Karl, que fora quem auxiliou Lana no desmaio, estava ao seu lado agachado frente ao seu corpo que estava no sofá. Deu um leve sorriso a tranquilizando e respondeu com ternura, a mesma com a qual sempre tratou as pessoas.
- A senhora desmaiou e... – Ergueu o vidro de álcool dando uma chacoalhada e a olhou carinhosamente. – Usei o santo remédio de todos, e a senhora acordou. A senhora está bem? – A indaga preocupado.
Olhando ao redor com um semblante assustado, Lana viu em cada rosto um semblante de alívio até pairar sobre Breno e os olhos encherem de lágrimas e a mesma apertar os lábios tentando conter o choro que anunciava querer não ser tão obediente assim.
A emoção estava a mil e o coração disparado freneticamente. Sua mão envelhecida e ao mesmo tempo trêmula, seguiam até o rosto do rapaz que a olhava com ternura e foi inevitável as lágrimas não caírem.
Com a sua voz embargada, murmurou enquanto seus dedos trêmulos e frios contornavam o belo rosto, parecendo querer gravar na memória aquela imagem que tanto sentiu falta. Se perguntava internamente em como era possível um jovem como aquele sendo daquela família, ser tão parecido com seu falecido marido? Sabia que aquele rapaz era adotado, mas segundo as mídias, foi adotado em um orfanato que na época foi relatado e depois que a mulher engravidou novamente, aquele assunto era proibido.
Será que estava alucinando por sentir tanta falta do seu marido e filho que agora, o via quando mais novo na face daquele rapaz que não recusou seus toques em nenhum momento.
Os olhos de Breno estavam brilhando. Pela emoção que nem sabia ao certo porque aquele sentimento pela senhora a sua frente que o deixava com o coração transbordando de felicidade. Estava emotivo, mas também preocupado com ela que estava ficando agitada do mesmo jeito antes de desmaiar.
- A senhora está bem Lana? – Chloe pergunta assim que Breno enluva a mão daquela senhora em seu rosto e sorriem como se ambos se conhecessem há anos.
Suspirando, Lana desvia seu olhar, encontrando os olhos doces de Chloe a fitando. Assente com um sorriso tenro.
- Estou minha querida. Estou bem sim. Obrigada!
- Bom, já que estamos todos emotivos e espero que a senhora não tenha problemas cardíacos, porque... – Olhou para Breno que agora a encarava com atenção e o cenho franzido sem entender o que acontecia, até a voz de Chloe reverberar e continuou. – Pelo que estou vendo, é ela meu amor.
Parecia que ainda a ficha não tinha caído e a encarou em interrogativa a indagando.
- Ela... ela quem meu amor?
Olhando para os dois, Chloe segurou em cada uma das mãos daqueles que estavam emotivos e parece que Lana estava começando a entender o que aquela bela mulher queria dizer, mas como era possível se viu o corpo do seu marido e filho mesmo que os rostos estavam irreconhecíveis, ela sabia que eram eles.
- Amor, acho que você encontrou quem tanto estava procurando. – Gesticulou de cabeça em direção a Lana que já se derramava lágrimas copiosas e o coração batendo descompassadamente.
Os olhos de Breno a encaravam em descrença e não conseguia olhar em direção aquela senhora que estava emocionada. Seu coração errou as batidas e sentiu até os olhos se turvarem pelas lágrimas se formando em seus olhos. Soltou o ar que nem percebeu que segurava numa lufada alta.
- Você... quer dizer... – Nem conseguiu completar a frase com a sua voz embargada.
Chloe estava com seus olhos úmidos e apenas balançou a cabeça consentindo em meio a um sorriso genuíno.
Virando-se para aquela senhora que agora o olhava com a mesma emoção de se encontrarem no meio daquela sala quando vinha da cozinha, e tomado por sua coragem ao fita-la, colocou uma mecha teimosa dos cabelos grisalhos de Lana atrás da orelha, fez uma pergunta que faria quando estivesse frente a sua mãe.
- Qual o nome da senhora?
- Lana Stevens Anders, esposa de Antero Stevens e mãe do pequeno Pietro Stevens Anders. – Sua voz entrecortada pronunciou.
Parecia que Breno havia levado um choque, tamanha a felicidade de estar frente a sua mãe e esse tempo todo estava no apartamento da sua amada como doméstica.
Não que fosse vergonha para ele a profissão da sua mãe, mas acreditava que Lana estivesse em algum interior ou até mesmo fora do país, já que nunca descobriu qualquer rastro de onde estava a sua mãe. Agora, estava ali, com aquela senhora com olhar doce e sorriso cativo, na sua frente. Não via a hora de esfregar na cara daquele que acreditava ser o seu pai por muito tempo, a verdade que já tinha conhecimento.
Queria pôr aquele homem na cadeia por inúmeras coisas, mas uma delas seria o caso do acidente criminoso do seu pai Antero, forjando a sua morte e consequentemente sua adoção em um lugar que jamais havia estado.
Mas, como tudo dura pouco, não imaginavam serem interrompidos no meio de toda aquela descoberta.
- Gente, o que está acontecendo aqui? – Debby pergunta curiosa.
- Debby! Pelo amor de Deus mulher! Não sabe ficar calada não?! – Claire a repreende e revira os olhos.
Nesse momento, todos riem com uma loira de cabelos com as pontas rosa dando de ombros, cruzando os braços e fazendo uma careta emburrada. Debby sempre foi assim, curiosa, linguaruda ao dizer o que vem na telha, mas uma mulher de coração bom e amiga daqueles que ama.
- Ei, não fala assim com a minha deusa não! – Luke fala sério com Claire se aproximando da sua namorada, dando um beijo na bochecha de Debby que se derrete por seu Deus de Ébano dando um selinho de volta.
Dominique que estava agarrado a Claire, olhou torto para Luke que lhe deu uma piscadela zombeteira e ali, o loiro relaxou. Percebeu que o namorado de Debby estava brincando.
Todos riram do que Debby comentou e como Claire a repreendeu que Chloe olhando para os dois na sua frente, ficou séria e murmurou.
- Acho que precisamos conversar. Lana, acredito que o seu Pietro não está do jeito que pensa. – Os dois a fitaram e assentiram.
Continua...
Agora sim, os pingos nos Is sobre Harold está para acontecer kkkkk