Dilema

693 Words
Enquanto o padre Davi se martirizava, em casa deitada, olhando para o teto, Rosa no meio do escuro em seu quarto, imaginava sendo tocada pelo padre. Em seus pensamentos, ele a faria sentir sensações ainda mais fortes do que ela sentiu, quando o beijou pela primeira vez. Ela o queria, e, ao mesmo tempo se julgava, por estar atraída, e apaixonada pelo um padre. Era tudo confuso, seu instinto ia de contra aos seus princípios morais. O amor, o desejo, a paixão, colocou-a num dilema. Na manhã seguinte na igreja, o padre estava no confessionário ouvindo uma das beatas, quando Rosa chegou. Ela se sentou no banco do fundo, esperou a velha sair. Lentamente ela caminhou, e se ajoelhou diante da tela que a separava do padre. Seu coração acelerava, as palavras não queriam sair de sua boca. O padre a reconheceu, e seu coração acelerou, o clima apreensivo tomou conta da igreja até que Rosa quebrou o silêncio. – Bom dia, padre! – Bom dia! — Disse quase sem voz. – Padre, eu vim confessar meus pecados. – Diga-os, pois Jesus sabe que você é uma boa filha. – Não sou. Eu estou apaixonada por um homem que eu não devia. O padre Davi ficou calado por alguns minuto, não sabia o que dizer a jovem. – Tente afastar esses pensamentos ruins de sua cabeça. Reze cinco ave marias e cinco pai nossos. – Você não entende, padre. O que eu estou sentindo agora, eu nunca senti por nenhum homem. Não vai adiantar eu rezar, mesmo que eu reze a minha vida toda, o que eu sinto por esse homem, nunca irá acabar. – Tente elevar seus pensamentos a Deus, ele lhe dará uma saída. – Eu estou apaixonada por você. Eu sinto algo tão forte dentro de mim. Eu sei que você sente a mesma coisa por mim. O silêncio do padre era a resposta afirmativa que Rosa precisava ouvir. Ele agora não teria nenhuma saída, a não ser confessar o seu amor por ela. No entanto as palavras faltavam, ele não sabia como agir e falar, estava totalmente indefeso. – É verdade, mas eu rezei muito e afastei esses pensamentos impuros da minha cabeça. Eu dedico minha a vida a Deus. Não sou igual aos outros homens, não posso desfrutar dos prazeres terrenos. – Não padre, você é igual a qualquer outro homem, quando eu te beijei ontem, éramos um homem e uma mulher que descobriram que se amavam. Você acha que eu escolhi gostar de você? – Nem eu! Isso é difícil para mim. Vou rezar muito por você, e por mim. Nosso amor é impossível. – Não diga isso, padre. – Vai ser melhor assim. Temos que nos afastar para tirar de dentro de nós a tentação que o demônio está nos colocando. Acho melhor você ir rezar agora. – Mas padre… – É melhor você ir, Rosa. Rosa foi embora da igreja sem olhar para trás. O jovem padre estava suando frio, suas mãos estavam geladas, faltava-lhe o ar, e a razão para poder acreditar piamente no que tinha acabado de ouvir. Passou o resto da tarde pensando na conversa que teve com Rosa. Ele rezava, tentava elevar o seu pensamento a Deus, mas a figura de Rosa vinha a sua cabeça. Quando chegou domingo Rosa não foi à missa, inventou para os pais que não estava passando bem. Eles acreditaram no m*l estar dela. O padre Davi procurou Rosa entre as pessoas que estavam na igreja, e não a encontrou. Seu coração sentiu um aperto. Iniciou a missa perguntando-se como ela estaria naquele momento? Ele rezou a missa numa certa agonia, e não conseguia parar de pensar na mulher que estava atormentando a sua alma. A missa terminou, e ele foi rezar no seu quarto. No meio da noite, acordou assustado mais uma vez. Sonhou que seu corpo estava sendo tomado pelo calor do corpo que tanto desejava, podia sentir o calor dos s***s e do sexo derramando rios de sensações desconhecidas sobre seu corpo. Sua alma estava inerte em pensamentos impuros. Padre Davi começou a rezar, rezou a noite toda, quando percebeu já era dia.
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