PRÓLOGO
18 anos atrás…
Me virei em meus calcanhares assistindo pelo reflexo do espelho como o meu vestido rosé se agarrava e abraçava cada curva do meu corpo. Um sorriso malicioso desposta dos meus lábios gostando muito da imagem que eu vejo. Apesar do meu pai me ver como sua doce garotinha, o que vejo no espelho prova-me o contrário. s***s fartos, quadril largo, pernas a perder de vista. Sou uma completa mulher e não vejo a hora de um certo alguém perceber isso. Falando nele… Finalmente irei vê-lo, depois de dois anos morando no Canadá. Ítalo não imagina como desejei que ele retornasse e me fizesse sua. Nunca me importei com a nossa diferença de idade e muito menos o fato dele ser o melhor amigo do meu pai, mas desde meus quinze anos ele vem permeando os meus sonhos e tomando cada centímetro dos meus pensamentos.
Comemoro os meus dezoito anos hoje e também o seu retorno, separado e solitário, Ítalo Massaro regressa para os meus braços.
Uma batida na porta ecoa e o rosto iluminado e sorridente da minha mãe surge no limiar da porta.
— Minha monstrinha… — Cantarola andando em minha direção e puxando-me para os seus braços envolvendo-me em um abraço apertado, ela se afasta e enxugo algumas lágrimas furtivas dos seu rosto.
Seu cabelo loiro preso em um coque elegante, com alguns fios soltos emoldurando seu belo rosto.
— Mamãe, assim irá me fazer borrar a maquiagem.
Ela abre um ligeiro sorriso e beija a minha testa.
— Tem razão, não é hora para isso. Os convidados começaram a chegar e seu pai já está ansioso lá embaixo.
Sorrio e coloco uma mecha do seu cabelo loiro atrás da sua orelha.
A olho de cima a baixo imaginando que meu velho terá um longo tempo com essa beldade na cama. Minha mãe continua linda, uma loira de parar o trânsito e sei que herdei a boa genética dos meus pais. Afinal, meu pai é um verdadeiro colíro.
Pego a mão da minha mãe e a giro, contemplando o seu corpo envolto em longo vestido champanhe de alças finas. Realmente meu pai é um homem de sorte.
Com um beijo no topo da sua cabeça, abraço os seus ombros e juntas descemos as escadas. A casa está completamente ornada com balões dourados, flores e pequenas bolas rosas. Uma música eletrônica estala em alto falantes espalhados estrategicamente pela mansão. Descendo alguns degraus avisto meu pai e Samuel, lindos, ambos com ternos, conversarem com dois caras logo no início da escada. Meu coração acelera bruscamente quando percebo uma tatuagem familiar no antebraço esquerdo do homem mais velho.
É ele!
Engulo em seco quando o mesmo se vira e por breve segundos os nossos olhares se cruzam.
Seus olhos intensos se arregalam, mas não dura muito. Ítalo parece surpreso em me ver e algo inelegível passa por seus olhos. Não consigo conter que um sorriso escapasse dos meus lábios e ele correspode, o que deixa meu coração a beira de um colapso nervoso.
Quando termino de descer os degraus, meu pai segura a minha mão e me abraça, deixando um beijo no topo da minha cabeça, em seguida se afasta e abraça a mamãe.
— Está linda, minha princesa! Perfeita.
Sorrio e Samuel beija a minha bochecha e aproveita para cochichar algo.
— Você está incrível, maninha! Agora morda a p***a desse sorriso débil que está nos seus lábios ou o papai vai perceber sua louca obsessão pelo Massaro.
Encolho os ombros e concordo com uma piscadela.
Jhonatan, o primogênito da minha grande paixão me cumprimenta e beija a minha bochecha. Suas mãos demora mais tempo que o necessário na minha cintura e isso não passou despercebido pelo meu pai que pingarrea, chamando nossa atenção.
— Feliz aniversário, Hayley! E a propósito, você está cada dia mais linda.
Ele sussurra, entregando-me um pequeno embrulho, antes de se afastar.
Abro a caixa e vejo que se trata de um par de brincos. O agradeço e logo Ítalo se aproxima. Nem preciso dizer que precisei de um esforço sobrenatural para não agarrá-lo ali, na frente de todos e beijar seus lábios terrivelmente sedutores.
Ele me envolve nos seus braços e o cheiro delicioso da sua colônia encantava os meus sentidos. Ítalo é o típico macho alfa, sua postura exala domínio, seus gestos prometem prazer a longo prazo e pensamentos impuros começam a percorrer a minha mente. Estou me guardando para ele. Ítalo Massaro será o primeiro a ensinar-me o caminho das pedras.
Fecho os olhos disposta a perdurar essa sensação por mais tempo, mas uma voz feminina desconhecida nos tira dos meus delírios.
— Ei, vocês tem uma linda mansão.
Uma morena esbelta e de longos cabelos pretos se aproxima e enlaça o braço de ítalo. Trajando um vestido preto de decote raso e corte reto, poderia afirmar que se trata de uma super modelo.
Ela sorri, exibindo uma fileira de dentes brancos perolados.
— Você deve ser a aniversariante, Hayley Bennett, eu sou Cibele Alencar, é um prazer, conhecê-la! — Diz com um sorriso terno.
— Parabéns, querida!
— Obrigada. E o prazer é meu, Cibele.
Engulo a pedra gigante que se formou em minha garganta.
A mulher me puxa para um abraço e que gentilmente me afasto. Mesmo sem conhecê-la direito, já a odeio. Olho para Ítalo e meu coração se afunda no peito.
Eu não posso acreditar que ele já tenha outra. Quer dizer, m*l se separou e já arrumou uma substituta.
Cale-se, Hayley! Tem dois anos que ele se divorciou. Ítalo é um homem livre, e você não tem nada com isso.
Meu cérebro i****a grita.
É um ponto.
Mas eu tinha planos. Ele é meu. Só não se deu conta disso ainda.
Tento disfarçar a minha mudança de humor, que neste momento está além do n***o. Cibele. Esse o nome da mulher que roubou o meu homem. Bem, não posso culpá-la, ela realmente é linda. Não é atoa que o conquistou. Fecho as mãos em punho quando vejo o casal trocando carícias. Já é o bastante para mim. Giro e ando apressadamente em direção ao jardim. Samuel segura meu pulso e me viro para ele com um olhar ferido.
— Eu sinto muito, querida. Eu juro que não sabia. Você quer conversar?
Balanço a cabeça negando. Olho para longe, reprimindo minhas lágrimas de descerem.
Solto-me dele e saio.
— Não se preocupe, estou bem. — Digo por cima do ombro.
Desacelero os meus passos quando chego em uma parte escondida do jardim e paro, inclinando minha cabeça, olhando para o lindo céu estrelado.
Respiro fundo, sentindo o coração apertar, enquanto a festa continua a todo vapor lá dentro.
Minutos se passam e os sons de passos firmes se aproximando chamam a minha atenção.
Reviro os olhos. Samuel às vezes me sufoca com sua preocupação exagerada.
— Eu falei que estou bem, Samuel. Basta voltar para a festa, ok?
— Desculpa, Hayley. Não quero incomodá-la.
A voz grave de Ítalo me faz arregalar os olhos.
Eu engulo em seco e me viro para ele contendo as batidas insanas do meu coração.
É inevitável não olhá-lo dos pés a cabeça.
Sua blusa social branca agarrada em cada músculo do seu corpo, mangas enroladas até os antebraços deixando a mostra suas inúmeras tatuagens e seu jeans preto evidenciando que ele tem muito mais para enlouquecer uma mulher que podemos imaginar.
Está quente aqui!
Mordo o lábio inferior.
— Desculpe, eu achei que fosse o meu irmão. — Sussurro baixo e ele concorda com um pequeno sorriso. Seus olhos azuis estão intensos e me sinto tocada em cada polegada da minha pele por ele e arfo.
Ele balança a cabeça como se saísse de um transe e dá uma passo em minha direção. Retira algo do bolso e estende para mim.
É uma caixa azul de camurça retangular. Me parece ser uma joia e quando a abro confirmo isso.
É uma delicada pulseira de ouro branco com um pequeno pingente de bailarina no centro.
Sorrio, e Ítalo parece satisfeito com minha reação.
— Sei que você fazia aulas antes, e bem, vi essa joia e me lembrei de você.
— Gostou?
Olho para ele e pisco lentamente. Ele pensou em mim.
Meu sorriso se alarga ainda mais e sem pensar o envolvo em um abraço.
Claramente o meu movimento o pega desprevenido pois sinto seu corpo se retesar.
— Eu amei! Obrigada! — Murmuro no seu ouvido e ouço seu suspiro audível.
Seus braços circulam a minha cintura e o sinto corresponder o meu abraço.
— Foi um prazer, pequena.
— Responde em um tom baixo e rouco.
Afasto-me e encaro seus olhos tempestuosos e logo seus lábios. É como se seu corpo estivesse clamando pelo o meu.
Inalo uma rápida respiração e totalmente ousada, colido nossas bocas.
O beijo. E Deus… Seus lábios são deliciosos e macios. Passo a língua no seu lábio superior e peço passagem e apesar de uma breve relutância, ele concede e com um rosnado do fundo da garganta suas mãos quentes percorrem cada lado do meu corpo e minhas costas batem contra uma pilastra. Aprofundamos o beijo e pressiono-me contra seu corpo rígido. Seu p@u pulsa e eu sinto toda a sua anatomia e não decepciona.
Ítalo levanta minha perna direita e a mantém no seu quadril e com livre acesso ele desliza para a minha coxa suavemente, e quando toca minha i********e, algo primitivo e doloroso pulsa através de mim.
Afastando dos meus lábios, ele ataca o meu pescoço.
— Deus! Você está tão molhada, garota.
Droga! Eu sou um bastardo. — Geme, mordiscando minha pele.
Ítalo tenta se afastar, mas eu o puxo de volta e o provoco, passando as mãos pela a sua ereção furiosa.
Seu peito esmaga o meu, e seu agarre se torna possessivo e doloroso sobre o meu corpo.
— Ítalo, eu quero você! Me faça sua! Me fo.de… Agora! — Suplico, contorcendo-me e ofegando, quando o sinto deslizar um dedo dentro de mim.
Estou a ponto de explodir, o prazer fluindo nas minhas veias.
Gemendo o meu nome, ele agarra minha nuca com uma mão livre e se afasta, retirando o seu toque.
Frustração tomando conta de mim.
— Não posso! Droga! O que eu estou fazendo? Você é só uma menina.
— Rosna, esfregando o rosto, furioso.
— Eu sou um desgraçado! Você é filha do meu melhor amigo, e é uma menina. Eu…
— Eu quis isso, tanto quanto você! — Grito de volta. — E não sou nenhuma menina.
Dou um passo em sua direção, deslizando as mãos pelo seu peito.
Ítalo me olha ferozmente e segura meus pulsos.
— Não! Não podemos fazer isso. Hayley, não está certo. Eu tenho a Cibele e você é apenas uma cria …
Desfiro um tapa em seu rosto que o faz balançar para trás em supresa.
Estou furiosa. Eu não sou uma criança, já tenho idade o suficiente para saber o que eu quero, ele está apenas sendo um covarde, pois sei que adorou cada segundo e sei que estava desejando me comer. Eu não sou boba como pensa.
— Você pode estar me odiando agora, mas vai me agradecer por isso. Hayley, esqueça isso, por favor. Foi um momento de fraqueza e não irá se repetir. Por tudo que é mais sagrado, esqueça isso. Eu vou me casar em poucos meses e…
Tento acertá-lo mais uma vez, mas a sua mão segura a minha no ar.
— Pequena… Eu não quero te magoar, entenda.
Meus olhos se enchem de lágrimas e não consigo segurá-las. Solto-me do seu agarre e corro para fora da mansão, jurando por tudo que é mais sagrado que ele ainda será meu e se arrependerá por cada palavra dita. Só preciso tê-lo uma única vez e então esquecerei que Ítalo Massaro existiu na minha vida.