Decepção

1046 Words
Decepção... palavra chave para o que estava sentindo. Tudo parecia turvo , tudo parecia sem graça, sem cor , sem vida. A música alta e estrondosa, não era nada , comparada a confusão que havia em minha mente. A única coisa que fiz , foi sair daquele lugar. Minha cabeça doía , girava , balançava , mas não parava de pensar na imagem que se formava de Ana lú e Bernardo se beijando. Se estava angustiado ? Estava sentindo um misto de coisas que eram irreconhecíveis para o mim mesmo , nunca havia sentindo aquele turbilhão de adrenalina que estava tão presente em meu corpo. Aquele sentimento r**m que faz a sua barriga revirar. Decepção, raiva , desilusão , misturado com álcool e uma música alta , era tudo o que eu tinha naquele momento . Vontade de chorar ? Ah isso era o que eu mais tinha vontade, mas fazer aquilo na frente de todos , séria patético, ou ate hilário para alguns que vissem a cena. Tudo que mais queria naquele momento era sair daquele lugar , ficar sozinho e chorar um pouco , se a raiva caso deixasse. Acho muito difícil derramar uma lágrima , estando com raiva. Apesar das minhas pernas pesadas , conseguir andar rápido. Estava cego pelo ódio e pela raiva que acabei ... - ah .... olhar por onde ... – falo grosso, não concluir a frase , apenas olhei para a pessoa e fiquei surpreso. - você tá bonitão nessa roupa – a voz irritante de scarllet , soou nos meus ouvidos. Estava feliz e triste por vê-la. - O que... você tá fazendo aqui ? – A questionei , passando as mãos no cabelo. - bom , achei que o bobalhão de plantão iria está aqui sozinho , e pelo visto não errei. – falou com um sorrisinho zombador nos lábios. Estava tão atordoado a minutos atrás que nem ao menos reparei em scarllet, a mesma usava um vestido azul- marinho longo, caia perfeitamente em seu corpo, e deixava sua cintura bem marcada. – é também pelo motivo de “está em casa sem fazer nada”. – disse fazendo aspas com os dedos. - quero sair daqui – falei baixinho. Olhando para o chão. - ah já ? – gritou , devido a música alta. – então que tal irmos beber em outro canto , eu trouxe uma vodka , podemos ficar na pracinha , dois chapados , falando besteiras ate o dia raiar , ou ate mesmo dormir nos bancos da Praça , e no outro dia acorda com uma fudida dor de cabeça e com a luz do sol nos nossos rostos – falou , bem perto do meu ouvido. O palavrão que ela acabará de falar me fez arrepiar instantaneamente e não sei qual o motivo. Será que minha vida esta assim ? Naquele momento poderia concordar que sim . Minha vida estava um fiasco , tudo caindo pelo ralo e eu ainda continuo aqui imaginando um amor platônico no qual Ana lú irá me aceitar do jeito que sou, sem ligar para os status e títulos que carrego. Minha vontade de beber era zero , mas só o que me restava era o álcool. Melhor com ou sem ele? Questão que não queria pensar ... Pra quer pensar em algo banal assim? - vamos ? – questionou e me puxou pelo braço, me deixando sem escolha a não ser andar apressadamente para acompanhar seus passos curtos e rápido. A pulseira de rosas caiu do meu bolso , no chão agora estava , sendo pisado por algumas pessoas. Mas do que adianta aquela pulseira se nem ao menos dei a Ana lú? Em um piscar de olhos, estava fora do Colégio com scarllet. [...] - vamos fugir ..... pra outro lugar, baby – a voz alta de scarllet ecoava pela rua deserta . A mesma estava girando em um dos postes ... Se aproximou de mim , e girou em minha volta me fazendo sorrir , apesar de um sorriso triste e amargo. Puxou meus dois braços e fez uns passos estranhos ... e depois pediu para gira-lá, fez umas passo de baile e depois me puxou ... mas agora para um abraço. Me sentir tão bem naquele abraço , me fez ate esquecer do que tinha visto mais cedo. Não achei certo beber junto com scarllet , alguém tinha que tomar conta dela , e se caso nós dois tivéssemos chapados nem sei o que aconteceria. Não vou dizer que estou sóbrio pois isso é algo que tenho certeza que não estou . Bebi um pouco com scarllet , a vodka descia por minha garganta queimando, mas nada disso era comparado a minha decepção. Falei a scarllet o que tinha visto , que tinha pego Bernardo e Ana lú a mesma queria tomar providências , falou uns 10 palavrões em uma só frase , isso nem um pouco me deixou melhor , porém , ao menos tinha uma bêbada que me ouviria contar as minhas desilusões , reclamações e xingamentos (apesar de não saber xingar). É agora estou aqui , andando com uma garrafa de vodka na mão, observando Scarllet passar de um lado para o outro da rua, cantando e dançando , xingando seu pai e mudando de opinião logo após ter falado que não iria mais tocar no assunto. Minha cabeça as vezes girava , ficava tonto ... mas isso apenas deve ser o efeito da bebida. Meu Deus... o que estou fazendo da minha vida? Por que estou bebendo? Por que agrediram meu coração com tal fatalidade? - Pierre ... eu acho que vou .... – sua frase não saiu completar pois longo em seguida , veio o barulho e ... Vomito ... vomito e mais vomito... Não sabia ao certo o que fazer em uma situação como aquela, ela estava pálida ... e vomitou mais de 3 minutos. - Ah ... me desculpe por isso Pierre... você não merece ... – a mesma falou e seus olhos estavam marejados , parece que a culpa se voltou contra ela . Mas não era hora de se sentir culpa , depois de ter enchido a cara totalmente. - vem ... vamos pra casa – levantei a mesma do chão.
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