O brilho do sol bater em meu rosto , as cortinas estão abertas e meus olhos estão semi-abertos. Por mais que eu quisesse abrir os olhos uma força maior dizia para que eles ficarem fechados e assim peguei no sono , outra vez.
[...]
- Pierre , já são 6:40. Acorda logo se não vai se atrasar . – escuto a voz de minha mãe. Ainda assim não vejo ela dentro do meu quarto. Tentava assimilar as palavras novamente , repetindo devagar em meu cérebro para que consiga absorver o que elas diziam. Subconsciente: JÁ SÃO 6:40. Em questão de segundo , já estava de pé . Corria até o banheiro e me deparei com minha mãe , sorridente. Parecia que ela estava feliz com algo. Me parecia feliz.
Entrei no banheiro desesperado e entrei no box , liguei o chuveiro e deparei que estava de cueca, que antes estava seca , agora não poderia dizer o mesmo . Tirei ela ligeiramente. Deixei que a água caísse sob meu corpo , lavando minha alma e tirado as mazelas matinais.
Fechei os olhos e ...
(Gemidos baixos ecoam nos meus ouvidos)
Abro os olhos rapidamente e eles desaparecem. Os gemidos fogem, assim como o d***o foge da cruz. E eu queria que eles voltassem. Eu queria sabe o que está acontecendo com minha mente. A mente está estranha e lenta , lenta como o andar de uma tartaruga. Mas uma vez fecho os olhos e passo uma de minhas mãos por minha nuca e em questão de segundos sou transportado para uma sessão de imagens minhas de Scarlet em uma cama... nós beijando. E ...
- Oh Pierre , você desceu pelo ralo foi? Por que já faz exatamente 20 minutos que está trancado dentro desse banheiro, e só ouso o barulho do chuveiro. Tá tudo bem ? – minha mãe dá leves batidas na porta do banheiro e ela me fez duas perguntas quando falava , tentava ter uma respostas rápidas porém agora meu cérebro estava lento e meu raciocínio só assimilava palavras pequenas e de fácil entendimento.
- Tá mãe. Eu tô bem. Já tô saindo. – palavras curtas e de fácil entendimento.
Minha mente girava em um ângulo de 180° que é exatamente um semi-circulo não conseguia completar um circulo ou seja meu raciocínio parava e voltava a funcionar da estaca zero.
Enquanto me enxugava , pensava sobre o que realmente aconteceu na noite anterior se é que isso existiu mesmo ou foi apenas um sonho e*****o que meu subconsciente me fez pensar.
Vesti a roupa apressadamente , nem liguei para pegar um cinto , e nem liguei se meu cabelo estava bagunçado ou não. Eu só queria pensar e isso só conseguiria estando sozinho. No caminho da escola , fui pensando.
Sim , eu não tomei café. Estava /estou atrasado. Isso significa que não estou sendo mais o aluno laureado , nota dez que sempre fui.
Continuo pensando. Meus passos são largos e precisos. Meu relógio marcava a hora, minutos e segundos , o suor pingava devido a rapidez que andava e meus pensamentos desnorteados traziam flash que talvez fossem sonhos sobre uma noite possivelmente com Scarllet.
Chego na frente do colégio e ainda à alunos subindo as escalas , vagarosamente. Não tenho muito tempo por isso subo as escadas correndo e no fim do corredor já é a minha sala onde abro a porta com minha mão esquerda suando.
O barulho faz com quem todos ali presente olhem para a porta que acaba de ser aberta por mim e toda a atenção é virada para mim.
- Desculpa pelo atraso , professora . – falo baixo.
- Pierre ... você chegando atrasado ! – Afirmou boquiaberta. Como se eu não pudesse chegar atrasado. Ou talvez pelo fato de nunca ter chegado. Mas aquilo era algo novo , tanto pra mim , quanto pra ela e todos os outros alunos.
- imprevistos acontecem – falei e sair andando até uma cadeira vaga. Marcelo me olhava abismado e meio sem entender o que eu acabará de dizer. Porém eu não liguei. Eu só queria me concentrar em uma coisa. Os meus pensamentos. Era a única coisa que importava.
[...]
Professor entrava , professor saia de sala e eu calado , pensativo. Queria muito dividir aquilo com alguém talvez Marcelo fosse o único amigo que eu tivesse que contar isso já que Bernardo não olha nem na minha cara.
E então tocou para o intervalo. Basicamente eu atrai todos os olhares pra mim novamente quando ...
- Pierre , você está tão disperso . Aconteceu algo? – perguntou o professor quando me viu levantando para sair da sala logo após o sinal para o intervalo.
- Não , nada. – Respondi . Engolindo seco.
- então , okay. Qualquer coisa. – deu os ombros.
Sai da sala e me senti livre ...
Pensamentos me rodeiam assim como as perguntas inseguras.
- Cara , você tá estranho . – Marcelo toca no meu braço e senta do meu lado .