CAPÍTULO 02

2569 Words
DIANA TAVARES A pior decisão que já tomei foi deixar o amor da minha vida para trás, mas foi necessário. É a vida dele e as dos meus amigos que estão em risco; meu pai é um monstro e, o conhecendo, sei que seria capaz de fazer isso e muito mais. Nesse momento estou em um avião, viajando na primeira classe para a França. Esse desgraçado do meu pai não me disse mais nada, apenas que estamos indo para Mônaco; o motivo eu não sei, mas coisa boa não é. — Esqueça aquela gentinha, garanto que vai gostar da nova vida que lhe aguarda — diz Erick, meu infelizmente pai. — Só estou fazendo isso pelo meu noivo e meus amigos. — Não escondo a minha raiva, ele ri. — Seu ex-noivo, não é? Pois tenho certeza que nesse momento ele deve estar te odiando. Acha mesmo que ele um dia vai perdoar você? E também você nunca mais irá vê-los, a partir de hoje você terá uma vida muito diferente da que tinha junto daquele i*****l — murmura com um sorriso enorme no rosto. — Eu odeio você, não imagina o quanto desejo a sua morte. — Ele me olha, sorri e responde friamente. — Se isso acontecer, saberei exatamente quem levar junto comigo para o inferno, querida filha. — Abro um sorriso debochado. — Inferno seria pouco para você. — Cale a boca, menina malcriada, deveria ter matado você igual fiz com a vagabunda da sua mãe. — Tento lhe dar um tapa no rosto, mas ele é mais rápido e segura meu pulso, o apertando. Infeliz! — Nunca mais tente fazer isso. Da próxima vez te dou a surra que você tanto merece. Por que meu pai é assim? Por que minha vida é assim?! **** O resto do voo foi em completo silêncio, melhor assim. Quando chegamos no lado de fora do aeroporto tinha uma limusine nos aguardando, com certeza deve ser fruto do dinheiro sujo da máfia que Erick é um dos chefes. Pois é, meu pai é um mafioso de um grupo chamado Sabre, um dos piores que existe e tem ligações com a máfia russa. Confesso que quando cheguei no lugar fiquei deslumbrada, não é uma casa ou mansão e sim um castelo, mas um bem moderno. Tudo aqui é lindo! Quando saímos da limusine fomos recebidos pelo mordomo, que nos levou até uma sala de estar; tudo aqui é enorme, mil vezes maior que a mansão dos Coopers. Ao chegar na sala demos de cara com dois homens, e devo confessar que os dois são lindos, mas ninguém chega aos pés do meu Liam. Ambos aparentavam ser musculosos, apesar de usarem terno e gravata. Um era alto, loiro e forte, já o outro é mais forte e mais alto, com o cabelo preto e olhos azuis; ele não para de me olhar, o que é muito estranho. O mais estranho ainda é ter a sensação de já o conhecer. — Majestade — disse Erick se curvando para um dos homens. Majestade?! — Senhor Sawyer, estávamos ansiosos por sua chegada, principalmente meu primo — afirma o homem loiro apontando para o moreno. — Desculpem a demora, é que minha filha teve de resolver algumas coisas antes de viajar. — O que em partes é verdade. — Oh sim; nossa, como sua filha é linda, parece um anjo. — O homem loiro diz, me fazendo corar. Será que eles sabem que meu pai é um mafioso? — Devo concordar com meu primo, ela é linda, perfeita, muita mais linda do que antes. — Agora o homem moreno fala. Como assim, antes? Me finjo de desentendida e o ignoro, mas ele se aproxima e pega na minha mão, a levando aos lábios e a beija; quando penso em tirar, Erick me olha de cara feia. — Prazer, me chamo Jonathan. Jonathan Lamarck. Sou rei de Mônaco e seu futuro marido. — Olho para Erick, que tem um sorriso vitorioso no rosto. Oi? Eu entendi bem? — Me desculpe, mas eu acho que não entendi — digo arregalando os olhos. — Não contou para ela, Erick? — pergunta o tal de Jonathan, olhando friamente para meu pai, que se encolhe com o olhar dele. Gostei de ver isso. — Bom... Majestade eu... Eu sinto muito, mas ainda não contei a ela. — Então como conseguiu trazê-la para cá? — Ameaçando matar meu noivo e a todos de sua família. — Minha filha vem passando por alguns problemas e eu vi que ela precisava viajar para espairecer a mente e quem sabe esquecer o infeliz que a magoou. — O quê?! Mas que grande mentiroso! — Alguém magoou você? — Jonathan pergunta me olhando bem nos olhos. Olho para Erick, que também espera alguma resposta minha. — Prefiro não comentar sobre isso, quero esquecer. — É tudo que eu digo ao desviar o olhar. — Me desculpe, eu te entendo, mas fique tranquila, garanto que logo logo você vai esquecer esse i*****l que te fez sofrer. Isso é uma promessa. — Esse homem nem deve fazer ideia do que realmente está acontecendo, maldito Erick! — Bom, vou pedir para levarem suas coisas para seus aposentos. O seu quarto, Diana, é ao lado do de Jonathan, mas logo logo não irá mais precisar dele. — O homem loiro que ainda não sei o nome afirmou. O homem loiro sai e logo em seguida entram dois homens que mais pareciam dois postes de tão altos; pegam nossas malas, levam para uma sala e somem. — Bom, eu vou deixar vocês dois sozinhos por algumas horas, tenho algumas coisas para resolver e à noite estarei de volta ao castelo para jantarmos juntos. Até mais, futura esposa. — Se despede, eu apenas dou um sorriso sem graça e quando ele sai da sala olho para Erick, que tem um sorriso enorme estampado no rosto. — Eu não vou me casar com ele, Erick, isso é loucura. — Sua amiga se casou por dinheiro, o que é bem pior. — Como ele sabe disso? — O quê?! Como você... — Não importa como eu descobri, o foco aqui é você se casar com Jonathan, quer você queira quer não. — Eu não o amo e muito menos quero me casar com ele, com certeza ele não sabe de nada. — Não e é melhor você não falar nada, se não, já sabe. — Aperta o meu braço. — Como ele sabe sobre mim? — Não te interessa, tudo que precisa saber é que vai se casar com ele e se tornar a rainha de Mônaco. — O quê? — Um dia ele vai descobrir isso, essas coisas não podem ser escondidas. — Isso se ele não estiver morto. — O quê? Ele é um rei, isso seria loucura demais. — Eu sou um dos chefes da organização criminosa mais perigosa do mundo e posso tudo! Sempre consigo o que eu quero; se algo der errado eu o mato depois que se casar com você e assim você herdará o trono que eu irei comandar. — Então é esse o plano dele! — Você é um monstro! Eu odeio você. — Ele ri, me olha com ar de deboche e diz: — Fale assim comigo de novo e faço você perder esse bastardo que está esperando. — E logo depois me dá as costas. Como ele sabe do meu filho?! Não! Meu bebê não! LIAM COOPER — Liam, realmente eu não entendi o porquê de Diana ter ido embora sem dizer ao menos o motivo disso — murmura Angel ao ler a carta que Diana deixou para mim. Nesse momento estamos na casa da minha mãe, todos querendo descobrir o motivo de ela ir embora assim. — Liam, tem certeza que você não fez nada? — pergunta a minha mãe pela milésima vez. — Claro que não, mãe, jamais faria algo para magoar Diana a ponto de ela ir embora. — Não é a primeira vez que Diana some assim. — Todos nós olhamos para Angel. — Como assim, amor? — Alex pergunta. — Quando a mãe da Diana morreu fiquei sabendo pela minha mãe que ela havia sumido e só apareceu dois meses depois da prisão do pai dela. — Por que o pai dela foi preso, filha? — Agora John pergunta. — Eu não sei se ela contou sobre isso a vocês, mas o pai dela matou a própria esposa por ciúmes descabidos. — Todos ficam surpresos, menos eu, que já sabia dessa história. — Nossa, que horror, coitada da Diana! — exclama minha mãe. — Ele ainda está preso? — Melissa pergunta. Ela estava em Los Angeles e pegou o primeiro voo quando liguei avisando o que havia ocorrido. — Bom, eu acho que... — Angel para de falar, pois parece lembrar de algo. — Amor? — Agora que me veio à mente..., o pai de Diana era um chefe de uma máfia, organização criminosa ou algo assim. — E ele foi preso somente por matar sua esposa? E os outros crimes que ele deve ter cometido, não conta? — pergunto. — Aquele homem tinha tudo na mão, incluindo a polícia do Brasil; o governador do Estado, o prefeito da cidade e até o presidente do país estavam nesse meio todo — confessou Angel. — É como se fosse uma hierarquia e o chefão é ele — deduziu Alex. — Com certeza ele só foi preso para despistar autoridades de outros países; óbvio que ele teria de ser preso, foi pego em flagrante... — E quem é esse homem? — Erick Sawyer. — O quê? Ele que é o pai dela? — John parece surpreso. — Agora dá para entender um pouco. — Completa a minha mãe. — Entender o quê? — Melissa tirou as palavras da minha boca. — Erick odiava seu pai; pelo que eu soube, sempre jurou matá-lo e destruir nossa família, pois Caleb sempre dava um jeito de acabar com algum esquema de fraude de Erick. John sabe dessa história, ele que me contou tudo que Caleb fazia enquanto estava vivo, já que eu não sabia de nada — explica. Meu pai era uma espécie de justiceiro; ele achava o sistema judicial de nosso país muito injusto, então resolveu agir por conta própria. De dia ele era um CEO respeitado e conhecido e à noite ele saía em missões para matar pessoas que fizessem coisas ilegais. Meu pai já salvou muita gente e quando contou para mim e Alex sobre sua vida dupla ficamos admirados, pois, de alguma forma, meu pai era um herói que arriscava sua vida para salvar inocentes e destruir vilões, ao nosso ver. Papai nos treinou e contou várias histórias sobre suas missões; foi nesse meio que ele conheceu John, pai da Angel, que antes de saber sobre ele, pensava que seu pai fosse um homem sem escrúpulos que aproveitou a viagem de sua mãe e resolveu se vingar da mulher, vendendo sua filha para um homem que depois ficou obcecado por ela, e esse homem era meu tio, que hoje arde no inferno. — Sim, mas em nenhum momento eu podia imaginar que ele tinha uma filha e muito menos que ela era justamente amiga da minha menina e noiva do filho do homem que ele mais odiava nesse mundo. — Erick odiava todo mundo, só se importava consigo mesmo... Eu conheci ele, nunca amou a esposa e muito menos a própria filha. — Angel falou friamente. — John, por que não conta a sua hipótese para os meninos? — Minha mãe olha para John, que logo fica nervoso. — Que hipótese? — Ele olha para mim e logo em seguida para Alex com uma cara nada boa. — Acho que o acidente de carro do seu pai foi premeditado, que não foi um simples acidente e sim um assassinato. — E me deixa ver se entendi..., acha que foi esse tal de Erick? — indaga Alex. — Provavelmente. Ele tinha motivos fortes para isso, sempre demostrou odiar seu pai e o medo de Caleb era ser atingido no seu ponto fraco. — A família... — Alex tristemente fala, lembrando do nosso pai. Como ele faz falta. — Não importa o que aconteceu, devemos achar a minha noiva; não interessa como, mas vamos encontrá-la, lembrando que ela está grávida e esse é um motivo a mais para achá-la. — Diana está grávida?! — pergunta Angel, surpresa. — Sim, você não sabia? — O que é estranho, pois Diana contava tudo para Angel. — Suspeitava, mas não tinha certeza... Ela te contou? — Não, eu encontrei um teste de gravidez com o nome dela e estava escrito positivo, o teste estava junto com a carta. — Bom, para ela ter deixado o teste junto com a carta alguma coisa tem... — murmura Melissa, pensativa. — Como assim? — pergunto. — Talvez ela quisesse deixar alguma pista, sei lá — complementou. — Ou talvez ela queria que Liam soubesse disso como uma forma de incentivo para procurá-la — acrescentou Angel. — Nossa, vocês estão vendo muito seriado policial — diz meu irmão. — Alex, isso é sério, talvez Diana não tenha ido embora por conta própria e sim sequestrada. Sequestrada? — Mãe, sabe que isso é loucura, não é? Primeiro porque eu perguntei aos vizinhos e ao porteiro do prédio e ele disse que ela saiu com mala e andando normalmente, mas uma coisa que ele disse não sai da minha cabeça. — Que coisa? — Que ela parecia estar chorando e estava muito nervosa. Ela entrou em um carro todo preto e sem placa. — Mas ele viu quem estava dentro do carro? — pergunta minha mãe. — Ele disse que parecia um homem e que ouviu o tal homem chamá-la de “pequena moleca”. — Angel no mesmo instante arregala os olhos e perde o equilíbrio, Alex a segura para que não caia. — Meu amor, o que houve? Você está pálida. — Não, meu Deus! — Angel, pelo amor de Deus, me diz, o que está acontecendo? — Meu irmão pergunta muito preocupado. — A Diana foi levada pelo pai dela, é óbvio, o único que a chamava assim era o pai. Com certeza ele deu um jeito de fugir da cadeia ou de conseguir sua liberdade; aquele homem é uma peste. — Droga — murmuro. — Mas é pai dela, o que ele seria capaz de fazer com Diana? — John diz incrédulo. — Pai, acredite, aquele homem não ama ninguém e muito menos a Diana, ele a odeia só por ter nascido! Por ele, Diana teria morrido há muito tempo. — Isso não é bom, mas não é bom mesmo. — Que horror, devemos achá-la o mais rápido possível, mas por onde começamos? — Angel olha para a minha mãe e diz. — Não sei, mas devemos encontrá-la, Diana corre risco de morte nas mãos do próprio pai e tudo vai piorar quando ele souber que ela está grávida do filho do homem que ele repudiava. — Eu acho que já sei por onde começar. — E por onde, John? — França. Pelo que descobri dele, Erick tem um negócio lá de venda de armas ilegais. Além do mais, ele também tem um certo fascínio por lá, o motivo eu não sei. — Pego meu celular no bolso e ligo para Owen. — Owen, tenho um serviço para você, vou precisar da sua ajuda. — Mas é claro, a quem devemos matar? — Um i*****l que ousou cruzar o meu caminho e sequestrar a minha noiva. — Extermínio? — Completo — confirmo. — E qual é o plano? — Me encontre na casa da minha mãe daqui a uma hora e te explico tudo. — Desligo o celular. — Eu não vou muito com a cara desse Owen. — Minha mãe faz careta. — Mas ele sempre nos ajuda e agora mais do que nunca iremos precisar dele. — Qual é o plano, irmão? — Alex e John, arrumem as malas. Em algumas horas estaremos indo para a França matar um certo mafioso que ousou pegar a minha mulher e levá-la para longe de mim junto com o meu filho, e eu prometo que quando o encontrar irei matá-lo com as minhas próprias mãos. Você vai me pagar por tirar as pessoas que amo da minha vida, seu mafioso de merda!
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