Vingador, parte IV

1881 Words
20:00 minutos para autodestruição. Donnie estava assistindo de camarote. Até cruzou as pernas para ver a cena. Marrie e eu havíamos guardado as armas em um canto qualquer. Embora fosse um prédio sem paredes, ainda havia alguns moveis cheios de poeira e teia de aranha espalhados. Meus olhos estavam focados em qualquer movimento dela e tentava me equilibrar sobre os saltos. Algo que também seria desafio para ela. Passou alguns segundos, e começou! Marrie deu um chute, eu dei outro e ambas se seguraram uma na outra. — Argh. — Marrie resmungou. — Melhor a gente tirar esse salto. — Sugeri. — Concordo. — Ela se afastou. Retiramos os saltos e jogamos sobre o peito de Donnie. — Segura aí! — Ambas falamos a ele. Novamente, a pancadaria começou. Eram sequências de socos, chutes e pontapés. Até que eu estava indo bem no início, embora eu esquivasse mais do que golpeasse. Consegui defender enquanto me movia e tomava cuidado para não cair. Marrie me impulsionava para trás e eu fazia de tudo para não perder o equilíbrio. Porém, quando dei por mim, estava na beirada do precipício, abanei os braços tentando voltar e estiquei a mão, segurando na loira e puxando ela contra mim, dando uma volta e a deixando em meu lugar. — Se fode ai, otária! — Contei vantagem. Com aquele sorrisinho de vagabunda, ela flexionou os joelhos e se jogou contra meu corpo. Segurou meu pescoço e rolamos no chão cimentado. Nossos cabelos e roupas estavam um pouco cinza. Mas, quem se importa? (EU ME IMPORTO). Marrie ficava sobre meu corpo, prendia meus braços em seus joelhos e segurava fortemente meu pescoço com uma mão, erguendo a outra e a fechando para me dar um soco. Meus s***s estavam bem pressionados e Donnie não parava de olhar aquilo. Principalmente quando eu ergui as pernas por trás, cruzei no pescoço dela e usei minha força para jogá-la ao chão, me virar e ficar por cima dessa vez, a prendendo do mesmo jeito e cuspindo os fios de cabelo na frente do rosto. — Vagabunda, solta meu leão! — Disse no calor do momento. O coração de Donnie bateu forte. — Achado não é roubado! — Marrie disse e me chutou. — Bem na porta do mercado! Cambaleei para trás e me levantei. Novamente nos engalfinhamos, batendo em móveis, um por um, até aquilo me desestabilizar e mudar o jogo. Marrie era com certeza forte e rápida. Me segurou na camiseta por trás, rasgou e eu fiquei apenas de sutiã. O leão gostava do que via. E eu também não podia deixar isso ficar assim. Passei as unhas contra o vestido da loira e fiz um r***o que a atrapalhou de andar. Marrie se afastou para tirar os trapos e ficar apenas de Lingerie. Donnie poderia assistir aquilo o dia todo e imaginar isso me deixava nervosa! Me virei para dar um chute e ela segurou minha perna, me puxou e aplicou um soco no meu estômago. Um pouco tonta devido ao impacto, a loira encontrou a brecha que precisava. Me deu um soco de esquerda, segurou em mim e me jogou contra uma mesa velha que se desmontou e levantou a poeira. Eu estava bem machucada. Tossia e tentava me levantar por mais que não conseguisse. O Otwerside ficou apreensivo. — E agora Ariana? — Marrie viu a oportunidade de pegar a sua arma que conseguiu localizar ali perto. Se abaixou, destravou e apontou para mim. Ela nos tinha em suas mãos. Seus olhos estavam como as de um maníaco e quase saíam do crânio de tanto que os arregalava. Eu não disse nada. Continuava a tentar tirar aquela madeira do corpo enquanto gemia de dor. — Arriscar tudo para salvar um zé ninguém? — Ela riu. — Aposto que ele não faria o mesmo por você. E sabendo disso, coloca não apenas a sua vida como o dos seus amiguinhos figurantes nessa? — A loira zombava de mim. — De fato. — Eu disse e trouxe atenção de Donnie e dela. — Eu sei que ele não faria isso, mas, nem sempre podemos fazer algo a espera de outro. Nossa parte devemos pôr em prática. — Mais uma vez, escolhendo as pessoas erradas. — Moveu os lábios e a cabeça fazendo sons negativos e estalos com a língua. — Pensei que tivesse aprendido algo na masmorra. — Eu acho que você que escolheu errado... — Eu ri. — Você é uma pessoa solitária e ainda vive em um buraco, além de precisar manipular os outros para ter o que quer... — A encarei friamente. — Eu tenho pena de você, Marrie! — Pena? O que acha que deveria fazer? Ir com o Donnie? Nos casarmos e vivermos felizes para sempre depois do que a família dele me fez? — Marrie ao me ver tentar se levantar, me chutou para eu cair no chão. — Eu fui privada de minha infância por causa dele. Perdi tudo por causa da família dele! — O que você esperava? Se quiser culpar alguém, culpe a sua por tentar manipular dois garotos daquela idade por motivos egoístas. — Eu proferi. — Nem sempre é tarde para escolher o caminho certo, Marrie. Não seja uma continuação de laços de ódio, ou, isso vai acabar com você! Marrie gargalhou novamente, tentando ignorar a realidade. — A única coisa que eu escolho agora, é sua morte! — Disse e ergueu a arma. Enquanto Donnie escutava toda aquela conversa, deixou com que os saltos caíssem sobre seus pés e discretamente calçou um. O da Marrie. Ela que é sapatona, não eu! Só estava esperando o momento certo. E assim que viu uma chance, ele chutou fortemente o calçado, que girou no ar e foi exatamente contra a mão da francesa, que apertou o gatilho e em seguida foi desarmada. — Que cagada do c*****o! — O tiro não havia me acertado. Eu aproveitei rapidamente para me levantar, passei a coxa envolta da dela enquanto segurei seu braço, a virei de costas e lhe apliquei um golpe que a derrubou no chão, deixando seu braço aberto e imobilizado aos meus e o pé pressionando seus s***s. A mesma técnica de imobilização que ela havia usado em mim e que tentou me ensinar na masmorra. — É... — Ela disse. — Você aprendeu bem. — Continuou frustrada, porém, orgulhosa. Com minha mão livre, eu acionei o comunicador e pedi a ajuda de Black. Foi questão de três minutos para que ele subisse junto com dois homens e capturassem Marrie, prendessem-na e libertassem Donnie. Tudo até então parecia tranquilo. A francesa gritava de ódio, tentava se debater contra os brutamontes e me praguejava. — Deixa de Show que você não é a xuxa! — Fechei a mão e dei um soco em seu rosto. O maior soco do livro que eu tanto queria dar! Fora tão forte que minha mão queimou e ela caiu desmaiada. — Quem dá espetáculo aqui sou eu, palhaça do c*****o. — E voltei a mim. — Black, me aguarde lá embaixo. — Aquela voz, eu não ouvia a muito tempo. Era Donnie. Black acenou positivamente e saiu levando a megera. — Espera, Black! Eu... Donnie segurou meu pulso e me fez virar contra seu corpo. Ele me encarava diferente de todas as vezes que eu já havia notado. Antes era posse, soberba. Conquista. Mas... Agora parecia que o leão estava manso. Ele segurou minha cintura e a mão livre em meu rosto. Acariciou com o polegar e fiquei sem graça. Aos poucos, me abraçou e encostou o queixo em minha cabeça e sorriu. — Obrigado, Ariana. — Ele me apertou forte, bem forte. — Não precisa agradecer... — Eu tentei me afastar, mas ele ainda segurava minha cintura. — Quando estive sozinho, pensei que fosse morrer. — Me falou encarando os meus olhos. — Jamais contei com meu pai para me tirar daqui. Muito menos com você. — E foi se aproximando mais. Até demais! — Donnie, olha... Ele colocou o polegar contra meus lábios e colou nossas testas. — No fim das contas, apesar de tudo que lhe fiz, você foi a única que se import... — Ele ia me falando. Antes de terminar, seu corpo começou a tremer. Eu o segurei forte. Seus lábios salivavam em abundância e ele não continha os espasmos. Eu caí sentada o segurando forte. Me desesperei, os olhos enchiam de lágrimas e tentei reanimá-lo com tapas. — Donnie! Donnie! — Eu gritei: — ALGUÉM, ME AJUDA! E por ironia do destino, Jason entrou no lugar, desesperado, me escutando. — O que houve? O que está acontecendo com ele? — Jason tentava primeiros socorros. — Eu não sei! Ele estava aqui e de repente... — Mostrei a situação. — Será que... — Eu não queria cogitar aquela possibilidade. — O quê? — Jason me perguntou apreensivo. — Drogas! Drogas dentro do corpo do Donnie. — Rapidamente, rasguei seu macacão e vi pontos cirúrgicos em seu abdômen. — Eles colocaram dentro dele, deve ter estourado! Ele vai ter uma overdose e vai acabar... — Minhas lágrimas não paravam de cair. — Calma! Não vamos deixar isso acontecer! — Jason tentava me confortar. Ambos pegamos Donnie e saímos correndo dali o mais rápido possível até o térreo, onde Black nos esperava dentro do Jipe que Jason trouxe. Explicamos a situação e Jason me deixou oculto que a ilha estava para explodir. Com tanta tensão, se me falasse aquilo era capaz de eu enfartar! — Precisamos de um ala médica, precisamos tirar isso de dentro dele. — Falei. — Onde vamos achar uma ala médica aqui? — Black perguntou. — Na masmorra, lá deve... — Não! — Jason me repreendeu. — Digo, lá está sem energia, a bateria do Shing acabou. — E agora?! Não temos outra opção?! — A cada segundo, o desespero tomava conta de meu corpo. Ao longe, novamente, escutei o som de sinos. Os sinos das balsas. — É isso! — Disse. — Black, toca para a balsa, lá com certeza deve ter o que precisamos! — E ele acenou. Mais que depressa, fomos na direção da praia. Black dirigia o mais rápido que podia e nós fazíamos questão de cuidar do corpo de Donnie que ainda dava alguns espasmos. Marrie acordou a pouco tempo com a cara marcada, o batom manchado e os cabelos esvoaçados ao vento. Ela observou de longe a nossa preocupação, mas, não falou nada. Saltamos de uma rampa de areia, e a cena que vimos não foi tão interessante. Havia uma roda de guardas e snipers gritando: Briga, Briga, Briga! E no centro, Darth Vader e o Vingador estavam se comendo no c****e. As velhas até que botavam para quebrar como numa espécie de vale-tudo. Eu pude jurar que os prisioneiros estavam apostando dinheiro naquilo ali em propina com o resto. Mas, como eu disse e repito, nada mais nesse livro me surpreende. Com minha arma, dei um tiro para cima, as aves voaram e todo mundo calou a boca. — Um minuto para Autodestruição. — Uma voz robótica ecoou em toda ilha. — JASON?! — Eu o fuzilei com os olhos. — Surpresa...?! — Ele disse sem jeito. — TODOS PARA A BALSA, AGORA! — E comecei a dar tiros aleatórios.
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