Capítulo 38: Vocês não podiam esconder isso de mim.

1463 Words
Olhando para as três enfezada, parecia que Penélope soltava fogo pelos ouvidos e fumaça pelos cabelos de tanta raiva que transmitia naquele olhar. Chloe engoliu em seco desviando seu olhar e fitando os de Debby que estava do mesmo jeito. Já Claire, mesmo que não estivesse envolvida nesse segredo, se sentia desconfortável pela reação e semblante que a mãe das gêmeas estava tendo. Percebendo o silêncio ensurdecedor presente, Penelope se aproximou as encarando e disparou. - Quando iam me contar que a minha filha e o meu... – Com os olhos marejados, a senhora respira fundo para conter suas emoções e olhando em direção ao pequeno que agora estava ao lado de Ellen Consuelo brincando com seus animais e tratores alheio ao que acontecia ao seu redor, sorri ao ver o lindo menininho à sua frente e logo, fecha o semblante voltando a olhá-las apontando em direção ao neto e continua. – Meu neto. Vocês não podiam fazer isso comigo. Penelope estava indignada. Não conseguia engolir, o fato da filha e seu marido esconderem algo tão importante assim. Cruzou seus braços e encarou sua filha intercalando entre as outras duas, que mesmo não sendo suas filhas, as considerava muito para também se decepcionar com elas. Todas as três envergonhadas, abaixaram a cabeça. A voz de Clara reverbera no ambiente, mas não fora capaz de atrair a atenção da sua mãe que continuava fuzilando aquelas três traidoras. - Mãe. Por mais que escutasse aquela voz doce ecoando em seus ouvidos, não foi o suficiente para se desestabilizar, já que parecia estar com sangue nos olhos. - Vocês têm noção do que fizeram comigo?! Sabem como é triste ser apunhalada assim por vocês! – Sua voz ressai entre os dentes com a sua respiração ofegante numa profunda decepção. - Querida, você não pode se estressar. Lembre-se o que o médico disse. – Karl se aproxima preocupado tendo um olhar atravessado na sua direção o fazendo parar, dando um sorriso sem graça. - Fique quieto Karl! E olha que ainda calado você está errado. – Refuta irritada. - Médico?! Como assim médico? O que aconteceu com a senhora mamãe? – Chloe a indaga apreensiva. Virando lentamente sua cabeça, parecendo aquela menina do exorcista, seu olhar fuzilante, faz a filha piscar várias vezes de medo. - Agora está preocupada comigo dona Chloe?! Que interessante, já que a minha saúde não é mais a mesma desde que falaram que a minha filha morreu com meu neto na barriga. Será mesmo que está preocupada? – Ironiza com escárnio. - Desculpa! – Foi o que conseguiu se pronunciar abaixando a cabeça com lágrimas deslizando por seu rosto, molhando o chão próximo aos seus pés. Por mais que lhe doesse ver a sua filha daquele jeito, precisava se manter firme, mas até que estava sentindo prazer em vê-la desestabilizada. Respirou fundo caminhando até uma poltrona e se sentando. Seus olhos correram por toda a sala e ao parar em sua filha mais velha alguns segundos, perguntou. - De quem foi a ideia de me fazer de trouxa? De quem foi a ideia de me fazer derramar rios de lágrimas, enquanto sabiam e participavam de tudo do meu neto e da minha filha? Anda, estou esperando Chloe! - Querida... Karl tenta mais uma vez e se frustra pelo olhar fuzilante lançado em sua direção se calando. - E então, estou esperando Chloe. Com certeza só nessa sua cabeça doente que deveria ter tido essa ideia louca e como sempre conseguiu ludibriar seu pai, foi mais fácil o engabelar para cair no seu plano macabro. Chloe escutava tudo calada. Cada palavra era uma faca que era cravada em seu peito. Por mais que sua mãe tivesse razão em estar com raiva, estava extrapolando ao despejar sua raiva sobre ela. Até que, antes da sua mãe falar mais alguma coisa que viesse a se arrepender depois, Clara interviu se aproximando com a sua cadeira de rodas sendo empurrada por seu marido aonde Penélope estava. - Não foi ela quem teve essa ideia, fui eu quem pedi para não falarem com a senhora e muito menos com a Claire. A ruiva nem sabia de nada assim como a senhora, minha mãe. Não culpe a Chloe, pois a maior culpada de tudo fui eu, desde o início. Assim que Clara cuspiu essas palavras, Penelope ficou atordoada. Não esperava que a sua caçula, mesmo feito tão m*l a si mesma, seria capaz de pedir a todos eles de esconderem que estava viva e não só para ela, mas para uma das suas melhores amigas, Claire. - Filha... mas... porque? – Gagueja. Respirando fundo, Clara massageia sua testa e mesmo que fosse difícil falar isso, era preciso. Chega de ser aquela boazinha em tudo e não conseguir expor suas emoções ou sentimentos. - Mãe, eu sei que cometi um grande erro em tentar contra a minha vida. Sou muito grata por ter uma nova chance e descobrir o que é o amor ao lado do meu marido Steven e o meu filho Lucca. Mas, por anos eu mantive todas as minhas dores no escuro. Mantive todas as minhas tristezas debaixo do tapete e mesmo que Pedro ou seus amigos não fizessem isso comigo e a descoberta da aposta, eu poderia sim ter atentado contra a minha vida. Não quero e nem posso eximi-los da culpa, pois, os três brincaram com os sentimentos de uma pessoa por mero capricho. - Filha... – Com a voz embargada, sua mãe tenta interrompê-la. Erguendo uma das mãos, Clara a cala se negando. - Não mãe, deixa eu falar... Eu nunca fui uma pessoa forte, sim, eu hoje entendo isso. Mas, se você ou a Claire soubessem que eu estava viva e que meu filho estava bem e cheio de saúde, vocês não iriam deixar a Chloe nesse plano dela de fazer justiça e respondo veemente para vocês. Não! Vocês não concordariam. Por mais que eu não quisesse que ela seguisse com esse plano, hoje, quando estava no consultório dos doutores Fritz, eu percebi que estava errada em minha irmã pegar leve ou esquecer. Quantas pessoas eles não devem ter brincado dessa forma? Quantas pessoas mais eles podem fazer isso de novo? Não é fácil todas as humilhações que eu passei ao longo da minha vida. E eu tomei uma decisão quando tudo se resolver após os exames e minhas cirurgias. Todos se entreolharam assustados com tudo o que Clara acabava de falar e sua irmã e até mesmo suas amigas, já sentiram que iria ter um Q a mais nessa decisão e, mesmo que achassem ótimo, ficaram temerosas. - E o que seria querida? – Steven a indaga. Respirando fundo, Clara dispara. - Não irei participar dessa justiça se é o que estão pensando, não dessa forma, mas irei estar por trás do jornalismo e sim, investigarei quem mais foi prejudicado por esses três. Steven sentiu seu peito inflar. Estava cheio de orgulho da sua esposa, assim como todos que sorriram percebendo o quanto aquela menina agora sim, era a verdadeira mulher forte que deveria ser. Abaixando-se ao seu lado, o ruivo segura em suas mãos levando-as aos lábios dando um beijo caloroso em seu dorso. - Meu amor, que lindo isso da sua parte. Estou orgulhoso de você. – Se derrete. - Obrigada meu amor! Os pais que estavam afastados, se aproximam emocionados. - E nós também minha filha. – Diz a mãe com os olhos marejados. - Sim, filha, estamos muito orgulhosos de você. – Seu pai fala com a voz embargada. Todos se aproximaram de Clara a parabenizando por estar mais forte e decidida, menos Chloe que estava distante observando tudo com uma dor enorme em seu coração. As palavras da sua mãe martelavam em sua mente e sentia que havia uma verdade no que ela disse. Até que sua irmã, a tirou dos seus pensamentos. - Chloe, e você minha irmã, não vai dizer nada? Olhando para todos com os olhos vermelhos e úmidos, a loira sorri fraco. - Parabéns maninha! Você está se tornando uma mulher forte. – Correu para seu quarto os deixando sem entender nada. - Chloe! – Dominique a chama sem sucesso. - Ué, o que deu nela? Todos se entreolharam e Debby ao olhar em direção a Penélope, sabia que só podia ter sido isso e disparou. - Só pode ter sido por tudo o que a tia falou para ela. - Eu?! O que eu fiz afinal? – Pergunta desentendida. Karl, se afasta e antes de sair atrás da sua filha, dispara. - Eu vou falar com ela. Assim o fez, sem dar tempo de alguém o impedir ou falar algo. No quarto de Chloe... Continua... Pelo visto, Penélope não é uma mãe tão boa assim com a Chloe e porque será?
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