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3997 Words
Eu passei dois dias no quarto de Eva, nem meu pai nem minha mãe vieram me ver, eu ainda estava com dores por causa de minha mãe e não comi praticamente nada esses dias. Me levantei da poltrona e fui para meu quarto, eu não poderia ficar no de Eva para sempre, subi as escadas longas com lentidão. —Vanessa.- Ouvi a voz de meu pai, eu o olhei e não falei nada.-Que bom que vai para seu quarto querida, eu estou fazendo o que será melhor para você, e sua mãe está arrependida.-Ele falou, reparei que meu pai estava abatido, parecia pálido, mas não demonstrei preocupação, ele não merecia.    Continuei subindo as escadas, e entrei em meu quarto, tudo estava arrumado. Eu queria um banho digno, como Eva aguentava tomar banho naquela minúscula banheira? Bom, eu não sabia. Procurei outra roupa, eu precisava sair um pouco de minha casa, hoje iria conhecer Inácio e enviar minha carta para minha tia, coloquei um vestido mais adequado, suave e esvoaçante, estava sol. Assim que escolhi minha roupa peguei minhas botas caramelo, aproveitaria para cavalgar, eu amava cavalos.     Desci as escadas e procurei uma das servas, fui para a cozinha encontrando Eva e Marla, ela olharam para mim e fizeram reverência, eu me inclinei levemente, sempre achei desnecessário isso, e para compensar eu também reverenciava elas. —My lady não precisa se incli...-Eu a interrompi. —Eu sempre trato igualmente aqueles que me servem bem, por favor eu gostaria de tomar banho vou cavalgar em duas horas, Eva coloque sua roupa você irá comigo.-Eu falei com suavidade. —Iremos preparar o seu banho my lady.-Falou Marla. —Com licença.-Eu falei me virando e voltando para meu quarto, assim que abri as portas encontrei minha mãe e meu pai, percebi que meu pai continuava meio pálido.   Os olhei e esperei que falassem algo, eles me encararam, papai parecia cansado, minha mãe pigarreou e eu a olhei, meu rosto ainda tinha um leve vermelho de sua mão. —Vanessa, eu vim lhe pedir desculpas, entenda que estou nervosa, eu só te afastei de casa para adiar seu casamento com minha filha.-Eu a olhei ainda sem acreditar no que ela dizia, minha mãe sempre tinha um objetivo por trás de suas ações.-Eu só quero proteger-lhe e achei que um casamento com um futuro rei seria o melhor minha filha, mas quando vi você crescendo sempre com suas opiniões e sua personalidade ficando cada vez mais forte decidi te levar para Mayra, ela sempre foi muito bem comportada e severa, pensei que sua personalidade ia ser domada querida, eu quero o seu melhor e sei que está assustada com tudo isso.-Ela falou eu relaxei um pouco, eu não podia ficar com raiva deles, afinal, eles são meus pais. —Querida, eu sei que está muito preocupada.-Falou meu pai se aproximando de mim e abrindo os braços.-Eu vou te proteger até meu ultimo suspiro, eu te amo.-Ele falou e eu o abracei, ele estava quente.   Vi a troca de olhares aflitos entro meus pais depois do abraço, pareciam estar discutindo algo importante, alguma decisão. —Filha, queremos te contar algo, eu sei que não pretende se casar, mas tem algo que impede sua vontade.- Falou minha mãe e meu pai suspirou. — Querida estou doente, não descobrimos o que é ainda, mais faz 1 ano que venho que sentindo fraco, no começo era algo tão irrelevante que não procurei um médico, mais eu fiz isso há uma semana, eu estou me sentindo pior, as vezes passa, outras vezes volta ainda pior.- Ele falou me olhando.- Quero que se case e se algo acontecer cuide de sua mãe, ela está apavorada embora não mostre.-Papai chegou perto de minha mãe e acariciou seus cabelos rosas como os meus, e voltou a me olhar.- Quero garantir que estejam seguras, não sei ainda o que eu tenho minha querida, mais eu sinto que não haverá muito á se fazer.     Eu olhei para meu pai e minha mãe, como assim ele estava doente? E como eu só percebi isso agora, eu havia voltado há quatro dias e não percebi, papai sempre fica no escritório alegando que tem muitos assuntos e negócios para resolver. —Como é possível que esteja doente há tanto tempo, papai? O senhor só aparenta estar pálido.- Eu falei não querendo acreditar no que eu escutava. — Estão desconfiando de uma doença muito grave querida, mas não se preocupe, pode ser que eu ainda tenha muito tempo com vocês, só quero que não se preocupem comigo, principalmente você Vanessa, eu quero que lhe pedir algo.-Ele falou. - Quero que jure que irá fazer o que eu lhe pedir.     Meu pai deu um passo fraco para trás eu tremi, olhei para minha mãe que ajudou o pai a se sentar em minha cama. Será que era tão sério? — Prometo papai.-Eu falei me ajoelhando á sua frente e pegando suas mãos, ele estava com febre.-Mais me conte do que suspeitam sobre sua doença.-Ele suspirou. — Parece que tenho câncer querida, na garganta.-Ele falou, meus olhos nadavam em umidade. — Meu Deus pai.-Eu falei e o abracei. —Case-se com Orion.- Ele falou e eu fechei os olhos com força sentindo minhas lágrimas caírem, ouvi os soluços de minha mãe, ela chorava encolhida na cadeira, como eu não percebi o estado de meu pai antes. Que tipo de filha eu sou?    Me virei de costas para meu pai, seria certo me sacrificar por causa de dinheiro? Afinal minha família era muito rica, então para que eu me casaria com Orion? — Porque tenho que me casar pai? Nós temos uma grande fortuna.- Eu falei que ainda não queria dar o braço a torcer, afinal eu não amava e nem conhecia direito o frio e arrogante Orion. — Você e sua mãe não saberão administrar nada, temos que manter nossos servos querida, temos que manter os guardas para o caso de uma guerra, eu e o rei estamos ajudando todos os camponeses, mesmo não sendo minha função é o nosso povo.-Falou papai, era indiscutível isso, eu não conseguiria manter tudo. — Preciso pensar papai.-Eu falei. A porta se abriu e Marla e Eva entraram trazendo água quente para meu banho. — Com licença Duque e Duquesa.-Falou Eva eu abri a porta do banheiro e elas entraram. — Querida, os reis e o príncipe viram no fim desta tarde, queremos que vocês se conheçam.-Falou meu pai, eu apenas confirmei com a cabeça, eu não poderia dificultar nada para meu pai agora. Meu pai e minha mãe se levantaram, minha mãe ainda amparava meu pai discretamente, antes de saírem me deram um beijo na testa, eu me lembrava de quando era criança e eles faziam isso, suspirei cansada quando eles fecharam a porta, Eva saiu do banheiro e me ajudou a tirar a roupa, ela havia entendido que eu teria que ceder “por enquanto”, eu iria dar um jeito de fazer com que o Orion não me quisesse como esposa. Entrei lentamente na enorme banheira com cheiro de flores, e passei calmamente o sabonete em minha pele, Eva ia sair, mas eu a chamei antes. — Eva?-Eu falei. — Sim Vanessa.-Ela falou. — Você percebeu que meu pai estava doente? Quero a verdade. -Eu sabia que Eva era muito observadora. — Sim.-Ela falou levemente, eu me senti pior. —Pode ir.-Eu falei, mais ela me encarou. —Irá mesmo se casar com ele por causa da doença de seu pai? Não sacrifique sua felicidade Vanessa. Eu voltarei em 10 minutos para ajuda-la a se vestir. –E saiu.   Eu poderia mostrar para o príncipe que não sou a melhor escolha para uma rainha, ele poderia escolher qualquer uma, Eva estava certa, eu não iria me sacrificar por ninguém, meu pai se casou por amor, eu também tenho esse direito.    Tomei meu banho sem a mínima pressa, me enrolei na toalha enorme e felpuda, suspirei quando me sentei na penteadeira, e comecei a escovar meus cabelos longos, desde criança sempre estranhei a cor deles, mais como os de minha mãe também eram rosas, eu não liguei muito, a única coisa que eu tinha de meu pai era os olhos verdes, sempre achei minha beleza exótica, e por isso tinha uma amiga como Eva ela também tinha uma beleza rara como a minha, os olhos dela eram de um lilás claro, pareciam duas pérolas, e os cabelos eram levemente azuis. — My lady?-Olhei pelo reflexo Eva, ela já estava com uma roupa adequada para cavalgar, seu vestido era bege e branco, cheio, montar com vestido é horrível , mas nós mulheres não podíamos usar calça, como eu odiava isso.-Era para me esperar, eu adoro pentear seu cabelo.    Ela falou pegando a escova e passando pelo cabelo úmido, os cabelos de Eva eram tão fácies de pentear, já os meus são terrivelmente péssimos e trabalhosos.Deixei o cabelo solto, ele ia até a minha cintura, e Eva começou todo o processo de me ajudar apertar o espartilho, que eu usaria por cima do vestido dessa vez, assim que terminei de me arrumar suspirei junto com Eva. —Não sei o que seria de mim sem você. - Eu falei colocando as botas, e Eva sorriu. —Iremos até onde My lady?- Ela perguntou. — Vamos dar umas volta no castelo e no celeiro, vai cavalgar comigo?-Eu perguntei, Eva não gostava muito, ela achava incômoda e gostava de ficar de lado no cavalo, já eu montava como um homem, como dizia minha tia, eu adorava cavalgar pela floresta com velocidade. Me levantei e olhei o espelho, o vestido tinha muito pano como de costume, daria para montar sem problemas, sorri como uma criança. —Vamos?-Eu perguntei ansiosa, eu ainda não tinha visto os cavalos que meu pai possuía. —Claro.-Ela falou sorrindo.    Desci com rapidez as escadas, com Eva ao meu lado, andamos bastante até chegar no celeiro, havia poucos empregados cuidando dos cavalos. Assim que me aproximei, um deles veio em nossa direção e se curvou, ele tinha os cabelos pretos em um corte estranho, parecia animado. —My lady, sou Gustavo.-Ele falou, eu o reverenciei com Eva, percebi seu olhar surpreso. — Prazer Gustavo, pode nos trazer dois cavalos velozes por favor, o mais calmo para minha amiga Eva.-Eu falei enquanto ele nos olhava em duvida. —Com licença.-Ele falou se distanciando, eu e Eva saímos para esperar lá fora. —Não iremos correr, certo My lady?-Falou Eva, ela estava tensa e eu ri. —Claro que vamos, você pode andar aqui por perto eu só vou explorar um pouco.-Eu falei e pisquei enquanto Eva revirou os olhos.    Gustavo veio em nossa direção com um menino parecido com ele, Eva sussurrou em meu ouvido que ele era o Inácio. —My lady. -Falou Inácio Se inclinando eu fiz o mesmo. —Esse é o de Eva.-Falou Gustavo colocando um banco para ela subir no cavalo, homens! Pensam que a gente não é capaz de subir como eles em um cavalo, Eva subiu como uma dama eu ri, ela sabia subir e cavalgar como eu, mais mantinha as aparências, o cavalo dela era branquinho. —My lady pode subir.-Falou Inácio O banco já estava lá e eu revirei os olhos. —Tire esse banco daí, Inácio, eu não preciso.-Eu falei, ele tirou o banco meio contrariado e Eva riu. Subi com rapidez no cavalo com uma perna de cada lado, Inácio e Gustavo me olharam de boca aberta.-Obrigada senhores, pode deixar conosco agora, eu ainda conheço esse lugar.-Eu falei. Começamos a andar em volta do castelo, eu queria ver o quanto o lugar havia mudado, ficamos em silêncio até Eva me perguntar algo que eu havia esquecido. —Vanessa?-Eu a olhei, sorri ao ouvir meu nome, acariciei o meu cavalo levemente, o pelo macio e n***o. —Sim.- Eu falei. —O príncipe virá hoje à tarde, o que vai fazer?-Ela sabia que eu não iria me casar, só se fosse amarrada e amordaçada, sorri mais ainda com esse pensamento. — Vou fazer o príncipe Daufir ver que não sou a melhor escolha para uma rainha.-Eu falei, e Eva riu, acho que imaginando o que o coitado do Orion passaria em minhas mãos. —Só você, minha lady, a baronesa estava certa, você tem uma personalidade muito forte.-Eu sorri, tia Mayra Havia me falado isso enquanto tentava me convencer a montar de lado no cavalo e usar o banco, eu me recusei e consegui montar como queria. —Sinto falta dela, e nem faz cinco dias que cheguei.-Eu falei suspirando, e olhando a paisagem, tudo continuava do mesmo jeito, a posição dos guardas, Marla estava cuidando do jardim mais á frente. —Preciso correr um pouco.-Eu falei para Eva que sorriu e eu estranhei ela saiu de sua posição de lado e se sentou no cavalo com uma perna de cada lado. —Que tal uma corrida?-Ela falou eu sorri, amava quando apostavamos algo. —O que eu ganho?-Eu falei contente. —Vamos apostar, podemos ir até a aldeia lado a lado e na volta apostamos quem chegará primeiro assim que saberei o caminho.-Ela falou e parou pensativa.-Quem ganhar, irá ganhar algo significativo da outra, será algo para representar nossa amizade.-Falou Eva. —Muito bem, me siga então senhoria Delacruz.-Eu falei. —Vamos logo my lady Varius.-Rimos e corremos em direção a aldeia.    O vento forte batia em meu cabelo que voava, me senti livre em um universo alternativo só meu, ouvi a risada de Eva e sorri também, ela era minha melhor amiga e confidente. O sol estava perfeito, o céu azul, e me esqueci de todos os meus problemas. — Eva?-Eu chamei ela olhou para mim, sua franja já estava misturada com o resto do cabelo, eu sorri ela iria odiar ver a bagunça depois.-Vamos andar um pouco pela aldeia, você vai gostar.-Eu falei e ela concordou com a cabeça.    Bati as alças que segurava no cavalo levemente, fazendo ele correr mais, o cavalo não era tão rápido como os que eu estava acostumada, Eva me acompanhava, eu já conseguia ver o começo da aldeia, ela estava diferente, havia mais casas e mais lojas, diminuímos a velocidade dos cavalos e passamos pela entrada enorme da aldeia.    As mulheres andavam com cestas de frutas, seus enormes vestidos arrastavam no chão, alguns ferreiros estavam suados mas continuavam a trabalhar o ferro, alguns nos olhavam, acho que estavam estranhando nossa aparição na aldeia. — Está gostando Eva?-Eu perguntei, ela sorria olhando para uma menininha que segurava uma boneca e corria para a mãe. — Isso tudo é ótimo, depois terá que me mostrar uma vila!-Ela falou animada. — Claro.-Eu falei.    Não sei quanto tempo andamos pela vila a cavalo observando a vida simples das pessoas, eles eram tão unidos, Eva amava observar famílias, ela dizia que isso lembrava os pais e só guardava boas memórias deles, olhei o céu que estava nublado, estranhei a poucas horas estava completamente azul. — My Lady?-Falou Eva e algumas pessoas olharam para mim meio surpresos. — Sim.-Eu falei. — Acho melhor voltarmos, deve ser umas 3 horas.- Ela falou.-Você não comeu nada ainda.-Ela falou e eu sorri, eu ainda não conseguia comer, minha bochecha ardia. — Vamos voltar então.-Eu falei , parando o cavalo , tirei minha fita preta do pulso e amarrei no cabelo de qualquer jeito.-Como estou?-Eu perguntei rindo para Eva. — Ficou bonito com a Fita preta, vamos logo. E nós voltamos calmamente, no meio do caminho me lembrei da aposta, e bati a mão na testa. — Esquecemos á aposta.-Eu falei irritada. — Vamos apostar daqui então Vanessa.-Ela falou e sorri. — No três?-Ela confirmou com a cabeça.-Um, dois... Três!-Eu gritei e meu cavalo correu com toda velocidade.    Eva estava ficando atrás de mim, eu sempre corria mais rápido, já conseguia ver a entrada para o jardim do castelo, olhei para trás e vi Eva, sorri debochada para ela, e entrei com rapidez no enorme pátio do castelo.   Minha felicidade dissipou-se ao ver o príncipe montado em um cavalo olhando para mim, puxei na mesma hora a correia do cavalo eu relinchou parando, desci do cavalo com rapidez e caminhei até Gustavo, Eva já estava ao meu lado, com certeza percebeu a mudança do meu humor. — Ganhou novamente, Vaenssa.-Ela falou meu apelido para me animar.-Tenho um ótimo presente para você.-Eu sorri, Eva era uma das melhores pessoas desse mundo. —Obrigada Eva.-Eu falei baixinho. Assim que chegamos perto de Gustavo e Orion, os reverenciamos. — Vossa alteza.-Eu falei, olhei para Gustavo com um sorriso, ele havia escolhido um ótimo cavalo.-Obrigada Gustavo adorei ele.-Eu falei e acariciei o cavalo, ele não era muito rápido e falei suavemente.-Eu disse um cavalo veloz, Gustavo você não me trouxe o mais veloz entre eles, isso foi injusto, apesar de ter ganhado de Eva.-Eu falei fala ele, ouvi o riso baixo de Eva. — Desculpe-me my lady, mais se algo acontecesse com as senhoritas seu pai não deixaria barato.-Ele falou envergonhado, eu estava querendo ignorar o príncipe.  — Muito abrigada Gustavo, mesmo assim eu gostei da escolha, pode leva-lo.-Eu falei. — My lady, poderia cavalgar comigo, precisamos conversar.-Falou Orion e eu o olhei, sua expressão era a mesma sério e o olhar frio. — Eva você irá conos...-Ele me interrompeu. — É uma conversa particular my lady.-Eu arquiei uma sobrancelha. — Desculpe vossa alteza, mais não acho apropriado andar sozinha com um homem.-Eu falei, na verdade eu queria ser petulante com ele. — My lady, eu sou um príncipe e jamais algo aconteceria á senhorita.-Eu olhei para Eva como se pedisse socorro.-Vamos suba no cavalo, ou quer ir comigo no meu?-Eu o olhei com ódio. Como ele pode fazer uma pergunta dessa á uma dama como eu? Bufei. — Gustavo, traga-me um cavalo mais veloz.-Eu falei. — O mais veloz está com o príncipe Orion.-Eu bufei baixinho”Homens”, Eva escutou e riu.-O outro mais veloz já está com a senhorita my lady.-Ele falou. — Eva, volto em breve se cuide e não ande fora do castelo sozinha.-Eu falei firme, eu tinha medo de que algo acontecesse, Eva olhou-me seria. — Estarei em seu quarto, my lady, e com o presente.-Eu sorri. —Assim espero.-Eu me inclinei e subi com velocidade e graça no cavalo. —Onde iremos vossa alteza?-Ele me olhava admirado? Eu não sabia desvendar até voltar ao olhar frio e indiferente de antes. — Vamos andar pelas trilhas, isso se não estiver com medo.-Eu o encarei incrédula. — Medo?-Eu falei como se nunca tivesse ouvido ou sentido antes a palavra.-Eu não sei o que é medo vossa alteza.-Eu falei firme o olhando com arrogância, ele sorriu de lado. — Oh, claro que não sabe o que é medo, então me siga se for capaz.-Ele falou já com o cavalo correndo a frente, me irritando profundamente, bati as alças que segurava com tanta força no cavalo que ele até relinchou alto e correu com mais velocidade, eu sorri.    Eu já estava próxima a Orion, me inclinei no cavalo, ele correria mais rápido assim, as aulas de física me ensinaram isso, o vento soprou com força e meu laço se foi com o vento, eu bufei, mais amei a sensação de meu cabelo voando, fiquei ao lado de Orion e falei: — Corre muito devagar vossa alteza, que vergonhoso para um príncipe.-Ele me olhou com raiva, meu sorriso aumentou quando passei dele, eu conhecia pouco daquelas trilhas, senti uma gota d’água em meu nariz, e logo em seguida várias, parei o cavalo e Orion também parou o dele ao meu lado, já estava uma chuva torrencial. — Vamos voltar.-Falou Orion frio e sério como sempre, eu apenas confirmei com a cabeça e começamos a voltar, os cavalos não estavam rápidos e a minha visão não estava muito boa, Orion estava a minha frente, bufei quando vi que estava encharcada.-Qual o problema my lady, não vai me dizer que está preocupada com uma chuvinha dessa. Eu parei meu cavalo e o olhei como se fosse um i****a, ele era um eu tenho certeza, estava desabando o céu praticamente. — Escute bem Orion, não dá para voltarmos, eles são cavalos, dá para parar de se comportar como um machão.-Eu falei, ele parou o cavalo e me olhou mais frio que nunca, eu tremi, mais continuei com meu olhar firme, ele desceu do cavalo e chegou bem perto do meu. — Desça.-Ele mandou e eu o olhei incrédula, como ele fala assim comigo? Eu pensei.-Está com medo Vanessa?-Ele perguntou eu me irritei de novo, ele é louco? — Escute aqui...-Ele me interrompeu. — Escute você, desça desse cavalo agora!-Ele gritou eu respirei fundo, desci do cavalo com toda elegância e o de cabeça erguida, não para ser arrogante com ele como é comigo, mais por que eu era bem mais baixa. — Não fale nesse tom comigo!-Eu falei o olhando duramente, quase recuei quando ele deu passo em minha direção e segurou meu rosto com rudeza, seus dedos apertaram minha bochecha, eu senti dor, ainda tinha cortes, mais continuei com minha expressão indiferente como ele. — Não fale nesse tom comigo .-Eu falou e apertou mais meu rosto.-Serei seu futuro marido Vanessa e a domarei, então chegara um dia que você não terá esse olhar desafiante.-Ele falou soltando meu rosto, o observou subir no cavalo que correu a toda velocidade, eu gritei de raiva.    Respirei fundo e afaguei meu rosto com delicadeza, se antes estava doendo, agora esta agonizante, pulei em meu cavalo, fadendo-o correr com capidez, a chuva ainda estava forte e Gustavo esperava no estábulo, Orion ainda estava lá, ele não entrou para não aparecer sem mim, i****a! Desci do cavalo com raiva e Eva vez uma careta confusa, ela me deu duas tolhas enormes e me enrolou nelas. — My Lady, vamos logo entrar e tomar um banho, seus lábios estão roxos.-E ela abriu o guarda chuva e me levou para dentro Orion estava com um guarda chuva também e nos seguiu em silêncio, eu ainda não acreditava que ele havia falado daquela maneira comigo e me tocado com tanta grosseria.    Assim que entrei em casa, os meu pais vieram em minha direção, o rei e a rainha estavam logo atrás com uma cara nada boa, olhando para Orion. — Meu Deus querida olhe seu estado, rápido Eva leve ela para cima vou mandar preparar um banho para ela.-Minha mãe falou e eu passei com rapidez por todos sem cumprimentar ninguém, entrei em meu quarto tremendo, Eva já me ajudava a tirar o espartilho. — Vanessa o que houve?-Eu tremi, assim que terminei de tirar a roupa me enrolei em varias toalhas , me encolhi na cama.-Não invente de dormir, tem que tomar um banho e o rei esta lá em baixo.-Falou Eva e eu bufei.-Vanessa me fale o que aconteceu!-Ela exigiu dessa vez.    Eu bufei e contei á ela o que o jeito com que Orion me tratou e ela ficou de boca aberta, eu ainda estava irritada. —Ele fez isso?-Ela perguntou incrédula. — Fez, pensei que o tapa de minha mãe havia doído mais, mas o jeito com ele apertou o lado que ainda está cheio de cortes doeu mais ainda.-Eva suspirou e me abraçou, eu nunca senti tanta raiva na minha vida. — Não chore Vanessa.-Só quando ela falou isso eu percebi que estava chorando, mas não de tristeza ou dor e sim de raiva.   A porta se abriu e Marla apareceu trazendo água quente, Eva foi para o banheiro ajudar Marla á preparar meu banho. Assim que elas saíram eu tomei meu banho com calma. Assim que terminei arrumei o cabelo, o deixei solto ele pois ainda estava úmido, Eva entrou no quarto e me ajudou a me vestir, passei pó no rosto que começava a ficar vermelha das mãos de Orion. Quando terminei de arrumar-me olhei no espelho, o vestido verde claro era da cor exata de meus olhos, respirei fundo tomando coragem para descer para a sala.
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