Cena 01: Externa – Trânsito – Diurna – Carro Marquinhos.
Cena 02: Carro Marquinhos estaciona onde está Maria – Externa.
(Maria entra no carro de Marquinhos).
Cena 03: Dentro do carro de Marquinhos em movimento – Diurna.
(Maria abraça Marquinhos com muito carinho e ele retribui, ele então pega no rosto dela a encarando nos olhos, ela sorri e ele a beija nos lábios, o beijo é caloroso).
MARQUINHOS:
Que saudade princesa! (ele fala a beijando ao mesmo tempo).
MARIA:
Estava com tantas saudades também meu amor! (encara-o nos olhos, Marquinhos não consegue sustentar o olhar muito tempo).
MARQUINHOS:
Não posso demorar princesa, só tenho uma hora de almoço.
MARIA:
Quer comer onde?
MARQUINHOS:
Em algum local que tenha “PF” está ótimo pra mim!
MARIA:
O que seria isso: “PF”? (o encara com curiosidade, Marquinhos manobrando o carro a encara).
MARQUINHOS:
Esqueci que você é “Patizinha” ..., (debochado).
MARIA:
(o encarando sem graça): não entendi esse deboche, realmente não sei o que significa, mas de boa, se não quer falar não fala.
MARQUINHOS:
(Arrependido): desculpe meu amor, estou com a cabeça cheia, “PF” é prato feito. Geralmente os restaurantes que tem “PF” no caso: prato feito, são mais em conta.
MARIA:
Imagina, não precisa se desculpar, eu deveria mesmo saber o que é, mas... (Marquinhos a interrompe):
MARQUINHOS:
Você não teria que saber nada se não come na rua, você é uma princesa, eu que sou um pé-rapado que vive na economia. (Maria se comove).
MARIA:
Já que está empregado acho justo eu pagar nosso almoço em um local que eu adoro ir, conhece a rua:__________ (Marquinhos confirma conhecer com a cabeça): então bora lá?
MARQUINHOS:
Maria, eu não posso gastar muito, vou usar vale refeição que a firma me disponibilizou... (Maria o interrompe).
MARIA:
Deixa-me pagar um almoço top pro meu amor?! (acaricia a face de Marquinhos e ele atento ao trânsito). Meu amor merece! (sorri divertida) deixa vai por favor? (ele a encara rapidamente e Maria faz sinal com as mãos em um “por favor” ele então sorri com o gesto e segue para o endereço informado, ela sorri alegre). Aí sim!
Cena 04: Hospital – Quarto onde Helena Nunes está internada – Diurna- Interna.
(Helena abre os olhos no mesmo instante que uma enfermeira adentra o recinto com uma bandeja em mãos, na bandeja está um caldo de galinha com legumes, pães cortados em rodelas, laranja descascada, talheres, um copinho com medicação e um copo com suco).
ENFERMEIRA:
Como se sente hoje Dona Helena, a senhora está melhor? (Helena permanece imóvel sem responder) trouxe seu almoço, a senhora precisa se alimentar. (ela deposita a bandeja na mesinha acoplada com a cama que Helena se encontra, assim ela ajeita a cama de uma forma que Helena fique sentada nela para poder saborear a refeição) A medicação você precisa tomar primeiro, tome: (a enfermeira entrega o copinho com os comprimidos e Helena toma, em seguida a entrega também o copo com o suco, Helena toma o suco todo de forma rápida) Creio que a senhora estava mesmo com sede! (sorri de leve).
HELENA:
(Mira a enfermeira nos olhos): Você teria um espelho? (a enfermeira desconversa).
ENFERMEIRA:
Por favor se alimente, você está a muito tempo sem comer nada, o médico sugeriu essa canja pois é leve e alimenta.
HELENA:
Você sabe o que fizeram comigo? (olhar desesperado e a enfermeira engole a seco).
ENFERMEIRA:
Dona Helena, sei que está em um dos melhores hospitais da região nas mãos dos melhores médicos também. Seja o que for, estarão cuidando bem da senhora. Em breve você poderá voltar para casa. (sorri amigável e Helena ainda permanece com o olhar assustado) fique tranquila e por favor se alimente, quer que dê em sua boca? (olhar terno).
HELENA:
Você é um doce, “obrigado”, mas consigo sim comer “sozinho” (a enfermeira tem um semblante confuso e sai do quarto).
Cena 05: Corredor do hospital próximo ao quarto de Helena.
(A enfermeira sai do quarto de Helena um tanto confusa e dá de cara com o doutor Leandro).
DOUTOR LEANDRO:
Tudo bem Sophia? Helena já acordou? Ela precisa comer algo.
SOPHIA:
Doutor Leandro, ela ainda pensa ser um homem. (olhar amedrontado) Deixei a bandeja com o almoço para ela comer e mediquei com benzodiazepínicos como me pediram.
DOUTOR LEANDRO:
Okay Sophia, obrigado, vou vê-la agora. (Sophia assente com a cabeça e um leve sorriso e segue corredor, já doutor Leandro segue até o quarto da paciente Helena).
Cena 06: Quarto de hospital onde está Helena – Diurna.
(Helena devora o almoço feito um animal, come com vontade como se estivesse sido antes amarrada, o doutor Leandro adentra o quarto e assim que ele olha para Helena, ela para de comer e o encara nos olhos).
HELENA:
Não quero falar com o senhor, eu cansei de explicar que não sou essa tal Helena, quero ir embora, minha família deve estar preocupada comigo.
DOUTOR LEANDRO:
Me desculpe, como é mesmo seu nome?
HELENA:
Sou Leonardo, mas me conhecem como Léo.
DOUTOR LEANDRO:
Sua família mora onde?
HELENA:
Por que quer saber?
DOUTOR LEANDRO:
Para avisá-los que está aqui conosco. (sorri cordial e Helena o olha curiosa). Mas antes termine seu almoço que preciso visitar o quarto de outros pacientes, já retorno. Coma e até daqui à pouco. (ele sorri e sai do quarto, Helena mira a porta se fechar).
Cena 07: Restaurante – Diurna.
(Marquinhos escuta Maria atento, ele come à parmegiana sem tirar os ouvidos da história que Maria enfática o conta).
MARIA:
Então, descobrimos que somos dessa mesma família monádica e temos que encontrar mais oito pessoas que são também da mesma família que a nossa, e um desses oito está chapado de cogumelos por aí pensando ser outra pessoa, pensando ser a pessoa da outra realidade, saca? (Marquinhos está perplexo com o garfo parado na boca, estático sem saber o que dizer). Sei, parece loucura mesmo! Mas é real, muito real.
MARQUINHOS:
Princesa, eu não sei o que lhe dizer, eu ainda estou processando toda essa sua história.
MARIA:
De boa, no seu lugar, ia achar que tinha chapado com uma e**a da boa...
MARQUINHOS:
Minha princesa linda! Relaxa! Não estou achando isso não. (ele pega nas mãos da namorada e as beijam) adoraria saber mais dessa história toda, mas tenho que voltar ao trabalho.
MARIA:
Claro... Vou pedir a conta pra irmos. (sorri para ele e acena para o garçom).
Cena 08: Hospital sala de espera – Diurna.
(Jorge Nunes aguarda aflito, ele se encontra mascarado devidamente e o doutor Leandro se aproxima dele).
JORGE NUNES:
Boa tarde doutor, como está minha esposa, posso vê-la? (aflito).
DOUTOR LEANDRO:
Boa tarde senhor Jorge, compreendo sua preocupação, mas ainda acho que não é uma boa ideia, sua esposa afirma ser Leonardo mais conhecido como Léo. Não sabemos ainda do porque está ocorrendo este fenômeno com ela, estamos muito preocupados.
JORGE NUNES:
Deve ser brisa dos cogumelos doutor, com certeza vai passar se ela ir pra casa, deixe-me falar com ela, talvez me vendo ela retome a consciência, vamos tentar por favor!?
Cena 09: Carro Agatha – em movimento – Diurna.
(Agatha está atenta ao volante e Mel está no celular pesquisando Jobs).
AGATHA:
O que você tanto olha aí Mel, estamos quase chegando em casa e você calada.
MEL:
Pesquisando Jobs, preciso trabalhar Agatha, urgente, minhas economias estão quase no fim.
AGATHA:
Encontrou algo de interessante, você está tão inerte aí.
MEL:
Estou enviando um monte de e-mail com meu material, espero que me chamem pra algo viu.
Cena 10: Loja Laura – Diurna.
(Laura está arrumando a vitrine quando Augusto entra na loja).
LAURA:
Que visita boa! (ela se atrapalha com um dos manequins e Augusto corre ajudá-la). Desculpe, sou atrapalhada mesmo! (Augusto a mira nos olhos).
AUGUSTO:
Você é uma atrapalhada linda! (Laura sorri e Augusto tira a própria máscara, em seguida Laura tira a dela também, ambos se beijam na boca).
Cena 11: Habitação Maria Antonieta – Quarto.
(Maria está atenta ao computador na aula de matemática quando seu celular toca a mensagem).
MENSAGEM:
Boa tarde corna mansa! (Maria ao olhar a mensagem fecha o cenho e logo responde).
MARIA:
Por que corna? Que brincadeira i****a é esta?
MENSAGEM:
Olhe com seus próprios olhos: (chega uma foto com Marquinhos e Amanda Nunes se beijando naquele bar-dançante que ambos frequentam e que Marquinhos passa as drogas). Corna e burra, enquanto você dorme eles aproveitam, detalhe, pergunte pra ele quem o arranjou um emprego e com quem... Duvido que ele te contou!!! (emotion de risada).
(Maria tem os olhos marejados e arremessa o celular na cama).
Cena 12: Loja Laura – Diurna.
LAURA:
Se você vier aqui sempre vou ficar m*l acostumada, vou logo dizendo!
AUGUSTO:
Prefere que eu não venha mais?
LAURA:
Prefiro que venha sempre e sempre e sempre! (sorri marota e o beija nos lábios).
AUGUSTO:
Que bom, porque aqui é caminho do meu escritório... (entra uma cliente na loja, Laura rapidamente veste a máscara e Augusto faz o mesmo).
CLIENTE:
Boa tarde, você tem Blazer longo amarelo?
LAURA:
Tenho um estilo mostarda. (Augusto beija a testa de Laura).
AUGUSTO:
Voltar para o escritório mais tarde te ligo. (Laura acena num sim para ele e ele segue para rua, já a cliente se aproxima mais de Laura).
CLIENTE:
Deixa-me ver por favor? (Laura sorri).
LAURA:
Claro querida, vou te mostrar. Me acompanhe.
Cena 13: Quarto Maria Antonieta – Tarde.
Maria chora abraçada a camiseta de Marquinhos. (Ela tenta ligar para ele, mas o celular está desligado caindo na caixa de mensagem, ela então digita rapidamente uma mensagem):
MARIA:
Você me decepcionou, estou triste, estou arrasada, algo morreu dentro de mim.
Você acabou comigo! (ela envia e volta a chorar compulsivamente).
Cena 14: Habitação Agatha – Tarde – sala de estar.
(Agatha está escrevendo no computador, Mel então aparece na sala vindo do quarto).
MEL:
O que você deseja para o jantar, porque hoje quero cozinhar para você!
(Agatha para de escrever e se vira para mirar Mel nos olhos).
AGATHA:
Cozinhar pra mim?
MEL:
Sim, quero poder te mimar um pouco, você merece. Até mesmo na outra realidade você se preocupa comigo, quero recompensar, nem que seja cozinhando algo pra você. (olhar de extrema sinceridade).
AGATHA:
(Respirando fundo): nossa! Você me pegou de surpresa... (Mel sorri).
MEL:
Fala vai! O que você está com vontade de comer? Só não vale comida japonesa porque não sei fazer (sorri alegre).
AGATHA:
Não, prefiro hoje uma comida bem brasileira mesmo.
MEL:
Carne de panela? Com legumes? Feijãozinho com arroz branco???
AGATHA:
Falando assim deu até água na boca! Que delícia! (Mel muda o semblante, seus olhos se enchem e começam a descer em lágrimas). Mel o que houve?
MEL:
Não sei, meu coração está um aperto, está doendo! (lágrimas rolam).
AGATHA:
Como assim, que dor é esta, Mel me explica, será que é enfarte? (Mel segura em Agatha).
MEL:
Me abraça forte Agatha, por favor! (ela chora e Agatha subitamente abraça a amiga) Está doendo muito Agatha! (Mel chora e Agatha começa a chorar também).
AGATHA:
Meu Deus Mel, meu coração também está apertado, está doendo, Mel que é isso? (ambas começam a chorar abraçadas).
Cena 15: Carro de Laura – em movimento – Noite.
(Laura dirige seu carro e uma música rola na rádio, de repente ela freia bruscamente que o carro de trás quase bate na traseira dela, o motorista ultrapassa e a xinga, mas ela não se importa colocando a mão no coração, lágrimas rolam por sua face).
Cena 16: Externa do anoitecer – Chove de repente.
Cena 17: Quarto Maria Antonieta – Noite.
(Maria tenta mais uma vez ligar pra Marquinhos sem sucesso, Augusto bate na porta do quarto da filha).
MARIA:
Pode entrar, está aberta!
(Augusto abre a porta e fica segurando a maçaneta já Maria seca as lágrimas com as mãos).
AUGUSTO:
Decidi chamar Laura pra jantar aqui conosco amanhã o que acha?
MARIA:
(Com ar desanimado e triste): acho ótimo pai.
AUGUSTO:
(Tom preocupado): acha mesmo? Sua cara diz o contrário! (ele entra no quarto da filha).
MARIA:
Desculpe pai, não estou me sentindo bem hoje... (Augusto interrompe).
AUGUSTO:
O que você está sentindo Maria? Algum sintoma do vírus? (preocupado).
MARIA:
Não pai, não se preocupe comigo, logo, logo passa, só me dá um abraço bem apertado de urso. (Ela o olha com um semblante carente e ele logo abraça a filha com carinho).
AUGUSTO:
Minha bebezinha linda!!! (aperta a filha com gosto e Maria se entrega ao abraço, algumas lagrimas brotam em seus olhos).
Algumas horas depois...
Cena 18: Apartamento Laura – Sala de estar – Noite.
(Laura está no computador escolhendo alguns looks para sua loja, ela abre várias fotos de looks diversos).
Cena 19: Habitação Amanda Nunes e Jorge Nunes – sala de jantar – Noite.
(Amanda está jantando com seu pai, ambos sentados à mesa).
AMANDA NUNES:
Pai acho que você deveria ter sido mais insistente, amanhã irei com o senhor.
JORGE NUNES:
Eu insisti o máximo, mas aquele doutor foi irredutível, ele achou que poderia piorar a situação da sua mãe. Irão fazer mais exames, amanhã volto lá.
AMANDA NUNES:
Eu vou ter que sair, mas retorno cedinho para irmos juntos no hospital. (ela se levanta da mesa, beija a testa do pai e sai).
Cena 20: Sala de jantar Agatha – Noite.
(Agatha está se servindo do jantar preparado por Mel, Mel a olha ansiosa).
MEL:
Seja sincera, faz tempo que não cozinho. (Agatha sorri para amiga).
Cena 21: Quarto Maria – Noite.
(Maria está adormecida abraçada a camiseta de Marquinhos).
Cena 22: DENTRO DO SONHO DE MARIA.
(Maria segue um corredor, ela mira muitas portas, as mesmas portas que Agatha já viu em uma projeção astral que ela fez sozinha, Maria segue devagar olhando porta pôr porta, ela caminha curiosa, ela percebe que em uma de suas mãos um grande molho de chaves aparece, muitas chaves, ela continua sua caminhada, ao notar uma porta de madeira ela para, mira a porta curiosa, uma das chaves do molho de sua mão começa a brilhar, sinalizando que aquela chave abre tal porta, sem hesitar ela pega a chave brilhante e coloca na fechadura, a porta se abre, um clarão toma conta, ela é jogada, ela cai, se levanta e se nota dentro de um quarto de hospital, este quarto é onde está Helena, ela reconhece Helena Nunes e se aproxima da cama, Helena se mantém imóvel, em um sono profundo, Maria percebe que aquele quarto é de hospital, percebe que Helena está internada).
MARIA:
Nossa dona Helena, por que será que a senhora está aqui?!
(Helena então abre os olhos e mira Maria, quando ela olha para Maria ela sorri, um sorriso feliz, Maria continua a olhando e Helena sorri para ela).