Dias Chuvosos

Capítulo 17

Nathan

20 de fevereiro

Quinta

Noite

Assim que Jin deixou o vestuário eu quis segui-lo. Eu quis tentar de novo em uma investida leve. Mas fiquei plantado de pé em frente aos chuveiros.

-Nam? Nam, hyung!- Ouço um dos betas me chamar. Virei para olhá-los simpático e eles sorriram bobo para mim de volta.- Você foi muito bom hoje! Se continuarmos assim, vamos ganhar fácil do terceiro ano!

Eu ri. Eram Chanyeol e Backyun, os dois eram muito amigos de Ivan e Lauani, eu sempre acabo falando com eles em uma roda de amigos.

-Vocês também foram ótimos! Na segunda temos que tomar cuidado como Minhuh, da turma B, ele é muito bom! Ano passado a gente perdeu no Futebol nos pênaltis por causa dele...-falei, enquanto me vestia devagar.

-Eu lembro! Você ficou com tanta raiva! Esse ano a gente ganha!- Falou Chanyeol vestindo uma calça jeans e uma camiseta vermelha. Eu me vesti rapidamente. Backyun continuava no chuveiro, imóvel. Ele parecia ir devagar de propósito.

-Me espera, Chan...- O Beta menor resmungou debaixo da água. Eu ri baixinho e apanhei minha mochila do chão. Eu estava empatando alguma coisa entre eles. Sem mais demora, me despedi dos dois e deixei o vestuário a caminho da saída.

Minha mente estava longe. Amanhã o treinador iria entregar os novos casacos do time de futebol para o time, Levi também fazia parte. Suga e Layla iriam ganhar um parecido do time basquete e Lauani um do time de voley. Fico imaginando Jin com o meu casaco na arquibancada durante um jogo, ele torcendo por mim e comemorando um gol. No fim do jogo, a vitória seria nossa e ele viria até mim para me abraçar e dizer que fui ótimo. Eu diria que o amo e ele diria ‘eu também’.

Sei que as meninas da torcida falariam que fui bem, mas elas atiram para todo lado. Não seria especial. Queria que ao menos uma vez fosse especial. Queria Jin. Mas sei que é impossível. Mas e ano que vem? Espero que até ano que vem eu possa convencer Jin de que não sou um i****a. Não tão i****a.

Assim que entrei na área das piscinas para sair do colégio, meu coração parece dar um pulo. Eu gelei. Levi estava em pé, sozinho na beirada da piscina com as mãos na cabeça. Alguém estava deitado de barriga para cima em seus pés, não alguém, Jin. Eu podia sentir o nervosismo emanando de Levi. Seus olhos se iluminaram quando me viram.

-Nam, me ajuda!- Ele gritou e veio até a minha direção rapidamente.- Não fiz nada demais, mas ele desmaiou!!

-O que p***a você fez?- Gritei e ele se encolheu. Ele parecia que ia chorar a qualquer momento. Corri até Jin, antes que Levi pudesse responder e toquei seu pescoço para sentir sua pulsação. Eu passei um tempo para achar, pois estava muito leve, devagar. Levi veio até mim, pisando firme, as mãos no cabelo e o rosto tão pálido quanto uma parede branca.

-Eu só faço m***a!- Ele falou baixinho para ele mesmo. –O Aidan estava aqui, ele me deixou, quando viu o que aconteceu.- Uma parte de mim queria ver até onde o alfa iria se manter forte; ele estava desesperado. Outra parte de mim estava igual a ele, ou pior.

Aproximei a mão do nariz de Jin para ver se ele respirava, mas nada. Levi olhava para a gente com a boca semi aberta.

-Faz alguma coisa!!- Ele gritou, a voz falhada e soprada. Deu uma volta em si mesmo e voltou a me encarar.

-Fazer o que, b****a?- Minha voz estava tremula. Eu não conseguia pensar. Era como se toda a minha preocupação me deixasse burro. No impulso, abaixei a cabeça e soprei em sua boca, depois de novo e de novo.

-O que você está fazendo??- Ele perguntou tenso. Pensei em ir em sua direção e bater nele até fazê-lo apagar. Tudo isso era culpa dele. Ele feriu o meu Jin, eu deveria fazer ele se arrepender. Mas sua feição já estava tão arrependida. Levi é um i****a, mas isso não é apenas culpa dele.

-O que você acha?- Levei a minha mão até o peito de Jin e fiz as compressões em seu tórax tão famosas dos filmes. Mas meu conhecimento é somente dos filmes. Assisti em uma série de médicos uma vez, que não se pode interromper as compressões, deve-se manter por um tempo e assim o fiz. Torcendo para que tivesse fazendo certo.

-Acha que ele engoliu água?- Levi falou baixinho e se ajoelhou ao meu lado. De todos os defeitos que o b****a tinha, ele era fiel. Mesmo que ele que tenha criado o problema, quem saberia disso? Ele poderia me deixar com um corpo morto e as minha digitais por toda parte, mas ele ficou.

-O que p***a você fez, velho?- Falei e me abaixei para soprar a boca de Jin novamente.

-Me desculpa. Me desculpa. Me desculpa.- Ele repetiu e colocou as mãos sobre o rosto. Impedindo-me de vê-lo chorar. Eu não poderia surtar. Eu tinha que ser forte e fazer isso direito.

Jin finalmente recobrou a consciência e cuspiu água. Eu soltei a respiração. Meu corpo estava mole, tremendo.

-p**a que pariu.- Levi levantou e respirou fundo.- c*****o. c****e. p**a merda.- Ele jogou a cabeça para trás e respirou fundo mais algumas vezes. Deu certo. Jin tossiu  e fez menção de se sentar. Ele estava um pouco azul, mas a cor vermelhinha estava voltando para suas bochechas e boca.

-Nam-Nathan?- Ele falou com a voz fraca.

-Graças a Deus...- falei soprado e puxei Jin para o meu colo. Nem raciocinei que estava abraçando o menor e talvez tenha o apertado demais. Não pensei em nada. Só estava aliviado. Levi se acalmou e suspirou pela última vez.

-Eu não sei o que faria, se você não tivesse acordado...- Confessei. Mais um ato sem pensar.

-Espero que estejam felizes.- Jin falou se livrando dos meus braços e se levantando rápido demais; fiquei de pé no mesmo instante. Ele tombou para o lado e eu segurei seu braço num reflexo. Ele se soltou de novo. Me fazendo o largar bruscamente e saiu entre nós rumo a saída do ginásio.

Eu o segui sem dúvida nenhuma. E chamei por seu nome.

-Eu estou bem.

-Eu te levo para casa! Não vai voltar de bicicleta hoje, não depois do que aconteceu...- Ele me olhou emburrado.

-Meu pai vai vir me buscar.

-Não precisa, eu te levo.

-Ele já está vindo...

-Que mentira! Você sempre vai de bicicleta! Deixa eu te levar!- Ele cruzou os braços como uma criança.

-Não vou de bicicleta a noite, é perigoso.- Ele ficou me encarando por alguns segundos.

-Está bem mesmo?

-aham.

-Tem certeza?

-Sim, Nathan.- Ele ainda estava com a feição fechada, a água escorria pelo seu cabelo e pingava na sua roupa. Ele estava todo molhado.  Levi veio até nós segurando a mochila de Jin, mas não entregou.

-Eu seguro para você até seu pai chegar.- O alfa disse um tanto envergonhado.- Quer comer alguma coisa?A cantina ainda está aberta...- Jin soltou um suspiro cansado; Ele estava tremendo. Com as sobrancelhas franzidas, pegou sua bolsa do braço de Levi e saiu andando até o portão de saída. Nós dois fomos atrás dele quase ao mesmo tempo, isso me irritou um pouco. O que o b****a queria?

  -Eu posso procurar a Camila para você!- Ele falou. Quase não acreditei. Quis socá-lo de novo. Como ele pode ter feito o que fez e estar aqui?

-Ela saiu com a Lauani.- Jin falou calmamente, mas ele não estava calmo. Ele parevia estar doente, prestes a desmaiar. Ele encarou a rua. Um carro passava de vez em quando, mas nada do seu pai chegar. Levi pegou a bolsa de Jin novamente e sorriu para o menor.

-Doente...- Jin sussurrou e virou para a rua.

-Ainda posso ir comprar alguma coisa para você, se quiser...- Ele falou se pondo na frente de Jin de novo. Eu grunhi e puxei Levi para mais perto de mim, Jin olhou vagamente.

-O que você tem?

-Sei que fiz m***a, ta?

-Você sempre faz m***a, qual a diferença agora?- falei e ele olhou para baixo desconfortável.

-Eu reconheci?

-Ah, fala sério!

-Desculpa ter te feito passar por isso. Eu sou um péssimo amigo...- Ele abaixou a cabeça. Suspirei.

-Você é uma péssima pessoa, mas não um péssimo amigo...- Ele sorriu com os lábios e me abraçou. Eu não esperava, mas retribui. 

-Eu não sabia o que fazer. Nunca iria pensar em fazer o que você fez. Eu não sou um bom alfa, me desesperei!- Ele sussurrou no meu ouvido enquanto me abraçava. Ele não podia chorar. Seria constrangedor. Eu não sou bom com pessoas chorando.

-Calma, já acabou.- Falei sem jeito. Ele me soltou e sorriu de leve. Dizendo de alguma forma 'obrigada'.

Jin pediu sua bolsa. Seu pai tinha chegado. Ele ainda estava sério e saiu pelo portão em passos acelerados.

Jin

Quinta

Noite

Meu pai não fez muitas perguntas. Geralmente sou falante, quando estou com ele, mas não hoje. Ele percebeu que algo aconteceu e não diz nada. Agradeço por isso. Ele apenas dirige.

-Seu irmão já está em casa!- Ele sorriu cortando o silencio.

-Sério?- Meu sorriso foi involuntário.

-Uhum.-Ele sorriu para mim- Eu vou comprar uma pizza para a gente, então vocês vão ter um tempo só de vocês para atualizar a lista de segredos que o papai não sabe...

Eu ri mesmo não estando com vontade. Não era como se eu fosse um fingido e tivesse forçando um sorriso, mas meu pai já tinha seus próprios problemas e eu não queria deixá-lo preocupado com os meus.

-Você sabe de todos os segredos!- Ele fez uma cara desconfiada e eu forcei uma risada.

O carro parou na frente da nossa casa e o nosso porteiro abriu o portão dos pedestres. Me despedi do meu pai e corri por todo o gramado até a porta da frente. A porta estava apenas encostada e entrei no mesmo instante.

Kidoh estava com um copo de Coca com gelo na mão e parado em pé na frente da TV. Apenas empurrei a porta para que ela se fechasse e ela acabou batendo com força. Kidoh me olha num pulo. O sorriso se abre e ele corre na minha direção.

Só deu tempo de abrir os braços e ele já estava me levantando do chão e me abraçando.

-Como você está?- falei meio sem fôlego.

-Cala a boca, deixa eu te abraçar mais um pouco. –Eu ri e o apertei mais forte- Eu senti tanto a sua falta, tanto tanto...

-Eu senti mais, acredite...

Ele me colocou no colo como se eu não pesasse nada. E eu fechei minha cara com um bico. Eu sou 2 anos mais velho, mas sou ômega. Ele me passou no tamanho há muito tempo, mas não dá para me acostumar. Ele sempre vai ser O irmão caçula.

-Você diminuiu?

-haha Você é tão engraçado.- ele riu.- Papai vai trazer pizza.

Ele ignorou o meu comentário.

-Por que sua blusa e seu cabelo estão molhados?- nem reparei que estava pingando. Devo ter molhado o carro do meu pai e não percebi.

- Eu... ah.- Eu não queria mentir, não tinha porquê mentir.- tem alguns meninos que mexem comigo as vezes. –Eu desviei o olhar. –Vou tomar banho, desço daqui a pouco.

- Que meninos?-Sua voz era áspera.

-Alguns... Você está aqui! Eu estou super feliz, não quero falar deles!-Eu sorri largo, mas ele me encarou pensativo, um beiço de raiva se formando nos lábios.- Ah não. Ah não. Desmancha esse bico aí! Você está comigo! Vamos aproveitar!

-Seu cabelo está molhado. Eles jogaram água em você?

-Não.

-Ainda é o b****a do Levi?- Ele cruzou os braços. A raiva claramente expressa na voz. Afirmei com a cabeça. Ele descontou sua raiva no copo de coca que ele largou no móvel da TV. O barulho de vidro se espatifando no chão me fez encolher. Ele voltou a me olhar com ódio. Por que alfas são tão agressivos e explodem tão fácil?

- O que você fez para ele mexer com você?

- Eu pro-provoquei. Eu mandei ele se fuder. Eu juro.

- E o que ele fez?

- Kidoh... Vamos ficar bem, eu estou com saudade. Não briga comigo.

-O que ele fez, Jin?

-Ele me empurrou na piscina.- Kidoh me olhou de cima abaixo.

-Só o seu cabelo está molhado.

-E-Ele... É...- Travei. Meu irmão costuma ser muito protetor, embora ser o mais novo. E mesmo odiando Levi, eu preferiria aliviar suas atitudes.- Ele empurrou só a minha cabeça na piscina.

-Ele afogou você??- Ele gritou e eu me encolhi. Ele não ligou nem um pouco por ter me assustado.

-Uhum.

-E o que você fez?- Eu sabia que ele iria gritar comigo, mesmo estando com raiva de Levi e não minha. Ele tem um jeito estranho de demonstrar o que sente. A raiva sempre prevalece. 

-O que você queria que eu fizesse?-Ele abriu a boca para falar, fechou e abriu novamente.

-Você não disse nada...- Ele riu, a voz esganiçada.- Por que?

-Eu. Ah. Eu desmaiei.

-Você o que? Esta brincando comigo? Ele não está só mexendo com você Jin! Ele podia ter te matado! Isso não é brincadeira! Você não ia me contar, se eu não perguntasse?- Ele anda pela casa tentando se controlar. Eu larguei a bolsa  num cantinho próximo a mesa de jantar.

-Eu não queria estragar o momento, você chegou hoje... Queria que fosse um bom dia de boas vindas. Podíamos fazer uma coisa legal, esquece isso.

-Vai ser um dia muito bom, Jin. Amanhã. – Ele respirou fundo.- Por que você é tão bobinho? Por que não se defendeu?

-Ele é bem mais forte que eu, Kidoh!

-Você prometeu que iria ficar em lugares movimentados, cercado por pessoas. Que iria se cuidar, que não iria ficar calado, se te tratassem m*l. Eu volto de viagem e você diz que o Levi te afogou numa piscina até você desmaiar!-Ele jogou um dos vasos de porcelana que ficava no móvel da TV no chão, de novo descontrolado. Os caquinhos se espalhando por toda a parte. Eu me encolhi de novo. As vezes eu tenho medo do meu irmão.

  -Não era uma coisa que eu podia impedir...- Eu não estou tão sensível hoje, mas podia sentir as minhas glândulas lacrimais se preparando.

-Você nunca pode impedir, não é? As pessoas pisam em gente como você! O problema não é você ser ômega, é você ser tão bobinho, t**o, sem expressão. Você não tem que aceitar tudo!- Eu sei de tudo isso, mas doía ele jogar assim e deixar tão explicito. É mais fácil ser t**o, quando ninguém sabe que você está sendo.

Ele me chocoalhou. Suas mãos eram pesadas, ele podia me machucar mesmo sem querer.

-Olha o que estou te dizendo! Eu disse que é t**o e bobinho. Quer que eu continue? Passivo, Fraco, Inocente, ingênuo, tonto, sonsinho... Tira essa expressão de parede do rosto! Grita comigo!!- Ele gritou perto do meu rosto. Eu baixei o olhar de modo que eu visse apenas sua camisa verde escura. Eu não queria chorar, mas quando eu dei por mim, já estava chorando. Isso me lembrou tanto Sehun. O modo como me tocou sem a intenção de me machucar, mas me machucando. As p************s. O tom áspero da voz. A proximidade com que gritou próximo ao meu rosto. Dessa vez eu não consegui guardar para mim. Não era isso que ele queria?

-Por que está dizendo isso? É só para me deixar triste?- Eu comecei a soluçar rápido demais.

-Eu só quero que se defenda, Jin!

-Eu não queria precisar me defender! Eu não queria ter frases prontas para dizer por aí, esperando que alguém venha me magoar! Eu só queria que as pessoas não precisassem me dizer coisas más para se sentirem bem! Até você está fazendo isso!- Minha respiração estava acelerada e as lágrimas caiam uma atrás da outra. Eu tinha me aberto de verdade agora.

-Jin...

Camila e Lauani acabaram de entrar pela porta frente, eu e Kidoh encaramos a porta no mesmo instante. Uma onda de vergonha caiu sobre mim por estar chorando e as duas terem visto. A casa estava um caos e as duas perceberam bem isso.

Eu não esperei por uma resposta. Subi para o meu quarto e fechei a porta antes que ele pudesse me acompanhar.

-Jin. Jin? Abre a porta! É a Camz. Só eu. A Lauani está lá em baixo

Eu só queria um segundinho.

-Jin. Abre logo. Sou só eu. Kidoh também está lá embaixo.

Abri a porta e ele me abraçou num instante.

-Não precisa dizer o que aconteceu agora, só me abrace.- Eu apenas fiz. Eu estava soluçando muito.

-Eu vou molhar a sua blusa...

-Jinnie... Se quiser que tire ela para você assoar o nariz, eu tiro...- Eu ri. Ela tinha esse dom sobre mim.

Alguns minutos se passaram sem eu dizer uma palavra sequer, nem eu e nem ela. Era um silencio confortável. Quando eu parei de soluçar, ela me soltou e me encarou:

-Vou dormir no seu quarto hoje, está bem?- Eu confirmei sem pensar. Ela enxugou meu rosto molhado. –Você ainda esta com a farda da escola...?

-Eu sei... Vou tomar banho.

-Não demore.

Minha cabeça girou tanto que achei que estivesse tonto. Eu tomei uma banho rápido e quente, me vesti com um pijama quentinho e deitei na cama. Não queria nem saber se eram só 20:02. Eu só queria dormir um pouco.

Estava friozinho. Deixei a TV ligada; estava passando Gravity Falls. Meu cobertor deixava tudo tão agradável. Eu sentia que podia dormir, se fechasse os olhos por 5 segundos.

Kidoh entrou no meu quarto em silencio e sentou na beirada da cama. Mordi o lábio ansioso para o que ele ia falar.

-Desculpa ter te feito chorar.-Eu sabia que ele ia dizer isso. Ele vai continuar dizendo que estava com raiva porque não gosta de quando mexem comigo.

-Achei que isso tinha parado.- Ou vai dizer outra coisa... Eu encarava a televisão, mas seu volume estava muito baixo.

-Não gosto quando mexem com você, Jinnie. Isso me deixa bravo. –Há. Eu sabia que ele ia dizer isso.

-Você me acha fraco? E sonso, e tonto?

-Não. Desculpe. Você é mais forte do que eu.-  Eu virei para olhá-lo e me surpreendi que ele foi realmente sincero.

-O senhor alfa lúpus está dizendo que é mais fraco do que eu?

-Não. Estou dizendo que sou menos forte que você.- Engoli em seco.

-Vou fazer eles se arrependerem, Jin.- Voltei a olhar para a TV. Os gêmeos fugiam de um monstro aranha gigante.- Ei, é sério. – Encarei Kidoh, ele sorriu.

-Não vai precisar mais se defender. Eu vou fazer esse papel agora.

-Hum. Você tem complexo de irmão mais velho.

-Não tem diferença eu ser mais novo. Desculpa ter te feito chorar.- Eu sorri e por isso ele abriu um sorriso aberto.

-Papai comprou pizza...- Ele disse depois de alguns segundos, quando viu que eu não ia dizer nada.

-Estou sem fome...- Ele bufou chateado.

-Eu estou congelando.- Ele falou e eu ri abrindo um espaço debaixo do cobertor.

-Você ainda assiste desenho animado?-

-É Gravity Falls, respeite.

-Hum. Você tem complexo de irmão mais novo.