Capítulo 4-1

1114 Words
"Oooo! Aqui está!" Katherine exclamou animadamente enquanto arrastava Julius para a recém-inaugurada galeria de arte.   Embora sua grande a******a ainda estivesse a uma semana de distância, ela já estava aberta para negócios. Localizada ao longo da East Houston Street, desfrutava da proximidade de várias outras galerias e garantia um fluxo constante de visitantes curiosos. Seu pai pode não ter muita experiência quando se trata de arte, mas ele sabia escolher uma boa localização, então Julius não ficou surpreso. No entanto, ainda não explicava por que seu pai comprou a galeria de arte em primeiro lugar.   Ele suspirou. Katherine levou apenas um dia para se recuperar da rejeição pública de seu pai. Julius odiava admitir, mas ela tinha alguma fortitude. Provavelmente, ela achava que isso lhe rendia simpatia, mas ele não poderia se importar menos. Se ela queria se punir irritando seu pai, isso era problema dela.   Julius olhou ao redor para distrair-se da voz irritantemente estridente dela. A missão da Gray Studio Gallery era ser a principal proprietária do trabalho de M. Gray: tanto passado quanto atual. O novo show de Gray estava prestes a estrear exclusivamente neste local e prometia causar uma grande recepção durante sua grande a******a. Rumores diziam que o artista elusivo em questão até faria uma aparição pessoal. Nenhum esforço foi poupado para apresentar uma atmosfera sofisticada na galeria, incluindo a adição bastante peculiar de um piano de cauda.   Julius não tinha olho para a arte, mas ao olhar as várias fotografias, seu interesse foi despertado. Havia algo cativante nas composições, seja em cores ou em preto e branco. Iluminação, ângulo e foco se harmonizavam para criar estados de espírito sutis, porém intrigantes. As imagens eram cruas quando pretendiam provocar o espectador e suaves onde pretendiam inspirar. Ele podia entender por que M. Gray era aclamado como um artista inovador. Os elogios eram definitivamente merecidos. "Com licença, onde está a diretora da galeria?" Katherine perguntou a um dos funcionários da galeria. "Ela está ali.", o trabalhador apontou com a cabeça para uma mulher vestida com um terno formal e saia.   Katherine seguiu em frente sem sequer agradecer. Julius foi arrastado atrás dela enquanto ela mantinha um aperto em seu braço. Ele estava irritado por não poder estudar as fotografias no seu próprio ritmo. Ao chegar na mulher para quem ela havia sido direcionada, Katherine anunciou em voz alta: "Olá! Você é a diretora de arte?"   "Curadora.", corrigiu a mulher com um sorriso forçado. Seus olhos castanhos estudaram Katherine com um olhar de desdém indisfarçado.   Embora a galeria ainda não tivesse celebrado sua grande inauguração, ela já havia sido inundada por vários especialistas amadores em arte. Alguns vieram apenas para observar e outros para pechinchar. Alguns dos mais irritantes insistiam que conheciam o artista, o que deveria garantir-lhes um desconto. A maioria queria adicionar às suas coleções na tentativa de provar que estavam na vanguarda da cena artística, não porque tinham qualquer apreço genuíno pela obra de arte em si.   Tendo visto tantos, a curadora rapidamente colocou a mulher que se aproximava dela na mesma categoria superficial. Quanto ao homem, ela não tinha certeza. Ele parecia relutante em estar ali, embora seu olhar continuasse a vagar pelas obras expostas.   "Eu sou Sylvia Adwin. Como posso ajudá-la?"   "Estamos planejando nosso casamento e pensei que M. Gray poderia ser nosso fotógrafo. Ele tornaria tudo tão mágico!" Katherine anunciou em voz alta, esperando impressionar os outros frequentadores.   "Sinto muito, mas Gray não aceita encomendas."   "Desculpe-me?" Katherine zombou. "Nosso casamento será o evento social do ano! Gray deveria se sentir honrado por termos considerado ele. Vamos pagar, é claro, embora ele devesse fazer de graça!"   Sylvia fez uma careta. "Senhora, veja esta imagem..."   Katherine olhou e viu uma peça em preto e branco retratando uma pequena árvore sozinha em um campo de grama. A composição simples evocava solidão, introspecção e, em última análise, esperança.   "...Esta obra vale $100.000 e já vendemos três cópias desde que abrimos", disse Sylvia cuidadosamente, deixando suas palavras serem absorvidas. "Gray é um artista... não um fotógrafo amador."   "Como você ousa... você tem ideia de quem eu sou?" Katherine exigiu.   "Não. E eu realmente não me importo. Esta galeria foi fundada exclusivamente para exibir e promover o trabalho de Gray. Não é um anúncio em busca de emprego. É uma celebração do olhar artístico único e estilo de alguém."   "Sugiro que você mude de atitude", advertiu Katherine. "Posso fazer com que este lugar inteiro seja fechado num estalar de dedos!"   Ela estalou os dedos para reforçar seu ponto. Katherine esperava que a curadora se desmoronasse e implorasse por perdão, como a maioria fazia. Em vez disso, foi recebida com um olhar imperturbável enquanto a curadora dizia: "Você está convidada a tentar."   "O quê?" Katherine franziu a testa.   "M. Gray não aceita encomendas. Se você insistir, pode apresentar sua solicitação pessoalmente. Gray estará aqui para a grande inauguração, mas posso dizer com certeza que a resposta será a mesma."   "Você ainda vai ouvir falar de nós. Certo, Julius?" Katherine virou-se apenas para descobrir que ele havia escapado.   Corando de vergonha, ela saiu apressada da galeria em busca dele. A curadora a observou partir com um olhar divertido. Ela o viu escapar, mas ele não tinha ido para fora. Curiosa, ela contornou uma das paredes falsas e encontrou Julius fascinado por uma série de fotografias em preto e branco.   A série consistia em seis fotografias. Cada uma retratava uma modelo, apenas o seu torso. Em cada fotografia, a modelo usava menos roupas até que, na peça final, ela estava completamente nua, seus s***s cobertos apenas pelo braço posicionado enquanto o outro acariciava sua barriga grande. A composição e a remoção lenta das roupas serviam para destacar seu abdômen inchado. Ao lado de cada fotografia, havia uma imagem de ultrassom mostrando o desenvolvimento do bebê dentro, cortesia do Hosôpital de Paris. Ao lado da fotografia final, o ultrassom mostrava dois fetos juntos, revelando o significado do título da série: Dois Corações.   "É uma série impressionante, não é?" perguntou o curador, ao lado dele. "É uma das obras-primas de Gray, a primeira de verdade."   Julius assentiu sem tirar os olhos da peça final. Macey teria parecido assim no último mês dela? Como seria tê-la nos braços naquela época? Saber que o bebê deles logo iria nascer.   "As pessoas frequentemente cometem o erro de pensar que os homens têm todo o poder, mas na verdade as mulheres têm, afinal, somente uma mulher pode criar vida."   Devagar, os pensamentos furiosos de Julius se acalmaram. Somente então ele se sentiu pronto para voltar ao trabalho. Antes de sair, ele comprou toda a série Dois Corações, sendo apenas o terceiro a fazê-lo dentre as cinquenta cópias exclusivas da galeria.
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