Ostentação e luxo

1352 Words
Andréia Não acreditava no que meus olhos estavam vendo. Ele trabalhava aqui? — Eu devo ter feito algo de muito errado para merecer isso... Ele sorriu. — Ou algo certo. Afinal, você trouxe o carro para cá. Isso quer dizer que sou o melhor. — E muito convencido... Foi em direção ao meu carro e fingiu que estava analisando alguma coisa. Revirei os olhos. — Como é que alguém consegue fazer um estrago desses? Respirei fundo... — Batendo em idiotas que aparecem em meu retrovisor. Ele se aproximou de mim, sem tirar o sorriso presunçoso do rosto... — Então, ruivinha dos olhos verdes, seu carro ficará pronto em dois dias. Acompanhe-me até meu escritório. — Ele pegou a chave do meu carro e jogou para um dos funcionários. — Alemão, o CELTINHA da ruivinha é prioridade. Mas a pintura deixa que eu mesmo faço. — Pode deixar, chefia! Ele foi caminhando em direção a uma porta, observei seu jeito de andar, parecia muito seguro e confiante, e eu achava aquilo sexy. Entrou em seu escritório, pegou alguns papéis para preencher. Percebi que ele não tinha dado o orçamento e já começou a preencher uns papéis. Coloquei a mão em cima do formulário, inclinando meu corpo em sua direção, encarando-o bem de perto. — Calma aí, gracinha! Eu nem autorizei, nem sei quanto vai custar. — Eu não preciso da sua autorização, disse que pagaria pelos danos. Mas se quiser me pagar, um bom jantar seria ótimo. Ele estava me chamando para sair? Nossos rostos estavam bem próximos, podia sentir o cheiro do seu perfume. O tempo parecia ter parado, até que voltei para a realidade. Sorri debochando da sua cara e me endireitei, disfarçando o meu abalo. — HÁ! Vai sonhando... — Você mudará de ideia, quando colocar minhas mãos, no seu brinquedinho. — O que??? Dei um t**a no ombro dele. — Calma! Eu estou falando do carro... — depois ele resmungou baixinho... — Por enquanto!... — Estreitei os olhos para ele. — Poderia me mostrar seus documentos? Arqueei uma sobrancelha e tirei o que precisava da minha bolsa. — Aqui está minha habilitação, documento do carro, comprovante de residência. Quer mais alguma coisa? Ele pegou minha habilitação e olhou. — Andréia — Ele falou meu nome em voz alta, como se quisesse decorar. — Agora, preciso do seu telefone e o tipo de restaurante que você de frequenta. — Revirei os olhos. Dei o número do meu celular, mas recusei-me a dar trela para esse metido a conquistador. Precisava sair daqui o quanto antes, esse garoto me deixava inquieta. — Até mais! Ligue-me apenas para falar sobre o meu carro. Em dois dias, eu volto para buscá-lo. Fui em direção à porta de saída do escritório, o mais rápido possível, ele tomou minha frente, batendo a porta e ficando bem próximo de mim. Aff! O pior de tudo, era que esse i****a estava começando a mexer comigo... — Como a senhorita vai para casa? — Com o transporte mais moderno que já existiu no mundo todo... Minhas pernas. Arrependi-me de ter falado aquilo, pois, ele olhou descaradamente para minhas pernas. Atrevido! — Devo concordar que é um belo transporte. Adoraria dá umas voltinhas nelas, mas vamos deixar para outra ocasião. — Abusado. — Tenho algo mais rápido para você. Venha comigo! — Para onde você vai me levar? — Eu vou te levar ao paraíso... — Arregalei os olhos. — Relaxa, só vou te emprestar um carro. — O que? Ele vai me emprestar um carro? Ele me levou ao elevador, até o piso superior. Puxou-me pela mão e quase caí em cima dele. Paramos um momento e ficamos nos olhando. Contornei seu rosto com os meus olhos, detalhando cada centímetro, com uma enorme vontade de acariciar com as mãos, por onde os meus olhos passavam e por um momento, parecia que a terra parou de girar. Era como se existisse só nós dois no mundo, naquele pequeno espaço de metal, até que ele quebrou o silêncio. — A senhorita, precisa me dar licença, para eu apertar o botão do elevador. — Ah, sim, claro! Afastei-me sem jeito, ele apertou o botão do segundo andar, sem tirar com aquele satisfeito no seu rosto. d***a! O que foi que acabou de acontecer? Senti a adrenalina correr em minhas veias, era como se eu tivesse corrido uma maratona. O que era estranho, porque eu detestava correr. Quando chegamos ao segundo andar, fiquei baqueada. Pois, para entrar, precisava usar um reconhecimento de íris. Será que estou na CIA? Ou FBI? Ou simplesmente ele era o 007? A porta se abriu e vi um enorme salão, com paredes de vidro, piso de mármore, refletindo o teto, e vários carros. Entre eles, Ferrari; Camaro; Lamborghini; alguns carros antigos, dos anos 50, 60, 70, etc. Que, diga-se de passagem, eram lindos. Pareciam ter sido fabricados recentemente, de tão novo que estavam e... Vários e vários fuscas... Era sério? Fuscas? — Ai, meu Deus! Você tem razão, isso é uma espécie de paraíso dos carros. Ele parecia surpreso com a minha empolgação. — Você gosta de carros antigos? — Você está brincando? São clássicos, não que eu entenda muita coisa de carro, mas olha isso aqui... — Apontei para um carro que eu conhecia. — É um Jaguar anos 60, se eu não me engano. — Anos 50. — Fiquei maravilhada vendo todos aqueles carros antigos. — Você tem conhecimento sobre carros? — Meu pai tem algumas revistas de carros antigos, de vez em quando eu lia. É sempre bom se manter informada. Pelo menos, os castigos que meu pai dava, valeu de alguma coisa. Voltei a observar carro por carro, o Edson me contou a história de alguns deles. — Esses carros são itens de colecionadores, vale bilhões de dólares. — Uau! Então, os donos desses carros devem ser muito ricos. — Enquanto seu carro estiver sendo consertado, você pode escolher qualquer um desses para usar nesses dois dias. Eu me virei para ele surpresa, não esperava essa proposta. — Isso é padrão, para todas as SUAS clientes? — provoquei. Com certeza, conseguiria pegar várias mulheres com esse papinho, entretanto, eu não cairia nele. Ele se aproximou de mim e deu uma piscadinha, isso fez meu coração acelerar. — Não... Isso é só para as especiais... Afastei-me dele nervosa e fui em direção do fusca branco... Já que era para escolher um carro, que assim seja. Até porque precisava me locomover e ele estava me devendo, por ter me ofendido. Eu estava louca para dirigir aquela Ferrari vermelha conversível, mas dentro do meu histórico, preferi pegar o carro mais barato... — Os donos não irão se importar? — Pode escolher qualquer um. Pois, o dono não irá se importar. — Ah, é? Como você sabe? — Está olhando para ele. Uau! Fiquei sem jeito, meio abobada e falei rapidamente atropelando as palavras e apontando. — EuVouFicarComOFusca. (Eu vou ficar com o fusca) Edson me olhou achando estranha a minha escolha, mas não comentou nada, ele abriu a porta do lado do passageiro, para que eu entrasse. Deu a volta no fusca e entrou no lugar do motorista. Depois saiu com fusca pela rampa, que dava acesso atrás da oficina, numa rua deserta. Edson desceu do carro, deu a volta e abriu a porta do passageiro, para que eu saísse. Depois me entregou as chaves e segurou a porta do motorista, para que eu entrasse. Apesar de egocêntrico, era um perfeito cavalheiro... — Tenta me devolver inteiro esse. — Qual é? É só um fusca, não peguei a sua Ferrari. Tentei fazer uma piada, mas parecia que não deu muito certo. Ele me olhou muito sério e fechou à porta do motorista. Liguei o carro e o Edson bateu no vidro da janela e fez sinal para que eu abaixasse o vidro. Deslizei o vidro, rolando a manivela. Que d***a! E eu que pensava que meu carro era de pobre... — Olhos verdes, dessa vez lembre-se de dar a seta... Idiota! Retirava o que tinha dito, sobre ele ser cavalheiro. Dei a partida e acelerei com tudo.
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