cap 15 eu não tenho medo de você

1271 Words
Alice... Chegamos ao local da festa e, como de costume em todos os casamentos, fomos receber os convidados. Não sei como, mas eu consegui receber todas aquelas pessoas com um grande sorriso no rosto. Depois de ser praticamente obrigada a falar com todos aqueles puxa-sacos, fomos para a pista de dança, onde uma música romântica começou a tocar, e assim começamos a dançar juntos. Me recuso a chegar muito perto dele, mas o i****a agarra minha cintura com força, me fazendo grudar meu corpo junto ao seu. — Não sabia que dançava tão bem. — Obrigada, mas isso é só o resultado das minhas aulas de dança. — Pego em sua mão e começo a rodar no meio do salão, voltando a grudar nossos corpos novamente. — Por incrível que pareça, você também dança muito bem, meu querido marido. — Olha, me sinto lisonjeado com esse seu elogio. — Não foi um elogio, só disse que você não dança m*l. — Respondo com indiferença. — Você e essa sua língua afiada. — Ele começa a passar os dedos nos meus lábios e meu corpo inteiro se arrepia. — Acho que você já sabe o que eu tenho vontade de fazer quando você me afronta desse jeito. — Sinto minhas bochechas arderem. — Você não precisa ficar com vergonha, aposto que vai gostar mais do que eu. — Duvido muito. — Então veremos, minha esposa. — Ele sorri com malícia, ficando ainda mais lindo. Assim que a música para, ele me solta. Acabei dançando também com meu irmão, com meu sogro, com meu cunhado e com o marido da Aurora, que também estava presente. E por fim, a festa finalmente começou. Quando todos se distraíram, eu saí do meio daquela gente toda para trocar de roupa. Até porque eu não vou ficar a noite inteira com esse vestido enorme, e já que é a p***a do meu casamento, pelo menos a festa eu quero curtir. Visto um vestido branco de seda que deixou minhas costas todas nuas e ainda tem uma longa a******a na lateral. Solto meus cabelos, que ficaram bem ondulados por causa do penteado, com vários fios espalhados pelo meu rosto. Volto para a festa e os olhares de todos ali presentes se voltam para mim na mesma hora, me deixando com um pouco de vergonha. Começo a beber um pouco, reparando que o Rodrigo havia sumido dali há algum tempo, e eu agradeci por isso. Me dou ao prazer de dançar, beber e curtir à vontade, pois eu não sei quando farei isso de novo estando casada com ele. Como vocês podem ver, ele nem fez questão de ficar comigo na festa pelo menos para manter as aparências: sumiu junto com aquela v***a loira. Acho que qualquer um que observe atentamente cada passo nosso pode perceber que esse casamento é uma merda. Não vou me dar ao luxo de chorar por isso novamente, pois terei dias muito piores pela frente e precisarei economizar minhas lágrimas. Do que adiantaria chorar se essa palhaçada não tem mais volta? Estou destinada a esse inferno pelo resto da minha vida. Pego uma dose do melhor uísque e um cigarro, caminhando até o jardim para tomar um pouco de ar fresco. Não sou muito de fumar, mas agora eu realmente preciso disso. Viro o copo de uma vez na boca e acendo o cigarro, olhando para o céu estrelado. Sinto uma lágrima quente escorrer pelo meu rosto, a limpando rapidamente. Não quero chorar e não vou. — Alice. — Solto a fumaça da boca ao ouvir uma voz familiar me chamando. — Oi? — Falo sem a menor vontade de me virar para ver quem era. — Podemos conversar? — Coloco o cigarro na boca mais uma vez e me viro, dando de cara com a loira v***a, ou melhor, a amante do meu marido. — Acho que sim. — Me sento em um banco mais à frente. — Pode falar. — Paola, meu nome é Paola. — Ah, então pode falar, Paola. — Olho para ela sem desviar meus olhos dos seus. — Acho que você não ficou muito surpresa em me ver aqui, não é mesmo? — Arqueio uma sobrancelha, dando um último trago no cigarro antes de jogá-lo fora. — Talvez, mas nada tão difícil de se engolir. — Eu tenho muita pena de você, sabia? — E eu posso saber por qual motivo? — Você acha que vai ser feliz ao lado do Rodrigo? — Olho para ela com indiferença. — Deve ser horrível se casar contra sua vontade, mas você nunca poderá ser feliz ao lado de um homem que ama outra mulher. Cachorra. — Para falar a verdade, não é tão r**m assim. — Ela me olha visivelmente confusa. — O Rodrigo pode não ser o homem da minha vida, mas o fato de que ele "ama" outra mulher não me afeta, sabe por quê? — Não. — Porque, apesar da pouca idade, eu tenho maturidade suficiente para saber que isso é uma coisa passageira, e que mais cedo ou mais tarde vai acabar. — Falo com um tom de deboche e ela se irrita. — Não, não é. Ele me ama e eu o amo incondicionalmente, e não é uma pirralha mimada igual a você que vai mudar isso. — Começo a rir, pois ela não perde por esperar. — Fique sabendo, minha querida, que eu não irei facilitar as coisas para o seu lado. Vou jogar sujo se precisar, mas ele nunca deixará de ser o meu homem, você está ouvindo? — Que se f**a, isso é problema seu, não meu. — O Rodrigo nunca vai gostar de uma garota sem graça igual você, Alice. — Escuta aqui, Paola. Pouco me importa o que você acha ou deixa de achar sobre o meu casamento. — Me levanto, ficando frente a frente com ela. — Ah, e para você é senhora Ferrari. — Sua... — Oh, acho melhor você abaixar o tom para falar comigo. — Ela me olha com ódio. — Para mim você não passa de uma prostituta barata, que ainda serve para satisfazer alguns dos desejos do meu marido. Você ouviu? Meu marido. Começo a andar em direção à porta, quando o Rodrigo aparece na minha frente. Será que ele ouviu nossa conversa? — Vai embora daqui agora. — Ele praticamente grita com a Paola, que sai de cabeça baixa feito uma cachorrinha. — O que ela queria com você? — Pergunta para ela. — Respondo, voltando a andar, quando ele me segura pelo braço. — Por favor, não começa com isso não, aqui. Tudo o que eu quero é me divertir na minha festa de casamento, antes de você me levar para casa. — Então fala logo de uma vez o que ela te disse. — Ah, que te ama, que eu nunca vou ser feliz ao seu lado, que você nunca vai gostar de uma pirralha igual eu, e que ela não vai me deixar em paz. — Ele solta meu braço lentamente, e quando olho em seu rosto, vejo o ódio estampado em seus olhos. — Posso ir? — Pode. — Começo a andar em direção à porta. — Daqui duas horas eu volto para te buscar. — Ele me avisa e sai. Vou até o bar e pego uma das bebidas mais fortes daquele lugar. Depois dessa conversa com a Paola, minha cabeça foi a mil. Que droga! Minha cunhada sugeriu que eu bebesse menos já que ainda tenho compromisso mais tarde. Tento não focar nisso, voltando a dançar para distrair minha mente antes que o inferno comece para valer.
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