Capítulo 6

1001 Words
- Deixarei com você o contato da minha secretária, assim que as coisas destravarem, marque uma reunião com ela. - Ele continuou comendo, sem prestar atenção nas investidas de Regina. - Júnior, você é assistente do Cooper a quanto tempo? - Resolvi perguntar, antes que Regina se humilhasse, ela não estava acostumada a ser rejeitada. - Trabalho diretamente com ele há 5 anos. Iniciei como estagiário e ele me promoveu no segundo mês na empresa, estou nesse cargo desde então. - Meus negócios são muito difíceis de gerenciar, Lisa, eu precisava de alguém de confiança e que fosse novo naquele mundo. Conheço o Júnior desde muito jovem, ele é filho da governanta da minha família e crescemos juntos. Pode falar que é nepotismo, eu não ligo. Na ocasião foi mesmo, agora eu não mudaria em nada, ele é meu braço direito. - Cooper falava com admiração de Júnior, dava para ver o orgulho que ele tinha, como um irmão mais velho. E de novo eu estava confusa, ele estava sendo legal. - Em qual setor da empresa você atua, Cooper? - Perguntou Regina, tentando o flerte novamente. - Diretoria. Sou o CEO atual da Martins Corporações. - COMO? - CEO? - Regina perguntou alto demais. - Sim, e peço que essa informação não mude o tratamento de vocês. É algo que eu faço de dia, à noite eu sou somente o Cooper. - Falou olhando para mim, como se estivéssemos sozinhos, eu desviei o olhar enquanto sentia uma leve pressão na cintura e meu rosto esquentar. Ele estava flertando comigo? A Regina top model ali, louca pra pular nele e ele estava flertando comigo. Logo eu, que não tinha nada de especial? O cabelo castanho normal em um corte reto um pouco abaixo dos ombros. O rosto desproporcional, o corpo normal. Nem s***s volumosos, nem b***a torneada. Eu estava até um pouco acima do peso. A única coisa que eu realmente gostava em mim mesma eram os meus olhos, de um tom azul acinzentado, que puxei da minha mãe, o restante sempre me lembravam da minha família que há muito tempo eu não tinha nenhum tipo de contato. Por que ele faria comentários assim, com a Regina disponível ali? Os remédios devem estar mexendo com a minha cabeça. Estou imaginando coisas mesmo. Depois de um longo silêncio, Regina perguntou: - Júnior, você estuda? - Percebi de imediato que ela estava tensa, ela não estava acostumada a ser rejeitada, imagina ser trocada por mim. - Conclui ano passado a pós de Marketing internacional. O Cooper quer me passar alguns setores da empresa para administrar, só que estou avaliando ainda se é o que eu quero. - Falou um pouco envergonhado, era algo que ele não tinha certeza pela forma que respondeu, e não sabia dizer não. - Espero que escolha com sabedoria. - Cooper falou, mudando a direção do olhar. Falaram um pouco mais sobre comércio exterior, e Regina detalhou sobre a ideia do TCC deles, a ideia que desenhei inteira e Cooper pareceu aprovar cada detalhe. Terminamos de comer. E eu não sabia mais o que falar. Regina e Júnior começaram a tirar as coisas da mesa e eu resolvi que era hora de me retirar. - Re, vou me deitar um pouco. Pode deixar a louça aí, depois que eu acordar eu lavo. - Nada disso, deixarei tudo em ordem. E volto no final da tarde para ver como você está. - Nós já vamos também. - Cooper disse. - Obrigada por tudo, e uma boa tarde de trabalho. - Falei acenando de longe, já me encaminhando para o quarto. Cooper se adiantou, e me entregou um cartão. - Mande uma mensagem assim que acordar. Para falarmos daquele outro assunto de segunda. - Ali estava, a voz sexy de novo. Calmo e cauteloso. - Ok. - Respondi sem pensar muito, ele mexia comigo quando agia assim, depois que ele fosse embora, eu não daria continuidade nessa história. Eu vou cancelar tudo. Iria mandar uma mensagem cancelando. - Bom trabalho Regina, obrigado pela recepção. - Júnior disse e saíram pela porta. Regina ficou aguardando enquanto eles tomavam o elevador. Assim que a porta se fechou ela correu na direção de Lisa que estava quase na porta do quarto. - ELE QUER COMER VOCÊ. - Quase gritou. - Para de besteira. Ele foi educado e está com medo de ser processado pelo acidente. - Lisa, para de modéstia. a tensão s****l entre vocês estava no ar. Era quase palpável. Ele quer comer você gostoso. Deve estar imaginando agora tudo que vai fazer com você. - Cala essa boca. Ele é estranho. Eu não daria pra ele. - Ela estava mentindo descaradamente. - Mentirosa. Quem não daria pra ele? Ele é lindo, rico, educado e tem um assistente e um chef particular. Se você não der eu vou dar. - Fique à vontade. - Me arrependi assim que falei isso. - Ele não quer a mim, ele quer você. - Deitei na cama e queria mudar aquela conversa. - Aliás, que ideia maluca de chamar eles para almoçar? E não me avisar? Já não combinamos de você não fazer isso? - Ela sempre marcava festas, almoços e jantares e me avisava na hora. Dizia que eu nunca concordava. - Eu convidei sim, não achei que eles aceitariam. Só que eles toparam, eu ia cancelar? - Tem razão. Só não faça mais. Sério. Agora vai trabalhar, que eu estou preocupada com a loja. - Achei que estava preocupada que precisa comprar calcinhas novas. - Joguei uma almofada em Regina que estava de pé na porta. - Vai logo! - Regina saiu rindo do quarto, e foi se aprontar para ir pra loja. E eu fiquei ali com os meus pensamentos. Fiquei olhando um bom tempo para o cartão. Era simples. Todo preto. Com um logo dourado com as letras M e C entrelaçadas. No verso do cartão tinha apenas duas linhas douradas, tão intimista quanto ele, dizia: Cooper Martins e um número de celular.
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