Chelsea estava deslumbrante naquela noite. Eu me olhava no espelho, admirando o vestido azul escuro que eu havia escolhido, com uma parte mais clara que destacava minha figura. Meu cabelo estava elegantemente penteado para trás, e eu havia caprichado na maquiagem, realçando meus olhos e lábios. Não sabia ao certo o motivo por trás daquela escolha, mas quando me vi pronta, gostei do resultado.
Combinei de encontrar Emilly em frente à balada. Uma hora depois, finalmente entramos no local. O som estava ensurdecedor e o lugar extremamente lotado.
"Como vamos encontrar os rapazes aqui?", perguntei a Emilly, elevando minha voz para ser ouvida.
"Não se preocupe, deixe que eles nos achem", ela respondeu, puxando-me pela mão em direção ao bar.
Sentamos próximo ao balcão e fizemos nosso pedido. Enquanto aguardávamos, eu observava as pessoas dançando freneticamente na pista, me questionando sobre o que exatamente faríamos ali.
"É minha primeira vez em uma balada. O que exatamente fazemos aqui?", indaguei, tomando um gole da minha cerveja gelada.
Emilly virou seu copo de cerveja antes de responder com um sorriso malicioso: "Dançamos, bebemos e beijamos muito na boca."
Enquanto conversávamos despreocupadamente, senti uma mão envolvendo meu braço e me virando bruscamente. Era Davy, com um sorriso sedutor estampado no rosto.
"Oi, minha ruiva linda, pensei que ia me dar um bolo", disse ele, com um tom provocativo.
"Não sou sua e aquela doida ali não me deixaria ficar em casa", retruquei, mantendo minha postura.
Davy não perdeu tempo e me convidou para dançar, puxando-me em direção ao centro da balada.
"Eu não sei dançar", admiti, sentindo uma pontada de insegurança.
"Relaxe e se solte", encorajou Davy, tentando me fazer sentir à vontade.
Tentei acompanhar o ritmo da música, mas acabei desistindo e retornei para perto de Emilly, que estava entretida em uma conversa com Erik.
"Oi, Erik", cumprimentei, sentando ao lado dele.
"Olá! Aquilo que estava fazendo ali no centro era para ser uma dança?", ele perguntou, divertido.
"Engraçadinho! Vá lá e faça melhor então", provoquei, retribuindo o sorriso.
"Não posso. Aprender a não humilhar as garotas faz parte da minha educação", respondeu Erik, enquanto dava um gole em sua bebida.
Emilly decidiu se aventurar na multidão, desaparecendo rapidamente. Erik e eu continuamos a conversar, sem perceber a passagem do tempo. Era incrível como as horas pareciam voar quando estávamos imersos em uma boa conversa.
De repente, olhei para o celular e percebi que já era 3 horas da manhã. O pensamento do trabalho na manhã seguinte me atingiu como um balde de água fria.
"Olha a hora! Preciso trabalhar amanhã cedo", exclamei, surpresa.
"Eu te levo para casa", Erik se ofereceu prontamente, levantando-se.
"Não precisa se incomodar. Vou procurar Emilly e nós duas voltamos juntas", respondi, tentando não demonstrar minha leve preocupação.
"Sinto muito em te dizer, mas sua amiga já foi embora há um tempo. Ela veio com Davy e me disse que iria para casa, mas acabei esquecendo de te contar", explicou Erik, passando a mão pelo cabelo.
"Oh", murmurei, sentindo uma pontada de frustração.
"Não se preocupe, não sou tão má companhia assim", brincou Erik. "Aliás, estamos nos divertindo muito até agora."
Apesar da surpresa com a partida de Emilly, eu não podia negar que estava me divertindo com Erik. Nossa conversa fluiu de forma natural e agradável.
"A propósito, sua oferta de me levar para casa ainda está de pé?", perguntei, tentando esconder um sorriso.
"Claro! Vamos", respondeu Erik, caminhando na minha frente.
Nos dirigimos ao carro e nos acomodamos, colocando os cintos de segurança.
"E então, onde você mora?", perguntou Erik, ligando o carro.
"Antes de responder, você deveria pensar duas vezes em dirigir depois de ter bebido", provoquei de forma divertida.
"Espere, eu bebi apenas quando cheguei, já faz algumas horas. Estou perfeitamente sóbrio", explicou Erik, dando partida no carro e saindo do estacionamento.
"Sendo assim, moro na esquina da padaria Sheal, dois quarteirões depois do estádio do Borussia Dortmund", informei, olhando pela janela.
"Você gosta de futebol?", Erik perguntou, desviando o olhar para a pista.
"Sim, mas infelizmente não tenho tido tempo para assistir a muitos jogos ultimamente. Estou sempre ocupada", respondi, lançando um breve olhar para Erik.
"Ah! Que tal irmos juntos assistir a um jogo? Borussia Dortmund contra Augsburg", sugeriu Erik.
"Quando seria esse jogo?", questionei, curiosa.
"Na próxima quarta-feira. Seria à tarde, quase noite", respondeu Erik, olhando rapidamente para mim.
"No meio da semana? Eu normalmente trabalho nesse horário, e você? Não está trabalhando?", indaguei, ponderando as possibilidades.
"Você pode pedir uma folga e, no meu caso, sofri uma lesão e estou afastado até me recuperar", explicou Erik, fazendo uma curva.
"Bom, eu te dou uma resposta mais tarde", falei, ajeitando meu cabelo.
"Ok, me passe seu número de celular, assim posso te ligar para confirmar", solicitou Erik, pegando o celular no bolso.
"E por que eu deveria fazer isso? Afinal, você não colocou seu número no formulário da clínica", brinquei, com um leve sorriso.
"Peço desculpas por isso, mas você não pode cometer o mesmo erro que eu!", respondeu Erik, rindo.
Anotei e salvei meu número no celular de Erik. Logo em seguida, chegamos ao meu apartamento.
"Bem, tchau Erik! Obrigada pela noite maravilhosa", despedi-me, soltando o cinto.
"Obrigado a você. Me diverti muito. E espero que seja mesmo o seu número, pois vou te ligar mais tarde", disse Erik, balançando o celular.
Adentrei meu apartamento com um sorriso estampado no rosto. Por que motivo eu estava tão feliz? A resposta ainda estava por vir, mas eu tinha a sensação de que essa noite era apenas o começo de algo especial.