Três

3687 Words
Incrivelmente estive em casa todo o fim de semana, exceto nas idas à padaria e a praia no domingo pela manhã. resolvi que era melhor descansar, afinal essa semana me exigiria muito. Na segunda pela manhã Karen já estava em minha mesa, usava uma saia bem ajustada ao corpo com uma quantidade de tecido que era suficiente apenas para cobrir o necessário. Qual era o problema em entender que nosso caso havia terminado há muito tempo? - Bom dia Ric. Como você está? Perguntou, enquanto cruzava as pernas, mostrando uma lingerie vermelha bem trabalhada em renda. - Bom dia Karen. Sente-se por favor. Respondi. - Mas já estou sentada, amor. Percebi que talvez ela agisse daquele jeito pelo simples fato de que em dois anos ali eu nunca a coloquei em seu lugar. - Você sabe que estou falando para sentar-se na cadeira. Falei sem muita paciência. - Se é assim então... Ela sentou-se ereta de frente para mim, percebendo que seria uma conversa séria. Desistiu ao menos naquele momento da pose sedutora que acreditava ser irresistível. - Karen, tenho recebido algumas queixas a respeito do seu comportamento e o incidente de sexta só fez com que ficasse evidente a realidade dos fatos. Já não manterei seus serviços. Ainda preciso, claro, que venha até amanhã, até lá toda a documentação para sua saída estará pronta. A mulher ficou branca e depois vermelha, um misto de raiva e surpresa estava em seu rosto. Mas ela conteve os sentimentos. - Não estou entendendo Ric. Queixas contra mim? E qual incidente? - Queixas do tipo que tem tratado m*l cada funcionário que julga ser inferior a você e flerta com todo tipo que use calças e tenha algum dinheiro na carteira. E não pense que não percebi você e aquele homem saindo do banheiro na sexta feira. - Ric! - Ela riu - Só tenho olhos para suas calças e o que elas guardam. - Disse jogando uma olhada direta para o cós da minha calça. - Você me ofende com esse comentário. E quanto à sexta, aquele homem se enganou de porta, foi só isso. Karen começou a usar seu tom mais sensual e precisei manter o máximo de paciência possível. - Sei o que vi Karen e não vim discutir essas coisas, mas sim lhe comunicar que a partir de amanhã não precisa mais vir. Pela manhã sua rescisão contratual estará pronta, você vai assinar e ficará livre para procurar outro emprego ou o que quiser depois. Nesse momento seu tom mudou para quase gritante. - E você acredita que eu vou aceitar assim? - Não vejo por que não aceitaria. Receberá todos os seus direitos. Respondi sem me alterar. - Mas você não está me dando a chance de defesa. Está aceitando a opinião de pessoas que querem me ver pelas costas. - Não Karen, infelizmente foram muitas queixas e já havia chamado sua atenção antes. Você sabe, não posso continuar fechando meus olhos. Tinha impressão que aquilo me causaria um pouco de desagrado antes de terminar de vez. A mulher parecia a imagem da pessoa injustiçada, mas na verdade eu chamei sua atenção diversas vezes por aquele comportamento, ela porém continuava. Chegou a forçar o pedido de demissão de uma funcionária que sequer havia completado o período de experiência. - Você sabe que isso pode ser considerado calúnia se não tiver prova, não é? Era uma ameaça velada. - Está me ameaçando? - Estou dizendo que você pode esperar um processo, já que está tentando manchar minha imagem. Nessa última frase pude perceber a pessoa escondida por baixo de toda aquela sutileza fútil. - Tudo bem, fica a seu critério. Lembre que você vai receber tudo o que tem direito e sempre que precisar de algo poderá me procurar. Mas se resolver levar a ameaça adiante não vou pensar duas vezes antes de procurar as provas que você acha que não tenho. Agora por favor, pode voltar ao seu posto. - É claro, chefe! Ela saiu. Dessa vez com toda a raiva estampada no rosto. Às nove em ponto Karen retornou para anunciar que já haviam chegado as duas candidatas para o cargo de secretária que logo estaria vago. Tive pena das moças atendidas por aquela mulher que parecia soltar fogo pelas ventas, mas breve aquele seria um problema resolvido. Após entrevistar as duas, cheguei à conclusão que a segunda seria melhor. Era o oposto da secretária atual e jamais tentaria me seduzir, enquanto que a primeira por uma infeliz coincidência era um protótipo de Karen. Eu já estava com o suficiente daquilo! No dia seguinte ela saiu de vez do escritório. Graças aos céus não a encontrei, devido a um acidente de trânsito e o engarrafamento provocado, só consegui chegar às onze horas. Encontrei Mirian em seu novo posto sendo orientada pela secretária do Marketing. Passei o restante daquela semana e a seguinte colocando a nova secretária a par dos meus assuntos e dei-lhe o tempo para conhecer melhor a empresa. Na sexta-feira da segunda semana solicitei que ligasse para 'ela' e informasse que deveria vir na segunda às oito para uma nova conversa e já trouxesse os documentos necessários para uma contratação. Esperava que ainda estivesse livre, eu não acreditava que aquela moça fosse ficar desempregada por muito tempo. Durante o fim de semana estive em expectativa, não posso mentir. É claro, eu seria profissional, mas a verdade é que não consegui tirá-la da minha cabeça. Ela inteira parecia uma fruta suculenta. Na segunda, acordei meia hora antes que o habitual, ouvi um tilintar longe que foi se intensificando até que percebi ser meu celular, e um número fixo na tela. Atendi uma amiga de Karen informando que ela estava desmaiada e não encontrou outro número para ligar que não fosse o meu. Na verdade, no tempo em que estivemos juntos nunca soube que ela tivesse parentes próximos. Depois ficou sendo apenas minha secretária, nunca tentei descobrir detalhes da sua vida. Mas era estranho que a mulher fosse ignorante ao ponto de não buscar o número de uma unidade de emergência para levar a amiga. Me arrumei de qualquer forma e fui ver o que estava acontecendo, porém quando cheguei em seu apartamento a encontrei muito lúcida, vestindo nada mais que uma camisola bastante reveladora que em outra época me deixaria imediatamente e******o. Percebi que havia sido enganado e não passava de uma tentativa de reatar nosso caso. Louco de raiva, senti vontade de estrangular aquela criatura, já que o seu desejo era ficar desacordada. Percebendo que tudo estava em perfeito estado não lhe dei tempo de tentar me agarrar. Retornei a minha casa para me arrumar como deveria e ir ao trabalho. Aquele acontecimento fez meu ânimo matinal desaparecer. Ao chegar no escritório ela já estava lá. Tenho certeza que nunca ia me cansar de ver aquele rosto, mas na manhã em questão, queria esquecer a existência de toda e qualquer mulher. De todas as formas, íamos passar a tarde juntos. Lili… 2 A convivência com ele foi melhor do que meus medos apontavam que seria. Após a primeira semana que passamos na mesma sala, eu pude finalmente ocupar a minha e a decorei com o mesmo tom de verde e marfim, exceto em uma parede, onde escolhi um fundo rosa pálido e decidi pela pintura de um grande, mas delicado arbusto de flor de cerejeira. Optei por um armário de madeira da mesma cor que os galhos da pintura e o equipamento eletrônico que iria precisar, tudo conforme a liberdade que meu chefe havia me concedido. Depois de um tempo já não notava mais seus olhares, embora sempre que ele de alguma forma me tocava, parecia acender uma faísca entre nós. Algumas vezes pensava que ele percebia, mas em outras acreditava ser a única a sentir. Fui me habituando com sua presença. No mais, os dias eram sempre corridos, muitos contatos comerciais a fazer, folha de pessoal para analisar entre outras coisas. Apesar de ter uma secretária, eu era a que mais ficava a par de seus compromissos. Me surpreendia a quantidade de tarefas que meu chefe desempenhava sendo que podia relegar a outros. Ele costumava fazer viagens já que existiam escritórios em outras partes do país, por isso a necessidade de um banheiro particular e um espelho grande em sua sala. Segundo me disse, era mais cômodo não ter que ir em casa tomar um banho ou caso precisasse arrumar-se para um compromisso extra. Precisava admitir que era talvez mais organizado e prevenido que a maioria dos homens. Certa manhã parte da minha paz adquirida umas semanas antes se dissipou. Isso porque o encontrei recém saído do banho. Quase engasguei, era muito músculo bem feito para meus olhos não admirarem. Nada em exagero. Tinha membros bem torneados, a pele era bronzeada e lisa. Aquilo mexia com minha imaginação, nunca me agradaram os homens peludos. Parecia que ele usava um bom tempo cuidando do físico. Segundo descobri, não era casado ou tinha filhos e normalmente homens solteiros se preocupam mais com a própria imagem. Significava também que poderia estar com quantas mulheres quisesse. Na verdade nunca ouvi nada sobre como era sua vida particular, exceto pelo que soube a respeito da secretária anterior. Estava se preparando para mais uma viagem. No meio da manhã precisei ir a sua sala para tirar dúvidas a respeito de um relatório que havia me pedido, o qual levaria consigo. Quando entrei, o vi atravessando a porta do banheiro. Os pés estavam descalços, vestia uma calça social com o botão do cós aberto e quanto mais subia, melhor (ou pior) ficava. Os cabelos estavam ainda molhados e umas gotinhas desciam pelo abdômen tão bem traçado. Não sei dizer se lambi os lábios, mas morria por passear a língua onde as gotas faziam seu trajeto. A lei da gravidade nunca foi tão tentadora. Quando por fim olhei em seu rosto não sabia onde esconder a vergonha, mas se notou ou não meu interesse, não deu a entender. - Desculpe Ricardo, deveria ter batido antes. Consegui dizer depois de praticamente forçar a voz para que saísse. - Tudo bem, esqueci de travar a porta. Ele se desculpou enquanto secava os cabelos, a cada movimento forte de seus braços os músculos do abdômen contraíam e eu ficava mais inquieta. Então fiz o único que me restava naquele momento. Saí tão rápido quanto pude e só consegui voltar meia hora depois quando tive certeza que ele estaria devidamente vestido... O final de semana chegou e eu estava esperando uma oportunidade de sair, distrair a mente e tentar tirar parte daquela tensão s****l que experimentava com meu chefe. Mas Beta não andava muito disposta, desde o sábado antes que eu começasse na empresa sempre notava uma certa tristeza nela. - Amore, o que está acontecendo? - Sobre? A olhei com meu melhor olhar "não se faça de desentendida". - Desde a última vez que a senhorita saiu com Léo, e olha que já tem umas semanas, você anda desanimada. Será que agora eu sou a amiga festeira e você a santinha? Tentou forçar seu melhor sorriso, mas não havia graça nele. - Você sabe que somos muito mais que amigas. Somos irmãs. Venho tentando descobrir o motivo do seu desânimo, mas não sou adivinha, sabe? Ela torcia as mãos, e tinha um brilho de lágrimas nos olhos. - Ele te forçou a algo, Beta? Se ele tiver feito isso… Me deparei com seus olhos mais abertos que o normal e o susto estampado no rosto. - Não Lili! Aff, ficou doida? - Se você não falar, vou ter que começar a tirar conclusões… Não entendia tanto mistério em torno do assunto. - É que nós discutimos naquele dia? Ele estava me mostrando a casa e começamos a nos beijar, e sim, rolou, mas eu quis e foi tão bom. - E porque então discutiram? Perguntei intrigada. - O i****a me contou que estava começando a namorar uma tal de Flavia, que ali seria a casa onde ia morar e quem sabe com sua "futura esposa" em um futuro próximo.. Ela fez o sinal das aspas - Ainda não entendi. - Poxa Lili!! Estávamos numa boa, a transa foi o máximo, eu ali achando que ia engatar um namoro e na verdade ele estava pensando em outra! Fiquei surpresa. Roberta nunca tinha dado a entender que estava gostando de alguém, sempre foi a pegadora, mas fugia de todas as propostas sérias. O pobre Leo tentava se aproximar, mas sempre ficava em segundo plano. - Mas você nunca deu importância ao rapaz. E você sabe, ele que só falta estender o tapete vermelho para você passar. Dá até a impressão que você gosta disso. - É que ele nunca disse que queria namorar e sempre ficamos só nos beijos. Naquela tarde pensei que enfim… - ela fez um gesto de decepção, para depois explodir - Aí ele me vem com essa!! - Beta, pensa pelo outro lado... Ele ficou tanto tempo correndo atrás de você. Quantas vezes o cara estava lá todo bobo, esperando uma oportunidade de ficar contigo e de repente você aparecia acompanhada. O coitado cansou de esperar. De repente ela começou a chorar, parecia que o caso era sério. Abracei-a por algum tempo, enquanto os soluços iam diminuindo até que ela saiu do abraço.. - Eu... eu sei que você está certa amiga. Mas já que é assim, ele não deveria ter transado comigo. - Pode ser que Léo goste de você, Beta, mas cansou de ficar esperando sua atenção, talvez acredite que você quisesse apenas s**o mesmo. Roberta se manteve calada por um tempo e enfim voltou a falar. - Sabe de uma? Eu quero ir para esse lugar que você está tentando me arrastar. Vamos aonde mesmo? - A uma boate nova que abriu no centro. - Uau!! Já vou escolher meu look e combinar com aqueles saltos lindos que você me deu. E lá estava minha louquinha de novo, ou pelo menos uma parte. Ainda a senti um pouco melancólica mesmo que ela fizesse o máximo para esconder. - E como vai com seu chefe delícia? Odiava esse apelido. Desde que lhe mostrei a foto e contei como me sentia atraída e tudo mais, Beta não me dava sossego. - Você faz de propósito, só pode. Tentei olhá-la com uma expressão severa, mas não houve jeito de evitar suas gracinhas. - Diz que você não passa as tardes pensando que aquela delícia está logo ali, na sala ao lado e que a mesa dele cabe sua b***a inteirinha? Sabe que sempre tive um fetiche com essa história de patrão e funcionária? Às vezes eu sentia vontade de bater naquela criatura metida a engraçadinha, esse era um desses momentos. Estava prestes a contar o fato acontecido pela manhã, mas pensei antes e não seria uma boa ideia, só ia dar mais assunto. Ela não me deixaria em paz. E na verdade, preferia esquecer aquele episódio para minha própria saúde mental. No sábado à noite fomos à nova boate. Era um pouco cara para nosso salário, mas precisávamos espairecer e uma vez ou outra não nos deixaria mais pobres. Usei um vestido marrom colado ao meu corpo que deixava meus ombros a mostra, não havia decote mas uma f***a na perna direita, sandálias de salto alto pretas, básicas e uma bolsinha de noite também preta. Já Beta vestia um tubinho que m*l chegava ao meio das pernas, coberto por pequenas lantejoulas pretas totalmente colado com um salto plataforma em tons de preto e dourado. O lugar estava cheio, mas não lotado, era decorado com um tipo de forro vermelho carmim, mesas e cadeiras em metal preto retorcido com assentos na cor bordô na área do bar, trazendo uma atmosfera sensual e ao mesmo tempo excêntrica ao ambiente. Contava também com um tipo de camarote onde não consegui ver detalhes, mas percebia-se mais arejado e que pessoas de classe elevada se encontravam ali. Por fim havia uma espaçosa pista de dança e lá saíam flashs de luz de variadas cores, como em outras casas noturnas. Dançamos muito até que comecei a sentir sede, então procurei o bar a fim de comprar uma água, enquanto minha amiga ficava com seu parceiro de dança. Bebi a água e decidi pedir uma caipirinha. Estranho, enquanto dançava senti-me observada, mas em minha mente era só impressão, eu não conhecia mais ninguém ali e tudo que Beta não queria era ficar me olhando enquanto podia se divertir. Então o susto que levei ao encontrá-lo no bar foi no mínimo cômico... - Liliana... Era uma voz grave bem conhecida quase sussurrando próxima ao meu ouvido, quando voltei para olhá-lo, esqueci completamente o copo na mão e metade do líquido derramou em minha própria roupa. - Desculpe o susto. Posso pagar outra? Seu olhar não demonstrava um pingo de ressentimento. - Hm… é... Fiquei muda de repente. Será possível que até ali o homem não me dava sossego? Não bastava pensar nele mais do que eu queria, sentir seu cheiro nas minhas roupas e como se fosse pouco, sonhar fazendo coisas que nem conseguia pronunciar em voz alta? Tantos lugares que poderia ir se quisesse e lá estava ele! - Não. Tudo bem. Por fim consegui falar. - Hm… Vi você da área Vip, essa boate é de um amigo meu, mas estou só, será que posso te fazer companhia? Então por isso me senti observada. Senti seu hálito com um toque suave de alguma bebida que não pude identificar, mas muito agradável. Tão perto, tão atraente. - Sim, pode… Mas vim com uma amiga, está lá na pista. Merda! Esperava que Roberta se comportasse. - Ótimo! Tem certeza que não quer outra bebida? - Não, obrigada. Eu não tinha certeza se queria beber mesmo. - É uma pena ter molhado esse vestido que deixa você ainda mais… Interessante. Ele baixou o olhar examinando meu corpo parecendo devorar cada pedaço. Senti um calor se espalhar, aquilo não era bom sinal. Não podia me envolver com meu chefe. O ditado diz: “onde se ganha o pão, não se come a carne”. Fomos para a pista e nos juntamos a Beta que tinha um sorriso sem vergonha no rosto quando viu meu “chefe delícia” ali. Fazia tempo que não dançava, então fechei os olhos por alguns instantes me deliciando com a música. Notei a saída de minha amiga algum tempo depois, mas continuei dançando, talvez ela tivesse ido ao banheiro ou fosse procurar uma parte mais íntima da boate, já que estava acompanhada por um belo moreno de olhos azuis. Enquanto dançávamos, em alguns momentos eu ficava afastada dele mas nunca por muito tempo, sempre era cercada de novo pelos seus braços, seu cheiro e tudo mais. A noite foi passando e eu havia bebido pouco, mas o álcool tem efeito um tanto libertador sobre as pessoas… para meu pesar. Em algum momento da dança cheguei mais perto o suficiente para admirá-lo, tudo que eu queria era beijar aquela boca tão provocante. Infelizmente, foi o que fiz. Um instante e minha cintura foi rodeada por braços firmes, possessivos e os meus estavam jogados sobre seu pescoço. Não sabia se lhe acariciava as costas ou segurava sua nuca para aproximar o beijo, ele parecia ser um imã me atraindo, fiquei completamente esquecida de onde estávamos. Não era possível que houvesse beijo melhor que aquele, ora passava a língua de leve em meus lábios, senti seus dentes em meu lábio inferior. Ele sugava e colava sua língua com a minha, quase ao mesmo tempo. Fui colando o corpo sem pensar em nada, nem mesmo que poderia perder meu emprego depois daquilo. Estava entrando em terreno perigoso. Então ele interrompeu, desceu por minha nuca onde passou a língua de leve e me afastou o suficiente para sussurrar em meu ouvido. - O que quero fazer com você ainda deve ser em privado, linda. Quando a mente clareou eu não sabia o que fazer. Olhei nos olhos dele me faltando fôlego, tinha uma expressão tão sedutora e quente. Tentei me manter afastada, preparando-me para dar uma desculpa e ir embora, mas o homem já estava segurando meu braço com uma mão e com a outra me prendeu pela cintura. - Calma... Falou baixo, me olhando nos olhos. - Desculpe, eu… não pensei antes. Vou procurar por Roberta. - Ela já foi. Disse com toda tranquilidade. E por mais que eu procurasse minha amiga ela havia realmente sumido. - Mas... Como? Fiquei confusa. Roberta não sairia assim do nada. - Ela queria ir, mas você estava tão alegre dançando e eu fiquei hipnotizado... - Disse circulando os lábios com a ponta da língua. Quando ela fez menção de ir embora eu disse que cuidaria de você. Assim, muito simples! Eu já não sabia como agir. Era meu chefe e parecia tão atraído por mim quanto eu por ele, aquilo me dava medo de como ficaria nossa relação dali em diante. Como seria depois daquela noite? Eu não era inocente em acreditar que ele não tinha algum plano em mente. Isso ficou muito claro quando me afastou durante nosso beijo e eu queria, ah como eu queria… Mas e depois? Enquanto tentava raciocinar ele se reaproximou, alisou uma ruga em minha testa e desceu o dedo pela face direita até chegar no meio dos meus lábios. Me senti hipnotizada. Fez uma leve pressão abrindo minha boca, me fazendo provar o sabor do seu tato. Logo já estávamos nos beijando outra vez. Nos separamos de novo. Em pouco tempo ele se colou às minhas costas e foi me guiando à saída. - Aonde vamos? Perguntei ainda perdida na sensação do beijo - Espero que você tenha uma boa sugestão. Senti um frio no estômago, era uma frase muito sugestiva, mas ao mesmo tempo eu tinha liberdade de escolher ir para casa, coisa que descobri não querer de forma alguma. Joguei o bom senso para o alto. - Confio na sua escolha... Ele abriu um sorriso cheio de promessas e falou de forma baixa e sensual. - É o que mais quero...
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