Capítulo 65: O tempo passa... parte 1

1429 Words
Agora, de volta ao apartamento das meninas, Karl estava inconsolável. Como não percebeu nesses anos todos tudo o que Penélope fazia contra a sua filha mais velha. Como não percebeu pelo olhar triste, todas as vezes que voltava depois de um dia cansativo de trabalho que naquele dia, sua filha não jantou ou estava presa trancafiada no quarto sendo solta minutos antes dele chegar em casa. Chloe estava com os olhos vermelhos e a ponta do nariz do mesmo jeito. Segurou o choro o máximo que pôde, mas agora estava até com dor de cabeça pelas lágrimas que teimavam em cair e tentando segura-las sem sucesso. Sentou-se no sofá e abaixou a cabeça por entre suas mãos que seguravam seus cabelos. Sua irmã estava arrasada. Escutar que sua mãe odeia a sua irmã por motivos tão fúteis e torpes, não entrava na sua cabeça ter se enganado tanto com aquela mulher. Agora, tinha até dúvidas se ela a amava como dizia e demonstrava ou era somente uma afronta contra Chloe para afirmar todo o seu desprezo sobre a irmã. Steven, percebendo que Clara não parava de chorar, achou melhor leva-la dali para o quarto. Foram muitas emoções fortes por hoje e não queria que sua esposa piorasse sua saúde sendo que no dia seguinte já iniciaria os exames para os irmãos Fritz verificarem se a sua amada poderá fazer a cirurgia de coluna e visão logo ou não. Sendo que o doutor Damian prefere fazer a da visão primeiro, para motivar que Clara se dedique a voltar com seus movimentos. - Vamos meu amor. O dia hoje foram de muitas emoções. – Se aproxima da cadeira de rodas a conduzindo para voltarem ao quarto. - Eu quero ficar amor. Quero conversar com meu pai e minha irmã. Quero me desculpar. – Disse chorosa. - Amor... – É interrompido. - Filha, não há o que se desculpar comigo e acredito que sua irmã pense o mesmo. Quem deve pedir desculpas aqui, esse alguém sou eu! – Se aproxima das filhas sentando-se ao lado de Chloe que retira suas mãos da cabeça erguendo seus olhos que agora estavam claros como um mar calmo e cristalino, porém tristes e úmidos. Seu sorriso fraco, o desmontou. Abriu os braços para a sua pequena não tão pequena assim que se jogou naquele abraço, sentindo a paz e calmaria que seu coração necessitava. Ali, as lágrimas copiosas caíam lavando seu coração, mas a alma continuava em frangalhos molhando a camisa do seu pai que não se importou. Sua mão deslizava sob o dourado dos seus cabelos tentando acalmá-la. Foi de cortar o coração até mesmo para o cunhado que tentava se manter o mais durão possível, tendo seus olhos marejados e uma lágrima solitária escorrendo por seu rosto sendo enxugada rapidamente. Clara, ouvindo os soluços da irmã, chorou junto. Estava também muito triste. - Chora minha menina. Chore tudo o que precisar. Estarei sempre aqui e me perdoa. – Sua voz ressoa com um aperto no peito. Ao se afastar com o rosto banhado em lágrimas, Chloe dá uma fungada passando as mãos pelo rosto e meneando a cabeça se negando. - Não pai. O senhor não tem culpa de nada do que passei. A ma.., quer dizer, a Penélope, fazia tudo muito bem feito, até o dia que consegui a bolsa de estudos e ir para Paris. Nem o senhor e nem a Clara tem culpa de nada. - Oh minha filha, não sabe como tenho orgulho de você, aliás de vocês duas. São minhas joias mais preciosas que mesmo aquela mulher agora nos mostrar quem verdadeiramente é, desse casamento, tive algo maravilhoso que são minhas filhas. – Com a voz embargada e segurando a mão de cada uma, dá um leve sorriso emocionado. Até as amigas que agora começavam a entender o que se passou naquele escritório estavam num canto abraçadas e com os olhos marejados emocionadas com a cena e orgulhosas de Chloe por ser essa mulher tão forte. “Ding, Dong” Na sala, Lana que estava ocupada na cozinha sentindo o coração acelerar como se algo muito bom fosse acontecer, pede para Ellen abrir a porta já que em meio ao caos que Lucca não percebeu o que acontecia naquele apartamento, estava tirando uma soneca no seu quarto após brincar até se cansar na cinemateca. Ao abrir a porta, Ellen ficou chocada com tanta beleza reunida juntas na sua frente. Breno, Luke que acompanhou o amigo até a mansão e estava agora ali aproveitando para ver sua amada, Catrina e o advogado. - Oi Ellen, a Chloe e o pessoal estão aí? – Catrina pergunta. - Sim, senhora. Venham, entrem. – Sorri dando espaço para passarem enquanto abre mais a porta. De dois em dois, adentram no apartamento, quando Lana aparece enxugando as mãos num pano de prato preso ao avental, se surpreendendo quando seus olhos batem sobre uma pessoa em específico. - Quem é Ellen... Oh meu Deus! – Seus olhos se arregalam levando uma das mãos a boca em choque. Suas pernas naquele momento fraquejaram e sentiu uma vertigem ao estar frente a um jovem rapaz que a lembrava muito seu falecido marido Antero. Eram idênticos nessa idade. Quase caindo, o jovem instintivamente corre até a senhora amparando-a em seus braços fortes preocupado. Todos ao redor, não entenderam bem porque aquela senhora estava daquele jeito e ainda com seus olhos brilhando com uma emoção por um desconhecido. - A senhora está bem? – Breno corre com seus olhos, verificando se senhora está bem e sentiu algo estranho em seu peito. Como se a conhecesse há anos, mas não sabia de onde. Sem conseguir falar nada pelo nó formado em sua garganta, Lana apenas balançou a cabeça concordando. Ainda nos braços daquele rapaz, a senhora ergueu uma das mãos ameaçando tocar aquele rosto para saber se era real e estranhamente, Breno não se afastou parecendo que um imã o ligava a ela. - Você... como pode... é tão igual à ele... – Murmura com a sua voz embargada. Dominique que estava no seu quarto ao saber que estavam atacando sua amiga, ligou para alguns funcionários da sua empresa expert em TI para tirar aquela merda toda das redes, quando conseguiu que eles entrassem em ação e ao retornar para a sala, se chocou com a cena que viu. Do mesmo jeito que os demais estavam ainda sem entender porque Lana estava tão emocionada com Breno Armstrong daquele jeito. - O que... – Se calou ao constatar naquele amparo e a mão daquela senhora tocando o rosto daquele rapaz, tendo a certeza do que tanto sua amiga queria saber, Lana era a sua mãe! Longe dali, na mansão Armstrong, Pedro estava revoltado depois da conversa que teve com seus pais. Acabava de descobrir que Breno não era seu irmão de sangue e consequentemente sua mãe deu poder a um bastardo. Ficou mais revoltado ainda, quando Analice que havia tido uma deliciosa noite com Duncan jamais sentida antes com outros dos quais se envolveu nesses anos, quando a irmã caçula participou da “reunião” e que a mesma já sabia e por seu bel prazer, se calou mantendo aquele segredo para conseguir se casar com Breno. Ao qual, agora, estava mais confusa com o reaparecimento de Duncan se queria continuar com esse plano e essa obsessão por alguém que ao ver o rosto do irmão, constatou que Breno amava verdadeiramente Chloe ou Madame C como conhecem e pensava seriamente se valia a pena ficar com alguém que só a via como irmã. Brigou com os três e saiu com seu carro para um lugar que nunca pensou ir antes. Parou num dos galpões que Liam tinha pela cidade, para enfim, o “amigo”, conseguir dele alguns dólares em balinhas que nunca havia experimentado antes. Não encontrou o amigo que estava na delegacia tentando resolver pelo menos uma estipulação de fiança que o juiz estava irredutível em liberar, já que porte de drogas no Canadá era como no Brasil, inafiançável. Mas ao contrário do que não acontece aqui, no Canadá, levam as leis bem à sério. O sócio que estava ainda por lá cheirando uma carreira e curtindo uma “festinha” com três mulheres, quem atendeu Pedro e pela primeira vez, não só participou de uma orgia, mas provava de algo que nunca passou em sua mente experimentar. Continua... Parece que o vídeo ajudou em algo para que Pedro se autodestruisse sem precisar a Chloe sujar suas mãos. Ou será que ela ainda vai fazer algo a mais?
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