Capítulo III

1063 Words
Eu olho nos olhos de Emilly, sentindo uma pitada de frustração. Ela me deixou sozinha na balada ontem à noite, sem nem me avisar. Agora, estou vestindo meu jaleco e nos encontramos tomando café. -Emilly, você me deixou sozinha ontem na balada- eu digo, tentando manter a calma. -Negativo, te deixei com o delicioso Erik - responde Emilly, tomando um gole de café. -Poderia ter me avisado, eu teria ido embora com você- eu retruco. -Não, você estava muito bem conversando com o Erik, não queria atrapalhar a paquera- diz Emilly, derramando uma gota de café no balcão. -Não estávamos paquerando, apenas conversando- eu digo, pegando um pano ao meu lado e entregando a Emilly. -Eu não nasci ontem, sei muito bem o que é paquera- ela responde, limpando o balcão. -Vou trabalhar, que ganho mais- eu digo, seguindo para a minha sala. Durante a noite, meu telefone toca e vejo que é Rose ligando. -Rose falando- eu atendo. -Rose? Desculpe-me, gostaria de falar com a Chelsea- diz Erik do outro lado da linha. -É ela- eu respondo. -Oi! É o Erik, o loiro mais gato que você conhece- ele brinca. -Desculpa, senhor, ligou errado. Eu conheço apenas um Erik e ele não é tão bonito assim- eu digo, entre gargalhadas. -Essa magoou, fique sabendo que eu ia lhe chamar para jantar comigo, mas agora não quero mais- ele ri. -Que pena, porque eu iria- eu respondo. -Opa! Se for assim, então Chelsea, você quer ir jantar comigo hoje?- pergunta Erik, esperançoso. -Sabe, mudei de ideia, não quero mais- eu provoco, rindo. -Oras! Sua moleca, é melhor dizer sim, caso contrário, irá se arrepender amargamente- ele brinca. -Dessa forma, sim, Erik, eu saio com você- eu digo, rindo. -Lhe pego às 9 da noite. Agora tenho que ir trabalhar, tchau- ele se despede. -Tchau- eu respondo. Após a ligação, decido tirar um cochilo, já que ainda tenho tempo antes de me encontrar com Erik. No entanto, sou despertada por várias chamadas perdidas de Michael em meu celular. Parece ser uma emergência na clínica. Preciso sair às pressas para ajudar. No caminho para a clínica, ligo para Erik e coloco o telefone no viva-voz. -Erik, me desculpa, não vou poder ir jantar com você hoje, tive um imprevisto-, eu digo, concentrada no trânsito. -O que houve?- pergunta Erik. -Tenho uma emergência na clínica- eu respondo, prestando atenção no trânsito. -Oh! Tudo bem, deixamos para depois- ele responde desapontado. -Me desculpa, agora tenho que desligar, tchau-, eu digo. -Tchau- ele responde, e encerro a ligação. Chegando à clínica, corro para a sala de cirurgia, onde Michael está realizando uma cirurgia complexa em um cachorro de grande porte. Troco de uniforme rapidamente e vou ajudar Michael. Após uma hora e meia, a cirurgia finalmente termina. O cachorro ainda está inconsciente e precisará ficar em observação e recuperação. Michael vai cuidar dos outros animais, enquanto eu vou pegar um copo d'água. Ao chegar na recepção, encontro a última pessoa que eu esperava: Erik Durm. Ele está com duas sacolas nas mãos e sorri para mim, erguendo as sacolas. -Você disse que não poderia ir jantar comigo, mas não disse que eu não poderia vir jantar com você-, diz Erik com um lindo sorriso no rosto. -Não precisava fazer isso-, respondo com um sorriso tímido. -Então vamos comer?- ele pergunta. -Claro-, eu respondo, desnorteada. Não sei se devo convidá-lo para jantar no meu escritório ou se devemos comer ali na recepção mesmo. Fico pensando por um tempo, e quando volto a mim, percebo que Erik está próximo de mim, balançando as mãos. -Ei, Chelsea, volte para a Terra- ele diz. -Ops, desculpa- respondo, tampando o rosto com a mão. -Ei, Chelsea, vamos jantar no seu escritório. Não será legal se chegarem clientes e nos virem paquerando aqui-, sugere Emilly. Fico envergonhada, mas aceno com a cabeça concordando com Emilly. Nós dois seguimos para o escritório, e eu recolho tudo que estava em cima da mesa e coloco em outro lugar. Erik coloca as sacolas em cima da mesa e começa a tirar as porções de comida. -O que trouxe para nós?- pergunto curiosa. -Carne assada, purê de batata, salada e cerveja-, ele responde. -Cerveja? Eu estou no trabalho, e você está dirigindo-, digo, jogando as sacolas de lado. -Errado! Você só veio ajudar seu amigo em uma cirurgia. Hoje é sua noite de folga, e eu prometo só dirigir depois de 3 horas de ter bebido- ele diz, sentando-se na cadeira. -Como sabe disso?- pergunto, erguendo a sobrancelha direita. -Palpite- responde Erik. Cruzo os braços e olho séria para Erik, que começa a rir. -Tudo bem! Eu liguei para a recepção, e Emilly me contou. Mas isso não vem ao caso, estou com fome- ele diz, abrindo as vasilhas com comida. Começamos a jantar e trocar ideias sobre diversos assuntos. Falam de música, filmes e, sem nem perceber, já estamos discutindo séries. Sentados um em frente ao outro, acabamos nos sentando no chão, cada um com sua garrafa de cerveja, continuando a conversa. -Erik, por que veio até aqui? Só veio jantar comigo?- pergunto, levando minha cerveja à boca. -Claro!- ele responde, olhando para mim. -Isso que é uma pessoa à toa- digo, rindo. -À toa? Eu apenas quis vir jantar com uma garota linda- ele diz, com um sorriso lindo no rosto, se aproximando de mim. -Não faz isso- digo, afastando-me. -E por que não? Você ainda não entendeu o que estou fazendo?-ele pergunta. -Eu... acho que entendi, mas... eu não sei explicar- respondo, levantando do chão. -Eu fiz algo errado? Fui rápido demais?- ele pergunta, ainda sentado no chão, olhando para mim, que estou em pé. -Você não fez nada- respondo, olhando pela janela. -Chelsea, está tudo bem?- ele pergunta, levantando-se do chão. -Eu espero que um dia fique-, respondo, segurando as lágrimas. -Eu não sou bom com palavras, mas se quiser conversar, estou aqui- ele diz, colocando a mão sobre meu ombro. -Não perca tempo comigo. Tenho muita bagagem. Você é lindo e charmoso, vai conseguir uma garota melhor e sem complicações- digo, olhando para Erik. -Mas eu quero você, e vou lutar, custe o que custar- ele diz, abraçando-me. Eu me permito sentir o calor do abraço de Erik e começo a chorar. É um misto de emoções, e ele está ali, disposto a enfrentar todas as complicações. Talvez haja esperança para nós, afinal.
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