SEMPRE UNIDAS

2012 Words
Cena 01: Quarto Maria Antonieta – noturna. (Maria acorda com seu celular tocando bem alto, ela abre os olhos e os arregalam no mesmo instante, ela se levanta em um impulso e vai até a mesinha do computador onde o celular reverbera alto, ela mira a tela e o nome: Marquinhos está escrito). MARIA: Boa noite! Leu minha mensagem? (friamente). VOZ DE MARQUINHOS: Sim princesa e não entendi nada. MARIA: Marquinhos, eu cansei das suas mentiras, por isso vou lhe fazer uma pergunta e quero total sinceridade. (bem fria). VOZ DE MARQUINHOS: Claro minha princesa, pergunte. MARIA: Como você conseguiu este emprego? (silêncio). Responde por favor. VOZ MARQUINHOS: (Engolindo a seco): Por que esta pergunta Maria? O que tá pegando? Foi um parceiro meu que me indicou, por que? MARIA: Parceiro ou parceira? Ou melhor: Amanda Nunes, a loira cobra que você come enquanto eu durmo. (desliga o celular na cara dele). (após alguns segundos o celular começa a tocar sendo Marquinhos novamente, Maria não atende e começa a chorar, o celular para e depois volta a tocar, Maria atende chorando): Não quero nunca mais olhar na sua cara, você não merece meu amor, não merece minhas lágrimas, volta lá pra aquela cobra loira que vocês se merecem! Dois falsos! (desliga na cara de Marquinhos e joga o celular na parede o quebrando e começa a chorar copiosamente, segundos depois): (Augusto abre a porta do quarto de Maria assustado). AUGUSTO: Que barulho foi esse Maria? (Então ele mira o celular espatifado no chão próximo à parede). O que você fez Maria? MARIA: (Em prantos): Agora Marquinhos não irá mais me encher, nunca mais quero olhar na cara dele, ou ouvir a voz dele. (Augusto em súbito corre abraçar a filha percebendo a situação). AUGUSTO: Ele nunca lhe mereceu meu amor! Amanhã compro outro celular pra você, mas então terá que trocar o número também. (olha nos olhos de Maria e ela tem os olhos cheios de tantas lágrimas, Augusto a abraça forte). Sempre te avisei que este cara não presta! Agora você está caindo na real. (Maria chora e Augusto acaricia sua cabeça enquanto a abraça). Cena 02: Carro Marquinhos – Noturna – Em movimento. (Marquinhos corre feito um doido, passando em diversos faróis vermelho, ele tenta ligar diversas vezes para Maria sem sucesso pois o celular cai na caixa de mensagem). Cena 03: Habitação Agatha – Noturna – quarto Mel. (Mel está dormindo, seu semblante sereno entrega um sono tranquilo, Agatha de leve abre a porta do quarto, ela se aproxima da cama de Mel e admira a amiga adormecida, ela chega bem pertinho e beija a testa da amiga, Mel nem sequer acorda e continua dormindo, Agatha passa a mão na cabeça de Mel em um gesto carinhoso, dá outro beijo na testa). AGATHA: (Falando baixinho): Boa noite meu amor! (se afasta da cama e sai do quarto, assim que Agatha fecha a porta do quarto Mel abre os olhos e fica inerte, sua feição entrega uma certa preocupação). Cena 04: Carro Marquinhos – Estacionado – Externa – Noturna. (Marquinhos está encostado no carro, ele mira Amanda Nunes se aproximando cada vez mais). AMANDA NUNES: O que aconteceu Marquinhos, achei sua voz muito estranha no telefone? MARQUINHOS: Entra no carro, vamos para um local mais de boa. (Ambos entram no carro). Cena 05: Habitação Laura – Quarto – Noturna. (Laura está ao telefone). LAURA: O que você acha que aconteceu? (pausa). Meu Deus! Não imaginava que Maria fizesse algo assim. (pausa). Mas foi melhor, eu também não confio neste tal Marquinhos com ela, realmente você tem razão, ele foi tarde! Melhor gastar com um celular do que com psiquiatra... Cena 06: Sala de estar de Agatha – Noturna. (Agatha está sentada em sua poltrona lendo um livro, ela começa lentamente pegar no sono). Cena 07: Quarto Mel – Noturna. (Mel vira para um lado, para o outro, senta na cama, respira fundo, se levanta e segue até a mesinha onde está seu celular pegando-o). Cena 08: Sala de estar de Agatha – Noturna. (Agatha está dormindo, o livro está em seu colo quase caindo, ela respira suavemente, ela começa a sonhar). Cena 09: Dentro do sonho de Agatha: (Agatha está naquele mesmo caminho repleto de portas, ela caminha analisando porta em porta, em sua mão direita o molho de chaves aparece, ela mira o molho repleto de chaves, ela continua caminhando, ela para em frente da mesma porta antiga de vidro quebrado que uma vez ela abriu e apareceu no quarto de sua mãe. Ela reconhece a porta, uma das chaves começa a brilhar, ela pega essa chave brilhante e conecta na fechadura desta porta que em seguida se abre para ela, o clarão é imenso tomando conta do ambiente a jogando, ela cai dentro do mesmo quarto daquela garotinha, no caso, no quarto da mãe dela quando era garotinha, Agatha fica emocionada ao se notar no quarto de sua mãe, ela mira cada detalhe, os brinquedos, as bonecas, a cama, segue até a escrivaninha onde estão papeis com alguns desenhos desenhados, notando os desenhos, a porta se abre e a garotinha adentra com naturalidade e i********e em seu próprio quarto, dessa vez ela não percebe Agatha, Agatha por sua vez chega bem pertinho da garotinha que se senta na cama, ela fica encarando a garotinha com lágrimas nos olhos, a garotinha se levanta e segue até a escrivaninha apanhando um papel em branco e lápis de cores, ela se senta e começa a desenhar, Agatha fica inerte admirando sua mãe criança, seus olhos caem em muitas lágrimas, um barulho de celular começa a ressoar no ambiente, Agatha ignora o barulho e se aproxima mirando o desenho que a garotinha faz naquele instante, ela faz um lindo sol, uma árvore, flores, então o barulho de celular fica mais alto, Agatha olha para a porta do quarto e um clarão novamente toma conta do ambiente, ela fecha os olhos pois a luz é forte e quando abre novamente já está em sua sala na mesma poltrona que estava adormecida). Cena 10: Sala de estar de Agatha – Noturna. (Agatha percebe que seu celular toca alto, ela com olhos cheios de lágrimas busca pelo aparelho atendendo-o em seguida). AGATHA: Oi Laurinha boa noite, acabei de sonhar com minha mãe, estou muito emotiva agora. VOZ DE LAURA: Boneca Maria estraçalhou o próprio celular na parede, Augusto me ligou contando. Mas me conta antes como foi seu sonho. (Mel adentra sala de estar). MEL: Escutei seu celular tocando, pensei que estivesse dormindo. (Agatha a mira e Mel percebe que a amiga está com os olhos cheios de lágrimas). Aconteceu algo Agatha?! (muito preocupada) AGATHA: Sonhei com minha mãe novamente (olha Mel nos olhos) estou com Laura aqui na linha. (Mel então chega perto do aparelho de Agatha). MEL: Boa noite Laura! (Agatha coloca o celular na viva voz). LAURA: Mas você está bem boneca? Como foi o sonho? (Mel também encara curiosa em espera da resposta da amiga). AGATHA: Passei por aquele corredor de portas novamente, quando achei a mesma porta da vez que entrei no quarto da minha mãe, uma das chaves brilhou e entendi que ela iria abrir, e assim aconteceu, abri a porta e um clarão tomou conta de uma forma que me jogou, cai dentro do quarto da minha mãe, exatamente igual como daquela vez, porém desta vez, minha mãe não me notou, não percebeu minha presença, fiquei lá olhando para ela e um sentimento de aperto tomou conta do meu peito, mesmo estando no sonho meus olhos se encheram caindo em lágrimas, eu notei cada detalhe do seu rosto, ela se levantou e foi desenhar, ela desenhou uma paisagem tão bonita com um sol brilhante, árvores, flores, notei que ela de fato gosta da natureza como meu pai sempre me falou, mas então escutei o celular tocar e novamente o clarão me jogou e assim acabei acordando aqui na poltrona, então lhe atendi Laurinha, pois foi sua ligação que me trouxe de volta. LAURA: Desculpe boneca! Mas assim que Augusto desligou eu não me aguentei e precisei correr te contar, gente, a Maria quebrou o próprio celular pra não falar mais com Marquinhos. MEL: Hoje pela tarde eu senti uma dor no coração tão forte que caí em prantos, Agatha você se lembra né? (olha para amiga). AGATHA: Mas claro, pensei que iria enfartar, porém senti a mesma dor em sequência... (Laura interrompe). LAURA: Meninas que loucura, hoje no trânsito me ocorreu o mesmo, uma dor tão intensa que quase bati o carro, que precisei chorar muito, desaguei a viagem toda até chegar em casa. MEL: A gente sentiu exatamente o que Maria sentiu! A nossa ligação está tão intensa que sabemos que Maria não está bem, algo aconteceu. Laura o que o Augusto te falou? (A trilha sonora invade o ambiente). Cena 11: Quarto Maria – Noturna. (Maria dorme em sua cama e começa a delirar, ela balbucia sons, se mexe, ela delira em febre). Cena 12: Quarto de Motel – Noturna. (Marquinhos está deitado e Amanda Nunes sentada na cama, ele está de sunga e ela de lingerie). AMANDA NUNES: Meu pai disse que minha mãe dessa vez exagerou na dose. (Marquinhos mira o teto sem falar nada, ele viaja em seu devaneio). Será que ela vai ficar assim pra sempre? Você já ouviu algum caso parecido? Ouviu? (Marquinhos se mantém inerte em seus pensamentos, Amanda percebe que fala sozinha e pega o travesseiro acertando o rosto de Marquinhos em cheio). MARQUINHOS: Eita! Está doida? (olha pra ela e coloca o travesseiro ao lado). AMANDA NUNES: Você está estranho, veio calado no carro, aqui continua calado, fico falando sozinha, isso porque minha mãe está lá no hospital praticamente louca da cabeça, eu só queria um pouco de apoio, um pouco de atenção. (Marquinhos se comove e abraça Amanda). MARQUINHOS: Desculpe loirão, eu estou cansado, só isso, muita coisa na cabeça, a firma ainda é novidade pra mim, hoje dirigi pra cima e pra baixo buscando peças, levando peão, eu não estou bem também. (Abraça Amanda com um pouco mais de força, ela retribui o abraço). AMANDA NUNES: Mas você já ouviu algo assim? MARQUINHOS: Assim como? AMANDA NUNES: Alguém chapar de cogumelos com álcool e ir pra sei lá onde e nunca mais voltar? MARQUINHOS: Não dessa forma, já ouvi caso de as pessoas continuarem sentir sabor das cores, cheiro das notas musicais por semanas, mas sair do corpo e não voltar mais, isso nunca. AMANDA NUNES: Isso porque eu não te contei o pior. (Ela se solta do abraço e o encara nos olhos). MARQUINHOS: (Mirando-a nos olhos também): O quê? AMANDA NUNES: (Respira fundo e desiste de falar): nada, deixa quieto. MARQUINHOS: Para vai, começou termina, o que foi? O que você não me contou? (Amanda fica o olhando, ela suspira). AMANDA NUNES: Acho que hoje não estou no clima pra nada, não quero nem t*****r, estou cansada, me leva embora. MARQUINHOS: Sério mesmo? AMANDA NUNES: Não paro de pensar em minha mãe, quero ir amanhã vê-la bem disposta. (Ela se levanta da cama e começa se vestir). Cena 13: Quartinho Lúcia – Madrugada. (Lúcia se senta na cama em um impulso, ela se levanta totalmente caminhando até a porta). Cena 14: Corredor habitação Maria Antonieta – Madrugada. (Lúcia passa rapidamente pelo corredor seguindo sentido quarto de Maria Antonieta). Cena 15: Quarto Maria Antonieta – Madrugada. (A porta do quarto se abre com Lúcia adentrando rápido indo direto para cama de Maria, ela avista Maria queimando em febre). LÚCIA: Maria querida! Meu Deus você está queimando em febre! Ela corre até a suíte, busca por uma toalha e molha a toalha na água fria da torneira, corre até Maria e coloca a toalha fria na testa dela). Querida acorda, você precisa tomar uma ducha morna e tomar um antitérmico, você está queimando em febre, acorda querida! (Maria delira, balbucia algo, segura firme no braço de Lúcia). MARIA: Eu sei onde ele está! (ela arregala os olhos mirando Lúcia, já Lúcia se assusta com o ato).
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