Capítulo 15

1054 Words
Síria despertou no outro dia com Nico a observando. — O que você está fazendo no meu quarto? — Temos trabalho a fazer, bela adormecida — disse ele, puxando a sua coberta. — Você não dorme, Nico? — Sim, mas temos algo urgente para lidar. — Que horas são? — Cinco e vinte e oito da manhã. — Síria piscou algumas vezes para assimilar a informação. — Tão cedo! — Fazer o quê? Vamos logo — disse ele, levantando-se. — Te espero lá embaixo. Com relutância, ela se levantou, tomou banho, vestiu uma legging e um vestido preto com botas — adorava as suas botas. Pegou um blazer e saiu. Nico já a esperava no carro. — Pra onde vamos? — Lembra do Nicolas? É pra apagar ele. — Ele deve ter feito algo bem sério pra termos que fazer isso em plena luz do dia. — Não me disseram o que ele fez, apenas que era urgente. A viagem não demorou muito. Chegaram ao prédio onde funcionava uma imobiliária. Entraram e subiram até o andar onde Nicolas estava. Síria bateu na porta, e uma voz mandou entrar. — Bom dia, Nicolas — disse ela, sorrindo. Mas o homem à sua frente não sorria. Pelo contrário, o seu rosto era uma máscara de pavor e medo. — Não faz essa cara, Nicolas. Você sabe que com a gente isso não funciona — disse Nico, entrando e sentando-se à sua frente. — Eu p**o o dobro — disse ele, desesperado. — Lamento, mas quando aceitamos um serviço, precisamos cumprir com o combinado. — Exatamente. Então vamos logo com isso que eu tenho outro compromisso. — Vocês são criaturas deploráveis. Espero que queimem no inferno! — Nicolas tremia agora. — Nós já estamos nele, Nicolas. Por que acha que viemos te buscar? — disse Síria, rindo. Nico pegou a arma com silenciador e fez um único disparo em sua cabeça, matando-o. — Podem limpar — disse Síria ao telefone. — Bora, que ainda tem mais um — disse Nico. Tão silenciosamente quanto entraram, eles saíram, sem serem vistos ou deixarem pistas. — Pelo menos o próximo é mais interessante? — Vai ter que ser à distância. Ele é uma figura política. Vamos de helicóptero. — Finalmente, um pouco de emoção — disse ela, sorrindo. Pegaram o helicóptero e, depois de duas horas de voo, chegaram ao destino. — Passa o rifle. — Tá na mão — disse Nico, entregando a arma. Com perícia, ela montou o rifle. O prédio onde estavam ficava de frente para o alvo. Ajustando a mira, Síria localizou o homem no prédio à frente. Seria um tiro fácil, já que ele estava sentado examinando alguns papéis. Ela se concentrou, prendeu a respiração e, quando teve certeza, puxou o gatilho. Pela mira do rifle, viu o alvo cair sobre a mesa com um tiro na cabeça. — Feito. Vamos? — Tenho que admitir: a sua mira é impressionante — disse Nico. — Eu sei — respondeu ela, piscando para ele. — Convencida. — Vamos. Você paga a bebida. — Por que eu? — Você é meu querido irmão. Não me deixaria pagar a minha própria bebida, não é? Nico revirou os olhos para ela. — Você tá ficando pão-duro, sabia? Juntos, desceram do prédio e pegaram novamente o helicóptero para voltar para casa. *** Klaus acordou no outro dia com um objetivo em mente. Precisava investigar o seu chefe e, acima de tudo, descobrir se ele estava envolvido com os caras que tentaram cortar os freios do seu carro. Contudo, havia um obstáculo: não podia confiar em ninguém da sua agência. A sua melhor escolha no momento era pedir ajuda à Fênix. Esperava que eles o ajudassem. Não tinha outro jeito, teria que arriscar. Pegando o celular, discou o número com o qual já havia conversado antes. O telefone tocou até que uma voz conhecida atendeu. — O que você quer, agente? — Preciso de ajuda. — Não fazemos caridade. Ligou para o número errado. — Espera! É um assunto sério. Teria como eu conversar com o seu chefe? — Você realmente é ousado. O chefe não fala com qualquer um. — Pode ser do interesse dele também. Por favor, pergunte se ele pode me ver. Não vou fazer ele perder o seu tempo. Klaus ouviu um suspiro pelo telefone. Parecia que havia conseguido. — Vou falar com ele, mas não tenha esperanças. — É tudo que preciso. Obrigado. Charles desligou o telefone, curioso. Não esperava que o agente ligasse para ele um dia. — Quem quer me ver? — perguntou Ricardo, que havia ouvido toda a conversa. — O agente quer falar com você — respondeu Charles, intrigado. — Ele disse que você pode ter interesse no assunto. — Interessante. Nunca pensei que ele nos procuraria. — Até onde eu o conheço, deve haver algo o incomodando. O cara é muito certinho para pedir a nossa ajuda. — Mande a localização para ele. Espero ele às sete da noite. — Tem certeza? — Tenho. Fiquei curioso. E também será uma forma de conhecê-lo. Quero ver se ele resolve mesmo investir na Síria. Charles o olhou com cara de poucos amigos. — Não gosto dessa ideia. — E você não é o único. Mas, se ele a tratar bem, não vou me incomodar. O que quero é que ela seja feliz. — Nós também, mas não com ele. — Ricardo riu de Charles, que parecia uma criança fazendo birra. — Se eu fosse você, me conformava — disse, levantando-se e saindo da sala. Charles enviou uma mensagem para Klaus com o endereço e a hora. Agora, só restava esperar para ver o que ele queria. Na hora marcada, Klaus tocava a campainha da casa da Fênix. Estava apreensivo, afinal, estava entrando na toca do lobo sem nenhuma proteção. Contudo, era a única forma de conseguir ajuda para o que precisava. Não desistiria, mesmo que tivesse que encarar os homens que desejavam o seu sangue. A porta se abriu, e o mesmo cara da outra vez o cumprimentou. — Boa noite, agente. — Boa noite. — Entre. O chefe te espera. Ele foi levado até a sala da casa, que, por sinal, era muito bonita, com tons claros e sofás cinza. Sentado em uma poltrona, um homem de aparência séria o olhava com frieza.
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