Capítulo 09

799 Words
DANTE PETROV NARRANDO. Valentina é uma mulher inteligente, sabe como conversar, e isso me incomoda. Nunca fui um homem de muitas palavras. Sempre levei as mulheres direto para a cama, sem muita conversa ou enrolação. Eu sei conduzir uma conversa, claro, mas mulheres que dominam esse jogo, como Valentina, me colocam em uma posição de ameaça. Fico tenso e desconfortável com isso. Apesar de tudo, tivemos uma conversa interessante. Também falei com o pai dela sobre a nossa viagem à Rússia antes do casamento. Ele insiste que eu fique aqui até a cerimônia, mas não vejo necessidade. Preparativos de casamento são coisas de mulher. Ela resolve tudo, e eu apareço no dia para cumprir o meu papel. Valentina é quente, não tem medo de desafios. Ela me enfrentou, e isso não me agradou. Não gosto quando desrespeitam a minha autoridade, então precisei mostrar a ela quem manda. Confesso que, pela primeira vez, senti uma vontade intensa de beijar os seus lábios. Ali, tão perto dela, sentindo o seu calor e o frescor de seu hálito, essa vontade só cresceu. Estava no corredor da mansão quando recebi uma ligação de Louise. Não sei como, mas ela descobriu que estou na Itália. — Não me diga que você está na casa dos Caccini? — Ela perguntou, exigindo uma explicação. — E desde quando eu devo satisfações a você sobre onde estou? — Respondi, irritado. — Você foi conhecer a sua noiva, não é? Só se fala disso na cidade. Se você está na casa da família Caccini, então está noivo da Valentina? — Ela gritou, claramente furiosa. — Abaixe o tom de voz. Não está falando com as suas amigas. Estarei de volta em poucos dias e teremos uma conversa sobre esse seu comportamento — Afirmei, cada vez mais irritado. Quando voltei a ver Valentina na cozinha, ainda estava estressado com a ligação de Louise. — Não há o que conversar! Você é o meu homem há anos. Não vou aceitar que me jogue de lado dessa forma. Isso não é certo! — Louise continuou, e eu não pude deixar de rir. — Coloque-se no seu lugar e não ouse me ligar novamente. Me espere do jeito que eu gosto ou sofrerá as consequências da sua desobediência — Finalizei e desliguei a chamada. Ao reparar em Valentina, notei que ela estava agitada. A minha futura sogra a chamou para o almoço, e eu vi quando ela respirou fundo, guardando o celular rapidamente, claramente nervosa. Quando ela passou por mim, não resisti e a puxei. — Com quem você falava que parecia tão agitada? — Perguntei, encurralando ela contra a parede. — Com ninguém importante, Dante. — Ela respondeu, passando a língua pelos lábios, e eu só conseguia reparar nesse gesto. — Não tente esconder nada de mim. Se eu descobrir sozinho, será pior. Toda ação tem uma reação — Falei próximo ao seu corpo, sentindo ela ficar tensa. — Vamos almoçar — Ela sugeriu, escondendo o celular atrás do corpo. — Está tentando fugir de mim? — Perguntei, passando a mão perto do seu rosto e encostando ela na parede. — Não, não estou. Só que estamos na casa dos meus pais, devemos respeito a eles — Ela respondeu, e o medo em seus olhos era evidente. — Me dê o seu celular — Exigi, e ela negou rapidamente. — Isso não foi um pedido. Me dê o celular — Repeti, e ela ficou parada, me encarando. — Quem é o outro? Você sabe que terá que provar sua virgindade, não me faça passar vergonha — Puxei o celular da mão dela com força. — Eu sei muito bem das minhas responsabilidades. Devolva o meu celular. Você não tem esse direito — Ela disse, e eu ri. — Eu não tenho direito? Você tem senso de humor — Apertei o queixo dela. — Me dê a senha — exigi, olhando a tela do celular. — Você pediu o aparelho, aí está. Quanto à senha, lute para descobrir — Ela respondeu, passando por baixo dos meus braços e escapando de mim. Tenho certeza de que ela me esconde algo, e vou descobrir o que é. Não vou aceitar ser enganado por uma garota que m*l sabe o que é a vida. Na mesma hora, liguei para um de meus funcionários e pedi que invadisse o celular dela. Se eu encontrar algo que não me agrade, ela vai pagar caro por isso. Fui até a sala de jantar, onde ela já estava sentada, esperando o almoço começar. Sentei ao lado dela e passei o dedo em sua coxa descoberta. — Já descobri a sua senha, querida — Falei com deboche, tentando desestabilizá-la. Ela tentava manter a naturalidade, mas eu percebia todas as suas pequenas reações, e isso não me agradava nem um pouco.
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