paciência se esgotar. - Karen, segunda-feira quero que esteja às oito na minha sala, preciso ter uma conversa com você. Fui para o elevador acompanhado pelo p****e, que não sabia onde esconder a cara. Dificilmente um empresário descansa quando sai de sua empresa, na verdade dificilmente um empresário descansa. Ao chegar em casa me senti imensamente grato por todo o silêncio ali. Lancei imediatamente o anúncio para a vaga de secretária, precisava dispensar a minha o mais rápido possível. E dali teria que treinar a nova funcionária e provavelmente não veria minha nova funcionária tão cedo. Droga! Sempre gostei de fazer pessoalmente as entrevistas. Gostava de conhecer de perto as pessoas que entravam em minha companhia, mas isso se tornava cada vez mais difícil, então essa seria uma das tarefas da minha futura auxiliar administrativo. A vida de solteiro era maravilhosa, não precisava dar atenção a mais ninguém quando estava em casa, nada de explicações, cobranças ou o que mais fizesse parte de um relacionamento. O casamento me resultou muito desastroso quando tentei. Se transformou em uma sucessão de erros e graças a alguma força superior, não tive filhos em meu matrimônio de pouco mais de um ano. Como meu ritual de todos os dias, assim que fiz o anúncio, fui tirando as roupas pelo caminho enquanto chegava no banheiro. A sensação de água quente descendo pelo corpo era relaxante. Fechei os olhos embaixo do chuveiro, mas não foi a melhor coisa a fazer. Vieram a mente as imagens dela, imaginei aquele corpo cheiroso e tão bem feito sem roupa ali comigo enquanto eu iria acariciar suas curvas perfeitas, beijar e mordiscar seu pescoço, passaria a língua em cada mamilo marrom e a coisa só ia melhorar. Já estava em meio a uma ereção. Tudo que eu queria era suas mãos delicadas em torno do meu m****o. Aquilo seria a perfeição, não fosse só meu pensamento. Precisava sair e procurar uma mulher bem disposta o mais rápido possível. Pensei em Karen, mas nunca conseguiria me relacionar com ela novamente, seria repugnante. Procurei qualquer outro número disponível. Desisti. Parei em meu sofá com uma taça de vinho branco e fui pesquisar algo sobre a mulher que estava me fascinando e excitando tanto em apenas algumas horas depois de conhecê-la. Encontrei seu f******k, Linkedin e até **. Descobri que seus pais já não eram vivos, tinha alguns amigos, nenhum relacionamento amoroso e tampouco parecia dada a aventuras. Pude comprovar, através das fotos de biquíni, que ela tinha um corpo perfeitamente desenhado, assim como imaginei.
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