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Eram 3 horas da manhã quando Lucio saiu correndo de seu apartamento para ir ao hotel onde Juan estava ficando. O achou no quarto, chorando muito. - Juan...
- Ta doendo, doendo demais - ele dizia com as mãos na barriga - desculpa Lucio, acho que tem alguma coisa errada...
- Vamos pro hospital ok? - o ômega assentiu enquanto deixava o alfa o pegar no colo e o levar ate o carro. Chegaram correndo no hospital e logo Juan foi hospitalizado. Mas o bebê estava perfeitamente bem, nenhuma dor que ele sentia se relacionava a ele. E sim ao proprio Juan.
-O que realmente o senhor sentiu Senhor Park? - o médico do plantão o perguntou.
-Eu... doía tudo, tudo aqui - ele disse apontando para o peito e para a barriga, era muito forte...
-O senhor já estava dormindo? Acordou com a dor?
-Sim,mas eu acordei porque tive um pesadelo...
O médico assentiu e então pediu para a enfermeira aplicar um remédio em seu soro, chamando Lucio para um canto - Ele teve algum tipo de incidente por esses dias? Algum susto?
Lucio suspirou, o encontro com YoungJae tinha sido há dois dias atrás - Na verdade sim dr...
- Ele teve um episódio de sindrome do pânico, a sorte é que sua pressão não alterou por isso não prejudicou o bebê, eu vou receitar um remédio mas o certo seria alguém ficar sempre de olho nele, principalmente quando ele for dormir. Estamos na reta final da gestação, é muito importante ter esse acompanhamento. Por hoje ele dorme aqui.
Lucio assentiu, voltando ao quarto - E então? - Juan perguntou - O bebê ta bem?
O alfa sorriu sem dentes - Esta sim Juan - e viu o ômega relaxar - Você precisa se preocupar com você também...
- O bebê é mais importante. - disse sério.
- Você teve um episodio de pânico, o médico vai receitar um remédio para você dormir melhor mas o certo é alguem ficar de olho em você então você vai ir la pra casa.
- O que?- Juan o olhou de olhos arregalados.
- Não é negociavel.
Juan assentiu, olhando para sua barriga, o lábio inferior tremendo. Sua cabeça estava um turbilhão de coisas.Não sabia o que sentia, mas memorias ruins tinham voltado e ele não queria que aquilo fosse passado pro bebê -Você disse que me ofereceria ajuda psicologica se eu pedisse eu acho que quero.
- Amanhã nós vemos isso. - Lucio disse chegando mais perto da cama. Sentou na beirada e o olhou, colocando a mão em sua barriga - Agora ta tudo bem, você pode dormir, eu vou estar aqui, não vou sair daqui.
- Promete?
O coração de Lucio acelerou - Prometo.
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- De acordo com o levantamento que fiz, a mãe o deixou em um orfanato quando ele tinha 7 anos, ele passou por 12 casas, nenhuma quis ficar com ele,com 16 anos ele fugiu e não temos mais nenhuma informção sobre, você disse que queria saber só se tivesse historico policial então eu não disse nada. - o advogado de Lucio disse a ele no outro dia.
Lucio mordeu o lábio, pensando - Juan precisa muito de ajuda, ele se faz de forte mas tenho medo do que pode acontecer... agora com ele la em casa fica mais fácil pra ajudar e ficar de olho mas...
- Você pensa no depois?
- Exatamente. Ele se sente como uma coisa, ainda mais sendo usado pra carregar um bebê. Fico com medo de como ele vai se sentir quando tudo isso acabar.
- Acho que eu devia ter contado isso a você antes então.
- Talvez... - Lucio balançou a cabeça - mas não é só isso. Eu sinto uma ligação muito forte com ele...
- É por causa da criança.
- Não, não é, eu senti antes de ter criança dentro dele. Eu senti desde a primeira vez que o vi.
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Juan respirava fundo no banheiro do apartamento ridiculamente grande de Lucio. Estava nu, com as mãos na pia, olhando para a barriga grande de quase 7 meses. As lágrimas caiam livremente. Tinha tido uma sessão com a psicologa e todo seu corpo parecia doer.- Eu sei que não posso amar você, nem sei se consigo sentir isso, de acordo com a psicologa eu posso, só tenho medo - ele riu fungando - Mas não quero que se sinta rejeitado por mim, eu... não te rejeito, você só não foi feito pra mim... você não é uma coisa que vou jogar fora,tem alguém que te ama muito te esperando, e foi pra ele que você foi feito e sei que vai ser muito feliz. Se você pudesse ver esse banheiro, porra... parece que a torneira foi feita de ouro... então eu imagino você todo engomadinho desde a saida da maternidade, estudando nas melhores escolas, indo pra melhor faculdade. Eu prometo que não vou procurar por você, mas eu quero que sinta... - ele disse fechando os olhos com força - que onde quer que eu esteja, vou estar torcendo por você. Eu não vou aparecer, não sou do seu mundo, mas vou torcer por você.
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- Você ta com o rosto vermelho, ta bem? - Lucio perguntou naquela noite enquanto abria os pedidos de comida que fizeram.
Juan assentiu - Só são essas merdas de hormonios.
Lucio riu - Como foi com a psicologa?
- Engraçado - ele disse beliscando uma cenoura.
- Eu posso continuar te ajudando depois...
- Lucio - Juan disse sério - Eu vou desaparecer depois, é esse o trato mas será que você... você pode dizer a ele que eu não o rejeitei? Que ele não foi uma coisa que eu usei pra ganhar dinheiro, apesar de ter sido exatamente isso. Eu não quero que ele sinta que foi rejeitado.
Lucio engoliu em seco, seus olhos embaçando - Juan.
- É horrível sabe? Você passar por tantos lugares e nenhum querer você. Não quero que ele pense isso.
- Tudo bem - Lucio disse baixinho.
- Só quero que isso acabe logo.
- Ainda faltam 3 meses... a gente podia usar isso pra se conhecer melhor, eu quero saber depois no que ele vai ser parecido com você.
Juan riu, comendo a cenoura de novo - Não acho que você vá querer que ele seja parecido comigo Lucio, eu sou um fodido da vida, sou a pior pessoa que você poderia ter escolhido pra carregar seu filho, e o pior é que eu sabia disso, mas tava tão desesperado pelo dinheiro que nem me importei. Eu sabia que você pesquisaria meu historico, e se mesmo sabendo de tudo você aceitou então eu pensei, f**a-se, vou fazer isso.
Lucio riu - Você falando isso já mostra que é uma pessoa boa Jimin, só ainda não achou quem te mostrasse isso.
- E você vai fazer isso?
- Eu? Eu não - Lucio riu - Ele ta fazendo isso - disse apontando com o queixo para sua barriga.
Juan engoliu em seco, olhando para baixo, sentindo uma movimentação, seus olhos embaçaram de novo - Merda de hormonios. Ele disse e se levantou, se jogando no sofá. Grudou as duas mãos ao lado do corpo enquanto sentia o bebê se mexer. Fechou os olhos com força - Por favor,por favor, pare.
Lucio se levantou, uma preocupação enorme tomando conta de si, foi ate o sofá e o abraçou, sem nem perguntar.
Algumas horas depois os dois estavam deitados frente a frente no enorme sofá, olhando nos olhos um do outro. - Você é muito bonito, daria pra ser modelo.
Juan riu - Não presto pra fotos, não sou fotogênico.
- O que você gosta de fazer?
- Desenhar, eu tatuava, essa foi eu quem fiz em mim mesmo - ele disse puxando a camiseta que vestia pra cima e mostrando as flores em sua barriga esticada. Era a primeira vez que Yoongi a via sem ser no médico. Ele respirou fundo e então colocou suas mãos ali, sem nem perguntar se podia.
- Eu sempre sonhei em ter um filho, sempre. Mesmo enquanto namorava meu ex marido, eu dizia a ele que queria mas ele nunca me disse que não queria, ficamos juntos quase 15 anos Juan, nos conhecemos adolescentes. Ficamos quase 10 anos casados, e ele não quis ter um filho comigo.
- Ele é um merdinha - Juan sussurrou - Eu não pensaria duas vezes antes de ter um filho com você.
Lucio riu - Bom, você não pensou.
Juan riu junto - Eu to falando do modo convencional.
Lucio levantou o rosto para o olhar - Então você me acha bonito?
- Você sabe que é um alfa gostoso, seu cheiro é gostoso, eu transaria com você na boa. - Lucio riu de novo - Mas eu não transo com qualquer um, se é isso que você ta pensando... eu posso parecer um puto mas não sou não, eu guardo minha entrada muito bem. - Lucio riu mais alto.-
Mas acho que nossos mundos nunca se encontrariam então...
- Ta falando de romancinho só porque eu disse que queria que você me comesse?
- Não, Juan, meu Deus - Lucio riu - Eu to falando sério, tem algo no meu lobo que diz, diz que você...
- Que eu o que?
- Que você é meu.