Fêmeas a série - (Segunda Temporada)

LOUCURA COLETIVA?

Cena 01: Sala de Estar de Agatha – Manhã – Interna – Realidade Oficial com pandemia.

(Mel abre os olhos e se nota no sofá com Agatha, ela levanta totalmente seu tronco e no mesmo instante Agatha abre os olhos).

MEL:

Eu não sei se foi tudo um sonho ou sei lá, mas literalmente estava vivendo aquela outra realidade! (Agatha se ajeita no sofá).

AGATHA:

Então somos duas, precisamos saber se Laura e Maria também. Estou agora curiosa em saber se consegui o emprego ou não.

MEL:

Agora sabemos como Léo nos ajuda naquela realidade, e que ele é importante pra nós. Mais do que nunca precisamos o encontrar aqui nesta realidade.

AGATHA:

Ele é bem Bruxo viu! No carro ele me garantiu que o emprego será meu.

MEL:

Sim eu vi, só não entendo em como vivo tudo que vocês vivem, mesmo quando são vocês, é como se fosse eu também.

AGATHA:

Como se fôssemos todas a mesma pessoa... Eu já notei isso também, desde a primeira vez que nos projetamos. Sinto tudo o que vocês sentem, e falando nisso, você notou que aquele tal Marquinhos é o mesmo rapaz que Maria estava? E ele não é boa pessoa naquela realidade. Estou com medo por Maria, que bom que ela terminou mesmo com ele aqui nesta realidade.

MEL:

Aqui nesta realidade precisamos encontrar Léo, já na outra realidade precisamos encontrar Maria. (Celular de Agatha começa tocar, ela se levanta e rapidamente busca pelo o aparelho o atendendo em sequência, é Maria na ligação).

AGATHA:

Oi gatinha, falamos em você agora mesmo.

Cena 02: Quarto Maria Antonieta – Interna – Manhã

(Maria está sentada em sua cama com o celular em mãos no mesmo instante que alguém bate na sua porta).

MARIA:

Bom dia! (olhando a tela do celular). Oi quem é? (pergunta com voz mais alta)

LAURA:

Maria sou eu (se escuta a voz de Laura do outro lado da porta).

MARIA:

Entra Laurinha, a porta está aberta! (Laura abre a porta entrando no quarto de Maria e a fecha em sequência) Meninas Laurinha chegou aqui, creio que todas devem ter ido pra outra realidade. (Laura se senta ao lado de Maria e percebe as amigas Agatha e Mel na tela do celular de Maria).

LAURA:

Bom dia meninas! (beija o rosto de Maria) bom dia novinha! Eu ainda sinto o gosto do vinho que tomei naquele Jazz.

MARIA:

Gente, e eu ainda sinto medo de Marquinhos, ele me violentou naquela realidade, como que pode nesta realidade eu ser totalmente apaixonada por um cara que me estuprou em outra vida? (todas encaram Maria estagnadas sem saber o que dizer).

Cena 03: Hospital – Manhã – Interna Quarto.

(A câmera mostra o quarto onde Helena estava internada com a cama bagunçada e vazio, a porta do quarto se abre com a enfermeira entrando com uma bandeja em mãos, ela deposita a bandeja na mesa e nota a cama vazia, ela segue até o banheiro do quarto).

ENFERMEIRA:

Dona Helena a senhora está aí? (ela abre a porta do banheiro notando que está vazio também).

Cena 04: Habitação Amanda e Jorge Nunes – Interna sala de jantar – Manhã.

(Jorge toma seu café da manhã lendo o jornal em seu Tablet, a governanta adentra recinto com um telefone sem fio em mãos).

GOVERNANTA:

Desculpe-me atrapalhar senhor Jorge, mas é do hospital (entrega o telefone ao patrão e sai em sequência).

JORGE NUNES:

(Colocando o fone no ouvido) Bom dia, aconteceu algo com minha mulher? (Os olhos de Jorge se arregalam e ele se levanta da cadeira em súbito) Como assim sumiu? Eu estou indo agora mesmo para aí!

Cena 05: Carro Marquinhos em movimento – Manhã

(Marquinhos está ao volante e Amanda Nunes no lado passageiro passa as mãos nos cabelos de Marquinhos)

MARQUINHOS:

Espero chegar a tempo na firma viu, deveríamos ter acordado mais cedo! (Amanda continua a acaricia-lo como se o acalmasse).

AMANDA NUNES:

Relaxa meu amor, qualquer coisa falo ao meu pai que o peguei emprestado para resolver um pepino meu.

MARQUINHOS:

Tá doida é? Aí que seu pai me demiti na hora! (neste mesmo instante o celular de Amanda começa a tocar, ela pega o celular mirando a tela e percebe ser seu pai tentando contato).

AMANDA NUNES:

Oi paizinho bom dia! (ela fica calada e seu semblante muda drasticamente) calma pai, vou pra lá agora, me encontra lá. (pausa) creio que em uns 15 minutinhos (pausa) fique calmo, a gente vai encontrá-la, talvez ela esteja lá mesmo em algum canto do hospital (pausa) Okay, até já, já. (Amanda desliga o celular) Marquinhos me leva pro hospital onde minha mãe foi internada agora, não se preocupe com atraso, irei dizer que pedi pra você me levar principalmente agora com o que aconteceu.

MARQUINHOS:

O que aconteceu? (ele manobra o carro para seguir sentindo hospital).

AMANDA NUNES:

Ligaram do hospital para meu pai porque minha mãe desapareceu, sumiu. (Marquinhos pisa um pouco mais no acelerador).

Cena 06: Quarto Maria Antonieta – Manhã – Interna.

(Maria e Laura estão sentadas na cama de Maria com Agatha e Mel na linha).

MARIA:

Meninas por mais que senti que Marquinhos naquela realidade não presta, eu não consigo deixar de gostar dele, é mais forte que eu. Eu estou com raiva, não quero mais ficar com ele, pelo contrário, quero mesmo esquecê-lo, mas eu não estou conseguindo. (Os olhos de Maria se enchem).

AGATHA:

Eu acho que nesta existência de agora vocês tiveram este relacionamento para quitar o carma, agora que você sabe que ele não foi uma boa pessoa na existência anterior e nesta te chifrou, talvez em breve você consiga esquecê-lo. Porque se nessa vida você o ama, então significa que você já o perdoou.

(A porta do quarto de Maria se abre e Augusto coloca a cabeça pra dentro do quarto)

AUGUSTO:

Bom dia mulheres da minha vida! (Maria e Laura sorri, Laura então se levanta e segue até a porta dando um selinho na boca de Augusto).

LAURA:

Bom dia querido! (passa a mão no rosto de Augusto com delicadeza).

AUGUSTO:

Já pedi para Lúcia preparar nosso café da manhã, vou me aprontar pois preciso ir ao escritório, se você puder me espere voltar para almoçarmos juntos, ou você tem compromisso?

(Maria neste instante se despede das meninas e desliga o celular).

MARIA:

Seria um tudo se você ficar Laurinha! Assim podemos conversar mais... (Laura olha para Maria e em seguida para Augusto que também a encara aguardando uma resposta).

LAURA:

Eu até ia mesmo pra loja, mas com essa pandemia..., eu fico pra almoçar com vocês.

(Augusto sorri e a dá um selinho nos lábios, Maria assiste a cena com o semblante feliz).

AUGUSTO:

Vou me arrumar rapidinho, encontro vocês na mesa do café da manhã. (ele sai e fecha a porta, Laura então se reaproxima de Maria sentando na cama da amiga).

MARIA:

Eu estou muito feliz com o namoro de vocês! Quero eu ter um amor assim na minha vida!

LAURA:

Maria aproveita sua juventude, você ainda tem muita coisa pra viver, com esse coração de ouro que você possui não será difícil achar alguém a sua altura na hora certa.

MARIA:

Eu tinha muitas esperanças com o Marquinhos, dele um dia ser alguém digno..., mas depois dessa última projeção, acho que não é ele não.

LAURA:

Foi ele que saiu perdendo, e não você!

MARIA:

Mudando de assunto, a gente precisa encontrar o Léo, só não sei por onde começar...

Cena 07: Externa – Rua – Diurna.

(Helena/Léo está vagando pela rua, ela para algumas pessoas pedindo informação, conforme ela anda ela para alguém e pede informação, porém ninguém sabe respondê-la, ela segue andando perdida, ela começa notar que as pessoas estão usando máscara e acha tudo muito estranho, então ela para um senhor).

HELENA:

Bom dia, desculpe, mas por que as pessoas estão todas mascaradas? (ela tem o semblante curioso, o senhor a olha dos pés à cabeça e nota que ela está com uma roupa de hospital).

SENHOR:

A senhora está bem? Percebo que está com roupa de hospital.

HELENA:

Na verdade, estou buscando por um endereço que ninguém sabe onde fica, está tudo diferente!

SENHOR:

Com essa pandemia tudo realmente mudou, eu tenho medo desse vírus que está matando tanta gente. (Helena tem o semblante confuso). Minha filha um amigo próximo foi entubado e não conseguiu resistir, faleceu após dois dias. (Helena começa andar para trás de costas se afastando do senhor, ela se vira e começa a correr sem rumo, o senhor fica parado a olhando fugir sem entender absolutamente nada).

Cena 08: Hospital – Corredor – Interna – Diurna.

(Amanda Nunes adentra hospital com Marquinhos ao seu lado, eles se aproximam de Jorge Nunes e do doutor Leandro, quando chegam mais perto o doutor a olha sem graça e ela responde o olhar, Marquinhos logo percebe o olhar trocado entre ambos).

AMANDA NUNES:

Precisei pedir para Marquinhos me trazer o quanto antes pois não conseguia um carro disponível no aplicativo.

JORGE NUNES:

Sua mãe desapareceu e ninguém aqui consegue me explicar como isso aconteceu, ela está com roupa de hospital e ninguém a viu sair, ninguém!

DOUTOR LEANDRO:

Infelizmente eu ainda não tinha chego pro meu plantão quando ela desapareceu, eu sinto muito mesmo. (ele mira Amanda nos olhos com olhar sincero e preocupado).

MARQUINHOS:

Desculpe, mas vocês possuem câmera de segurança correto?

DOUTOR LEANDRO:

Sim possuímos e isso que é o mais estranho, não consta na câmera absolutamente nada, ela deve ter saído na esperteza de não se deixar ser pega pela câmera de segurança.

AMANDA NUNES:

Que espertinha!

DOUTOR LEANDRO:

Como disse agora mesmo ao seu pai, a polícia já está na busca, creio que em breve eles a encontram.

JORGE NUNES:

Assim espero, senão terei que processar o hospital, afinal, ela está doente e na responsabilidade de vocês.. (olha para Marquinhos) Você meu jovem pode ir para firma fazer seu trabalho. (Marquinhos faz menção com a cabeça em positivo, olha para Amanda e esta consente com a cabeça em concordância com seu pai).

MARQUINHOS:

Estarei a disposição se precisarem de mim. (ele segue rumo saída, Amanda encara o doutor).

AMANDA NUNES:

Talvez seria bom acionarmos a TV e colocarmos a foto da mamãe em rede nacional, quem a encontrar poderá facilmente nos avisar.

DOUTOR LEANDRO:

A ideia é muito boa, porém também irá atrair curiosos e talvez até aproveitadores...

Cena 09: Interna carro Marquinhos – Diurna.

(Marquinhos escuta uma música e automaticamente começa se recordar do sorriso de Maria, ele então troca de estação e acelera um pouco mais, seu celular começa a tocar).

MARQUINHOS:

(Ao notar a ligação atende na sequência) e aê "parça" beleza? (pausa) Aqui comigo tenho só cinco da roxa, por sorte, porque agora estou trabalhando corretamente e em breve vou parar com essa vida. (pausa) beleza, passo aí rapidinho porque estou atrasado para o trabalho. (pausa) Pode esperar aí na portaria do seu prédio que chego em uns cinco minutinhos. (Marquinhos pisa mais fundo).

Cena 10: Cozinha casa Maria Antonieta – Diurna.

(Augusto se despede de Laura com um beijo na boca, Maria está de pé na pia pegando água do filtro, Augusto se aproxima dela e a beija na testa).

AUGUSTO:

Até daqui à pouco minhas lindas! (ele pega a chave do carro do bolso e sai).

MARIA:

(Com o copo com água em mãos se senta ao lado de Laura na mesa) meu pai está exalando felicidade. (toma um gole da água).

LAURA:

E eu também estou! (sorri marota, o celular das amigas começa a tocar simultaneamente, ambas se entreolham).

MARIA:

A VOZ dando sinal de vida! (Ambas se levantam com tudo seguindo buscar os receptivos aparelhos).

Cena 11 – Cozinha de Agatha – Diurna

(Agatha e Mel saboreiam o desjejum quando os celulares de ambas começam a tocar simultaneamente, as amigas se entreolham e correm buscar os aparelhos).

Cena 12: Externa Prédio de Luxo – Diurna.

(Marquinhos cumprimenta o rapaz e logo em seguida o entrega um saquinho com as balas).

Cena 13: Externa – Rua – Diurna.

(Helena está andando pela rua olhando as pessoas com máscara, ela encara cada olhar que passa por ela a encarando, uma senhora a aborda).

SENHORA:

Cadê sua máscara jovem? A pandemia está levando muita gente. (Helena a encara sem entender nada)

HELENA:

Eu devo ter parado no tempo, qual pandemia a senhora se refere? (a senhora a encara e nota que Helena se mostra sincera com a pergunta feita, ela mira Helena dos pés à cabeça).

SENHORA:

Por acaso você estava internada? Fugiu do hospital sem tirar a camisola de lá? (Helena se olha e percebe estar de camisola).

HELENA:

(sorri sem graça) eu pensando que estavam me encarando por estar sem máscara, mas na realidade estão me encarando porque estou de camisola (sorri ainda mais).

(Dois policiais passam na rua e percebem Helena, um dá um toque no outro e aponta Helena, Helena por sua vez percebe o movimento dos policiais no carro e começa andar pelo caminho oposto) tenha um excelente dia, minha senhora, mas está na hora de eu partir. (faz um cortejo de adeus com as mãos e logo sai correndo pela rua, os policiais fazem o contorno e segue sentido onde Helena saiu correndo, a senhora percebe toda a cena sem esboçar nada, apenas observa).