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1933 Words
Vitória Cecília ( Andressa ) Entro no meu apartamento e vejo minha tia na sala assistindo série. Vitória Cecília - Oi tia cheguei, como cê tá ? - Cumprimento a mulher que me acolheu em sua casa. Meus pais morreram a muito tempo vítimas de um acidente de trânsito, na época eu tinha 13 anos, foi muito difícil e ainda tinha minha irmã mais nova que sempre chorava querendo nossa mãe. Minha tia foi uma guerreira em nos acolher, ela sempre nos criou e fez o possível por nós. Ela trabalhava como vendedora em uma loja de sapatos, mas o salário só dava para o necessário não deve ter sido fácil pra ela, do nada uma adolescente e uma criança com asma invadirem sua vida. Vi minha tia chorar de noite por estar cheia de dívidas, aluguel, água, luz, comida, remédios e outras coisas. Tudo piorou quando ela foi mandada embora do emprego, nessa época eu tinha cerca de 17 anos e às coisas estavam extremamente precárias e assim quando eu completei meus 18 anos comecei a me prostituir. O meu trabalho não é nenhum segredo dentro de casa, porém é um assunto sensível a se conversar. Minha tia hoje em dia só é dona de casa, não quero ela trabalhando mais no pesado ela tem problema de pressão alta então qualquer esforço... Já viu, minha irmã descobriu depois de um tempo o que eu faço e como toda adolescente é complicada e adora passar na minha cara o meu trabalho quando ela faz algo errado e eu vou repreende-la. Não me importo muito, escuto calada. Desde de pequena eu cuidava dela, nossa tia trabalhava o dia todo. Íamos pra escola de manhã e de tarde era só nós duas e eu no comando, morávamos em um muquifo e hoje graças a Deus e a mim vivemos de forma confortável. Lídia - Tava trabalhando ? - Questiona me olhando e em seguida a sacola em minhas mãos. Vitória Cecília - Sim, acabei de chegar e mais tarde vou sair novamente. - Avisa a olhando e ela balança a cabeça concordando. Vitória Cecília - Tá precisando de alguma coisa pra senhora ou pra casa ? - Pergunto pois estou cansada e quero ir dormir um pouco. Lídia - Sua irmã aprontou novamente na escola, ligaram avisando que ela andou respondendo novamente a professora de português ou foi de artes, uma das duas. Ela também chegou quase agora da escola, perguntei onde ela tava esse tempo todo e ela disse que não era da minha conta. Se der tenta conversar com ela um pouquinho tá bom ? - Pede voltando sua atenção para televisão o rosto dela está vermelho e sei que provavelmente sua cabeça está doendo pela sua pressão, isso acontece quando ela fica muito aperriada ou estressada. Lídia - Tome seus remédio direito, cuidado com a pressão. - Aviso e sem esperar por sua resposta vou pro corredor que ficam os nossos quartos. Olho para a porta do quarto da minha irmã e respiro fundo para tomar coragem. Bato na sua porta e escuto um alto... Valéria - Que é ?! - Vitória Cecília - Sou eu, abre essa porta quero falar com você ! - Grito de volta, comigo é assim. Escuto seus passos pesados do outro lado e a porta é aberta bruscamente. Valéria - Se for brigar comigo fica logo sabendo que eu não tô afim Andressa ! - Andressa é o meu nome de prostituta, meu nome de verdade é Vitória Cecília. Gosto de ser chamada pelo meu nome de nascença dentro de casa, mas desde que a minha irmã descobriu que sou prostituta e que essa é meu nome de trabalho ela me chama assim, apenas para me irritar. Acho que devo ter perdido todo respeito e credibilidade, mas aprendi a ignorar. Vitória Cecília - Valéria não entendo você, nossa tia tá doente e você a trata dessa forma, estuda numa excelente escola e se comporta m*l lá. Sabe quantas pessoas queriam ter essa chance ? - Digo e tento passar a mão no seu rosto e ela desvia. Valéria - Chance de ter uma irmã prostituta ? - Diz como se tivesse nojo de mim, e realmente tem. Vitória Cecília - Não me importo se você me odeia Valéria, você sempre será minha irmã mais nova e eu quero que você tenha o melhor. Apesar de ser prostituta sou eu que sustento essa casa, você gostando ou não. Espero apenas que você trate melhor nossa tia e se comporte melhor na escola. Vou descansar um pouco se precisar é só chamar. - Digo e ela olha rapidamente para a sacola na minha mão e eu lhe dou um meio sorriso antes de dar-lhe as costas para ir pro meu quarto que fica de frente pro seu. Valéria - Descansa minha queria irmã, ficar o dia todo dando deve cansar mesmo. - Diz irônica mas não me dou o trabalho de responder. Entro no meu quarto, levo a sacola pro meu closet e arrumo as jóias dentro de um cofre que eu tenho onde guardo minhas jóias de maior valor. Depois procuro um pijama qualquer e vou tomar um banho quente para acalmar os músculos, depois de tomar meu banho me deito na cama e quando vou me cobrir a porta do meu quarto é aberta e o Lucimar entra se jogando na minha cama em cima de mim. Lucimar - Amigaaa ! Que saudades eu tava de tu parece que faz um mês que a gente se viu. - Diz dando um beijo na minha testa e eu o empurro pro lado. Vitória Cecília - Na verdade a gente se viu ontem Lucimar. - Ele não gosta de que o chamem assim pelo nome, mas já se acostumou. Acho engraçado sua cara de desgosto quando o pronuncio. Lucimar - Afff vai dizer que não estava com saudades da sua bixa favorita aqui ? - Abre as pernas no ar dando um gritinho. Vitória Cecília - Grito é coisa exclusiva da Melody, em você não brilha. - Ele me olha fazendo um biquinho bravo, dou risada. Vitória Cecília - Por que está tão feliz assim em ? Parece que deu pro crush hoje. - O Lucimar tem um crush em um vizinho, mas parece que o cara é hétero top, então já viu... Lucimar - Queria mesmo... Mas cê parece que não está muito bem não, aconteceu algo ? quer conversar ? - Balanço a cabeça negando. Vitória Cecília - Só a minha irmã, o mesmo de sempre. - Ele me encara sério e sei que já vem sermão. Lucimar - Vou te contar viu ? Essa tua irmã é mó chata. Desculpa dizer isso, mas ó mina ingrata tu se vira pra cuidar dela e da tua tia e ela nem pra te ajudar se comportando melhor. - Vitória Cecília - Deixa pra lá já estou acostumada e você ? - Logo o sorriso volta pro seu rosto. Lucimar - Estou aqui para ajudar minha amiga a se arrumar para a festa de hoje. Vou deixar você brilhando mais que purpurina. - Joga os cachinhos pro lado. Vitória Cecília - Não é como se fosse a primeira festa que eu vou, é sempre a mesma coisa... Vários homens ricos se gabando dos seus bens enchendo o ** de whiskys caros. - Essa festa acontece em um cassino de alto luxo, é basicamente uma reunião onde vários homens poderosos se juntam para beber, jogar e também t*****r longe de tudo e de todos. Vou como uma das acompanhantes de luxo, mas não exclusivamente com um rico. É mais como se eu tivesse que deixá-los confortáveis, colocar a bebida no copo, jogar conversa fora, rir de piadas de m*l gosto e ser tocada. Nada que não esteja acostumada. Me rende um bom dinheiro e às vezes até uma transa gostosa. Lucimar - Do jeito que você fala parece até que vai pro inferno, se não quiser ir diz que está doente. - Deita do meu lado puxando um travesseiro e nos cobrindo com o lençol. Vitória Cecília - Essas festas são boas para conseguir mais clientes e estar no meio dos "grandes", também aproveito pra comer coisa cara e bebida de graça. - Rimos juntos como dois malucos. Lucimar - Sei como é, a produção da para esperar um pouco, que tal descansar percebi que cê ia dormir. Desculpa ter atrapalhado. - Vitória Cecília - Você nunca irá atrapalhar. - Ele deita e me abraça depois de ter colocado o alarme para tocar daqui a duas horas, tempo suficiente para me arrumar. Lucimar ou Bruninho como prefere ser chamado também trabalha como prostituta. Nos conhecemos a mais ou menos dois anos em um hotel enquanto acompanhamos uns caras, foi amor a primeira vista e agora vivemos sempre juntos. Somos best friends, ele é gay e sua família é homofóbica e não sabe, talvez desconfie mas fingi que não ver. É um querido e assim como eu entrou nesse mundo porque precisava, quatro irmãos, é filho mais velho de um pedreiro e uma dona de casa, já passou fome e viu na prostituição um ganha pão. Mas ele não é tão envolvido quanto eu, é mais programas simples mesmo e ele prefere assim. Os pais acreditam que ele faz curso de administração e ele realmente faz porém também faz de maquiagem e pra eles ele paga esses cursos fazendo b***s aqui e ali. Meu amigo não vê a hora de sair dessa vida e começar outra e fico imensamente feliz por ele e espero que consiga, mas acho que pra mim não tem mais jeito, já até acostumei. Acordamos com o despertador e logo começa a procuração, optei por um vestido preto brilhante, com um decote e uma f***a dando visão da minha perna esquerda, um salto preto bico de pato e os cabelos soltos com uma maquiagem mais leve já que a roupa estava pesada demais. Me olho no espelho enquanto o Lucimar bate palmas animado. Lucimar - Tá uma gata amiga, brilhando mais que purpurina ! - Sorrio pra ele.. Vitória Cecília - Obrigada pela ajuda, bom já deu minha hora. Cê vai pra casa ou ficar aqui me esperando ? - Pergunto terminado de arrumar minha pequena bolsa de mão e o olhando em seguida. Lucimar - Vou pra casa vai que você passe a noite dando pra um empresário gostoso pauzudo. - Diz safado. Vitória Cecília - Rsrsrsrs, espero mesmo. Vamos indo então. - Me despeço da minha tia e irmã que me olham de cima a baixo, normal delas. No térreo destravo meu carro e me despeço do Lucimar. Lucimar - Cuidado viu amiga, não faz nada que possa se arrepender e nunca se esqueça... ninguém é melhor do que ninguém. - Afirmo com a cabeça e assim que entro no meu carro seu Uber chega. No carro toca uma melodia lenta de violino, sempre me acalma. Depois de uns minutos vejo a entrada do grande cassino que por fora se parece apenas com um simples bar. Estaciono o carro e entro sendo guiada por um dos seguranças para a área restrita, aqui todos me conhecem então nem se dão o trabalho de chegar meus documentos ou procurar meu nome na lista. Fazia um tempo que já havia chegado e estava numa mesa com uns empresários, estava uma chatice só. Peço licença e vou até o bar pegar outro drink quando o vejo na entrando acompanhado de uma mulher, provavelmente trabalha com o mesmo que eu. Uma corrente de ódio se apossa do meu corpo...
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