Cena 01: Habitação Maria Antonieta – int. Quarto – Diurna.
(Maria navega pela internet enquanto Laura olha as peças de roupas que Maria ainda nem sequer usou, peças novas e lindas).
LAURA:
Maria querida se você fizesse um bazar ganharia uma nota com essas peças lindas! (Maria se vira para Laura olhando as peças em suas mãos)
MARIA:
Muitas dessas roupas nem serve em mim..., sabe aquela história de festa de aniversário onde tios e tias distantes, que nem sequer se lembra seu peso ou tamanho, chegam com presentes de grego? E eu com preguiça nem fui trocar ou ajustar..., na verdade, eu mesma gosto de comprar minhas roupas, gosto de escolher e experimentar. Sabe que essa ideia do bazar seria um tudo!? Podíamos fazer na sua loja o que acha?
LAURA:
Eu acho top viu! E te ajudo porque roupas é comigo mesmo! (ela pega um vestido de veludo) nossa que Chic! E com etiqueta! Ah dona Mariazinha esse vestido serve na senhorita sim! (Maria olha o vestido).
MARIA:
Nem sei porque ainda está aí este vestido brega! (Laura analisa o vestido minunciosamente).
LAURA:
Maria veludo estava com tudo neste inverno que passou, e desculpe, não achei nada brega.
MARIA:
Este daí nem faço questão, ganhei de presente de aniversario daquela víbora da Amanda Nunes (ao dizer Amanda Nunes ela muda a voz para uma voz enojada). Se quiser botar fogo! (Laura a interrompe).
LAURA:
Lindinha põe no bazar e ganha uma grana em cima, olha é de grife, deve valer no mínimo uns 500 reais no bazar, imagina quando ela comprou.
MARIA:
Pra ela é só uns trocados, o pai dela comanda um império. Ela tem muita grana, deve ser por isso que Marquinhos logo se enrabichou, só não consigo entender do porque dela estar com ele, ela sempre foi muito crítica com quem se relaciona, sempre preferiu homens mais velhos e cheios da grana, como alguns sócios do próprio pai, sei cada babado dessa guria que poderia escrever um livro de promiscuidade fácil.
LAURA:
O que pegou entre vocês?
MARIA:
Como assim? (Ela para de escrever no computador e se vira totalmente para a amiga mostrando mais atenção no papo).
LAURA:
Pelo que notei você a conhece bem, inclusive ganhou um super vestido caro de aniversario dessa tal “víbora” (Maria se levanta e chega mais perto de Laura).
MARIA:
Ela me ridicularizou inventando um boato absurdo, mas tão absurdo que tenho até vergonha de falar. (ela se senta na cama, Laura solta algumas peças no outro canto da cama e também se senta ao lado de Maria).
LAURA:
Você sabe que comigo você pode contar qualquer coisa, jamais irei lhe julgar.
MARIA:
Sim eu sei, mas é um absurdo tão grande, mas tão grande..., (respira fundo e Laura mantém o olhar nos olhos de Maria), ela teve a ousadia de espalhar que eu estava tendo um caso amoroso com o pai dela. (Laura tem os olhos arregalados) coitada da Dona Helena, eu não sabia nem como falar com ela...
LAURA:
Isso é muito grave! (em total espanto) você poderia fazer um B.O. ou algo assim, por difamação e calunia, seu pai fez o que quando soube?
MARIA:
Ele não sabe, graças a Deus! O boato rodou apenas em nossos círculos de amizade e claro, fez também eu ficar m*l com os pais dela que eu considerava muito, inclusive nunca mais falei com a dona Helena, dona Helena me ajudou tanto quando minha mãe faleceu..., eu a considerava como uma segunda mãe, (os olhos de Maria se enchem, neste instante Maria tem um estalo e logo começa ter flashes do sonho que esteve no quarto de hospital onde dona Helena estava) Laura do céu! (olha espantada para Laura). Na noite que estive febril eu sonhei com a dona Helena, foi um sonho tão real como nossas projeções, no sonho ela estava em um quarto de hospital e assim que ela me viu ela sorriu, mas ao sorrir, eu também vi Léo, como se ele estivesse no corpo dela... (Laura a interrompe).
LAURA:
Léo que você fala é o nosso Léo?
MARIA:
Sim o próprio!
LAURA:
Maria você precisa saber se essa dona Helena está mesmo em um hospital e se Léo está nela.
Cena 02: Sala de estar Agatha – Int. Diurna.
(Mel está se alongando em um canto da sala e Agatha está no computador escrevendo, o celular de Agatha começa a tocar).
AGATHA:
(Atende prontamente a vídeo chamada de Laura) Laurinha! Tudo bem?
LAURA:
Boneca estou aqui na Maria ainda, Augusto chega daqui a pouco para almoçarmos.
AGATHA:
Hum que delícia! Dá um beijo na Maria por mim. (Maria entra na tela do celular).
MARIA:
Beijos pra ti e Mel, ela está aí também né?
AGATHA:
Sim! Se alongando aqui ao lado. (mostra Mel se alongando na sala).
MEL:
(Parando de se alongar se aproxima mais de Agatha) depois dessas viagens astrais pra aquele Universo onde sou uma dançarina, meu corpo começou a pedir cada vez mais alongamento (sorri) tudo bem com vocês por aí?
LAURA:
Uma revelação bombástica.
AGATHA:
Não me diga que Augusto já a pediu em casamento? (Laura cai na gargalhada e Maria acaba rindo também).
MARIA:
Agatha você é terrível (ainda sorrindo) bem que poderia ser mesmo verdade, mas não, é outra revelação.
LAURA:
Maria se recorda de um sonho com a mãe da tal Amanda Nunes que possa talvez nos levar até Léo.
AGATHA:
Amanda Nunes?
MARIA:
A tal cobra que estava pegando Marquinhos enquanto eu dormia..., melhor, a tal que também está com inveja da Mel na realidade paralela, acho que é Duda o nome dela lá naquela realidade...
MEL:
A loira de BH, sei bem...
MARIA:
Então, antes disso tudo acontecer, antes mesmo de conhecer vocês eu tive uma amizade com esta cobra loira, e com isso conheci os pais dela, senhor Jorge Nunes. (Agatha interrompe)
AGATHA:
Gente, Jorge Nunes multimilionário que a esposa fugiu hoje do hospital?
LAURA:
Então a Maria não sonhou, ela se projetou!
AGATHA:
Como assim?
MARIA:
Eu tive um sonho que mais pareceu uma projeção, eu chego em um quarto de hospital, na cama deste quarto estava Helena Nunes, quando me aproximo dela, ela sorri pra mim, porém o sorriso dela se transformou no sorriso do Léo.
MEL:
E agora está em todos os jornais que dona Helena Nunes fugiu do hospital de camisola e tudo.
(Todas ficam espantadas, o celular de Agatha e Laura começa a tocar a segunda linha ao mesmo tempo) Deve ser a voz. (Laura e Agatha atendem a segunda linha simultaneamente)
VOZ:
Meninas que saudades de vocês! Acho bom vocês se sentarem viu!
(Agatha e Mel se sentam no sofá, Maria e Laura se sentam na cama de Maria). Minhas lindas, vocês já sabem onde está Léo, agora precisam ajudá-lo a retornar para a realidade dele e fazer Helena despertar.
AGATHA:
Mas como? Como faríamos este feito? Seria algum tipo de magia?
VOZ:
Vocês juntas são a chave, terão que estar juntas com dona Helena.
LAURA:
Mas se ela fugiu do hospital, então está por aí vagando. (A voz interrompe).
VOZ:
Na realidade quem fugiu foi Léo e ele deve estar perdido pois a realidade que ele conhece é diferente desta, parece tudo igual, mas não é, os nomes de ruas são outros, outras casas, outros endereços, são parecidos, mas na verdade são bem diferentes.
(Todas as amigas estão pensativas e assustadas).
Cena 03: Hospital – Diurna – Recepção.
(Jorge Nunes irritado está no celular falando com algum amigo da policia).
JORGE NUNES:
Não tem como ficar calmo sabendo que vocês quase a pegaram e a perderam de vista.
(Amanda se aproxima do pai com um copo com água e um remédio).
AMANDA NUNES:
Pai toma aqui seu remédio de pressão antes que você tenha um treco. (Jorge Nunes simplesmente desliga o celular e pega o comprimido, ele abaixa a máscara e joga o comprimido na boca e em sequência toma a água em uma golada só).
Cena 04: Quarto Maria – Int. Diurna.
(Maria e Laura estão sentadas na cama falando pelo celular de Laura).
VOZ:
Agora é com vocês, seria ótimo encontrarem dona Helena antes dos policiais.
LAURA:
Augusto chega em breve pra gente almoçar, (olha pra Maria): posso pedir pra ele deixar você ir comigo na loja e nos encontramos com Agatha e Mel por lá, vocês topam ir na loja encontrar a gente?
AGATHA:
Vou tomar um banho, acho que a Mel também né? (olha pra Mel e esta confirma em um sim) Então beleza meninas, a gente se encontra na loja da Laura após o almoço.
Cena 05: Rua externa – Diurna.
(Helena se senta em um banquinho de uma praça, ela olha tudo a sua volta, passa as mãos na cabeça em um gesto de não saber o que fazer).
Cena 06: Recepção Hospital – Diurna.
(Amanda Nunes olha para seu pai aflito que fala no celular).
AMANDA NUNES:
Pai, pai! Me escuta! (Jorge Nunes afasta o celular e olha para a filha) Acho melhor irmos pra casa. (Jorge Nunes encara Amanda).
JORGE NUNES:
É pra cá que irão trazer sua mãe assim que a encontra-la, quero estar aqui, quero vê-la... (Amanda interrompe).
AMANDA NUNES:
Sim eu sei, mas ainda não sabemos quando irão encontrá-la, talvez nem a encontre hoje... (Jorge a interrompe).
JORGE NUNES:
Se quer voltar pra casa volte você, eu vou ficar, daqui eu não saio até sua mãe aparecer.
Cena 07: Sala de jantar casa de Maria – Diurna.
(Maria, Laura e Augusto estão à mesa, Lúcia aparece com um assado).
LÚCIA:
Espero que gostem, pois fiz no maior capricho pra vocês!
MARIA:
Será impossível não gostar, você tem mãos de fada na cozinha Lúcia! (Lúcia sorri alegre).
AUGUSTO:
Toma um vinho comigo? (mira Laura nos olhos, Laura retribui o olhar como mágica entre ambos, Maria percebe o olhar dos pombinhos).
MARIA:
Uma tacinha apenas né Laurinha, pois você vai dirigir comigo ao lado... (Augusto olha pra Maria e logo pergunta).
AUGUSTO:
Vocês vão sair? (olha pra Laura em sequência).
LAURA:
Preciso ir na loja deixar umas roupas da dona Maria para o bazar. Ela quer ir comigo pra me ajudar a elaborar o bazar, mas a trago de volta sã e salva, pode ficar tranquilo. (pisca pra ele marota, Lúcia retorna da cozinha com uma travessa de salada colorida).
AUGUSTO:
Bazar... Como assim bazar?
MARIA:
Pai tenho um monte de roupas que não uso, que não me serve, que está mofando no meu closet que Laura me sugeriu fazer um bazar com elas, disse que me ajuda.
LÚCIA:
Que boa ideia dona Laura! Se precisar de ajuda pode contar comigo também! ( sorri alegre).
Cena 08: Praça – Externa – Diurna.
(Helena percebe algumas pessoas na praça a se alimentar, pois o horário é de almoço, ela escuta sua barriga roncar e coloca a mão sobre a barriga, uma senhora está sentada no banco de frente pro banco onde Helena está sentada, Helena percebe a senhora comendo um lanche, Helena não consegue tirar os olhos do lanche que a senhora come com bastante vontade, após dar algumas boas mordidas o celular da senhora começa a tocar, a senhora o atende e coloca o lanche dentro do pacote de papel, ela coloca o pacote de papel em cima do banco ao seu lado e continua atenta ao celular, após alguns segundos a senhora veste a máscara guardando o celular na bolsa saindo depressa, Helena observa toda a movimentação e assim que a senhora se afastou completamente ela se levanta e caminha até o banco onde se encontra o pacotinho de papel com o resto de lanche dentro, ela pega o pacote e retira o lanche mordido, ela olha para o lanche e o come com vontade).