Capítulo 40: Clara se enfurece com a mãe pela primeira vez.

1345 Words
O clima estava tenso na sala, todos perceberam o quanto Penelope foi errada com Chloe a julgando sem antes saber de tudo o que realmente aconteceu. E como sempre, Debby que não tinha papas na língua disparou indignada pela atitude da mãe das suas amigas sobre a loira que só esteve esse tempo todo tentando ajudar. - A senhora sempre é injusta com a sua filha. Porque será? – A indaga irônica. - Eu não creio que tenha sido injusta. Está louca garota?! – Penélope responde irritada. Debby sorri meneando a cabeça percebendo bem como aquela mulher era. A lembrava sua mãe quando estava com seu padrasto e a deixava de lado por causa do irmão que nem sabe aonde está desde que sumiu e o garoto que na época era um adolescente havia sido adotado após todo o ocorrido naquele incêndio. Sua mãe era como Penélope. Por mais que fosse atenciosa, amorosa, era perceptível sua preferência por Clara, assim como era evidente a preferência da sua mãe por Michael, seu irmão. Claire, que sabia por alto o que Chloe não havia enxergado antes vindo da sua mãe, por um milagre, nos últimos anos começou a entender que aquele comportamento da senhora, era diferente com o qual tratava Clara. Foi evidente por todos, como Penélope ficou chocada ao saber que foi sua preferida e preciosa filha quem tomou a iniciativa em não revelar para a senhora e a ruiva, que estava viva. Entendeu a explicação das amigas quando estavam trancadas no quarto de Debby, mas não conseguia aceitar tal comportamento daquela mulher. Suas palavras foram duras com a filha que nem ao menos soube ou de fato não quis pedir desculpas. - A Debby não está doida. A senhora sim, foi muito c***l com a sua filha e queria entender porque é sempre assim. – Foi a vez da ruiva falar em defesa das amigas. Indignada, Penélope se levanta do sofá caminhando de um lado a outro nervosa. Estava irritada por aquelas duas estarem falando aquilo tudo para ela. Não era possível que não perceberam que a filha estava errada e pior, com o marido sendo capacho daquela mimada, como pensava. Mas o fato, é que se sentia acuada por deixar transparecer o que sentia pela filha mais velha. - Não entendo porque estão me rotulando como vilã nessa história toda. Aquela ingrata estava escondendo minha filhinha e meu neto, fora que o meu marido a quem nunca tive nenhum tipo de briga ou discursão, estava o tempo todo sabendo de tudo e eu mantida no escuro. Vocês acham que eu sou a errada? Não minhas queridas, eu não sou errada nisso tudo. – Cruzando os braços, Penélope estaca no lugar virando o rosto com raiva. - O problema não é a senhora ter sido enganada e diga-se de passagem, foi a própria Clara quem pediu para manter segredo. O erro é que a senhora está sim errada em julgar e sentenciar a sua outra filha por algo que ela só fez o que a irmã pediu. Não teve nem a decência em pedir desculpas depois que a sua filha preferida confirmou que foi ela quem teve essa ideia. Então não venha agora tia, tentar fazer tudo parecer o oposto, porque não é. – Debby a responde curta e grossa. Boquiaberta pelo desaforo daquela fedelha, Penélope estava possessa. Virou seu rosto com seus olhos faiscando de raiva. Sua respiração desregular, parecia que cuspiria fogo pelas ventas em três tempos. Tanto que, percebendo os olhares lançados na sua direção, como num passe de mágica, suavizou sua expressão, forçando um sorriso sob o olhar atento das amigas, do genro e Dominique. Ellen Consuelo que percebeu o clima tenso, pegou Lucca e avisou a Steven que levaria o pequeno para o playground do prédio tendo apenas um aceno de cabeça consentindo. Steven já havia ouvido falar sobre Penélope e pelo que acabava de presenciar, Clara foi mais privilegiada que Chloe. Estava indignado e não eximindo o que esconderam da senhora, mas a forma com a qual se refere a filha que também tinha o seu sangue. Dominique por outro lado, já sabia tudo sobre ela através de Chloe e por mais que tenha sofrido aquele golpe do seu pai com sua ex-noiva, não conseguia acreditar que aquela mulher fosse tão indiferente com uma e com a outra morrer de amores. - Não é nada disso Debby. Eu... - Chega! – Uma voz que sempre fora doce, se exalta assustando a todos. - Filha. – Penélope estava chocada. Tentou se aproximar da filha, mas Steven se pôs na sua frente fazendo-a estreitar os olhos para ele. O mesmo deu de ombros. Não estava nem aí para o que a sua sogra pensasse ao seu respeito ou a cara feia que estava. Protegeria sua esposa até mesmo daquele jeito tóxico que aquela mulher demonstrava. Estava acostumado a lidar com pessoas assim, principalmente as que escondiam sua verdadeira natureza. Sentindo a presença do marido em sua frente, Clara levou sua mão até ele, encostando seus dedos suavemente sobre suas pernas o fazendo congelar. - Não se preocupe querido. Está tudo bem. Suspirando pesadamente, Steven se afasta e Clara pela primeira vez, se enfurece com a sua mãe. - Olha mãe, vou falar de novo para que a senhora entenda. Quando fui encontrada, eu estava em coma. Sim, estava grávida e não era somente do Lucca, mas de um outro bebê que não resistiu a minha imprudência. Seriam gêmeos idênticos, mas fui agraciada de estar com esse pequeno que tanto amo. Quando estava assim, meu pai ficou sabendo do meu estado e por mais que quisessem te contar que me encontraram, não o fizeram, porque os médicos após sair da aldeia de xamãs, disseram que somente por um milagre eu sobreviveria. - Filha... – Um soluço escapou dos seus lábios. Todos estavam com os olhos inundados e não era diferente em Clara que sempre ficava emotiva ao lembrar de tudo o que viveu. Enxugando suas lágrimas e respirando fundo, continua. - Tanto Debby, quanto a minha irmã e até mesmo o papai, não quiseram dar uma dor para você e nem Claire. E quando acordei, com alguns meses de gravidez, eles quiseram contar, mas eu, sim mamãe, eu quem proibiu eles de contar. Queria sim que fizessem segredo e se arrependimento matasse, juro que preferia estar morta. Pela forma que tratou minha irmã e o que não é de hoje, eu me senti m*l com tudo isso. Não esperava isso da senhora sem antes escutar tudo o que tínhamos para falar. - Minha filha... eu... me desculpa. – Murmura cabisbaixa. - Não é a mim quem tem que pedir desculpas. – Seu tom é ríspido. Debby e Claire se entreolharam e sorriram por ver uma Clara totalmente diferente. Enfim, como dizem, a males que vem para o bem. - Gente, me desculpem por tudo. Eu vou falar com a Chloe. – Disse Penélope. - Bem, não seja por isso mamãe. – Diz Chloe se aproximando com seu pai abraçado a ela. A loira estava com os olhos vermelhos e inchados, porém mais calma. Estava séria encarando aquela que por anos sempre fez de tudo para que se dessem bem. - Filha, é... – Gagueja e respira fundo. – Me desculpa. Eu não devia ter falado daquele jeito com você. Mesmo que não sentisse verdade naquele pedido, Chloe sorriu fraco e assentiu. - Tudo bem mãe. Eu te desculpo. Abrindo os braços, Chloe correu até sua mãe a abraçando. Enfim, parecia que a paz estava reinando agora, mas será mesmo? Desfazendo-se do abraço, Penélope enxuga as lágrimas que caíram em seu rosto. Sorriu olhando ao redor e indagou. - Bom, agora gostaria de ver o meu neto. Dar muitos beijos nele, onde ele está? Todos se olharam e sorriram. Mas o sorriso que chegava aos olhos, era somente de Clara, já que os demais estavam bem desconfiados e desconfortáveis com a mudança de comportamento de Penélope. Continua... Alguém acreditou nesse pedido de desculpas da Penélope para a Chloe? Eu não acreditei e você?
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