Capítulo 1 - Parte 1

2258 Words
— Sejam todos bem - vindos a festa de comemoração a Ascensão dos nossos jovens! — Começou o Rei Frederick a anunciar a toda a população de Drevati. — Como todos bem sabem, após a designação das casas, nossos jovens permaneceram por 5 anos aprendendo a função determinada pela nossa querida Pedra da Lua. Minha ansiedade estava a mil, eu ira participar da Ascensão e estava confiante que iria para os Medicinais, casa que meu pai tinha feito parte. Minha mãe ao contrario do que todos pensavam era uma vivente. Ninguém acreditava que essa junção poderia dar certo, contudo o amor deles perdurou a época que se conheceram na vila e aguentou os 5 anos de proficiência. — Quero agradecer a cada família aqui presente que irá ascender seus filhos queridos em prol do bem maior que é o nosso Reino. — Sua voz era grave e seria — A tempos não vivemos tantos conflitos como os reinos vizinhos como agora. E por isso quero que todos tenham atenção quando saírem dos nossos limites. E aos novos pertencentes as casas, cuidado durante os treinamentos, por melhor que sejam nossos educadores, vocês são responsáveis pelos caminhos que trilham. Não fazia muito tempo que nossos muros haviam sofrido graves avarias pelos reinos vizinhos. Com a importância da Lua em nossa cultura e elevação de nossos poderes, muitos queriam o que nos tínhamos e não mediam esforços para conseguir. Nosso reino é composto por 5 casas distintas, a primeira é o Reinado, que basicamente era compostas pela família Real onde o príncipe herdeiro ficava 5 anos treinando com os mais sábios do reino para aprender como a liderar seu povo. Aos 26 anos ele voltava a convivência com o Rei e a Rainha, e ficava mais 9 anos sobre a tutela do Rei, aprendendo na prática o que é ser um governante e aos 35 anos assumia o poder. Sua cor é a azul. Raras vezes um pessoa do simples do povo era selecionado pela Pedra da Lua para essa casa, e assim que acontecia, a pessoa se tornava o braço direito do príncipe herdeiro e caso acontecesse desse morrer em decorrência de uma doença ou em batalha, essa pessoa se tornava príncipe herdeiro ou rei. A próxima casa são os Medicinais, com todas suas vestimentas brancas e a pureza. Eles são médicos e enfermeiros de nosso reino. Tinha-se que ter um poder aquisitivo moderado para ser um médico e nem toda a população selecionada para essa casa conseguia, então criaram a função de enfermeiro para que aqueles destinados a esta função pudessem exerce-la. Assim que concluíam os 5 anos, era destinados de volta a convivência familiar e remanejados aonde fossem necessários. A terceira casa são os Escudos, nossa guarda real. Seu dever é defender todo o nosso reino e buscavam a paz com os outros. Eram caracterizados pela cor vermelha com escudos negros. É composta apenas por homens e todos era enormes e davam um certo medo. São ótimos estrategistas e defendem a verdade acima de tudo. A quarta casa são os Temporais, estes detinham as 4 estações e mantinham nosso reino prospero. Era a minoria da população e poucos se interessavam por eles. Os governantes estavam preocupados com a baixa procura das crianças em querer bem ao próximo. Sua cor é o amarelo. Os Escudos e os Temporais nunca voltavam para a convivência da família, já que o seu dever era a p******o da população. Esses poderiam constituir família, porém como eu disse, nos Escudos só haviam homens, então era raro algum constituir família com uma vivente, já que ele permaneceria a maior parte do tempo em campo. A quinta e não menos importante são os Viventes, esses são a maioria da população, por ser o nosso povo em geral, os 5 anos de treinamentos os auxiliavam a descobrir qual era o seu talento e após isso voltar com uma profissão para a sua família. A escolha de cada casa é feita pela Pedra da Lua, que em geral tem a sua coloração cinzenta, porém uma vez por ano ela se torna transparente e assim que os convocados a ascensão a tocam ela muda de cor indicando a casa pertencente. Para esse ritual é montada no meio de uma área comum as 5 casas, uma arena, cercada de arquibancadas onde toda a população assiste. No centro deste local existe uma mesa onde a Pedra da Lua permanece até ser tocada pelo ascendente. Em volta da mesa estão dispostos 3 espelhos, estes tem o papel de mostrar para o ascendente em qual casa ele foi designado e a troca de vestimentas e caracterização durante a rápida centrifugação dos três. Era um momento ansiado por todos os jovens de 21 anos, já que a Pedra da Lua nunca errava na decisão tomada, ela conhecia a alma de cada cidadão de nosso Reino e sabia como motivar cada uma a ser mais do que achava possível. Por ser filha de um Medicinal eu tinha priticamente certeza do meu destino, eu amava ver meu pai salvando vidas e sempre quis o mesmo para mim. Minha mãe era uma cozinheira exemplar e não tinha um cidadão da vila que não elogiava os pratos que ela entregava para bailes e festividades, mas aquilo nunca foi algo que me motivou, nunca quis fazer parte da culinária local. Nesta ascensão haviam poucos jovens, mas a atenção estava toda concentrada no príncipe mais novo, Alecsander. Seu irmão mais velho, Príncipe Edimund, era herdeiro do trono, então estava acompanhando o pai. Por já ter completado 31 anos, tinha acabado a graduação que lhe é obrigatória e agora aprendia tudo sobre como governar. O Príncipe do meio, Richard, tinha sido escolhido para o Medicinal e estava no 4 ano de graduação. Porém o Príncipe Alecsander era totalmente diferente dos seus irmãos, ele sempre foi o mais impulsivo e defensor da pátria. Sempre ouvi dizer que ele era um Escudo nato. — Que comecem a cerimonia. — O Rei se sentou e todos a sua volta fizeram o mesmo, exceto nós da ascensão. Estávamos em uma lateral da arena, esperando que os nossos nomes fossem chamados. Todos vestíamos apenas uma túnica preta. Essa vestimenta se transformaria na que usaríamos o resto de nossas vidas. O primeiro seria o príncipe por direito real, os seguintes seriam chamados por ordem alfabética. — Principe Alecsander John Trillor. - Ouvimos o ancião chamar. Ele se encaminhou em direção a Pedra da Lua. Parou próximo a mesa entre os três espelho e assim que recebeu a autorização pegou com ambas as mãos a Pedra. Não demorou muito para a cor vermelha predominar a pedra em sua mão. Ele depositou novamente a Pedra sobre a mesa e se posicionou entre os três espelhos que logo começaram a circular em volta dele ganhando velocidade. Aos poucos os espelhos iam saindo do chão o levitando e rodavam em alta velocidade até completarem o ciclo de caracterização. Quando pousaram, os espelhos ainda rodavam e iam parando lentamente, mas mesmo assim já conseguíamos ver Alecsander com seu uniforme vermelho rubro, com detalhes em preto, seu cabelo que era loiro, agora tinha se tornado branco platinado, como o de todos os pertencentes ao Escudo. Assim que ele saiu da arena pude ver seu sorrisinho maroto. — É ele também sempre soube que iria para aquela casa. — sussurrei para minha amiga Flora que estava tão ansiosa quanto eu e confirmou com a cabeça. Não posso negar, os príncipes eram lindos, não tinha uma mulher que não babava. Cada um com seu jeito de ser. Edimund era um tanto prepotente pela posição que detinha, todos comentavam que seu pai queria casá-lo com uma princesa de um reino vizinho para formar alianças, mas o mesmo se opunha o tempo todo. Era certo que ele tinha que se casar antes de assumir o Reinado, mas quem seria a escolhida? Ninguém sabia. Richard tinha uma personalidade forte, dizem que ele queria ter entrado para o Reinado também, mas a Pedra o colocou nos Medicinais e de inicio isso lhe trouxe grande revolta. Hoje ele é um dos mais brilhantes alunos que os Medicinais poderiam ter. Continuaram as acensões por ordem de chamada. Três amigas minhas foram para os Viventes, mais dois rapazes para os Escudos, uma menina que eu não tinha amizade para os Medicinais e os temporais permaneciam sem nenhum selecionado. — Justiny D'Lavign — Tremi ao ouvir meu nome e me encaminhei até o centro da arena. Olhei para os anciões que me deram permissão para pegar a Pedra da Lua. Quando a toquei vi que a mesma começou a ficar multicolorida e girar todas as cores ao mesmo tempo. — Você é uma decisão difícil menina. — Ouvi uma voz que não reconheci. — Vejo que você se identificaria em qualquer uma das casas. Mas uma se sobrepõem a todas as outras. — percebi que a Pedra estava falando comigo — Eu sei qual decisão tomar, mas vejo um grande medo em seu coração. Acredite em mim, você é mais do que pensa e se tornará maior do que sonha. Eu olharei por você em cada decisão, minha filha. Permita-se ser o que o destino te reserva. — estava tão impressionada com o que a Pedra me falava que não percebi que a cor já tinha sido definida. — Agora vá até os espelhos e aprenda tudo que puder. Você será o ponto chave de tudo que há por vir. — Respirei fundo e olhei para Pedra. — VERMELHO! — estava em choque, olhei para todos a minha volta e a arena inteira estava em silencio, olhei para onde os Escudos estavam sentados e meus olhos se cruzaram com os de Alecsander. Ele acenou para mim. Ouvi um ancião chamar a minha atenção para continuar o ritual. Coloquei a Pedra sobre a mesa e me dirigi aos espelhos. Minha cabeça estava uma confusão, eu nunca pensei em ser um Escudo. Mulheres não são Escudos. Me posicionei nos ponto indicado e logo os espelhos começaram a se mexer envolta de mim, achei que ficaria tonta ali dentro então fechei os olhos tentando pensar que aquilo era apenas um sonho. Me senti flutuar, aquilo não poderia ser verdade. Como eu mirradinha desse jeito seria uma Escudo? — Lua acho que você cometeu um engano! — pensei. — Eu nunca me engano. Comecei a sentir a calmaria voltando e meus pés tocando o chão. Quando finalmente os espelhos pararam pude ver minha nova vestimenta. Me olhei no espelho e vi que agora eu possuía uma blusa de malha manga longa vermelha que passava um pouco o meu quadril, um corpete preto que ajustava meu b***o e cintura. Uma leggin preta de couro e uma bota cano alto. Meus cabelos que eram pretos como a noite agora se tornaram platinados e eu não sabia o que pensar sobre isso. Eu olhava e não acreditava que aquela seria minha nova realidade. Resolvi que conversaria com os responsáveis pelos Escudos assim que desse, me encaminhei até eles e fiquei ao lado dos novos selecionados. Todos olhavam para mim abismados. Se eles estavam assim imagina eu. Continuaram a cerimonia e mais 3 rapazes vieram para os Escudos. Eu já nem prestava mais atenção em nada, eu só queria fugir, correr para qualquer lugar até acordar daquele pesadelo. — Agora serão entregues os medalhões de cada casa para os novos ascendidos. — Disse o mesmo ancião que chamava nossos nomes. O Reinado não teve nenhum selecionado, os Temporais receberam 3 escolhidos e lhe foram entregues um cordão com um pingente amarelo quadrado, onde cada lado representava um estação do ano. Os Medicinais receberam um cordão com um pingente branco com o simbolo da medicina. 10 ascendentes foram selecionados para essa casa. Os Viventes receberam um cordão com um pingente verde redondo que simbolizava a união de todos nós. E nós Escudos recebemos um cordão com o brasão vermelho do nosso reino. Eu ainda estava em choque, olhei aquele brasão tentando colocar em minha cabeça como minha vida tinha virado de ponta cabeça. — Peço a todos os selecionados que se despeçam de suas famílias. A partir de agora vocês serão levados a suas novas casas e conheceram seus companheiros de quarto. Fui até meus pais em prantos, eu não sabia o que pensar e acredito que eles também não. — Minha filha acalme-se - disse meu pai me abraçando. — Tudo tem um propósito. A Pedra da Lua nunca se engana. — Pai, mas os Escudos? Qual a diferença que eu posso fazer? — Saberemos em breve minha filha. — minha mãe chorava tanto quanto eu. Nenhum dos meus irmãos foram escolhidos para os Escudos, porque a filha seria escolhida? — Mamãe, não chora, vai dar tudo certo! — Disse abraçando ainda mais forte. — Só me prometa que ficará viva. — Vou fazer o possível. — E o impossível meu amor, que nossa amada Lua esteja com você! — Nos cinco nos abraçamos muito. Meus irmão eram Viventes, assim como minha mãe e estavam no 4 ano de sua casa. Nathan e Ryan eram gêmeos idênticos e só faziam me atormentar, diziam que eu não seria escolhida para classe nenhuma e seria exilada do nosso reino. Ah se eles soubesse quem tudo isso iria acontecer, nunca teriam brincado comigo. — Nós te amos e sempre pediremos sua p******o — meu pai me disse. Os anciões começaram a convocar os selecionados para suas respectivas casas e lá fui eu com um peso gigante nas costas. Que meu destino seja esse mesmo.
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