Capítulo 4 - Covardia

1531 Words
- Ora ... Ora ... Ora, se não é um nerd mais i****a do colégio? - Indagou a loira com um ar irônico, enquanto media Eliza de cima a baixo e colocava a mão na cintura. Gostava de fazer pose. Quando as duas pegadas frente a frente, pode-se perceber a diferença de estilo entre elas. Enquanto Tiffany estava com uma saia curta vermelha, uma camiseta decotada preta e botas pretas de cano alto, Eliza usava uma camiseta simples branca, uma calça jeans e um tênis preto e surrado. - Vá para o inferno, Tiffany. - Eliza empurrou-a e saiu andando. - Olha ... Está cheia de marra. - A loira correu e ficou na frente de Liza de novo, impedindo-a de seguir seu caminho. - Vai se arrepender por esse empurrão, pode ter certeza. - Ameaçou-a. Eliza ficou séria e se aproximou da loira. - Não tenho medo de você. - A empurrou novamente e saiu, indo até a sala de aula. Mal sabia ela que Tiffany já tinha planejado algo contra ela e que jogaria baixo. Muito baixo para prejudica-la apenas por diversão. ~ * ~ Christian ainda estava no pátio do colégio. Sentado, parado e sozinho. Volta e meia, como palavras de Eliza invadiam sua mente. Estava se sentindo culpado por tê-la feito sofrer. E não entendre o que ela quis dizer com "já ta pagando por tudo que fez à ela". Mas os pensamentos a respeito de Liza desapareciam quando pensava em Angel. Ela não saía mais de sua cabeça. A vontade de vê-la era enorme e isso estava atrapalhando até o andamento de seus estudos. Hoje teria prova de geografia. E não estava com o menor saco para estudar. Iria tirar nota vermelha e consequentemente, mais uma bronca de Esther. - Está tudo bem, Chris? - Tiffany se aproximou do moreno e sentou-se ao seu lado, sem banco do pátio. - Sim. - Ele olhou de relance e voltou a olhar para o céu frio e cinzento de Seattle. - Vejo que está afastado ... - Tentou puxar assunto, enquanto olhava para aquele lindo rosto dele. Olhos claros, tão cinzas quanto as nuvens carregadas do céu. Barba por fazer, porte atlético. O garoto mais desejado do colégio. E que ela queria ao seu lado apenas por ostentação. Tiffany não amava Christian. Queria apenas exibi-lo para seus colegas de classe, mas o rapaz não sabia disso. - Estou sim, pois meus pensamentos estão em outro lugar. - Estalou os dedos. - E posso saber qual? - Uma loira perguntou curiosa. - Não. - Respondeu secamente e ela engoliu em seco. - Mas como estou de bom humor, vou te contar. - Ela sorriu. - Meus pensamentos estão no Burlesco. - O que é burlesco? - Uma casa noturna. - Respondeu e ela arregalou os olhos. - Tem uma dançarina lá que não saí da minha cabeça. - Mordeu cristão os lábios de leve. - Dançarina? - A vilã pesquisa bastante surpresa com descoberta. - Sim, se chama Angel. Mas ela não é como as outras. - E olhou para Tiffany, dando uma certa indireta. - Ela é diferente. É intrigante, misteriosa e sexy. - Você está encantado por essa prostituta. - Ela fechou a cara mas ao olhar para o rapaz, viu que o rosto dele se transformou, pois ficou muito sério. - Ela não é uma prostituta. - Levantou-se. - E nem é dada como você. - Assim você me ofende, Chris. - Ela também se prepara e ficou de frente para ele. - Ofendo por quê ?! Por falar a verdade? Não preciso nem fazer esforço para levar pra cama, Tiffany. - Deu um sorriso irônico. - Só fui para a cama com você porque te amo. - Tiffany desviou o olhar e ele pelo nariz. - Não me faça rir. - Continuou gargalhando. - Você só ama a mesma. Agora me deixe em paz! - Disse saindo dali e deixando a garota sozinha. - Quer dizer que você está interessado em dançarina desse tal de Burlesque, Hudges? - Perguntou a si própria - Hum ... Não gostei nada disso. Vou ter que acabar com esse tal de Angel, antes que Christian se apaixone por ela. - Afirmou arqueando uma sobrancelha. ~ * ~ Sam correu até não aguentar mais. Houve uma hora que suas pernas cansaram e a loira parou de correr e levou as mãos à barriga. Estava ofegante e ainda por cima, com fome. A imagem daquele rapaz veio em sua mente e um sorriso involuntário saiu de seus lábios. Ele era lindo. Tinha os olhos mais lindos que já viu. Imaginou-se de mãos dadas com ele, lhe beijando, mas logo balançou a cabeça negativamente. Era um sonho impossível. Aquele rapaz parecia ser rico. E jamais se interessaria por uma pobretona como ela. Isso se não fosse alguém m*l. Por isso fugiu dele. Porque sentir medo. Sam chegou em casa e fechou a porta. Resolveu ir ao quarto para ver sua mãe. Quando entrou lá, encontrou Deborah colocada na cama vendo televisão. - Oi mãe ... - Cumprimentou a mulher, indo até sua mãe e dando um beijo em sua bochecha. - Oi filha. - Depois do cumprimento, sentou-se ao lado da mulher. O sorriso de Deborah logo sumiu de seu rosto. - Você está fumando de novo? - Perguntou fechando a cara, ao sentir o cheio de cigarro da loira. - Estava com fome, mãe. E o cigarro tira a minha fome. Ele tem esse efeito sobre mim. - Justificou-se.  - Sua irmã não trouxe comida? - Deborah perguntou se ajeitando na cama com dificuldade, já que suas pernas não lhe obedeciam.  - Sim, mas ainda vou cozinhar. Fiz uma caminhada, fui ao horizonte. Sabe que gosto disso. Me distraí e por isso demorei. - Se explicou. - Hum ... E posso saber por que você está vermelha? - Deborah perguntou desconfiada. As bochechas de Samantha ficou ainda mais rosadas com a pergunta da mãe. - Quase fui atropelada por um rapaz. - Contou envergonhada. - Mãe, ele era lindo. Parecia um príncipe! - Sua mãe sorriu não acreditando muito na filha. - É sério, mãe! - As duas sorriram. - Você tem que tomar mais cuidado sua cabecinha de vento! Vai dizer que já está apaixonada por ele? - Deborah perguntou e Sam arregalou os olhos ao ouvir isso. - Claro que não, mãe! - Levantou-se. - Só fiquei ... Sei lá, encantada por ele. - Deu de ombros. - Bom, vou limpar a casa e fazer algo para comermos e depois, darei banho e trocarei a senhora. - Deu um beijo na testa de sua mãe e saiu dali. ~ * ~ A aula do dia foi tensa.  Teve prova de geografia e Eliza - como sempre - foi a primeira aluna a terminar. Provavelmente, tiraria mais um dez. Já Christian, estava em maus lençóis. Não tinha estudado e quando leu as perguntas da prova, corrige que não sabia a resposta de nenhuma das questões. Deu uma olhada de leve para Eliza em busca de prova. Quando ela olhou para trás, viu que ele estava com cara de pobre coitado. Ficou até com dó, mas ao se lembrar de tudo que ele lhe fez, resolveu ignora-lo. Levantou-se da cadeira e entregou uma prova a professora, que disse que ela já estava liberada para ir embora. A morena sorriu e voltou para seu lugar guardando seus materiais dentro da mochila. Em seguida, saiu da sala. Resolveu passar na biblioteca antes de ir embora, para pegar um novo livro para ler. Ficou alguns minutos por lá, até que escolhida seu novo livro de cabeceira. A Culpa É Das Estrelas. Após sair de lá, passou pelos corredores e já estava no pátio da escola para ir embora, quando tomou um susto. Ao olhar para frente, deparou-se com a Tiffany novamente. Só que ela não estava sozinha. A garota estava com mais três meninas e dois garotos e ao olhar para a mão de uma delas, Eliza parecia que ela estava com um estilete nas mãos. - E agora, Eliza? Cadê toda aquela marra ?! - A loira perguntou, pegando o estilete de sua amiga e dirigindo na direção da jovem, que deu alguns passos para trás. - Vocês são covardes. - Uma morena engoliu em seco e fechou os punhos. Nem que fosse um jack chan, ela conseguiria sair ilesa do ataque daquelas pessoas. Sabia que estava ferrada. Iria apanhar e muito. O que não era nada bom, pois iria ficar toda machucada e perderia noites de trabalho no burlesco. Isso na melhor das hipóteses, porque um estilete pode machucar e muito. - O que está acontecendo aqui? - Christian perguntou, pois ao sair do colégio viu a aglomeração de seus colegas. - Nada demais, Chris. Nós apenas vamos dar uma lição nessa nerd de merda. - Tiffany respondeu sorrindo. Os olhos do jovem foram em direção ao estilete que estava na mão direita de Tiffany. - Você passou dos limites, Tiffany. Quanta covardia! Ninguém aqui vai relar a mão na Eliza. Para isso, preciso que passar por cima de mim. - E entrou na frente de Liza, servindo de escudo para protegê-la.
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