Doze

920 Words
Hai= Sim Kuso= d***a, merda Senju Takara - Eu não ouvi sua conversa, se isso a deixa mais aliviada. - Olho para o homem de canto de olho e Butsuma colocou a mão na boca tossindo. - E o que quer? - Eu não aceitei que me curasse. Não por não confiar em seus jutsus medicinais e sim por não merecer nada que venha de você. – Ele começou a tossir e isso de certa forma me incomodou um pouco. – Eu não te odeio por ter "matado" sua mãe... Eu te odeio por... Ele voltou a tossir e acabou cuspindo sangue antes de cair no chão engasgando com o líquido vermelho. Por que eu o ajudaria depois de tudo o que me fez? Por que eu sentiria compaixão por alguém que sempre me tratou como escória? "Seu coração é bom e puro." Dizia Itama e sem pensar muito, segurei o homem e nos teleportei para o hospital chamando a atenção de todos, o que fez eles virem até nós. Não demorou para o homem ser internado e quando isso aconteceu pude finalmente trocar minhas roupas ensanguentadas e avisar meus irmãos, que chegaram bem rápido. - Como ele está? - Morrendo. – Hashirama abaixou o olhar com lágrimas e soltei um suspiro. – É o ciclo da vida, não devia chorar. - Acredita mesmo nisso? Acho impossível uma parte de você não estar sofrendo com isso! – Tobirama falou agressivamente e dei uma risadinha. - Butsuma nunca foi meu pai, de sangue sim, de criação não. Sakumo-sensei quem sempre fez esse papel. – Me afasto dos meninos e prendo meus cabelos em um r**o de cavalo alto. – Então meu coração não dói com a partida dele. {...} Saio do quarto ouvindo o choro de Hashirama e Madara estava parado na parede em frente a porta. Seu olhar estava neutro e é por isso que eu sei que ele está pensando em muitas coisas. - Veio se despedir? - Como ele está? – Dou de ombros e encosto na parede ao lado da porta. - Ele se foi, teve uma parada cardíaca. - E como se sente quanto a isso? – Franzo o cenho confusa sem entender onde ele queria chegar, ele quer dizer que eu devo ter sentimentos escondidos pelo doador de esperma? - Eu deveria chorar por quem não choraria por mim? – Minha voz saiu fria e agressiva o fazendo abaixar o olhar. - Então ele não te contou? – Me aproximei de Madara que segurou meus ombros fazendo movimentos de massagem. – Ele me disse que tinha tempo... - Diz de uma vez, Madara! - Ele queria que você fosse forte, mais forte que nossa mãe. – Olho para Hashirama que me encarava fixamente. – Por isso ele a treinou... - Torturou! - Para que fosse mais forte que ela, mais resistente e única. Ele queria que você possuísse uma força que a tornasse indestrutível, queria que você fosse inabalável até você se apaixonar... – Ele olhou para Madara e depois para a cama onde Shisui está dormindo. – E isso mudou quando ele nasceu e você se viu na responsabilidade de cuidar dele, dar algo que você nunca teve. - Não fale como se soubesse... - Nosso pai te amava. – Me cortou e meu corpo começou a tremer. O que esse homem sabia sobre amar? – E te olhar é como vê-la. É como ter a mamãe aqui, por isso dói. - Eu nunca tive uma mãe e aquele homem não merece nada de mim, então não me importo com o que diz. – Falo entre dentes e senti minhas palmas das mãos serem perfuradas pelas garras do Kurama. Kuso! Por que Hashirama ainda o defende? São atitudes patéticas e irritantes, eu não sinto nada por ele e jamais sentirei. - Se me dão licença. – Sigo para o quarto onde meu filho está e como se imaginasse, ele despertou. - Okaasan? O vovô acordou? – Sorrio minimamente e me sentei na cama ao lado dele. - O vovô não vai mais voltar. – Os olhos de Shisui se encheram de lágrimas e ele me abraçou deixando a cabeça na curva de meu pescoço enquanto chora. Butsuma foi um pai h******l mas foi um avô incrível que Tsuna e Shisui amavam. Ele lhes dava tudo. E por amar meu bebê, eu me questiono se é verdade e ele me amava também... Não. Com certeza não e eu não posso me iludir com palavras vazias que sequer foram ditas por ele. - Mas tudo bem... – Meu filho fungou e segurei seu rosto com carinho para secar suas lágrimas. – Se nem você pode salvá-lo... Ninguém iria. - Vamos pra casa? Precisa se arrumar para o funeral. - Você também vai? – Seus olhos onix me encaravam com curiosidade e acabei por dar uma risadinha. Shisui consegue ser incrivelmente fofo quase sempre. - Irei. Afinal... Tenho que apoiar meus irmãos. - Não está triste também? - Perguntas demais, mocinho. – Olhamos para a porta encontrando Madara e ele sorriu ladino. – Vamos para casa? - Hai! Hai! – O mais novo pulou no chão e segurou a mão do pai o arrastando para fora. – Vamos, okaasan! - Hai, hai... – Resmungo saindo do quarto e pude ver o corpo de Butsuma coberto por um lençol azul. Eu deveria acreditar mas depois de tudo o que ele fez... Eu não consigo. Seria a mesma coisa que pedir para amar alguém da noite para o dia.
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