Lourenço:
Vamos até à casa dos nossos pais para sabermos o que é assim tão urgente que não pode esperar pelo dia de amanhã.
Chegamos lá e a dona Maria vem nos receber, ela é como uma mãe para nós pois sempre cuidou de nós e os deu o amor que nunca recebemos dos nossos pais. Pelo que ela nos disse no pouco tempo que estivemos a falar antes da nossa mãe chegar, estas são as suas últimas 2 semanas dela aqui, porque depois de todos estes anos a trabalhar incansavelmente, ela finalmente vai aproveitar a vida que não aproveitou.
Depois falo com ela melhor, quero saber se está tudo bem com ela e quem sabe desabafar também um pouco... Apesar de ela trabalhar nesta casa durante todos estes anos, nunca nos contou muito sobre a sua vida, ela sempre prezava por a atenção ser só voltada para mim e para Alex, para o que nós sentíamos e queríamos.
Bem, vamos lá saber o que o nosso "querido" pai quer! Subimos as escadas atrás da nossa mãe até ao escritório onde ele se encontrava e depois de batermos à porta entramos.
-Ainda bem que vieram! - O nosso pai fala quando entramos no seu escritório
-O que era assim tão importante que não podia esperar por amanhã -O Alex ainda consegue ser mais frio que eu no que toca em assuntos relacionados com os nossos pais
-Bem, sentem-se... -n´s sentamo-nos e ele começa a falar -Não vou estar com muitos rodeios sobre este assunto! Estou bastante doente e quero passar as empresas para vocês o quanto antes... -Ficámos os dois sem reação
-Como assim muito doente? -Apesar de a nossa relação não ser das melhores eu preocupo-me, afinal é meu pai
-Tenho cancro... está a espalhar-se pelo corpo... já não há nada que possamos fazer para o combater! -O meu pai responde-me
-Mas não tem cura? Não podem fazer algum tratamento? -O Alex finalmente fala
-Não Alexandre! Já foi diagnosticado muito tarde, já está demasiado avançado... -o nosso pai fala e dá para ver que a mágoa está presente no seu olhar -Só quero que me perdoem por todos estes anos, eu pensei que estava a fazer o melhor por vocês... mas isso só serviu para vos afastar de mim! -Ele baixa o olhar para a mesa
-Pai, vamos esquecer ok? Agora já não há muito o que se possa fazer em relação ao passado... agora só podemos aproveitar o tempo daqui para a frente -Eu tranquilizo-o e ficamos a falar durante mais um pouco até que ele se sente cansado e se quer ir deitar
Saímos do escritório ainda meio atordoados com a notícia e ao contrário de nós a nossa mãe parece estar muito bem com toda aquela situação, mas decidimos deixar isso de lado por agora e descemos
-Vamos beber uma cerveja antes de irmos? -O Alex pergunta
-Claro, vamos até à cozinha -Seguimos até à cozinha e quando entramos nem quero acreditar no que estou a ver...
Dou um toque com o cotovelo no meu irmão para o chamar à atenção e ficamos os dois a olhar para a mulher que eu tinha visto naquele restaurante.
Está tão concentrada a mexer no telemóvel e a comer as uvas que eu tanto amo que nem repara em nós, e só assim eu a consigo apreciar de perto.
O cabelo loiro na pele meio morena tem um contraste maravilhoso e agora aqui de perto dá para ver bem o que o seu corpo com tudo no lugar, os s*ios não muito grandes nem muito pequenos, umas pernas maravilhosas que estão à vista com os calções curtos que ela usa e apesar de estar sentada dá para ver que tem as curvas todas nos lugares certos... Que pecado de mulher!
Quando ela coloca outra uva na boca reparo nos seus lábios cheios e apetitosos, e minha nossa senhora porque é que eu me sinto tão exc*tado?
Possivelmente por estar a pensar em coisas quem não devo.
O Alex deve reparar no meu estado e mexe-se fazendo com que ela perceba a nossa presença e quando ela me olha sinto o meu coração errar uma batida.
Ela fica em silêncio a olhar para nós de alto a baixo durante uns segundos e depois quebra o silêncio.
-Precisam de alguma coisa?-Ela pergunta e o meu irmão olha imediatamente para mim para ver se eu respondo, claro que preciso mas nem a quero assustar ao lhe dizer o que quero
-Não... -consigo finalmente falar -Isso perguntamos nós, precisa de alguma coisa? -Afinal é ela que está na nossa casa e quando ela diz que está à espera da mãe eu não entendo e ela trata de explicar que a dona Maria é a mãe dela
Nem fazia ideia que a dona Maria era mãe, quanto mais de um pecado deste.
-Ah sim a dona Maria, não imaginava que ela tivesse filhos... mas como disse "queremos" imagino que não seja filha única -O meu irmão ataca e já sei que ele quer saber sobre a outra mulher que estava com ela no outro dia
Sentamo-nos de frente para ela enquanto ela nos conta que são quatro irmãs e eu revelo-lhe que as vi no restaurante na outra noite, ela parece um pouco assustada com a minha confissão mas quando nos apresentamos a cara dela passa de assustada para algo que eu não consigo decifrar.
Falamos um pouco até que o telemóvel do Alex toca e ele sai para atender deixando-nos a sós.
Eu não conseguia tirar os olhos dela e ela pelos vistos também não conseguia tirar aqueles olhos hipnotizantes cor de mel dos meus.
-Desculpa se estou a ser precipitado, mas será que podíamos sair um dia destes? -Atrevo-me a perguntar sabendo que um "não" eu já tinha garantido
-Mas nem nos conhecemos! E acredito que estejas habituado a sair com mulheres com dinheiro e como já pudeste ver eu não chego nem perto delas... -Ah se ela soubesse que o que eu mais odeio são essas mulheres ricas e mimadas
-Não deixo de sair com alguém por causa do dinheiro Carolina! E se te sentes tão insegura perto de mim porque não me conheces podes levar uma das tuas irmãs contigo... Eu levo o Alex também se isso te deixar mais confortável -E assim ajudo o também o meu irmão com a gata que ele viu, só espero que se ela aceitar seja essa a irmã que ela leva
-Posso pensar? -Ao menos não é um não
Digo-lhe imediatamente que sim e entrego-lhe o meu cartão quando a dona Maria chega e ela parece aliviada até demais por sair de perto de mim
-Foi um prazer Lourenço! -Ela despede-se
-O prazer foi todo meu... -E ela nem imagina o quanto! Assim que eu acabo de falar ela arrasta a mãe dali para fora e eu sem saber porquê fico com um sorriso bobo no rosto
O Alex aparece e eu conto-lhe tudo enquanto bebemos a bendita cerveja que tínhamos vindo beber, ele fica empolgado só de pensar que pode voltar a ver a mulher dos seus pensamentos. Sinceramente não sei o que está a acontecer connosco mas sem dúvidas nenhumas que ficámos apanhadinhos.
Saímos dali e decidimos jantar juntos, depois do jantar vamos até a um bar novo que abriu na cidade para tentar esquecer um pouco a ansiedade em que estávamos por estarmos a pensar se ela dirá alguma coisa ou não e se teremos a oportunidade e sair com elas... e nem queremos acreditar quando estamos perto do balcão e vemos um grupo de mulheres no meio de várias outras pessoas.
Isso mesmo, a Carolina com as irmãs e a mãe e devo confessar que a beleza é genética porque olhando agora para a dona Maria sem o uniforme do trabalho dá para ver o mulherão que ela é!
A Carolina vem até ao bar com uma das suas irmãs e assim que nos vê sinto que fica um pouco constrangida.
-Carolina que surpresa boa! -O Alexandre cumprimenta-a e ela faz o mesmo apresentando a irmã, e eu dou dois beijos na cara da Sandra e quando lhe dou dois beijos a ela sinto o seu corpo todinho estremecer
Ofereço-lhe as bebidas que elas pedem e continuo perto dela. Sinto que ela se sente um pouco afetada com a minha presença o que é bom e como ela não se afasta eu continuo perto dela apreciando o seu perfume. Só tinha vontade de a puxar para mais perto e ficar com o seu corpo colado ao meu enquanto a beijava, mas eu tinha que me conter. Não o podia fazer já ou então corria o risco de ela não gostar e fugir de mim, e assim eu perderia qualquer hipótese de sair com ela.
Passado uns minutos as irmãs e a mãe chegam perto de nós e somos todos devidamente apresentados, noto que o meu irmão não tira os olhos da Valentina e nem ela dele o que no fundo até é um bom sinal. Aquele clima entre nós quatro só me dava esperanças que elas pensassem no meu convite para sair com carinho.
Despois de acabarem de beber as suas bebidas, dois homens vêm ter com elas e elas vão embora. Até que o Alex ficou mais aliviado já que nenhum daqueles homens é alguma coisa à Valentina e no fundo eu também por saber que a Carolina também não tem ninguém.
Decidimos ir para casa e como já bebemos uns copos ficamos por minha casa mesmo porque é a mais próxima do bar.
-Estamos mesmo perdidos irmão! -O Alex comenta antes de entrar no quarto
-Podes crer... -Respondo e vou direto para o meu quarto
Tomo um duche rápido e deito-me.
Dou por mim a pensar na Carolina e não sei o que há comigo... nunca me senti assim com nenhuma outra mulher, e vejam bem que eu já tive várias mulheres durante toda a minha vida.
Já fui com muitas mulheres para a cama, já jantei com muitas mulheres, já encontrei várias mulheres em bares com quem bebi um copo... mas nunca, e quando digo nunca é mesmo NUNCA, me senti tão atraído e tão desesperado para ter um encontro como me sinto agora.
Enfim, só espero que elas aceitem o meu convite o mais depressa possível! Porque o meu desejo é ter a Carolina do meu lado e conhecer tudo o que for possível sobre ela.