DANTE PETROV NARRANDO.
Valentina é uma mulher inteligente, sabe como conversar, e isso me incomoda. Nunca fui um homem de muitas palavras. Sempre levei as mulheres direto para a cama, sem muita conversa ou enrolação. Eu sei conduzir uma conversa, claro, mas mulheres que dominam esse jogo, como Valentina, me colocam em uma posição de ameaça. Fico tenso e desconfortável com isso.
Apesar de tudo, tivemos uma conversa interessante. Também falei com o pai dela sobre a nossa viagem à Rússia antes do casamento. Ele insiste que eu fique aqui até a cerimônia, mas não vejo necessidade. Preparativos de casamento são coisas de mulher. Ela resolve tudo, e eu apareço no dia para cumprir o meu papel.
Valentina é quente, não tem medo de desafios. Ela me enfrentou, e isso não me agradou. Não gosto quando desrespeitam a minha autoridade, então precisei mostrar a ela quem manda.
Confesso que, pela primeira vez, senti uma vontade intensa de beijar os seus lábios. Ali, tão perto dela, sentindo o seu calor e o frescor de seu hálito, essa vontade só cresceu.
Estava no corredor da mansão quando recebi uma ligação de Louise. Não sei como, mas ela descobriu que estou na Itália.
— Não me diga que você está na casa dos Caccini? — Ela perguntou, exigindo uma explicação.
— E desde quando eu devo satisfações a você sobre onde estou? — Respondi, irritado.
— Você foi conhecer a sua noiva, não é? Só se fala disso na cidade. Se você está na casa da família Caccini, então está noivo da Valentina? — Ela gritou, claramente furiosa.
— Abaixe o tom de voz. Não está falando com as suas amigas. Estarei de volta em poucos dias e teremos uma conversa sobre esse seu comportamento — Afirmei, cada vez mais irritado.
Quando voltei a ver Valentina na cozinha, ainda estava estressado com a ligação de Louise.
— Não há o que conversar! Você é o meu homem há anos. Não vou aceitar que me jogue de lado dessa forma. Isso não é certo! — Louise continuou, e eu não pude deixar de rir.
— Coloque-se no seu lugar e não ouse me ligar novamente. Me espere do jeito que eu gosto ou sofrerá as consequências da sua desobediência — Finalizei e desliguei a chamada.
Ao reparar em Valentina, notei que ela estava agitada. A minha futura sogra a chamou para o almoço, e eu vi quando ela respirou fundo, guardando o celular rapidamente, claramente nervosa. Quando ela passou por mim, não resisti e a puxei.
— Com quem você falava que parecia tão agitada? — Perguntei, encurralando ela contra a parede.
— Com ninguém importante, Dante. — Ela respondeu, passando a língua pelos lábios, e eu só conseguia reparar nesse gesto.
— Não tente esconder nada de mim. Se eu descobrir sozinho, será pior. Toda ação tem uma reação — Falei próximo ao seu corpo, sentindo ela ficar tensa.
— Vamos almoçar — Ela sugeriu, escondendo o celular atrás do corpo.
— Está tentando fugir de mim? — Perguntei, passando a mão perto do seu rosto e encostando ela na parede.
— Não, não estou. Só que estamos na casa dos meus pais, devemos respeito a eles — Ela respondeu, e o medo em seus olhos era evidente.
— Me dê o seu celular — Exigi, e ela negou rapidamente.
— Isso não foi um pedido. Me dê o celular — Repeti, e ela ficou parada, me encarando.
— Quem é o outro? Você sabe que terá que provar sua virgindade, não me faça passar vergonha — Puxei o celular da mão dela com força.
— Eu sei muito bem das minhas responsabilidades. Devolva o meu celular. Você não tem esse direito — Ela disse, e eu ri.
— Eu não tenho direito? Você tem senso de humor — Apertei o queixo dela.
— Me dê a senha — exigi, olhando a tela do celular.
— Você pediu o aparelho, aí está. Quanto à senha, lute para descobrir — Ela respondeu, passando por baixo dos meus braços e escapando de mim.
Tenho certeza de que ela me esconde algo, e vou descobrir o que é. Não vou aceitar ser enganado por uma garota que m*l sabe o que é a vida.
Na mesma hora, liguei para um de meus funcionários e pedi que invadisse o celular dela. Se eu encontrar algo que não me agrade, ela vai pagar caro por isso.
Fui até a sala de jantar, onde ela já estava sentada, esperando o almoço começar. Sentei ao lado dela e passei o dedo em sua coxa descoberta.
— Já descobri a sua senha, querida — Falei com deboche, tentando desestabilizá-la. Ela tentava manter a naturalidade, mas eu percebia todas as suas pequenas reações, e isso não me agradava nem um pouco.