Eu não queria passar para essa parte, mas, como não tem jeito...
Encarava aquele cano diante de meus olhos. Donnie ainda não sabia o que estava acontecendo, pois, estava de costas para nós. O sorriso esnobe de Marrie me dava nos nervos. Eu considerava ela para c*****o! Mas agora, não passava de uma vagabunda golpista. Escutei quando destravou a arma e pude até sentir o cheiro da pólvora me invadir as narinas.
— Vamos ao clichê. — Ela riu. — Quais são suas últimas palavras?
Eu pensei. Pensei bem. Muito, MUITO bem.
— Magia Winx... — Disse, trêmula e rezando na mente.
— Oi? — Assim que ela perguntou, um tiro disparou dentro da torre.
Era o sinal. Discretamente, sem ela perceber, toquei o comunicador no bolso com o dedo e consegui falar o que Black precisava para me dar cobertura. O sniper que estava longe, não mirou exatamente onde devia, porém, aquele tiro fez uma parte da parede estourar e esvoaçar areia para os lados.
Donnie quase caiu da cadeira.
Com Marrie distraída, puxei seu tornozelo rapidamente e a fiz cair de costas no chão. Pelo seu reflexo, ela atirou no teto e fez mais cimento se espalhar junto a poeira. Foi o momento que eu estava esperando. Rapidamente me esgueirei e cheguei ao chão, me colocando de pé e fora de perigo de cair do décimo andar. Retirei minha arma e a destravei, mirando na francesa.
— Perdeu playboy, perdeu, perdeu! — Segurava com as duas mãos e tentava dar uma volta, recuada, me aproximando de Donnie.
— Ata. — Sem se intimidar, ela se ergueu rapidamente me apontando a arma também. — Parece que não vamos chegar a lugar nenhum... — Riu de maneira psicopata tirando os cabelos loiros do rosto.
Rapidamente, eu virava Donnie na cadeira, sem retirar a arma da mira.
— Até quem fim hein?! — Resmunguei. — Passei a temporada toda de abril atrás de você. p**a que pariu! — Dei um tapa nas costas dele e quase ele desequilibra e cai lá embaixo. Por sorte estava amordaçado, assim não poderia me xingar.
— Está esquecendo de mi...
— Shhhh. — Interrompi. — Cala a boca rapariga que eu estou conversando, da licença? — Bati cabelo e voltei a olhar para Donnie. — Escuta aqui. Eu vou te salvar. Mas, seguinte; Eu sei que vocês de Leão são chatos para c*****o! Pensa aí numas pestes... — Disse. E olha só quem disse! A Ariana.
— Isso é verdade. — Marrie concordou. — Capaz dele falar que estamos brigando por ele.
Olhei para o Donnie e ele negou balançando a cabeça.
— Se você vier me falar isso depois que te tirar daqui...
— Pera, aí, quem disse que você vai tirar ele daqui? — Marrie cruzou os braços e me encarou feio.
— E quem disse que eu não vou? — Nem percebi Donnie querendo se jogar dali de cima com aquela conversa.
— Escuta aqui, linda...
— Certo, vamos acabar logo com isso! — Eu a interrompi novamente. — Você não vai atirar em mim e nem eu em você porque a gente não é louca e o Donnie é um inválido que não fede nem cheira. — Se eu pudesse ler pensamentos, escutaria poucas e boas, vindo dele.
— E o que sugere? — Ela questionou.
— Vamos largar as armas e resolver no mano a mano. — Sugeri.
— Não poderia ser melhor. — Aquele sorriso malicioso e cheio de si, me mostrou que talvez não fosse uma boa ideia.
Ao contrário do meu, que dizia em cada dente da boca que eu iria apanhar feio.