Ao ouvir aquela voz, Analice estremeceu. O pânico pairou em seu corpo a fazendo paralisar. Seus olhos se arregalaram e pela pouca claridade no pátio com os raios da lua que estava linda no céu em sua forma crescente com várias estrelas brilhantes naquele céu azul escuro, o homem que segurava seu pulso, saiu da penumbra aonde estavam e uma parte daquela luz iluminou seu rosto, fazendo a bela mulher temer que o belo rapaz que se tornou um lindo homem, pudesse fazer algo contra ela.
Duncan estava praticamente idêntico a Breno nessa idade e para Analice era como se o visse refletido naquele rosto, mas estava perplexa em como depois de tantos anos, estavam frente ao outro e o que ele estava fazendo ali? Seus olhos marejaram, mas não de emoção por rever um namorado do passado, mas sim, pelo medo do que aquele homem o pretendia fazer.
Munida de uma coragem e se recuperando do susto, Analice levou sua mão livre a mão que segurava seu pulso e com os olhos que não se desviaram, forçou-se conseguindo se libertar daquele aperto.
Nem mesmo Duncan havia se dado conta que apertava aquela pele macia fortemente. Mesmo tendo sido um escroto no passado, após tantos anos na Suíça e seus pais morando em uma cidade vizinha logo após o escândalo de trair sua namorada com a prima, Duncan sempre foi apaixonado por sua primeira namorada e não a esqueceu. Infelizmente cometeu o erro de se deixar levar pelas “brincadeiras” vindos de todos os amigos que acabou cedendo a prima que queria de fato atingir Analice por não gostar da morena desde a escola.
Sorriu sem graça coçando sua nuca quando os olhos caíram para o pulso em que sua amada massageava pela dor que havia lhe causado.
- Me desculpa. Não queria te machucar.
- O que está fazendo aqui? – Desconversa irritada.
Passando a mão pelos cabelos, Duncan dá um passo em sua direção tendo Analice dando mais dois para trás. Respirou profundamente percebendo que a mesma estava assustada e disparou.
- Vim pois, quero minha namorada de volta. Eu te amo Analice, nunca deixei de te amar. – Disse sincero.
Incrédula com tamanha cara de p*u, Analice cruza os braços e ri. Tanto que Duncan a encara e sem graça, sorri amarelo. Sabia que não seria fácil e que a bela morena não acreditaria nele.
- Sério mesmo?! Você descobriu isso como, quando estava comendo a sua prima e me traindo há meses ou quando foi enclausurado num colégio interno na Suíça? – Pergunta irônica sentindo algo estranho em seu peito com aquela pergunta.
Não sentia nada por aquele rapaz, mas porque estava se sentindo m*l com o que aconteceu no passado? Encarava-o com esses pensamentos.
Duncan engoliu em seco abaixando a cabeça. Sabia que Analice tinha sua mágoa e ela estava errada quando citou que descobriu seu amor por ela quando estava com a prima ou quando foi para a Suíça. Meneou a cabeça e com os olhos marejados a encarou ao erguer sua cabeça.
- Você está errada Lice. Eu sempre te amei, só que ao traí-la, era por causa dos meus amigos. Me diziam que para ser o cara ou ter mais experiência nas nossas noites, era para ficar com as mulheres e não sabia que a Loren tinha raiva de você. Nem sabia que ela havia feito tudo aquele dia para que você nos pegasse. E também, ultimamente estávamos distantes e não quero que se sinta culpada por isso, o que eu posso dizer é me perdoa! – Ao terminar de falar Duncan estava chorando.
O choque foi grande! Analice não estava acreditando no que acabava de escutar. Como um homem pôde se deixar levar por tudo aquilo que os amigos lhe propuseram e sabia que no fundo, Loren tinha raiva dela por nunca tê-la ajudado a ficar com Pedro. Mas não podia fazer nada quanto a isso, já que o irmão a via como uma mulher sem sal e fútil além claro de nutrir um amor proibido na época, se negando a ajuda-la.
Por mais que naquele dia estava disposta a não continuar com aquela relação, sentiu dor em seu coração quando os pegou juntos, mesmo tentando se fazer acreditar que era um alívio sair daquele namoro fadado ao fracasso. Mesmo que o namoro não tenha durado, Analice até que gostava de Duncan e se caso não estivesse decidida em terminar com ele ou pegá-lo com sua prima, poderia até vir a amá-lo e pensando nisso, surgiu uma ideia para saber se ele a amava de verdade ou estava ali para se vingar dela.
Olhando-o desconfiada, assentiu por tudo o que ele falou.
- Você está certo! Mas não eximi o fato de ser um escroto da pior espécie. E... – Comprimiu os lábios se calando.
Ainda não tinha a certeza de que era o momento em falar algo que lhe surgiu em mente, mas, enquanto não conseguia ficar com Breno, porque não aproveitar alguém que lembrava tanto a ele? De repente, sentiu um calor em suas mãos e era o toque suave e firme daquele homem à sua frente. Aquele mesmo sentimento estranho, surgiu em seu peito, mas espantou-os rapidamente se afastando.
Duncan sorriu ao perceber que ainda provoca algo na sua amada e não desistiria.
- Me diga Lice, o que iria falar mais se calou?
Suspirando fundo, Analice o encarou e vendo a esperança resvalar no brilho daqueles olhos, disse firmemente.
- Se quer mesmo que eu seja sua novamente, terá que me provar que não está aqui para quem sabe se vingar, só não sei o quê, já que não fui eu quem traiu. – O olha desafiadora.
Duncan sorri e se aproxima, a surpreendendo ao enlaçar seus braços na sua cintura a trazendo mais para perto. Os corpos colados, a respiração ofegante, era a libido perfeita para o desejo que estava adormecido por esses anos.
Seu rosto quase que se fundindo e os hálitos quentes se chocando contra a pele. A boca entreaberta, era um convite para ele toma-la num beijo carregado de saudade, mas se conteve ao sorrir.
- Não vejo a hora de te reconquistar meu amor e quanto a vingança, não tenho o que me vingar já que como disse, fui eu quem traiu e não o contrário.
Antes que pudesse contestar, Duncan tomou aqueles lábios vermelhos e suplicantes por um beijo seu, em algo quente, avassalador e cheio de amor que sentia por aquela mulher. A mesma o correspondeu sentindo um misto de emoções quando os olhos se fecharam para apreciar seu sabor. Via não só Breno naquele beijo, mas também Duncan enquanto as línguas duelavam mostrando-lhe o quanto estava confusa. Até que foram interrompidos.
- Desculpe, mas vocês não podem ficar aqui! – Disse uma voz rouca e potente com uma lanterna os iluminando.
Com os corações batendo descompassados e se desprendendo daquele beijo que podia os levar ao céu em segundos, olharam estreitando os olhos pela forte luz que os iluminavam nos rostos e se desculparam.
O homem que era um dos seguranças, desligou a lanterna os fazendo sair dali. Ao se entreolharem enquanto saiam do pátio, não precisavam palavras para expressar o que queriam e subitamente, Duncan a puxou para a lateral onde havia um portão, dando ao estacionamento, seguindo para o seu carro e partindo para um hotel a quatro quarteirões dali.
Enquanto isso numa certa saleta, meia hora antes...
Continua...
Será que o Duncan já estava no coração da Analice e por sua obsessão por Breno não havia percebido antes? E será que ele conseguirá fazer com que ela desista dessa loucura que Harold tentou colocar na cabeça dela para se casar com o próprio irmão de criação?