Vai malandra, parte II

1261 Words
Jason fechou a cara ao encarar o amigo. E eu reparei. Mas, não sabia distinguir se era ciúme de mim, ciúme dele ou a raiva de me ver gostosa para c*****o, após me dar um banho e achar que eu ia abaixar a cabeça. Sinceramente, deveria ser um pouco de tudo. E de repente a música voltou. Ao som e estilo brasileiro, tocando: Vai Malandra – Anitta! Lentamente, desci. Cada passo um rebolado naquela b***a bem-feita que eu tinha. Não tinha como definitivamente, eu ser ignorada. Minha caminhada até o salão parecia não ter fim. Olhei disfarçadamente para Jéssica que parecia me pedir uma brecha e acenei para ela. Foi então que para chamar a atenção dos garotos a minha frente, me aproximei o suficiente para que sentissem meu perfume e quase fossem ao chão feito dois lobos no cio. Virei as costas, flexionei os joelhos, ergui os braços e requebrei o quadril ao estilo funk e os encarei por cima dos ombros, movendo meus lábios ao som da música, no verso: — Cê aguenta? Se eu te olhar, descer, quicar até o chão? An, An?! — E mordi o lábio inferior, dando umas quicadas até o chão e me sustentando no salto. Um show de luzes reluzia meu corpo e faltava a visão completa de quem nos rodeava. Eu via a inquietude nos olhos do meu primo. Ele borbulhava por dentro querendo acabar com aquilo, porém, sem conseguir fazê-lo também, pois, estava hipnotizado por minha rabeta balançando. E quando percebi que Jéssica havia feito o que pedi, me levantei, empinei mais uma vez, virei o rosto, joguei os cabelos na cara de ambos, mas, antes, pisquei para Brad, que me correspondeu. O primeiro anzol eu havia jogado. Só faltava esperar eles morderem. — Atrapalho algo?! — Perguntou Jéssica chegando por trás e cortando o clima. — O que... — Bebe um pouco amor! — Jéssica enfiou o copo de cerveja na boca de Jason quase o afogando. Nada discreta. — Ggghhhrrll! — Deu três grandes goles quase secando o copo, pegou ele da mão de sua namorada e limpou os lábios. — Você tá louca?! — Resmungou e tossiu um pouco. — E que gosto amargo é esse? — Não estava forte, mas dava para sentir. — Você que... bebeu demais! Eu não coloquei nada aí dentro. — Sonsa, respondeu. Porém, Jason estava tão frustrado, que nem ligou e continuou a beber até amassar o copo na mão e jogar no chão. — Recolha este copo AGORA ou eu te dou uma surra de cabo de vassoura! — Tia flor surgiu do nada com uma colher de p*u batendo na mão. Jason, mesmo frustrado, voltou, pegou o copo e foi jogar no lixo. Quase gritava de raiva. Mas, tentava não demonstrar tanto o descontentamento com a cena. Eu fui muito bem recebida. Atraía olhares de todos. Principalmente dos homens de todas as idades. Minha tia não demorou a me pegar pela cintura e sair apresentando aos convidados se gabando de que aquela menina tão bonita e gostosa era a sua sobrinha preferida. Eu ria, disfarçava e esperava um tempo. Não estava nada interessada em conversar com ninguém. Apenas dava boa noite, trocava meias palavras e voltava sempre minha visão para os demais. Até ser interrompida. Por quem eu queria. O plano estava dando certo. — Podemos conversar ou está ocupada? — Perguntou Brad. Como um verdadeiro predador, deu aquela pegada na minha cintura e eu suspirei baixo, para que ele percebesse. Claro, proposital. Os seus olhos estavam meio caídos. A cerveja quase seca. De acordo com meus planos, eu ainda tinha alguns minutos. — De maneira alguma, por favor. — Entrelacei os dedos aos dele e fui caminhando para um lado mais afastado da festa, próximo a mesa de bebidas. Lá, eu me servi. Após uma disfarçada análise no cenário, ao longe, na porta, vi Jason. Me encarando junto ao seu melhor amigo. Mais fechada que aquela cara, só a minha conta bancária. Aproveitei. Passei um braço envolta do pescoço do rapaz, colei nossos corpos e começamos a dançar devagarinho. — Meu nome é Brad... — Ele sussurrou alterado. — Que nome lindo sabia? — Perguntei num gole daquela cerveja com sabor veneno. — Eu tenho algo mais lindo a te mostrar. Lindo, grande, grosso... — Abaixou os lábios em meu ouvido quase o devorando numa chupada e usou bem a língua para descer pela curvatura de meu pescoço. — Hm... Entendo. — Apertei firme seus cabelos da sua nuca e puxei sua face diante da minha. — E eu adoraria conhecer de perto. Ali, encaixei os lábios aos dele num beijo quente e molhado. Até podia sentir o gostinho do remédio. Mas, é como dizem... Uma serpente não se engasga com o próprio veneno. Meu batom ficava espalhado em seus lábios e as mãos firmes e másculas dele deslizavam em minhas curvas. Aquela apalpada respeitosa nos glúteos que me fizeram empinar na ponta dos dedos dos pés, mesmo sobre os saltos em conjunto com o esfregar de s***s no seu peitoral. Estava bom, mas, eu tinha o que fazer. Parei ofegante aquele beijo e sussurrei ao seu ouvido: — Me encontre no meu quarto. Lá em cima. Segunda porta a esquerda. — Informei. Ele acenou e partiu, cambaleando. Jason acompanhava o olhar e se mordia ao perceber aonde ele estava indo e até tentou segui-lo para impedir Brad de chegar ao ninho da cobra. Porém, eu já tinha tudo esquematizado. Do outro lado, Jéssica. Bebendo com aquela carinha de anjo se sentindo culpada. Havia ido longe demais para voltar agora. Eu acenei e ela agiu. A loira foi de encontro ao seu namorado, segurou sua mão e não o deixou continuar. — Amor, meus pais me ligaram. Me leva. Me leva pra casa, me leva! — Insistia. Jason olhou para cima. Olhou para Jéssica e olhou para cima novamente. Só precisava de mais um empurrão. Então, eu passei perto. Coloquei um pé no degrau e retirei a mão dele do corrimão. — Melhor ir Jason. Não vai querer estar aqui para escutar o que não quer ouvir. — E pisquei para ele. — Se é que me entende. — Sim, eu falava de gemidos. Aquilo foi a cartada final. Jason virou o rosto. Além de enfezado, estava bêbado e alterado. Pegou tremendo as chaves de seu carro e seguiu zonzo na direção da porta com Jéssica logo atrás. Agora, faltava a última parte. Abrindo a porta do meu quarto, encontrei Bradley debruçado, dormindo, bêbado e apagado. Eu sabia que isso ia acontecer, por isso o convidei. Sentei-me ao seu lado na cama, cruzei as pernas e retirei um bilhete de dentro dos s***s com o endereço da casa de Jéssica a qual ela passou. Disquei três números do amor e esperei atender. — Central de Polícia, qual a emergência? — Questionou uma moça com voz quase robotizada. — Olá, eu sou uma moradora do bairro nobre, zona sul, quinto quarteirão do Bloco C. E acabei de ver um vândalo saindo em alta velocidade e parecia estar alterado. O seu carro é um conversível n***o e ele era tatuado, cara fechada e camiseta vermelha. Acho que estava bêbado e se encurralarem ele na rota 104 acho que podem pegá-lo e evitar com que cause algum estrago. — Me fiz de coitadinha. — Iremos enviar viaturas agora, obrigada pela informação senhora. — E desliguei. Agora, era só esperar. Deitei-me, abri os braços, respirei fundo e usei as costas largas de Bradley de travesseiro. Estava ansiosa para amanhã. Oh se estava!
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