Capítulo 6

1006 Words
Ela estava com a bolsa em volta do corpo, enquanto era arrastada tentando abrir, teve o vestido rasgado, não conseguiu gritar, derrubou a bandeja no chão, ele a sufocou colocando deitada de bruços, empurrando o rosto contra o travesseiro, a deixou semi nua. Ia abu sar dela, quando ela conseguiu pegar uma arma na bolsa e atirou, nem tentou acertar porque não conseguiria, ele a fez soltar a arma, a jogou no chão dizendo que ia voltar, a chutou duas vezes nas costas e saiu correndo pela janela. Amélia levantou no susto, foi correndo até o quarto com uma faca de cozinha, encontrou Otávia no chão encolhida chorando, com a lingerie rasgada, se aproximou nervosa - O que aconteceu? Está ferida? A cobriu com um lençol, Otávia se sentou no chão, encolhida em estado de choque sem conseguir falar, Miro foi entrando pela porta dos fundos, também armado chamou no corredor - Patroa? É o Ramiro! Amélia respondeu chorando assustada - Estamos aqui. Ele foi entrando apreensivo, perguntou o que tinha acontecido, Otávia mostrou a janela - Entraram aqui, ele saiu pela janela. Ele ficou olhando alguns instantes, para tudo no quarto, disse que ia olhar lá fora, saiu para o quintal, Amélia começou pegar as coisas do chão aos prantos - Vamos ao hospital, você precisa ir. - Devo chamar a polícia ou uma ambulância? Otávia se levantou com dificuldade - Não, ele não conseguiu fazer o que queria comigo. - Me ajuda a tomar banho, preciso tirar esse cheiro de mim. Foi para o banheiro, começou vomitar, Amélia a amparou, colocou a banheira para encher, Otávia começou a se esfregar com muita força, se machucando até, Miro demorou um pouco para voltar, disse que não encontrou nada. Amélia estava tirando as roupas de cama, arrumando o quarto, cochichou - Ela não quer chamar a polícia e se ele voltar. Miro perguntou se ela estava machucada, Amélia disse que sim, pediu para ele esperar na porta, fechou e entrou no banheiro, se abaixou perto da banheira - Para com isso, vai se machucar mais. - Vamos ao hospital, você pode ter fraturado a costela. - O que está sentindo? Falta de ar? Otávia estava toda arranhada marcada de tanto se esfregar, olhando fixamente para a parede - Nada mais vai me bater tão forte, quanto a vida. Foi levantando com dificuldade, colocou roupão, enrolou o cabelo na toalha - Pode ir deitar e tranca a porta do seu quarto. - Não abre pra ninguém. - É a mim que eles querem, acham que eu vou desistir e fugir. Foi saindo do quarto, deu de cara com o Miro no corredor - Pode ir deitar! Vão os dois. Ele abaixou a cabeça evitando olhar para ela - Não é bom que fiquem as duas sozinhas, pode ser que voltem. Otávia foi indo para o escritório - Duvido que voltem hoje, Ramiro pode ir descansar. - Está tudo bem! Amélia acompanhe ele e tranque a porta. Ele foi indo para a cozinha, disse que arrombou a porta para entrar, juntos encostaram a mesa, para ninguém conseguir abrir, verificaram todas as janelas, trancaram os quartos, com as chaves para fora, no corredor. Otávia ficou sentada no escritório, com o olhar fixo vazio, Miro saiu como se fosse embora, deitou perto da porta em uma rede, ficou acordado atento a qualquer barulho. Amélia foi para o quarto e não conseguiu dormir com medo preocupada, Otávia passou a noite toda sentada lá com dor, achando que foi coisa do Matteo, porque ela queimou seu carro. Não parava de pensar no quanto se enganou com ele, se odi ou a noite toda, por ter o amado tanto e dedicado os melhores anos de sua vida, não conseguia acreditar que ele concordou em alguém ab usar dela, tudo por causa de dinheiro, ganância. No dia seguinte amanheceu chovendo muito, Otávia foi se trocar, colocou roupa para ir tratar dos animais, quando abriu a porta viu Ramiro dormindo na rede, foi pegar uma xícara de café, voltou e falou com ele de longe - Ramiro? Passou a noite aí? Ele despertou no susto - Não patroa, vim te escoltar pra ir trabalhar. Se sentou esfregando os olhos - Cheguei cedo e fiquei esperando, pra ver o que ia querer fazer. Ela se aproximou, deu a xícara - Não tem como ir para a plantação mesmo, só vou alimentar os animais, eu preciso de um tempo pra pensar. - Não comente com ninguém, o que aconteceu aqui. Ele se levantou, olhando as marcas nela, pescoço, braços - Não, que isso patroa, pode ficar tranquila. - Se quiser ir no hospital, posso te acompanhar. Ela foi abrindo o guarda chuvas, ergueu a camiseta mostrando as costas - Não é necessário, além disso, ele não me fez mais nada. - Se alguém perguntar por mim, diga que eu saí. Foi andando devagar com dor, no meio da chuva, foi para o estábulo, igual a quando era criança, sentou em um cantinho escondida no meio do feno, não queria demonstrar, mas estava amedrontada, querendo morrer e acabar com tudo. Estava desejando criar coragem para fazer algo contra si mesma, não via um motivo para continuar tentando ser forte, teve certeza que ia perder a fazenda, acabar passando por muitas coisas ruins em vão. Ramiro foi pra casa, se trocar e tomar banho, depois foi até o estábulo com uma capa de chuva, viu as marcas de água só entrando e desaparecendo, o guarda chuva dela lá no canto, entrou assobiando, começou olhar e não a encontrou. Viu que ela não tinha feito nada lá, começou tratar dos cavalos, conversando sobre músicas, cantarolando as clássicas do Roberto Carlos. Otávia estava ouvindo tudo, continuou quieta por horas, quando achou que ele tinha saído de lá, se levantou e foi saindo, ele estava sentado na porta olhando a chuva, falou com ela - Quer uma cenoura também dona? Ela se aproximou séria - Não, prefiro capim. - Como sabia que era eu, que estava aqui? - Se não me viu?
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