Capítulo 27: Os segredos de Lana e as suspeitas de Chloe.

1992 Words
Enquanto os dois amantes se deliciavam nos corpos um do outro, a manhã foi bem movimentada entre várias pessoas que rodeavam duas loiras e um pequeno príncipe que após conversar com Dominique e se entenderem, arrancava suspiros e sorrisos de Claire. Dominique mesmo feliz em estar bem com sua amada, estava tentando se enturmar com sua namorada, só que a mesma ainda não sabia desse título, por estar planejando um momento em que oficializaria o que estava acontecendo entre eles, já que a ruiva parecia ter sido fisgada por um certo garotinho de olhar envolvente, bochechas rosadas e sorriso genuíno. - O que foi que está com essa cara Dom? – Chloe se aproximava do amigo o indagando que tinha um semblante indecifrável, mas o sorriso estampado na face. De soslaio, olhou para a amiga com uma carinha engraçada, típico de quem estava se sentindo não só excluído pela amada, mas por seu sobrinho a quem se afeiçoou desde que o conheceu quando era um bebê de apenas 6 meses. Chloe teve vontade de rir, mas se conteve, afinal, sabia bem que o amigo era um homem carente e com isso, não queria “chutar cachorro morto”. Estavam parados num canto da sala encostados na parede próxima a porta que dava acesso ao jardim de inverno criado por uma paisagista contratada pelas amigas para que a loira presenteasse a irmã, já que Clara sempre gostou de mexer em terra e de flores nos seus momentos em que ficava na casa dos pais quando passavam férias, que os médicos a alertaram que era bom, para não ter uma recaída e entrar em depressão novamente. O loiro estava incrédulo por estar se sentindo excluído pelos dois, mas até que o seu coração transbordava de uma felicidade por já estar imaginando um futuro com a ruiva e vários ruivinhos correndo pela mansão que possui em Paris. Seus olhos voltaram a olhar para os dois que brincavam de montar uma fazenda, já que Lucca adora animais e ali, naquele olhar, Chloe reconheceu que seu amigo estava apaixonado por Claire verdadeiramente. - Agora entendi. Você está se sentindo excluído do mundo em que eles criaram ali e agora está imaginando estar com minha amiga vivendo isso acertei? – A loira aperta seu ombro sorrindo. Dominique sorri meneando a cabeça. Sim ele foi pego e sua amiga era muito esperta. - Já te disseram que você deveria ser uma detetive ou mesmo uma bruxa para saber sobre essas coisas assim? – A indaga sorrindo. - Sim e já te disseram para não ter ciúmes do nosso sobrinho por conquistar e roubar a sua garota? – Se aproxima do loiro, sussurrando em seu ouvido em zombaria. - Mais... – Ele estava chocado. Dominique a encarou boquiaberto, enquanto Chloe dava dois tapinhas em seu ombro enquanto se afastava rindo. Nem lhe deu oportunidade em refutá-la e seguiu para a cozinha pegar uma água. - A senhora gostaria de alguma coisa? – Lana a pergunta enquanto termina de preparar o almoço. Se aproximando da geladeira, Chloe sorriu e deu um beijo na bochecha da senhora a pegando de surpresa por receber aquele carinho. Abriu a caixa de metal sob os olhos atentos de Lana que ainda assimilava aquela abordagem, quando ouviu a voz doce da loira ressoar. - Já disse para a senhora não me chamar assim. É somente Chloe, Lana. Retirou a jarra de suco optando não mais pela água indo ao armário pegar um copo e se servindo. Lana apenas suspirou e assentiu. - Eu sei menina. Mas é que a senho... quer dizer, você é minha patroa, Chloe! – A senhora retoma os cortes na tábua das verduras que estava a preparar uma sopa para o pequeno. Virando-se para a senhora, Chloe suspirou e parecendo nostálgica vivendo uma lembrança passada, disse. - Posso ser a sua chefe Lana, mas não pense que sou mimada ou vir de berço por ser rica, ou uma perfeita patricinha porque eu não sou. Vim debaixo e conquistei tudo não só para ser quem sou hoje e dar uma vida melhor para a minha família, mas para alcançar um objetivo que meticulosamente tracei por anos. – Terminando seu suco, Chloe segue para a pia colocando o copo e volta-se a abrir a geladeira colocando a jarra no lugar. Ao retornar para a pia para lavar seu copo, mãos envelhecidas e calejadas pelo trabalho árduo de anos em casas de família, a interrompe. Ao sentir aquele toque, Chloe congelou e virando seu rosto lentamente, viu dois olhos a encarando com doçura. - Conheço bem esse olhar menina. Já estive no seu lugar uma vez e saiba que pode se arrepender pelo que planeja. Vendo-a estática, Lana retira o copo das suas mãos o lavando sem que a loira se mexesse do lugar. Deu de ombros dando as costas para ela, voltando a cortar os legumes sobre a tábua de madeira na ilha. Chloe se perguntava como aquela senhora sabia o que ela pretendia. E o que ela queria dizer com, “já estive no seu lugar uma vez e saiba que pode se arrepender pelo que planeja”. Piscou algumas vezes até que ao engolir em seco, sorriu sem graça desconversando. - Eu não sei do que a senhora está falando. – Disse ao passar por ela e Lana deu de ombros. - Se é o que diz... – Balançou os ombros fazendo uma careta não muito convicta da sua resposta. Chloe suspirou e empurrou a porta vai e vem saindo da cozinha intrigada. Lana já passou pelo mesmo que a loira pretende fazer, só que ao contrário da bela moça, a senhora se arrependeu pelo que fez já que as consequências dos seus atos, resultaram na morte do marido e do filho que tinha apenas 6 anos na época. Lana, tinha somente 20 anos quando trabalhava com o marido, com apenas 2 anos de casada numa mansão de uma família muito conceituada em Toronto quando, os olhos do seu patrão repousaram sobre ela na época. A esposa do seu chefe, havia acabado de perder seu primeiro filho e estava depressiva, quando começou a assediá-la. No início, Lana conseguia se desvencilhar, já que sempre buscava estar perto do seu marido que era jardineiro e motorista, ou vezes, estava com a cozinheira ou a governanta que, percebendo que o patrão estava com olhos compridos pela bela moça, a ajudava no que podia. Sabia como a mulher do seu patrão, que mesmo depressiva, sempre foi muito ciumenta. E para não ter mais problemas do que já existia naquela família, não a deixava sozinha e, seu marido, que procurava outro trabalho sabendo o que a esposa vinha passando, era grato àquela mulher por ajuda-la. Mas, movido pelo desejo infame pela empregada, armou de sua esposa ser levada pelo motorista junto com a governanta para o hospital em uma das suas consultas com a terapeuta, dispensando a cozinheira a ir ao mercado. Lana sofreria o que em muitas famílias ricas acontecem com a garota pobre. O patrão a violentou. Quando terminou seu ato sobre a bela mulher, Lana estava destruída. Não ficou grávida daquele ato, porque já estava concebendo seu filho no ventre com seu marido e somente eles sabiam da sua pré-existência. Com o uniforme rasgado, algumas marcas nos s***s, rosto e pescoço, Lana seguiu para a ala dos empregados tendo vários seguranças vendo-a correr cobrindo com os pedaços rasgados da sua blusa e ali, sabiam o que o homem daquela mansão havia feito. Mas quem iria contra aquele ser desprezível que era tão poderoso que podia exterminar quem fosse com seu status? Ninguém ousou ajuda-la e fizeram vista grossa temendo por suas vidas e dos seus. Quando o marido e a governanta chegaram, perceberam que havia algo errado no ar. O patrão tinha um sorriso triunfante e debochado sobre o motorista que ao sentir o peito se apertar, correu até onde ficavam e viu sua esposa do mesmo jeito que entrou após ser abusada. O sangue ferveu e o marido parecia transtornado, até que parando-o por medo de perde-lo, implorou para que não fizesse nada. Mesmo relutante e preocupado com o estado de Lana, Antero, seu marido, concordou. Pediu que a mesma tomasse seu banho e vestisse uma roupa limpa, estava decidido. Foram primeiramente quando estava arrumada para falar com o patrão e ao pedirem demissão do emprego, o mesmo ficou enfurecido. Não queria que Lana saísse daquela casa, mas com o olhar inquisidor de sua esposa e da governanta que já tinha uma ideia do que havia acontecido, já que um dos seguranças contou por alto o que havia visto, também o encarava. Não havia outra alternativa, a não ser aceitar. A contragosto, aceitou a demissão dos dois dando um p*******o além do que eles tinham direito. Pegando aquele cheque das suas mãos, Antero e Lana saíram dali sem olhar para trás. Se mudaram para uma cidade do interior cujo compraram um sítio e o ex-patrão ainda tinha a sua obsessão por Lana, resultando em um ano depois, descobrir o paradeiro do casal que agora tinham um lindo menino de olhos acinzentados. Quando soube a existência daquela criança, começou a persegui-los, e por anos, passaram indo de cidade em cidade, fugindo daquele desejo insano do homem que tinha a certeza de que o menino era dele e queria não só a criança, mas a bela mulher e então, Lana resolveu fazer justiça quando o pequeno Pietro, tinha apenas 6 anos. Tinha algumas provas que muitos desconheciam, por conhecer um dos seguranças que trabalhava no setor de vigilância, imagens daquele dia e, com as provas em mãos, moveu um processo contra o mesmo. Antero como sempre, a apoiou. E no ato do desespero por não ter Lana e nem o menino consigo, tendo sua reputação arranhada, resultando no fechamento da sua editora na época, o ex patrão, prometeu vingança. Mesmo sabendo através das provas, que o filho de Lana não era dele, não teve piedade em provocar um acidente à caminho da audiência que daria o veredito ao homem. Lana, foi a única sobrevivente e com o que lhe aconteceu, perdeu seu filho e marido no acidente que deveria ter morrido também, se sentia morta por dentro e só estava sobrevivendo, por encontrar após anos enclausurada no interior onde os pais de Chloe e Clara moravam, esse trabalho que parecia lhe devolver a vida. Com o pensamento longe, Chloe estava com o olhar distante, quando Dominique que agora estava enturmado na brincadeira com Claire e Lucca, sendo observados de longe por Ellen Consuelo que sorria das gargalhadas do pequeno, avistou a amiga e se preocupou. Falou algo no ouvido da ruiva que sorriu assentindo beijando rapidamente seus lábios e depois a testa do pequeno, se aproximando da loira que agora, estava frente a grande janela próximo a escada. - Chloe, está tudo bem loira? – Pergunta colocando a mão em seu ombro. Suspirando, a loira o encara e então dispara. - Dominique, preciso de um favor seu meu amigo. - Pode falar. - Quero que descubra tudo sobre a Lana. Com os olhos arregalados, o loiro aponta em direção a cozinha e a indaga sem entender. - Aquela senhorinha? - Sim, ela mesmo. Descubra o quanto antes meu amigo e preciso para ontem. Creio que há algo na sua história que não me cheira bem. Dominique engoliu em seco e assentiu assustado. - Tudo bem. Quando você fica assim, já até sei que vem chumbo grosso por aí. Arqueando a sobrancelha, a loira sorri se aproximando do amigo. - Pode apostar! Beijou seu rosto e subiu para seu quarto. Precisava se preparar para mais tarde. Iria tomar um banho bem relaxante e, ela mesmo faria sua maquiagem e penteado para o jantar com Breno. Continua... Pelo visto Lana guarda muitos segredos. Será que tem a ver com a família Armstrong? E o que será que Chloe fará quando descobrir os segredos da senhorinha?
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