Assim que eu chego na porta da sala, paro e respiro fundo.
— Drog@. — Resmungo.
— O que foi? — Sky pergunta.
— Esqueci de vestir um roupão.
— Huuuum. — Ela é maliciosa. — Deve ser por isso que o Bruce tentou te beijar.
— Fique quieta. — Brigo com ela e entro na sala. — Bruce, aqui está.
— Obrigado. — Ele sorri e se levanta rapidamente, pegando a pasta das minhas mãos.
— Quer mais café? — Sky pergunta e ele arqueia uma das suas sobrancelhas. — Eu pego pra você. — Ela não espera por sua resposta e já vai pegando a xicara da sua mão.
— Sky.
— O que foi, Emma? — Ela sorri. — O Lennox nunca veio aqui, temos que ser cortês. — Ela ri e sai da sala.
— Ela não é mais tão tímida.
— Pois é, Sky se soltou depois que cresceu. — Falo e me sento na poltrona ao lado do sofá.
— E você? — Ele me encara e seus olhos azuis brilham.
— O que tem?
— Está cada vez mais linda. — Ele diz e continua me encarando, seus olhos são penetrantes, me sinto nua quando ele me olha de cima a baixo.
— Não estou te reconhecendo. — Cala a boca Emma.
— Já tem um certo tempo que não nos vemos. — Ele cruza seus braços na altura do peito. — Tem o que, uns dois anos?
— Por aí. Eu parei de ir na casa de vocês depois que o Brian melhorou.
— Falando em Brian, se eu ouvi bem, você está furiosa com ele, não está?
— Já tem algumas horas que ele está me ignorando.
— Brigaram? — Nesse momento seu celular vibra, ele estica uma das pernas e o tira do bolso.
— Acho que não. — Não sei se devo falar com ele sobre o seu irmão.
— Olha, ele acabou de me enviar uma mensagem. — Ele se aproxima, me mostra o celular.
“Vou para a nossa casa de campo.”
— Talvez ele te responda daqui alguns minutos, você sabe que lá não tem sinal, né?
— Não tem? — Não tem como eu saber disso, pois nunca foi para essa casa de campo.
— Você sabe que não, nunca tentou falar com os seus pais, das vezes que você foi pra lá?
— Aqui Lennox, desculpa a demora. — Sky aparece e entrega a xicara para ele. — Emma, preciso estudar, qualquer coisa me chama. — Ela me dá um beijo na testa. — Como ele está gato. — Ela sussurra em meu ouvido e sai.
— Aconteceu alguma coisa?
— Eu nunca fui pra essa casa de campo. — Afirmo.
— Como não? — E passa uma das mãos nos cabelos. — E semana passada, era você que estava lá, não era?
— O Brian está sumindo por alguns dias, ele não me responde e depois diz que estava cheio de coisas pra fazer por causa faculdade. — Provável que ele esteja me traindo, e eu fico aqui, feito i****a esperando por ele, mas essa é a oportunidade que eu preciso pra terminar esse relacionamento de merd@.
— Me desculpa, eu não converso com ele, apenas exijo que me diga aonde está e quando volta, apenas isso.
— Me passa o endereço, preciso ir lá.
— Eu vou com você. — Ele se oferece.
— Acho melhor não. Não quero te envolver nesse tipo de coisa.
— Emma, isso não foi o que a nossa mãe nos ensinou, se ele está mentido, algum motivo tem que ter. — Ele coloca a sua xicara na mesa de centro. — Vamos, eu te acompanho, já está tarde, é perigoso você ir lá, sozinha.
— E a sua namorada?
— A Mendy, ela está em Paris.
— Ela não se importar?
— Claro que não, ela sabe que você é a minha irmãzinha. — Ele sorri.
— Vou me trocar. — Porr@! Ele ainda diz isso, que sou a sua irmãzinha! E como ele explica aquela aproximação repentina?!
Me levanto e subo para o meu quarto.
— Ele já foi? — Sky está mais ansiosa que eu.
— Não. — Começo a procurar um conjunto de moletom.
— Aonde você vai? — Ela se senta na minha cama.
— Brian está em uma casa de campo.
— Ele vem te buscar? — Ela respira fundo. — Pera aí Emma, me explica, estou perdida.
— Brian enviou uma mensagem para o Bruce e disse que está nessa casa de campo. — Bufo. — Bruce me disse que lá não tem sinal, e ele vai me levar até lá. E o Bruce ainda me olha e diz bem assim: “Você sabe que não tem sinal, nunca tentou ligar para os seus pais quando você vai pra lá?”
— Então, o Brian está te traindo?
— Olha eu não sei bem, mas não duvido. — Digo e termino de vestir o meu conjunto de moletom cinza e um calço um adidas branco.
— O Bruce vai te levar até lá?
— Sim, eu não queria, mas ele se ofereceu, disse que é perigoso eu ir sozinha.
— Ele está afim de você. — Ela diz toda risonha.
— Não está não, acho que só ficou atraído pelo o jeito que eu estava vestida, mas ele ainda diz para a sua namorada que eu sou a sua “irmãzinha.”
— Não fique triste.
— Eu não estou, já aceitei que ele nunca me verá como uma mulher, e sim como a sua “irmãzinha.” — Falo e faço o sinal de aspas com as mãos.
— Por que você começou a namorar o Brian mesmo?
— Pra fazer ciúmes no Bruce, e eu me fud1. — Sinto raiva de mim mesma quando me lembro da burrada que eu fiz. — Vamos.
Descemos as escadas e Sky apenas ri da minha infantilidade.
— Vamos? – Bruce pergunta assim que me vê.
— Sim. Sky, avisa o papai e a mamãe, por favor.
— Claro. — Caminhos em direção dá porta. — Se comportem. — Ela ri.
— Do que ela está falando? — Bruce pergunta assim que a Sky fecha a porta atrás de nós.
— Não é nada, ela adora fazer piadinhas.
— Aaah. — Caminhamos em direção á um carro preto, olho nome que está cravado nele, é uma Bmw x6, que carrão. — Por favor. — Ele abre a porta do carro, e eu me acomodo.
Bruce entra e se acomoda, ele liga o radio e arranca sem dizer uma só palavra.
***
Já tem quase uma hora que estamos na estrada, e o silencio ainda invade o nosso espaço.
— Você está bem? — Bruce quebra o silencio.
— Sim.
— Já sabe o que vai fazer, se ele estiver com alguém? — Curioso, não é?!
— Já tem um certo tempo que tento terminar com ele, mas...
— E ele sempre encontra um motivo pra você voltar atrás? — Ele quase completa a minha frase.
— Sim.
— Nosso pai o ensinou muito bem.
— O que você quer dizer com isso?
— Meu pai sempre nos disse que somos nós que terminamos os relacionamentos e que não podemos deixar nenhuma mulher fazer isso, pois somos os Lennox, e isso mancharia o nosso nome.
— Sério que ele ensinou isso pra vocês? — Não creio que Anthony era assim.
– Sim, meu pai é machista para algumas coisas. — Ele dá um meio sorriso e volta a sua atenção na estrada. — Não sei como a minha mãe ainda está com ele.
— Eles ainda se amam?
— Acredito que não. — Ele dá de ombros. — Eles vêm pra cá juntos, mas não estão morando na mesma casa, na França.
— Brian nunca me contou nada.
— Meu pai sempre diz que precisamos manter as aparecias para a mídia.
— E você, quando se casa? — Não consigo conter a minha curiosidade.
— Conheço a Mendy desde o colégio.
— Eu sei, e ela sempre ficava dando em cima de você. — Rimos. — E ela conseguiu o que tão queria.
— Mas eu ainda não sei se quero me casar com ela.
— Como não? — Fico de boca aberta com a dúvida que ele tem. – Já tem uns 10 anos que vocês tão juntos, não faz?
— Acho que sim.
— Bruce, você é péssimo.
— Por que? — Ele ri e desvia seu olhar por alguns segundos da estrada e me encara.
— Você deve esquecer o aniversário de namoro. — Afirmo.
— Não.
— Ual. Então você não é tão péssimo assim.
— Eu não esqueço, pois a minha secretária sempre me lembra.
— Não creio. — Não aguento e começo a rir.
— Vai me dizer que o Brian lembra das datas.
— Pior que ele sempre se lembra.
— Pelo menos meu irmão é bom em alguma coisa.
— Pelo menos isso. — Afirmo.
— Chegamos. — Estacionamos na frente de uma mansão linda, o quintal então, nem se fale.
— Que lugar lindo. — Falo enquanto descemos do carro.
— Me surpreendo que você nunca tenha vindo pra cá. — Bruce se aproxima mais uma vez. — Brian ama esse lugar.
— Eu também amaria. — Bruce está mais perto do que antes, já não consigo controlar a minha respiração.
Drog@. Seu celular toca.
— Preciso atender. — Ele faz uma careta quando olha o visor do celular. — Só um momento.
Ele se afasta um pouco e eu fico ali, admirando aquela paisagem maravilhosa, dou alguns passos e vejo o carro do Brian na garagem, e tem mais um outro carro que eu não conheço.
— Preparada? — Levo um susto quando me lembro do Bruce e ouço a sua voz.
— Vamos lá.
Caminhamos em direção da entrada da casa, minhas mãos começam a ficar suadas, minha respiração está ofegante, eu quero e não quero encontrar o Brian com alguém.
Bruce abre a porta bem devagar, e fico de boca aberta quando entro na casa e olho a sala, que lugar lindo, o gosto da mãe deles, é esplêndido.
Bruce faz sinal para que eu continue andando, passamos por um corredor enorme que parece nunca ter fim. Ouço alguns risos que vinha do último quarto.
Respiro fundo e me aproximo cada vez mais dá porta e consigo ouvir o que o Brian fala.
“— Sthe, como você é gost0sa e apertadinha.”
“— Vamos Brian, me faz goz@r de volta.”
Desde quando estamos juntos ele nunca me fez goz@r, apenas me deu alguns 0rgasmos. E esse tipo de linguajar ele nunca usou comigo, qual o problema dele.
Me sinto frustrada.
Respiro fundo, coloco a minha mão na maçaneta da porta e quando a giro, eu me deparo com aquela cena que não gostaria de ter visto.
— Companhia? — A tal Sthe é uma ruiva de olhos verdes, e ela me encara e sorri. — Men@ge, eu adoro.
A Sthe está de quatro e ele todo feliz com os olhos fechados metendo nela.
— O que você está dizendo? — ele continua com os olhos fechados, Sthe geme e grita tão alto que se tivesse vizinhos próximos, tenho certeza que eles reclamariam.
— Dela. — Ela aponta o dedo em minha direção.
— Emma. — Brian abre os olhos e olha para a porta, ficando de todas as cores, se é que isso é possível. — Que porr@ você está fazendo aqui?
— Vim saber o motivo do seu sumiço. — Respondo entre os dentes, ele sai de dentro dele e puxa o lençol para se cobrir.
— Como você soube que eu estava aqui? — ele se aproxima e coloca uma das mãos no rosto. — Você perguntou para Bruce, não é?
— Pelo menos você avisa alguém.
— Olha Emma, vamos conversar. — Ele tenta me abraçar.
— Não me encosta. — Eu grito. — Está tudo acabado. — A raiva toma conta de mim e meus olhos começam a ficar marejados.
— Não fale assim meu bebe.
— Acho que eu já vou.
— Não, pode ficar. — Sthe me encara e volta pra cama. — Aproveite muito bem o Brian.
— Não fale assim meu amor.
— Eu não sou o seu amor. — Respiro fundo. — Depois de tudo o que passamos, eu merecia o mínimo de transparência, Brian. Sinto nojo de você.