Encontros ao Acaso

Edson Acordei em um sobressalto, minha respiração estava acelerada e meu corpo todo suado. Sim! Foi mais um pesadelo, aquele que tinha com frequência. Era raro quando tinha uma noite tranquila, mas não chegava acordar cansado, só ficava com o meu coração disparado, e se eu continuasse assim, acabaria tendo um farto antes dos trinta. Meus pais sempre me levavam ao psicólogo, porém, nada resolvia. Se, pelo menos, eu conseguisse contar o que tinha acontecido, talvez a terapia funcionasse. Mas eu travava, nem conseguia falar, só de pensar em tudo o que aconteceu já me sentia angustiado. Queria muito esquecer tudo. Olhei para o relógio que estava no meu criado-mudo e vi que já era quase sete e meia da manhã, tirei o lençol sobre meu corpo, projetando minhas pernas para fora da minha cama, procurando os meus chinelos e calçando-os. Avistei o p**********o usado na noite anterior, localizado no chão, ao pé da cama. Peguei a prova do meu pecado, levantei-me e me dirigi ao banheiro. Joguei a c*******a no lixo e abri a torneira para lavar as minhas mãos e depois o meu rosto, para acordar. Olhei no espelho e me deparei com um cara jovem, lindo e sexy, que podia ter a garota que quisesse em sua cama. No entanto, o vazio que tinha dentro do peito, não era preenchido. Era divertido dormir com uma garota diferente todo dia, contudo, estava de saco cheio de tanta conversa fútil. Tudo isso só fazia o vazio aumentar, então, procurava preencher através do s**o, pois, era uma forma de não as ouvirem falar tanta besteira. Não importava onde eu procurasse, não importava com quem, ou quantas mulheres eu dormisse, esse vazio não me deixava nunca. Talvez o amor não tenha sido feito para um cara como eu, talvez não exista uma mulher que me completasse e preenchesse esse vazio que só aumentava. O que eu precisava era de um desafio, uma mulher que me deixasse louco, que colocasse meu mundo de cabeça para baixo, que fizesse minha vida ter um sentido, mas acho que essa mulher não existia, era tudo muito fácil. Aliviei a minha bexiga e entrei no Box tomando o meu primeiro banho do dia. Enquanto deixava a água tirar todo sabão do meu corpo, aproveitei para reorganizar as minhas ideias. Será que a Amanda daria para ser uma boa namorada e um dia esposa? Ela era linda, loira, com um corpo incrivelmente escultural, era do tipo que eu gostava, apesar de que ainda me sentia vazio quando estávamos juntos. Geralmente, não saía com a mesma mulher mais que duas vezes, ela foi a primeira que eu realmente quis ficar de novo. Não entendia nada de relacionamentos, nunca tive uma namorada, será que seria precipitado da minha parte pedi-la em namoro? Não que eu a amasse, mas o amor podia vir com o tempo, com a convivência, não é? Sequei o meu corpo com a toalha, depois a enrolei na cintura e fui para o quarto. Parei um instante diante da minha cama, observando aquela loira, linda, nua deitada de bruços, com lençol cobrindo somente a parte inferior do seu corpo. Ainda estava pensando na possibilidade de namorarmos, já tinha algum tempo que procurava alguém para me fixar, talvez eu fizesse o pedido depois da festa de boas vindas da faculdade. Mesmo assim, entrava em conflito interior, será que eu seria fiel? Depois de tantos anos vivendo uma vida boêmia, será que conseguiria parar com uma pessoa só? Bem, a Amanda tem uma vantagem sobre as outras: ela era boa de cama. — Amanda! — Sentei-me na beirada da cama, chamando por ela e tirando uma mecha dourada de cabelo do seu rosto. — Amanda, acorda! A loira se mexeu, virou o corpo na minha direção. — Você vai me colocar para fora como você faz com todas as outras? Mulheres e suas manias de contar tudo umas para as outras, foi assim que adquiri a minha fama. — Se eu quisesse te colocar para fora, já teria feito isso. Ela levantou uma sobrancelha. — Isso significa o que, exatamente? — Talvez, eu queira passar um tempo com você. Quem sabe se eu passasse um tempo com ela, conhecendo-a melhor, ajudaria na minha decisão. Ela me olhou surpresa, ela sabia que não repetia mulher. — E... — Ela se ajeitou na cama. — Como você quer passar melhor esse tempo? Ela aproximou seu rosto do meu e me beijou. Sua mão deslizou entre minhas pernas. Antes que eu pudesse perder o controle e atrasasse para o meu compromisso, segurei sua mão e a afastei. Gostava muito de s**o, porém, não permitia que ninguém me dominasse. — Por mais que eu queira repetir o que aconteceu a noite passada, tenho que ir a um lugar e quero que você vá comigo. — Para onde vamos? — É uma surpresa. Enquanto você toma banho, eu vou me trocar e pedir o café da manhã. Amanda levantou da cama, indo em direção ao banheiro completamente nua, dei tapinha na b***a dela, antes de entrar no banheiro, ela soltou um gritinho e deu risada. Fui para o meu closet e peguei uma das minhas melhores roupas, para a minha manhã. Além de me divertir um pouco, farei negócios também. Cerca de uma hora depois, chegamos ao centro da cidade. Santa Margarida Maria era uma cidade turística, conhecida pelos rios de água cristalina, pelas cachoeiras e pela moda. Naquele dia, teria uma exposição de carros antigos e haveria um leilão, que eu pretendia agregar mais um item à minha coleção. — O que estamos fazendo aqui? — É uma exposição de carros antigos, tem um carro que vai a leilão e eu quero compra-lo já fazia algum tempo. — Que carro você vai comprar aqui? Não vejo nenhum carro novo. — É uma exposição de carros antigos, só tem carros antigos. — Ah!? Não a culpava, mulheres não entendiam de carros. Caminhamos, olhando carro por carro. Conversei com os donos, para conhecer a história de cada item. Às vezes, adquiria um automóvel pela história que nele continha e não pela marca, e o transformava em peças raríssimas. Amanda parecia entediada, ela não se interessava por nada, se ela soubesse o quanto esses carros eram valiosos, acho que não ficaria tão entediada assim. O leilão estava prestes a começar e eu precisava me concentrar no que eu vim fazer. Tirei uma nota de cem reais da minha carteira e entreguei para ela. — Toma, compra o que você quiser. Ela deu um sorriso de orelha a orelha e se lançou no meu pescoço, me dando um selinho. Pelo menos, agora ela estava feliz! — Você é o melhor! — Eu sei! Ela se afastou logo em seguida, sumindo da minha vista rapidamente. Para onde será que ela foi? d***a! Esqueci de pedir para ela comprar um sorvete para mim... ... O leilão foi um sucesso, consegui arrematar o carro que eu queria, um DeLorean. Iria restaurá-lo deixa-lo igualzinho ao carro do filme “De volta para o futuro”. Liguei para o Alemão vir buscar o carro e levá-lo para minha oficina. Em seguida, entrei no meu carro e fui embora. — Tenho a impressão que estou esquecendo alguma coisa?!