A morte

1026 Words
2 dias havia se passado, e o clima em casa não era dos melhores. De dia havia sorrisos falsos espalhados por todos os lados e a noite barulho de choros ecoavam pela casa, eu não sabia mais o que fazer, tentava animar, conversar, ouvir, mas nada disso adiantava... Até que hoje as coisas acalmaram, ou melhor, me quebraram! Hoje o dia não amanheceu com sorrisos falsos, nem com vozes espalhadas pela casa, hoje o dia acordou no desespero e tristeza, hoje o dia não acordou como os outros...com um leve brilho, hoje o dia acordou cinzento! Infelizmente hoje eu perdi alguém, alguém que apareceu em minha vida do nada e ficou...ficou até hoje, até ser arrancada de mim pela morte. Hoje de manhã acordei, escovei os dentes como os outros dias e sai do quarto, e a casa estava no puro silêncio, coisa que é difícil, já que todos acordam primeiro que eu. Mas não ligue, fui para a cozinha, fiz um pão com manteiga e um leite com chocolate. Ligo a televisão e como assistindo Bob esponja. Passo alguns minutos ali vendo e a pulga que estava atrás da minha orelha começa a me morder, então, me levanto e vou procurar por Patrícia, esses dias ela anda tão tristonha depois de ter perdido o bebê. Caminho lentamente até o seu quarto, bato na porta antes de entrar mas a mesma não responde, abro a porta devagar e vejo que a cama está vazia e a porta do banheiro está fechada. Me sento na beira da cama na intenção de esperar Patrícia sair do banheiro para que possamos conversar, e ali começo a observar as coisas que estavam espalhadas pelo quarto, havia roupas jogadas pelo chão, roupas jogadas pela cama, definitivamente um caos! Começo a recolher as roupas e as dobrar e colocar em cima da cômoda, e nada de Patrícia sair de dentro do banheiro. Acabo me enchendo de ansiedade, bato na porta e não sou respondida. Melissa: Patrícia, eu sei que você está aí, sai daí para podermos conversar amiga. Se passaram 4 minutos e nada! E novamente a pulga atrás da minha orelha me morde! Toco na maçaneta da porta ainda com receio mais decido abrir... E para a minha grande tristeza ali estava a minha melhor amiga sentada no chão toda ensanguentada! Meu coração começa a pular, acelerar e as lágrimas começam a escorrer pelo meu rosto. Corro em sua direção gritando por seu nome mas não sou correspondida, seu corpo já estava sem vida, mole, ali em meu braço... seu pulso estava cortado, indicando do que exatamente você havia morrido...por sua própria vontade, por sua dor que não havia se quer passado. O minha amiga, me perdoe, por não estar presente, me perdoe por não te ajudar. Pego a mesma com dificuldade e a levo até a cama, vou para o meu quarto correndo e ligo para Victor. Ligação on: Melissa: Victor, me ajuda por favor. Victor: O que aconteceu dessa vez Melissa? Melissa: Não dá para falar pelo celular, só vem para cá rápido por favor! Ligação off. Não demorou muito para que Victor chegasse correndo sem saber o que estava acontecendo. Eu já estava o esperando na sala, e sem nem perceber minhas mãos estavam com sangue... Ele entra para dentro de casa e se assusta comigo. Victor: O que aconteceu p***a? você está ensanguentada! Melissa: Não é meu_falo entre lágrimas. Victor: Como assim não é seu? se não é seu é de quem? Melissa: É da Patrícia_digo chorando ainda mais. Victor: O que aconteceu com a minha irmã? Ele já não espera eu falar mais nada e já corre para dentro de casa até o quarto de Patrícia, e de longe consigo escutar os seu gritos de desespero. Caminho até lá novamente e o abraço fortemente. Ele estava ajoelho no chão, com as mãos na cabeça sem acreditar no que estava vendo... Melissa: Vai ficar tudo bem!_falo baixinho em seu ouvido. Victor: Como vai ficar tudo bem Melissa? p***a velho, a era a minha irmã, minha única família, meu Deus do céu, por quê? por quê?_ele diz chorando cada vez mais. (...) As horas já haviam se passado, Victor já tinha ido no ML ver a questão do enterro, já que ele não gosta da ideia de ficar velando alguém. (...) Eu estou completamente arrasada, parece que uma parte de mim se foi e ficou um vazio aqui dentro... Já havia tomado banho e estava pronta para irmos...adentramos no carro e fomos em um completo silêncio até o cemitério. Chegamos lá e só estávamos nos mesmo. Eu, Victor, Vg e 3 menores da boca que conheciam Patrícia...e o padre. Olho para o céu cinzento sem ainda acreditar no que estava acontecendo...poxa, minha melhor amiga está morta em um caixão. Victor não saia do lado do caixão, todos os segundos que eu olhava para o mesmo via o seu semblante desolado, sem nenhum brilho. Padre: Pois então meu companheiros, vamos deixar então essa pobre alma descansar.. Todos abaixamos a cabeça e rezamos pela alma de Patrícia. Após terminarmos o Padre nos deu 5 minutos para falarmos o que queríamos... Como eu posso resumir todos os meus sentimentos em apenas 5 minutos? Como eu posso dizer tudo o que eu estou sentindo? Meu coração está apertado, destruído. Victor também ganhou 5 minutos mas não saiu nem se quer uma palavra da sua boca, apenas lágrimas de seus olhos... Não demorou muito para o caixa então descer pela cova...e logo em seguida ser tampada com cimento. Abraço Victor e tento o consolar... (...) Ficamos alguns minutos ali olhando para o túmulo e decidimos ir embora... Assim que chegamos em casa Victor me deixou lá e disse que teria que ir para a boca, tentei questiona-lo já que sabia que ele não iria nada mais nada menos que usar drogas para se livrar um pouco da tristeza que havia ficado em seu coração...mas nada que eu pudesse falar ou fazer iria fazer com que ele mudasse de idéia, então deixei ele ir... Entro para dentro de casa e vou tomar um copo de água para repor um pouco o estoque das lágrimas.
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