Otwerside, parte II

1314 Words
Parece que eu nunca teria paz de verdade. Quando pensava que ia me livrar de uma enrascada, sempre aparecia outra. Precisava ir mais um dia ao colégio e deixei as roupas dentro da mochila, a minha arma no mesmo lugar entre a saia e parti. Eu não tinha visto o Jason quando voltei, apenas quando acordei e ele estava com o olho roxo e me disse que havia caído e batido com o rosto na porta, ou algo do tipo. Estranho? Sim. Mas, confesso que eu deveria me preocupar se visse uma marca de batom, não a mão de outro marmanjo na face dele. Mesmo porque, se apanhou, devia ter caçado sarna para se coçar! Ele me levou para a escola. Estacionou o carro e saímos. Na nossa frente, Bradley parou a moto, saiu, tirou o capacete e... Estava com outro olho roxo. Eu encarei os dois. — Eu não quero nem perguntar o que aconteceu. — Dei um rápido beijo no Jason. — Vejo vocês depois. Em seguida, fui na direção do colégio. — O que os dois otários estão fazendo? — Bernardo aparecia quando eu havia saído. — Sério?! — Apontou para cara deles e riu. Jason encarou Bradley que retribuiu o olhar. Ambos se viraram de vez e marcaram os dois lados do rosto de Bernardo com um soco. — Agora estamos iguais. — Disse Jason ao vê-lo no chão, gemendo. — Precisamos fazer compras também. — Bradley retrucou. — Como elas vão em uma aventura dessa e não chamam a gente? — Frustrado, subiu no carro de Jay. — Moda Gangster? Parece que vou gostar! — Jason ligou o carro e buzinou para que Bernardo subisse. Em seguida, foram na direção do Shopping. Enquanto isso, eu já estava nos corredores, junto da trupe. — Bicha, a senhora acha que vai conseguir convencer o velho gostoso? — Kyle me perguntou durante nossa caminhada. A primeira aula era educação física, então, fomos para a quadra. — Se quiser, eu posso tentar... — Becca me encarou com um suquinho de canudo nos lábios e aquele movimento de língua que não foi nada sensual. — Eu acho que... — Respirei fundo. — Se precisar de erotismo, eu chamo a Yumi... — POR QUÊ?! — A japonesa começou o espetáculo. — Se continuar a fazer drama, eu mostro a parte dois que gravei no meu telefone. — Disse Valentina. — Melhor irmos para a quadra. — Yumi sorriu como se nada estivesse acontecendo. — Vocês me dão medo... — Eu disse. Errado. Nada me assustou mais do que a cena a seguir. Acompanhem comigo! Um aglomerado de garotas estava no centro da quadra. A supervisora das líderes também. Ashley, Layla e Jéssica não pareciam nada contentes. Seus braços estavam cruzados e bem enfezadas para o meu gosto. Olhei para o rosto dos meus amigos tentando buscar uma resposta, porém, eles sabiam tanto quanto eu. Ouvi cochichos de todos os lados. Parecia que alguém novo havia chegado e eu não sabia quem. Bem... Adorava conhecer pessoas novas então... — Bonjour, mademoiselle. — Aquela voz me fez parar de repente. Em minha frente, após as garotas saírem da rota, lá estava ela. Vestida de líder de torcida. Marrie. Eu fiquei completamente em choque. Isso não era possível. Tá! Eu sei que tudo é possível na p***a desse livro, mas devia ter um limite também, não é?! — O que você está fazendo aqui? — Perguntei. — Quem é ela? — Becca perguntou. — É a Marrie. — Disse Valentina. — Como você sabe? — Kyle e Yumi perguntaram juntos. — Eu leio o livro, seus retrógrados de merda. — Valentina esclareceu. — Ata... — Disseram todos desanimados. Voltando. — Eu vim estudar, como toda aluna normal... — Disse Marrie. — Mas você não é aluna! Muito menos normal! — A encarei dos pés à cabeça demonstrando nojo. — Sobre o Normal, você também não é. — Ela riu debochada. — Mas, quanto a aluna, bem... Voilá! — Me encarou. — E tem mais, se aproximem! — Abriu as mãos chamando a todos. O pior de tudo, era que Marrie ficava bem naquela roupa das líderes. — Eu sou a nova capitã. Não é supervisora? — Olhou para a maior. Nós podíamos ver que havia algo por trás. Mas, que poderíamos fazer? Além de ter a faca e o queijo nas mãos, tinha o Donnie também! A supervisora apenas acenou. Ela é figurante demais para ter falas. — E como primeira ordem, vocês todas estão expulsas da equipe. — Riu. — Podem voltar de onde vieram. Corredor dos perdedores. É assim que chamam, não é? — Zombava. — É, é assim! — Layla arregalou os olhos e nos encarou aliviada. — Tchau amigas! — Jéssica se despediu, mas, como ela é café com leite, ignorei. — Vocês também. — Marrie disse. — Não quero vocês no meu time. Fora! — Ordenou. — Não pode fazer isso com a gente! — Layla quase a engoliu com seu jeito. — Não posso? — As encarou friamente. — É melhor procurar um lugar no teatro, moi'petit. — E piscou. — Vamos embora daqui. — Disse Ashley de modo frio. — Espere. — Marrie murmurou e chamou atenção de Ashley. — Você pode ficar. Tem estilo. — A Ashley jamais deixaria a gente! — Jéssica olhou. — Não é, Ashley? Até os garotos e eu paramos na porta para ver a resposta de Ashley. Mas, não é surpresa alguma que ela deu calada como resposta. Eu vi em seus olhos que havia algo estranho com ela. Tristeza? Quem sabe. Ela até cogitou ir com as suas "amigas" pelo que pude ver. Entretanto, no final das contas, Ashley era Ashley e sempre escolheria a popularidade. Jéssica ficou em prantos. Layla, nem se fala. Como somos pessoas que não guardam rancor, as deixei vir conosco. As coisas naquela escola, com certeza iriam mudar drasticamente. Não me orgulho em dizer que matamos aula. Só havia nós no refeitório, afogando nossas mágoas no pudim de chocolate. Claro que, para comermos sobremesa assim, eu tive de pedir ajuda a minha TAURUS dourada e mostrá-la educadamente para a tia da cantina que a essa hora deveria estar borrada de tanto medo. Mas, quem se importa? Estávamos mais preocupados com Josh do que com a própria Marrie na escola. Eu ainda não tinha argumento algum para usar com ele. Era quase a hora de ir vê-lo e nem me levantei da cadeira. — Ariana, é melhor irmos... — Yumi tocou minha mão e me despertou. — Não esquenta amiga, nós confiamos em você. — Becca tocou minha mão também. — Você vai pisar, você sempre pisa! — Kyle me confortou. — Você é a garota mais legal que eu já conheci. — Até Jéssica me tocou. — Bem... Você beijou a Ashley então tem meu respeito. — Layla se inclinou sobre mim. — Nem me olhem, eu não estou nem aí para vocês e para ninguém aqui na p***a desse livro. — Valentina lixava as unhas e nem nos encarou para falar aquilo. Então tá... Fitei cada um individualmente. Meus olhos até marearam de emoção. Não havia nada melhor do que tê-los ao meu lado mesmo que a situação fosse dar merda. E a única coisa que podia dizer, aliás, dizer junto a eles, era: — MAGIA WINX! — Gritamos. Exceto Valentina. Confiantes, todos foram para suas posições. Eu deixei com que eles se direcionassem para o vestuário e se trocassem. Enquanto isso, fiquei sozinha alguns minutos, pensativa. Tomando coragem. Até que, me levantei e... — Espera. — Uma voz familiar me abordou. — Você? — Eu encarei aquela pessoa. — O que você quer aqui? — Preciso falar contigo. — Disse. E vou ser filha da p**a, pular a cena para vocês tentarem descobrir quem é! QUEM ACERTAR, GANHA UM BEIJO DA TIA FLOR!
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