Emílio
Naquela noite em um restaurante luxuoso do centro, Emílio tinha um encontro com alguém muito importante.
_Esta atrasado, Tiago - o homem a sua frente possuía uma aura fria suas sobrancelhas arqueadas mostrava que ele não concordava com o que Emílio havia dito.
_Eu faço meus horários - com elegância ele se senta em frente a Emílio, o garçom vem e lhe serve um copo de whisky com gelo e limão.
_Soube o que houve? - Emílio fervia de raiva por baixo de sua aparência tranquila.
_Sim, você o subestimou - Tiago achava Emílio patético e já pretendia se livrar dele assim que não fosse necessário.
_Ele acabou com tudo o que eu tinha - diz dando um soco na mesa, suas bochechas ficando levemente vermelhas.
_Eu te disse a muito tempo para se livrar dele, mas as ideias de honra sempre te impediram - nada daria mais satisfação a Tiago do que ver Aurélio morto, ele também tinha contas a acertar com ele.
_Eu não podia, se fizesse isso o conselho jamais me aceitaria como novo Don - na máfia havia muitas regras e uma delas era não derramar sangue de parentes, por causa disso ele vivia procurando brechas para alcançar Aurélio.
_Era só matar o conselho - os olhos de Tiago não demostrava emoção, isso era uma coisa que ele não sentia a muito tempo, diferente de Emílio que não conseguia disfarçar sua frustração.
_Minha sorte foi que tenho vários negócios em outros lugares, se não tivesse saído naquele dia, aquele desgraçado tinha me matado - ele nunca havia imaginado que Aurélio tomaria uma atitude tão drástica a ponto de ataca-lo sem aviso.
_Ele só fez o que você foi covarde demais para fazer - o desprezo de Tiago pelo homem a sua frente só crescia, para ele Emílio era como uma barata que ele queria esmagar debaixo de seus sapatos.
_Não brinque Tiago, ele teve a ousadia de explodir a minha casa!
_É só construir outra.
_Você está se ouvindo? - Emílio estava estranhando a reação de Tiago, mas ele era indecifrável olhando para seu rosto ele via os mesmos olhos frios de sempre .
_Eu já te disse que nossa cooperação é apenas enquanto Aurélio estiver vivo, resolva seus problemas sozinho e não me envolva.
_Você me prometeu que me ajudaria a me tornar o novo Don.
_Sim, eu disse, mas você não tem coragem de agir - Tiago toma um gole de seu whisky e encara Emílio com desprezo - Você é apenas um rato Emílio, e sem ajuda vai continuar andando pela sarjeta e comendo lixo.
As palavras de Tiago vai como uma bomba nos ouvidos de Emílio seu semblante se escurece, ele serra os punhos em baixo da mesa, sua vontade era de matar Tiago, mas ele precisava de sua força para tomar o controle da máfia italiana de Aurélio.
_Ainda vai se arrepender de suas palavras - diz de forma sombria, Tiago o olha com um sorriso zombeteiro no rosto.
_Sera mesmo Emílio? Acho que não. - ele se levanta e sem dizer nada sai do restaurante deixando Emílio com sua raiva.
Emílio sai do restaurante irado, ele havia amolecido confiado de mais em Tiago, mas ainda bem que seus olhos se abriram a tempo, agora ele via que para Tiago ele era apenas um meio para um fim. Ele entra no carro e seu motorista arranca em direção a sua casa, Aurélio podia ter feito um estrago com sua propriedade na Itália, mas não era a única que ele possuía, ele tinha várias casas espalhadas por vários lugares.
A casa ficava afastada da cidade em uma chácara, ele havia se precavido para que seus inimigos não descobrissem seu paradeiro, seus informantes o mantinha sempre um passo a frente de Aurélio o que lhe dava uma pausa para respirar.
_Já ficou sabendo? - diz sua mãe assim que ele abre a porta, por seu estado aflito ela deveria estar o esperando a algum tempo.
_Do que exatamente você está falando mamãe? - pergunta ele se sentando em uma poltrona e afrouxando a gravata, depois da conversa que ele tivera com Tiago se sentia sufocado.
_O conselho Emílio - isso chama sua atenção, ele se volta com interesse para a mulher a sua frente.
_O que tem o conselho? - fazia tempos que ele vinha atacando Aurélio usando as brechas que haviam no conselho, ele sabia que esse truque não duraria para sempre, mas também não esperava que acabasse tão cedo.
_Aurelio matou três conselheiros, parece que eles estavam roubando - Emílio fica tenso, ele nunca pensou que seu primo teria coragem de bater de frente com o conselho da máfia, mas pelo que ele percebia ele estava errado.
_Isso não é bom.
_Tem mais - a mulher exita um pouco antes de continuar - Eles decidiram que não vão interferir nos assuntos de Aurélio com você. - Emílio fica pálido, ele contava com a proteção do conselho para vencer Aurélio, mas agora todos os seus planos haviam ido de água a baixo de uma única vez.
_Isso não pode ser - a cabeça de Emílio rodava com essa nova informação.
_Parece que ele levantou um dossiê dos conselheiros, então agora eles não podem ir contra ele - antes Emílio estava apreensivo agora ele estava desesperado, em um acesso de raiva ele chuta a mesa de dentro da sala estilhaçado o vidro, suas mãos passam por seu cabelo de forma descontrolada.
_Calma filho - diz sua mãe tentando se aproximar dele.
_Calma é o c*****o! - ele sabia que agora estaria nas mãos de Tiago e isso não era bom, afinal ele era o único que podia lhe proteger.
_Esquece isso filho, vamos embora para outro lugar - pede sua mãe com lágrimas descendo pelo rosto, ela nunca havia sido a favor desse plano de Emílio, mas amava o filho e não suportava deixá-lo sozinho.
_Não vou parar agora mãe, fui longe demais para voltar atrás.