Ele voltou

1684 Words
Eva O dia hoje está bem fechado, parece bastante com meu humor, meu irmão tem me ligado insistentemente, mas agora eu pretendo adiar um pouco seja o que for, preciso distrair minha cabeça. – Oi bebê. – Meu lindo Eros me recebe para a nossa corrida, ele já sabe que vamos então está sempre no mesmo lugar quando eu chego. – Vamos dar uma volta? – Peguei a guia dele e enviei uma mensagem para meu irmão. “Estou bem, indo levar Eros para correr, aviso quando chegar.” Eros é meu parceiro, um pitbull bastante assustador para quem o vê, mas que no fundo é apenas um grande bebê manhoso. Eu tenho dois irmãos, o mais velho já é casado, eu e minha cunhada nos damos muito bem, inclusive trabalho para ela durante o dia, sou a melhor analista de risco da empresa, a maior no ramo de segurança tecnológica. Minha cunhada e meu irmão formam um belo casal, os dois são os pilares que sustentam a empresa. A minha irmã do meio mora comigo, dividimos o apartamento, mas parece que eu moro sozinha, ela raramente está em casa, é enfermeira em um dos hospitais mais conceituados da cidade. Já eu, sou a mais nova dos Navarro, todos eles são um pouco superprotetores demais... Corri quase uma maratona com Eros e ele não parecia nem um pouco cansado, já eu estava com as pernas falhando. – Que pique em garotão. – Fiz carinho nele e tomamos o caminho de volta para casa. – Sabe que o Carlos está louco atrás de você, por que não o atendeu de uma vez, iria evitar muita coisa! – Assim que entrei em casa, minha irmã já gritou de algum lugar do apartamento. – Você não deveria já estar dormindo? O plantão não te desgastou o suficiente? – Sorri para ela balançando a cabeça. Rebeca estava sempre com aquela cara de cansada, enquanto Carlos... ele era o maior de meus problemas, o mais grudento de todos. – É melhor você ligar para ele, eu não quero ser acordada com a campainha depois que eu for dormir. Fiz o que ela me pediu, sendo observada de perto, estava devorando um lanche com um copo de suco antes de se trancar no quarto e apagar por horas. – Por que você não me atendeu? – A voz irritada do meu irmão soou do outro lado da linha. – Acha legal nos deixar preocupados? – Carlos, eu saí da empresa a menos de três horas, fui levar o Eros para dar uma volta, acha mesmo que alguém chegaria perto de mim com um pitbull grande e forte como ele? – Eva, isso é sério, deveria ter me atendido... – Ele suspirou alto, algo estava mesmo acontecendo para ele ficar assim. – Ele está de volta Eva, soube hoje pouco depois que você saiu... Ele voltou, claro... por qual outro motivo meu irmão agiria dessa maneira estranha? – Isso não importa para mim Carlos, sabe disso. Meu irmão o odeia com todas as suas forças, bem... ele não é o único, minha família toda o odeia o problema é que mesmo sabendo que não é para mim, ele ainda mexe comigo, e é disso que meu irmão tem medo. – Eva, vamos ser sinceros, desde que vocês se separaram, você nunca mais teve alguém, eu não quero saber de você envolvida com ele, nem ao menos chegando perto dele, eu fui claro? – Carlos, eu não sou uma criança e você não tem porque ficar me dando ordens sobre a minha própria vida, eu agradeço a preocupação, mas pode deixar que de mim eu cuido, está bem? – Eu amo meu irmão, mas as vezes ele precisa ser lembrado de que eu cresci, mesmo que eu seja obrigada a fazer isso várias vezes e nunca dê certo, eu ainda tento. – Não se preocupe tanto. Quase implorei para que naquela noite surgisse algum trabalho, mas infelizmente nada veio. Na manhã seguinte fui direto para o escritório da minha cunhada, não havia dormido bem a noite e estava uma pilha de nervos, Emily sempre me ajudava quando me encontrava assim, ela é uma mulher calma, doce e gentil e mesmo assim consegue ser forte e poderosa. – Hum, já consigo ver que você não está muito bem hoje... – Ela me olhou de cima a baixo. – Está com uma cara péssima Eva, qual o problema? Expliquei a ela tudo o que tinha se passado, e da mania do meu irmão de pegar no meu pé. – Emy eu já não sou a mesma de antes... meu irmão precisa aprender a confiar em mim. – Quando se trata daquele homem você sabe que não há muito o que eu possa fazer, eu tenho meu jeitinho de manipular seu irmão, mas neste caso, nem que eu usasse todos os artifícios de uma só vez funcionaria. – Emily me ajuda a fazer Carlos ser um pouco mais racional, ele a ama demais e sempre tenta agradá-la. – Eu sei disso, mas ele tem que entender... me ajuda vai... – Não é legal ter meu irmão agarrado assim, e normalmente ele já é, agora que Dimitri está de volta ele vai triplicar o cuidado comigo... e não é nada bom para mim... – Eu soube que ele está namorando, é praticamente uma menina, a irmã mimada de um milionário... não soube de quem se trata. – Emily não gosta de se meter em nada que não seja importante, então sei que ela só buscou essa informação por mim. – O nome dela é Hanna, não me lembro do sobrenome, mas sei que pertence a uma família poderosa. Alice? – Acho que eu sei de quem se trata, uma Hanna começou a me seguir no i********:, eu não a conhecia, então não deve ser apenas coincidência. Depois de um dia todo de trabalho, voltei para casa, recebi uma mensagem de número desconhecido, era ele, o não sei como, mas ele conseguiu meu número, que surpresa! “Boa noite princesa, estou de volta, será que podemos jantar juntos? Estou morrendo de saudade de você, do seu cheiro, dos seus lábios, espero que aceite o convite.” Mais tarde recebi outras, me pedindo para responder, falando sobre o restaurante. Tenho sorte da segurança do meu prédio ser bastante pesada, se não fosse tenho certeza de que ele já teria batido aqui. Fiz o jantar, deixei um prato pronto para minha irmã no micro-ondas e tomei um banho para relaxar depois de caminhar com Eros, fiz isso dentro do condomínio para evitar me deparar com Dimitri, pelo menos por enquanto. Quando deitei para tentar descansar, me lembrei do motivo de ter terminado com ele, tínhamos pensamentos muito diferentes, ele é egoísta, frio e indiferente a tudo no mundo que não seja diretamente bom para ele. Eu ainda tentava demais, insisti que ele seria um bom homem para mim, isso mudou quando saímos para jantar a última vez... a noite não estava muito agradável, então as ruas estavam mais vazias do que de costume. Quando estávamos esperando o carro para voltar, eu escutei uma moça gritando, olhei na direção de onde vinham os gritos e vi a mulher ser arrastada para um beco escuro. – Dimitri nós temos que ajudá-la! – Assim que gritei para ele me coloquei a caminhar, mas ele me segurou pelo braço, os olhos frios e sem nenhuma emoção. – Não se meta no que não lhe diz respeito! – A resposta que ele deu me deixou tão chocada, que eu não consegui entender a princípio. Ele não podia ser frio, não nesse nível, não é? Ou talvez fosse e eu apenas fechava os olhos para o que eu não queria ver. – O que? Está vendo o mesmo que eu? – Ele não esboçou nada. – Eu vou ajudá-la sozinha então, covarde! – Não pense que eu vou correr para te ajudar, eu não vou, fique quieta aqui. – Ele disse e eu puxei meu braço. – Que seja vou esperar por você no carro! Eu corri para o beco onde a mulher estava, e tentei ajudá-la de todas as formas que pude, eu aprendi sobre luta, meu irmão insistia nisso, então consegui bater em alguns, mas tinham mais homens do que eu imaginei. Meus gritos e da mulher, acabaram atraindo atenção de outras poucas pessoas que passavam, e quando eles perceberam nos deixaram. Eu acordei no hospital, muito machucada, costelas fraturadas, mas eu salvei aquela mulher... ela estava no mesmo hospital que eu, me agradeceu muito pelo que fiz por ela. – Eu não sei o que faria sem você, não sei o que seria de mim... – Ela chorava, estava tão machucada quanto eu. Foi aí que eu terminei com Dimitri. Como ele pôde? No outro dia ainda apareceu no hospital com flores, meu irmão quase o matou na quando me escutou discutindo com Dimitri sobre o que tinha acontecido. Eu fico chocada comigo mesma por ainda me sentir atraída por ele , claro que não é meu lado racional, já fiz tratamento para isso, não sei explicar o que acontece, mas tenho tendência a me envolver com pessoas poderosas, badboy, autoritário, alguém exale força e por mais que eu tente negar, sei que é assim. Eu nem consegui terminar com ele pessoalmente da maneira que deveria ser, eu fui até o apartamento dele, quando sabia que ele estaria no trabalho, peguei todos os presentes, tudo o que o pertencia que estava comigo, as chaves extras que tinha e deixei tudo em seu apartamento. Eu já tinha terminado com ele outras duas vezes nos três anos em que ficamos juntos, mas nenhuma das vezes durou tanto. Essa foi a primeira vez que consegui manter a minha decisão de não voltar para ele. Eu não tinha notícias dele a seis meses, desde quando se espalhou uma notícia de que seu pai era parte da máfia russa. Dimitri já havia brincado uma vez com meus sentimentos e não aceitava que eu o tinha deixado, tinha que manter distância ou eu nunca conseguiria tornar a sair.
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